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ÍNDICE

CAPITULO I – ASPECTO INTRODUTÓRIO..................................................7


1.1INTRODUÇÃO.................................................................................................7
1.2 PROBLEMÁTICA...........................................................................................7
1.3. OBJECTO DE ESTUDO................................................................................7
1.4. OBJECTIVO GERAL....................................................................................7
1.5 OBJECTIVOS ESPECÍFICOS...................................................................... 7
1.6 HIPÓTESES.....................................................................................................8
1.7. JUSTIFICATIVA............................................................................................8
1.8 METODOS E MATÉRIAIS............................................................................8
1.9. DEFINIÇÃO DE ESTILOS ARQUITETÔNICO....................................... 8
CAPITULO II - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................................9
2.1. ESTILO BARROCO...................................................................................... 9
2.1.1. Definição de termo e conceitos............................................................9
2.1.2 Características gerais do Estilo Barroco...................................................10
2.1.3 As Principais Projectos e respectivos autores...........................................10
2.2 ESTILO NEOCLÁSSICO.............................................................................12
2.2.1. Definição de termo e conceitos..........................................................12
2.2.3 Características Gerais do Estilo Neoclássico............................................ 12
2.2.4 As Principais Projectos e os Respectivos Autores.................................... 14
2.3 ESTILO ECLÉTICO.....................................................................................16
2.3.1 Definições de termos e conceitos................................................................ 16
2.3.2 Características Gerais do Estilo Ecléctico................................................ 17
2.3.3As Principais Projectos e respectivos autores............................................17
2.4 ESTILO ARTE NOVA..................................................................................19
2.4.1 Definições de termos e conceitos................................................................ 19
2.4.2 Características Gerais do Estilo Arte Nova..............................................20
2.4.3 As Principais Projectos e os respectivos Autores..................................... 20
2.5 ESTILO ARTE DECO..................................................................................23
2.5.1 Definições de termos e conceitos................................................................ 23
2.5.2 Características gerais do Estilo Art Déco................................................. 24
2.5.3 As Principais Projectos e respectivos autores...........................................24
2.6 ESTADO NOVO............................................................................................ 26
2.6.1 Definições de termos e conceitos................................................................ 26
2.6.2 Características gerais do Estilo Estado Novo........................................... 27
2.6.3 As Principais Projectos e respectivos autores...........................................27
2.7 ESTILO MODERNO.....................................................................................29
2.7.1 Definições de termos e conceitos................................................................ 29
2.7.2 Características gerais do Estilo Moderno.................................................30
1
2.7.3 As Principais Projectos e respectivos autores...........................................31
2.8 ESTILO BRUTALISMO...............................................................................34
2.8.1 Definições de termos e conceitos................................................................ 34
2.8.2 Características gerais do Estilo Brutalismo..............................................35
2.8.3 As Principais Projectos e respectivos autores...........................................35
2.9 ESTILO PÓS- MODERNISMO...................................................................37
2.9.1 Definições de termos e conceitos................................................................ 37
2.9.2 Características gerais do Estilo Pós- Modernismo...................................38
2.9.3 As Principais Projectos e respectivos autores...........................................39
CAPITULO III – ENQUADRAMENTO URBANISTICO E
ARQUITETÓNICO DAS CIDADES DE LUANDA E SALVADOR DA
BAIHA...............................................................................................................40
3.1. HISTÓRIA E GEOGRAFIA DA CIDADE DE LUANDA.......................40
3.2. HISTÓRIA E GEOGRAFIA DA CIDADE DO SALVADOR- BAHIA. .43
3.3. ESTILO BARROCO EM LUANDA E EM SALVADOR....................46
3.3.1. Principais características......................................................................46
3.3.2. Projeto De Referencia E Autores..........................................................47
Fortaleza De S. Miguel, actual Museu Das Forças Armadas...................47
Igreja da Misericórdia................................................................................. 48
Igreja são Francisco – Salvador..................................................................... 49
Igreja De Nossa Senhora Do Rosário Dos Pretos......................................50
3.3.2.1. Elementos Comuns................................................................................50
3.4. ESTILO NEOCLÁSSICO EM LUANDA E SALVADOR................... 50
3.4.1. Principais Características......................................................................51
3.4.2. Projectos De Referência E Seus Autores..............................................52
Hospital Josina Machel (antes Maria Pia).................................................52
Sobrado De Mabílio De Albuquerque........................................................53
Palácio Rio Branco.......................................................................................54
3.4.2.1. Elementos Comuns................................................................................55
3.5. ESTILO ART DECO EM LUANDA E SALVADOR...........................55
3.5.1. Principais Características......................................................................55
3.5.2. Projectos De Referência E Autores...................................................... 56
Elevador Lacerda.........................................................................................56
Palácio Da Pena............................................................................................58
3.6. ESTILO BRUTALISTA EM LUANDA E SALVADOR......................58
3.6.1. Principais Características......................................................................58
3.6.2. Projectos De Referencia E Autores...................................................... 59
Rádio Nacional de Angola...........................................................................59
3.6.2.1. ELEMENTOS COMUNS.....................................................................61
3.7. ESTILO ECLÉTICO EM LUANDA E SALVADOR...........................61
2
3.7.1. Principais Características......................................................................61
3.7.2. Projectos De Referência E Autores...................................................... 61
Palácio De Ferro...........................................................................................61
Palácio Das Comunicações.......................................................................... 62
Palacete De Bernardo Martins Catharino................................................. 63
3.7.2.1. Elementos Comuns................................................................................64
CONCLUSÃO..................................................................................................65
REFERÊNCIAS...............................................................................................66
BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................................67

