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A “Irracionalidade” da Fé.

Durante séculos grandes luminares do saber humano têm enfatizado a


necessidade dos homens assumirem uma atitude mais racional diante da vida.
Afinal, a razão é uma das características que mais nos distingue dos animais.
“A vida não examinada não é digna de ser vivida.”
Tal frase atribuída a Sócrates, reflete muito bem essa necessidade de
submetermos o nosso viver ao escrutínio da razão. Entretanto devemos ter
cuidado para que não caíamos no erro de acreditar que tudo aquilo que está
além da nossa capacidade de raciocínio, seja irracional - portanto, impossível ou
ilusório - erro que infelizmente, muitas das melhores “cabeças pensantes” têm
cometido ao longo da história.

A fé - e todas as afirmações dela provêm - é a mais polemica de todas as coisas


tidas (por aqueles que não a possuem) como irracionais, posto que, não se
chega a própria maturidade da fé através do uso da razão pura, mas por meio
da Revelação, o que leva a maioria das pessoas a fazerem uma idéia errônea,
do que vem a ser a fé, muitos pensam que esta deve ser algo “cego” e sem
relação alguma com a realidade. Especialmente, quando fala-se de cristianismo
- fé cristã - evoca-se uma “imagem mental”, horrível de pessoas “fanáticas” que
aceitam tudo o que um Pastor - ou qualquer outro título dado ao líder cristão -
ensina, sem terem provas factuais para crerem. Muitos ainda advogam que tal
atitude, é exigida pelo que alguns intitulam jocosamente de “livro da capa preta”-
a Bíblia Sagrada - e infelizmente, até mesmo alguns irmãos em Cristo Jesus,
crêem que ser cristão é assinar um “contrato de nulidade intelectual” e adotam
para si o fictício antagonismo entre “fé” e “razão” criado - ou surgido - nas
mentes dos opositores do cristianismo; que costumam a afirmar que “Quem crê
não pensa”, ou “Quem pensa não crê”. Porém, as Escrituras, em momento
algum apoiam esta atitude, antes Elas nos informam que o nosso culto a Deus
deve ser “racional” (Rm.12:1), que devemos conhecer a “razão de nossa
esperança” (I Pe.3:15) e o próprio Deus Eterno nos convida a raciocinarmos
com Ele (Is.1:18). Logo, o IPET, estará junto ao público, fazendo um exame das
mais variadas formas de expressão da fé - avaliando-as de acordo com a
cosmovisão cristã. Realizando uma verdadeira “crítica” de assuntos
correlacionados à ela; não uma crítica negativista, mas, sim conforme nos define
o dicionarista Aurélio:
“Arte ou faculdade de examinar e/ou julgar as obras do espírito, em particular as
de caráter literário ou artístico... A expressão crítica , em geral por escrito, sob
forma de análise, comentário ou apreciação teórica e/ou estética.”
É notório que o pluralismo religioso avoluma-se a cada dia, e, constituí-se num
terreno fértil para a manifestação de diversas formas de expressão da fé, e em
meio a esse emaranhado revela-se tarefa difícil ao indivíduo discernir quais
destas são saudáveis e dignas de confiança, logo, desejamos despertar o senso
crítico de nossos irmãos, e, ampliar sua área de ação vivencial e evangelística
numa verdadeira atitude bereana (At.17:11). Que pode ser exemplificada numa
paráfrase da máxima socrática, criada por nós:
“A fé não examinada não é digna ser exercida.”

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