3
DEDICATÓRIA

Para se chegar à essa fase da nossa formação superior foram vários os obstáculos foram
vencidos, dificuldades e por várias vezes pensou-se em desistir, mas com incentivo, Fé e
perseverança, hoje estamos aqui fazendo esse trabalho,
Durante a jornada de elaboração deste traalho montanhas foram removidas e continuou-se
a caminhada;
Dedicamos este trabalho àqueles que, bem de perto, nunca deixaram de nos incentivar;
Nossos pai, nossos irmãos;
Ao professor Arquitecto Fistón João , pelas suas instruções e motivações ;

4
AGRADECIMENTO

A Deus, pela vida, pela oportunidade de poder continuar com a minha formação
superior , forças esses que ele me tem proporcionado de continuar a lutar e perseverar nessa
caminhada estudantil;

Ao programa de Licenciatura em Engenharia ( Arquitectura e


Urbanismo ), Pela possibilidade de realização desse Trabalho;

Ao Professor. Fiston João,

Pela atenção e colaboração,Motivações e preocupação com a minha


formação;

Aos demais Familiares,Colegas,Professores,Amigos, pelo apoio;

Aqui vai o nosso muito Obrigado.

5
RESUMO

O trabalho em questão, abordará sobre as cidades de Luanda de Angola


e Salvador do Brasil, com um foco especial no seu enquadramento
arquitectónico. Pois partilham vários pontos em comum, começando pelo
facto de que são cidades pertencentes a países lusófonos e ambos foram
bases coloniais de actividade portuguesa, e assim movidas a partilhar
hábitos e costumes em comum.

No desenvolver deste trabalho narra-se também, de forma cronológica,


os estilos destacados em Luanda e que serão comparados com os existentes
na cidade de Salvador. Os capítulos começaram por enquadrar os aspectos
teóricos de cada um dos estilos, ditando as suas características, o contexto
histórico do seu surgimento, destacando também obras de referência em
cada estilo e destacar os devidos autores. Sendo assim abordaremos nos
capítulos seguintes os estilos em Luanda e Salvador, fazendo a comparação,
realçando os elementos que eles possuem em comum.

Palavras-Chaves: Luanda, Salvador, História, Colonial, Arquitectura,


Estilos, Evolução, Precursores.

6
ABSTRACT

The work in question, will talk about the cities of Luanda from Angola
and Salvador from Brazil, with a special focus on its architectural frameork.
Because they share many aspects in common, starting from the fact that
both cities belong to lusophone countries and both were colonial bases of
Portuguese activity, and therefore moved to share habits and customs in
common.

In the development of this work it is narrated also, in chronologic


manner, the styles highlighted in Luanda and that will be compared with the
existent styles in Salvador City. The chapters start by framing the theoric
aspects of each of the styles, dictating their characteristics, historical context
of its origin, highlighting also the works of reference in each style and
highlighting its respective authors. Therefore we’ll approach in the
following chapters the styles in Luanda and Salvador, making a comparison,
highlighting the elements that they possess.

Keywords: Luanda, Salvador, History, Colonial, Arquitecture, Styles,


Evolution, Procursors.

7
CAPITULO I – ASPECTO INTRODUTÓRIO
1.1 INTRODUÇÃO

Todo trabalho escrito possui inicialmente um capítulo referente à


‘Introdução’, que irá introduzir o leitor ao estudo realizado à partir da verificação
de um problema. Este trabalho não foge à regra. Parte do estudo comparativo dos
estilos arquitectónicos existentes na cidade de Luanda- Angola e Salvador (Bahia)
Brasil.
O trabalho em questão visa debruçar sobre os estilos
arquitetônicos destacados na cidade de Luanda e a cidade de
Salvador da Baia localizada em Brasil, onde veremos a princípio
de forma genérica alguns conceitos relacionados aos nove
estilos identificados na Cidade de Luanda como o Barroco,
Neoclássico, Eclético, Arte Deco, Estado Novo entre outros que
serão abordados de forma suiscinta em próximos capítulos dessa
pesquisa, onde viu-se que esses estilos surgiram ou a histórias
narra eles à partir da chegadas dos colonizadores, propriamente
os portugueses no século.. após isso usou-se a cidade da... tendo
em conta que é uma cidade com características muito próximas
em termos arquitetônicos a cidade de Luanda conotou-se que a
mesma tem x estilos iguais a cidade de Luanda.

1.2 PROBLEMÁTICA

Tendo Angola edificações com um certo pendor


histórico. Que estilos arquitectónicos foram desenvolvidos em
Luanda desde a chegada dos colonizadores?

1.3. OBJECTO DE ESTUDO

Estudar os estilos arquitectónicos existentes na cidade de


Luanda-Angola e Salvador da Bahia – Brasil.

1.4. OBJECTIVO GERAL

Conhecer os estilos arquitectónicos destacado nas


cidades de Luanda e ... de modo que o estudante de arquitectura

8
e de mais interessados na matéria compreenda a evolução
histórica da arquitectura em Luanda e da... posando perceber
com exatidão os elementos construtivos e não só que
caracterizam essas cidades.

1.5 OBJECTIVOS ESPECÍFICOS

 Fazer enquadramento literário dos estilos arquitectónicos estudados;

 Identificar os estilos arquitectónicos destacados nas cidades comparadas;

 Descrever as características especifica de construção dos estilos tendo em conta o


local e o tempo de construção;

 Seleccionar projectos de referências por estilo e referidos autores;

1.6 HIPÓTESES

Se seguirem-se as directrizes que serão apresentadas


neste trabalho poderá se obter resultados satisfatórios quanto a
compreensão histórica da arquitectura desenvolvida em Luanda
desde a chegada dos portugueses, podendo se identificar factores
preponderantes quanto a maneira de construir em Luanda em
que acabam por enriquecer.

1.7. JUSTIFICATIVA

Tendo em conta a relevância do tema, e as vantagens que acaba por trazer


desde o ponto de vista académico, tanto como do ponto de vista cultural ou
turístico, acabando por beneficiar diferentes camadas sócias do saber e não só
suscitou-nos o interesse ao tema.

1.8 METODOS E MATÉRIAIS

1.9. DEFINIÇÃO DE ESTILOS ARQUITETÔNICO


Estilos arquitectónicos são expressões utilizadas com o fim de classificar
períodos da história da arquitectura de acordo com suas características formais,

9
técnicas e materiais. Este esforço de classificação tem, por vezes, resultados um
pouco arbitrários é, no entanto, unânime a consideração de que existem
características comuns nas obras de arquitectos de que tenham trabalhado na
mesma época, na mesma região geográfica ou, simplesmente, quando têm
conhecimento dos trabalhos desenvolvidos pelos outros as chamadas “influências”
na obra individual de cada criador.

10
CAPITULO II - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. ESTILO BARROCO

2.1.1. Definição de termo e conceitos

É o estilo arquitectónico praticado durante o período barroco, que,


precedido pelo Renascimento e maneirismo, inicia-se a partir do século XVII,
durante o período do absolutismo, e decorre até a primeira metade do século
XVIII. Apalavra portuguesa “barroco” define uma pérola de formato irregular
(pérola imperfeita).O barroco é um movimento artístico que compreende
múltiplas manifestações artísticas literatura, pintura, arquitectura, música
produzidas entre o final do século XVI e o início do século XVIII. Expressão
das contradições que o ser humano vivia no contexto em que essa estética
surgiu, época marcada pela Reforma Protestante e pela Contra-Reforma, o
barroco incorporou o exagero, o paradoxo, a antítese, a religiosidade e traços da
cultura clássica em suas produções, tornando-se, por vezes, sinónimo de
extravagância. Considerado como o estilo correspondente ao absolutismo e à
Contra-reforma, distingue-se pelo esplendor exuberante. De certo modo o Barroco
foi uma continuação natural do Renascimento, porque ambos os movimentos
compartilharam de um profundo interesse pela arte da Antiguidade clássica,
embora interpretando-a diferentemente.

Na arquitectura barroca, a expressão típica são as igrejas,


construídas em grande quantidade durante o movimento
de Contra-Reforma. Rejeitando a simetria do renascimento,
destacam o dinamismo e a imponência, reforçados pela
emotividade conseguida através de meandros, elementos
contorcidos e espirais, produzindo diferentes efeitos visuais,
tanto nas fachadas quanto no desenho dos interiores. 
Alguns acontecimentos históricos acabaram por motivar o surgimento do
estilo barroco.
Como a Reforma Protestante foi um movimento de
reforma religiosa ocorrido na Europa, no século XVI. Esse
reformismo religioso foi iniciado por Martinho Lutero, um
monge alemão insatisfeito com a cobrança de indulgências pela

11
Igreja Católica. Lutero elaborou as 95 teses e fundamentou uma
teologia que deu origem a novas denominações dentro do
cristianismo. Sendo assim a igreja reagi-o criando o movimento
que é Contra-Reforma promovida pela Igreja Católica. Com o
avanço das igrejas protestantes, a antiga ordem romana cristã
(que, em certo sentido, havia incentivado o advento do mundo
renascentista) estava sendo suplantada por novas visões de
mundo e novas atitudes perante o Sagrado. A Igreja sentiu a
necessidade de renovar-se para não perder os fiéis, e viu na
promoção de uma nova estética a chance de identificar-se neste
novo mundo. As formas do barroco foram promovidas pela
instituição em todo o mundo (especialmente nas colónias recém-
descobertas), tornando-o o estilo católico, por excelência.

2.1.2 Características gerais do Estilo Barroco

O estilo tem características muito próprias tendo deixado de lado algumas


ideias renascentista, adoptando outros princípios consequentemente tendo outras
características como:

 O dualismo que nas obras mostrava uma angustiante luta entre forças opostas: o bem e
o mal, Deus e o Diabo, Paganismo e Cristianismo;

 A emoção sobrepunha a razão;

 Primazia dos efeitos decorativos para que despertem a emoção de quem olha as obras,
por meio de curvas e colunas retorcidas;

 Contraste entre luz e sombra para expressão dos sentimentos e acentuar a


profundidade, tanto na pintura como na arquitectura;

 Intensidade dramática;

 Valorização estética (o modo como transmitir era mais importante do que a mensagem
em si);

 Retomada de ideias do teocentrismo;

 Resposta a Reforma Protestante.

12
2.1.3 As Principais Projectos e respectivos autores

Sant'ivo alla Sapienza (1642-1660), de Francesco Borromini

barroco Escadaria no Kunsthistorisches Museum em Viena, Áustria

13
Jardim do Palácio de Versalhes, jardim planejado por André le Nôtre.

14
2.2 ESTILO NEOCLÁSSICO

2.2.1. Definição de termo e conceitos

O termo neoclássico que acaba também ser referenciado como “novo


clássico” acabando por receber esse nome uma vez que esteve baseado nos ideais
clássicos ou seja nos ideias Greco-romano mas diferente do renascimento que era
rebuscar os conceitos clássicos neoclassicismo buscava acrescentar, ou seja
introduzir novos elementos as ideias clássicas. Trata-se de um movimento de
oposição aos exageros, rebuscamento e complexidades do Barroco.

Esta corrente artística do estilo neoclássico, desenvolveu-se


desde meados do século XVIII até aos inícios do século XIX
(aproximadamente entre 1755 e 1830), e difundiu-se por todos
os países ocidentais, acabando por influenciar a produção
arquitectónica da Rússia, Estados Unidos e América Latina.
Apesar de se tratar dum fenómeno internacional, a arquitectura
neoclássica foi caracterizada por diferentes correntes conforme a
época e as diferentes tradições estabelecidas anteriormente nos
vários países. Neste sentido, torna-se difícil conceber uma
periodização rigorosa: na verdade, o neoclassicismo não só se
enquadra numa extensa corrente fundada sobre o estudo da
arquitectura clássica (já a partir da arquitectura do século XVI),
como se manteve em voga durante todo o século XIX,
caracterizada no decorrer do eclectismo e, eventualmente,
deixando os seus traços na arquitectura dela decorrente (ver, por
exemplo, monumentalíssimo).

No fim do século XVIII e início do XIX, a Europa assistiu a um grande


avanço tecnológico, resultado directo dos primeiros momentos da Revolução
Industrial e da cultura iluminista. Foram descobertas novas possibilidades
construtivas e estruturais, de forma que os antigos materiais (como a pedra e a
madeira) passaram a ser substituídos gradativamente pelo concreto (betão) (e mais
tarde pelo concreto armado) e pelo metal. Paralelamente, profundamente
influenciados pelo contexto cultural do Iluminismo europeu, os arquitectos do
século XVIII passaram a rejeitar a religiosidade intensa da estética anterior e o
exagero luxuriante do barroco. Buscava-se uma síntese espacial e formal mais

15
racional e objectiva, mas ainda não se tinha uma ideia clara de como aplicar as
novas tecnologias em uma nova arquitectura. Inseridos no contexto do
neoclassicismo nas artes, aqueles arquitectos viram na clássica a arquitectura ideal
para os novos tempos.

2.2.3 Características Gerais do Estilo Neoclássico

 Valorização do passado histórico

 Influência da arte clássica (greco-romana)

 Baseado nos ideais iluministas

 Oposição ao Barroco e ao Rococó

 Temas mitológicos e cotidianos

 Racionalismo, academicismo e idealismo

 Harmonia e beleza estética

 Simplicidade e equilíbrio das formas

 Uso da Proporção e da clareza

 Imitação da natureza

16
2.2.4 As Principais Projectos e os Respectivos Autores

17
2.3 ESTILO ECLÉTICO

2.3.1 Definições de termos e conceitos

A expressão arquitectura ecléctica refere-se a um período de


transição da arquitectura predominante desde meados do século
XIX até as primeiras décadas do século XX. Em arquitectura, o
eclectismo é a mistura de estilos arquitectónicos do passado para
a criação de uma nova linguagem arquitectónica. Apesar de que
sempre há existido alguma mistura de estilos durante a história
da arquitectura, a expressão "arquitectura ecléctica" é usada em
referência aos estilos surgidos durante o século XIX que
exibiam combinações de elementos que podiam vir da
arquitectura clássica, medieval, renascentista, barroca e
neoclássica

Em arquitectura, o eclecticismo é a mistura de estilos


arquitectónicos do passado para a criação de uma
nova linguagem arquitectónica. Apesar de que sempre há
existido alguma mistura de estilos durante a história da
arquitectura, a expressão "arquitectura ecléctica" é usada em
referência aos estilos surgidos durante o século XIX que
exibiam combinações de elementos que podiam vir
da arquitectura
clássica, medieval, renascentista, barroca e neoclássica. Assim,
o eclectismo se desenvolveu ao mesmo tempo e em íntima
relação com a chamada arquitectura historicista, que buscava
reviver a arquitectura antiga e gerou os estilos "neos"
(neogótico, neorromânico, neorrenascença, neobarroco, neocláss
ico etc.). Do ponto de vista técnico, a arquitectura ecléctica
também se aproveitou dos novos avanços da engenharia do
século XIX, como o que possibilitou construções com estruturas
de ferro forjado.

Uma das grandes influências da arquitectura ecléctica foi a


arquitectura praticada na Escola de Belas Artes (École des
Beaux Arts) de Paris, então a cidade mais importante no campo
das artes. O chamado estilo "Beaux-arts", muito ornamentado e

18
imponente, que mesclava o renascimento, o barroco e o
neoclassicismo, foi influência obrigatória por todo o mundo
ocidental. Entre as realizações mais grandiosas da arquitectura
académica parisiense. Além do uso e mistura de estilos estéticos
históricos, a arquitectura ecléctica, de maneira geral, se
caracterizou pela simetria, busca de grandiosidade,
rigorosa hierarquização dos espaços internos e riqueza
decorativa.

O Eclectismo surgiu no século XIX, por volta 1840, na França. Em reacção a retomada
do estilo greco-romano os arquitectos começam a propor a retomada de outros modelos
históricos como, por exemplo, o gótico e o românico. As razões do eclectismo devem ser
buscadas na reacção a Revolução Industrial, na ascensão de uma nova classe em busca de
status, no crescente individualismo, na nostalgia do longínquo posta em voga pelo
Romantismo. O surgimento de uma sociedade de massa. Descobrir ao mesmo tempo os
valores arquitectónicos do passado, adaptadas as exigências contemporâneas.

2.3.2 Características Gerais do Estilo Ecléctico

 A simetria dos espaços;

 A valorização da grandiosidade;

 O prestígio do luxo e da riqueza decorativa;

 A rigidez da classificação dos ambientes internos;

 O destaque para a proporção;

 A importação de elementos para construção, como o ferro;

 A presença de colunas e outras peças ornamentais;

 A expressividade, a dramaticidade e a sofisticação das construções.  

 A presença de um ou mais estilos arquitectónicos;

 O surgimento e crescimento de designers de interiores.

19
2.3.3As Principais Projectos e respectivos autores

20
2.4 ESTILO ARTE NOVA

2.4.1 Definições de termos e conceitos


Art nouveau  (pronúncia em francês: ou arte nova é um
estilo internacional de arquitectura e de artes
decorativas especialmente o início da arte
aplicada à indústria que foi muito apreciado de 1890 até os anos
1920. Antes da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), o estilo
mudou para um estilo mais geométrico, uma característica do
movimento artístico art déco (1910-1939). A expressão art
nouveau é a expressão francesa para "arte nova", e é também
conhecida como Jugendstil, termo alemão para "estilo da
juventude", que recebeu o nome devido à revista Jugend. A art
nouveau é uma reacção à arte académica do século XIX. É
inspirado principalmente por formas e estruturas naturais, não
somente de flores e plantas, mas também de linhas curvas.

21
A expressão art nouveau é a expressão francesa para "arte
nova", e é também conhecida como Jugendstil ,
termo alemão para "estilo da juventude", que recebeu o nome
devido à revista Jugend. A art nouveau é uma reacção à arte
académica do século XIX. É inspirado principalmente por
formas e estruturas naturais, não somente de flores e plantas,
mas também de linhas curvas. No início, nem art
nouveau nem jugendstil eram os nomes comuns do estilo. O
estilo era conhecido por esses termos em alguns locais, visto que
o estilo ganhava nomes diferentes à medida que se espalhava.
Esses dois nomes são advindos respectivamente
da galeria Maison de l'Art Nouveau  (Casa da Arte Nova)
de Samuel Bing  (também conhecido como Siegfried Bing) em
Paris e da revista Jugend  (Juventude) em Muniqueː ambas
promoveram e popularizaram o estilo.

O Art Nouveau ou Arte Nova foi um movimento artístico que surgiu no final
do século XIX na Bélgica, fora do contexto em que normalmente surgem as
vanguardas artísticas. Vigorou entre 1880 e 1920, aproximadamente. Existia na
sociedade em geral o desejo de buscar um estilo que reflectisse e acompanhasse as
inovações da sociedade industrial. A segunda metade do século XIX marcou uma
mudança estética nas artes, a inspiração na antiguidade vigorava desde o século
XV, e as fórmulas baseadas no Renascimento começam a dissipar-se dando lugar
a Arte Nova, que se opunha ao historicismo e tinha como tónica de seu discurso a
originalidade, a qualidade e a volta ao artesanato. A sociedade aceitou novos
objectos, móveis, anúncios, tecidos, roupas, jóias e acessórios criados a partir de
outras fontes: curvas assimétricas, formas botânicas, angulares, além dos motivos
florais. Fosse chamado de “Jugendstil” (Estilo Jovem) na Alemanha,
“Modernistas” na Espanha, “Sezessionstil” na Áustria, “Stile Liberty” na Itália ou
“Style Moderne” na França, o Art Nouveau era facilmente reconhecível pelas
linhas graciosas, exageradas e espiraladas, traços alongados formando arabescos e
entrelaçamentos de folhagens e flores e graças a isso ficou conhecido também
como “estilo floral”.

2.4.2 Características Gerais do Estilo Arte Nova

 Exuberância decorativa, formas ondulantes e elegantes;


22
 Era industrial quebra a autoridade das formas clássicas- histórica;
 Arquitectura dos séculos XVIII ao XIX foi de revivescência;
 Novos materiais e tecnologias favorecem essa ruptura radical;
 Formatos de folhagens e contornos sinuosos usados a exaustão, principalmente o
formato do lírio aquático;
 Orientado basicamente para o design;
 A decoração torna-se elaborada e exótica, as vezes mórbida;
 O sentido ascendente, entrelaçado e sugere o mover das árvores e das chamas;
 Com influências das gravuras japonesas, do barroco e do rococó francês.

2.4.3 As Principais Projectos e os respectivos Autores

 Foi usado com a máxima de eficiência na arquitectura de Antonio Gaudí e do belga


Victor Horta, além de aparecer em design de interior por todo o período, em geral.

 Na Espanha se destaca a Casa Milá, de Antoni Gaudi pela ausência de linhas rectas e
planas, a construção parece moldado por algum material mole que depois seca. E as
aberturas arredondadas sem simetria dão a sensação de algo gasto pela erosão.

 O belga Henry van de Velde – foi um dos maiores expoentes da arquitectura da Art
Noveau e pioneiro da Bauhaus.

 Alfons Mucha, foi símbolo da Art Noveau em Praga, Republica Checa.

 Hector Guimard, autor da edícula da estação do metrô Porta Dauphine em Paris.

 O local onde a Art Nouveau foi mais elegante foi na Escócia, em uma escola de


Glasgow, principalmente pelo trabalho do arquiteto Mackintosh. A linha tinha um
caráter decorativo e linear, tensa e elegante.  Onde era desenvolvida uma
ornamentação simbólica, independente da função estrutural do objeto.
 O pintor Gustav Klimt interpretou de maneira própria a Art Nouveau em seus quadros.
 Outros artistas importantes, além dos citados: Aubrey Beardsley, René Lalique,
Charles Rennie, Louis Comfort Tiffany.

23
Art Noveau Sagrada Família

Art Noaveau Antoni Gaudí Casa Batllo 1de

24
Art Noaveau Colégio Santa Inês de Domenico Delpiano

Art Noaveau Gresham Palace de Zsigmond Quithner

25
2.5 ESTILO ARTE DECO

2.5.1 Definições de termos e conceitos

Art déco, por vezes referido apenas como Deco, é um estilo


de artes visuais, arquitectura.  O Art Déco afetou as artes
decorativas, a arquitectura, o design de interiores e desenho
industrial, assim como a moda, a pintura, as artes gráficas,
o cinema e o design de vários tipos de meios de transporte
(carros, trens e transatlânticos) Seu nome tem origem da
abreviação de Artes Decorativas, da Exposition internationale
des arts décoratifs et industriels modernes (Exposição
Internacional de Artes Decorativas e Industriais Modernas)
realizada em Paris em 1925. Combinou estilos modernistas com
habilidade fina e materiais ricos. Durante o seu auge, o Art Déco
representou luxo, glamour, exuberância e fé no progresso social
e tecnológico. Arte Decó é um estilo artístico que influenciou
as artes, moda, cinema, arquitectura, design de interiores,
entre outras áreas. Entre as suas características estão o uso
de formas geométricas, ornamentos e design abstrato.

Os artistas de Arte Déco produziram uma grande variedade


de objectos práticos no estilo, feitos de materiais industriais de
ferro forjado tradicional ao aço cromado. O artista norte-
americano Norman Bel Geddes projetou um conjunto de
coquetel que lembra um arranha-céu feito de aço cromado.
Raymond Subes projetou uma elegante grade de metal para a
entrada do Palais de la Porte Dorée (Palácio do Portão
Dourado), a peça central da Exposição Colonial de Paris de
1931. O escultor francês Jean Dunand produziu magníficas
portas sobre o tema "The Hunt", coberto com folha de ouro e
tinta sobre gesso (1935). 

Art déco é um movimento artístico internacional que começou na Europa em 1910,


conheceu o seu apogeu nos anos 1920 e 1930 e declinou entre 1935 e 1939. O Art déco afetou
as artes decorativas, a arquitectura, o design de interiores e desenho industrial, assim como as
artes visuais, a moda, a pintura, as artes gráficas e o cinema. O pico da popularidade na
Europa foi durante os "loucos anos 1920" e continuou fortemente nos Estados Unidos através
26
da década de 1930. Embora, na época, muitos movimentos de design tivessem raízes em
intenções filosóficas ou políticas, o Art déco, ao contrário, foi meramente decorativo. Na
altura, este foi visto como estilo elegante, funcional e ultramoderno. Diferentemente do art
nouveau, o Art déco tem mais simplicidade de estilo.

2.5.2 Características gerais do Estilo Art Déco

Tendo outras características que não foram supracitados


mas que tornam um estilo bastante luxuoso e elegante. Sendo
um estilo extremamente ligado a decoração das edificações
acabando por apresentar características decorativas muito
próprias como as citadas abaixo:

 Materiais nobres: jade, marfim, madeira de lei envernizada, laca


etc.;

 Acabamentos em metais, como o cobre;

 Temas de animais e mulheres;

 Linhas retas e suntuosas;

 Arquitetura imponente;

2.5.3 As Principais Projectos e respectivos autores

Antes de mais a necessidade de citar, alguns percussores do


estilo como Robert Eugêne Pougheon « Artista francês que

27
trabalhou na pintura a abstração e os corpos humanos, com
estilo tonificado e ângulos acentuados»; Tamara de Lempicka
« Pintora de origem polonesa que impulsionou a pintura no
estilo com imagens femininas, altamente detalhistas e ricas em
cores.». Existe edifícios por nós muito bem conhecido que
congregam o estilo como o Edifício Chrysler, em New York,
um edifico muito famoso pela suas aparições em muitos filmes,
construído em 1930 ... por...

Art deco J.W. Knapp Company Building de Willian Mouser e Willian Mouser
Junior

28
art deco Edifício Art Déco da loja de departamentos La Samaritaine Paris de Frantz Joudainheuri

Art deco Théâtre des Champs Élysées Fachada de

29
2.6 ESTADO NOVO

2.6.1 Definições de termos e conceitos

É um vasto e a diversidade de linguagens estéticas


abrangente, descrita como umas das artes mais
instrumentalizadas pelo regime, é possível, de acordo com
alguns autores, analisar a arquitectura da época por via de três
gerações de arquitectos: uma primeira, nos anos 30, marcada
pela afirmação de arquitectos junto da campanha de obras
públicas promovida pelo regime; uma segunda, que se afirma
no pós-Segunda Guerra Mundial, como uma geração politizada
para a qual a visão de uma arquitectura moderna não se dissocia
da visão de uma sociedade progressista; finalmente, uma terceira
geração, cujo caminho se abre após a divulgação, em 1961, do
«Inquérito à Arquitetura Portuguesa» e que marca a
reconciliação com o lugar e a tradição.Indo para essência da
termologia do estilo “Estado Novo”, veremos que esta
extremamente ligada ao cenário politico que se vivia em
Portugal nos anos 30, mas defendesse que essa disignção do
estilo não é a mais correcta, por que durante o período politico
do Estado Novo foram aplicados diversos estilos arquitectónicos
em edifícios públicos portugueses, mas o estilo arquitectonico,
tomou outras designações como Estilo Nacionalista, Estilo
Tradicionalista ficando mais conhecido por “Estilo Português
Suave”  designação essa que foi-lhe dada ironicamente pelos
seus críticos, que o compararam a uma marca homónima de
cigarros. Ficou conhecido “Estilo Português Suave” um modelo
arquitectónico utilizado em edifícios públicos e privados
portugueses durante as décadas de 1930 a 1960.

O Estado Novo, regime político liderado por Oliveira Salazar em Portugal ,


saído da revolução de 1926, iniciou uma política de obras públicas em larga
escala, a partir de meados da década de 1930 sendo utilizando o “Estilo Português
Suave” que surgiu de uma corrente de arquitectos que, já desde o início do século
30
XX, procurava criar uma arquitectura "genuinamente portuguesa". Um dos
mentores desta corrente era o arquitecto Raul Lino, teorizador da casa portuguesa.
O resultado desta corrente foi a criação de um estilo de arquitectura que utilizava
as características modernistas da engenharia, disfarçadas por uma mistura de
elementos estéticos exteriores retirados da arquitectura portuguesa dos séculos
XVII e XVIII e das casas tradicionais das várias regiões de Portugal.

2.6.2 Características gerais do Estilo Estado Novo

Quanto as suas particularidades acabamos por ver que o que até então tinha sido muito
tradicionalista passou a contar com as mais recente inovações técnicas internacionais.

 Utilização de estruturas em betão e o sistema de laje - pilar – viga.

 Elementos decorativos como pedra rusticada, socos, cunhais e guarnições de vãos


em cantaria.

 Tectos de águas inclinadas com beirais e telha vermelha, falsas cornijas,


pináculos, pilastras em varandins, etc.

31
2.6.3 As Principais Projectos e respectivos autores

Estado Novo PalacioJustica (Porto) de Raul Rodrigues Lima

Estado Novo Basílica de Nossa Senhora do Rosário em Fátima de

32
Estado novo Casa dos Patudos de

2.7 ESTILO MODERNO

2.7.1 Definições de termos e conceitos


A arquitectura moderna , é o conjunto de tendencias
surgidas nas primeiras décadas do século XX, marcando uma
ruptura com a configuração tradicional de espaços, formas

33
compositórias e estéticas.  Suas idéias ultrapassaram a esfera
arquitectónica que influênciava o mundo da arte e do design .O
Movimento Moderno aproveitou as possibilidades de novos
materiais indústriais, como concreto armado , aço
laminado e vidro plano em grandes dimensões. Caracterizou-se
por plantas e secções ortogonais, geralmente assimétricas,
ausência de decoração nas fachadas e grandes janelas
horizontais conformadas por perfis de aço. Os espaços interiores
são brilhantes e diáfanos. O termo modernismo é, no entanto,
uma referência genérica que não traduz diferenças importantes
entre arquitectos de uma mesma época. Arquitectura moderna é
uma designação genérica para o conjunto de movimentos e
escolas arquitectónicas que vieram a caracterizar a arquitectura
produzida durante grande parte do século XX especialmente os
períodos entre as décadas de 10 e 50, inserida no contexto
artístico e cultural do Modernismo.

É impossível começar a falar da história da arquitectura


moderna sem dar um grande destaque à Bauhaus, a primeira
escola de design do mundo, criada em 1919 pelo arquiteto
Walter Gropius, ela foi responsável por grande parte do
desenvolvimento da arquitectura moderna no século XX. Em
1928, ocorreu na Suíça o primeiro CIAM (Congresso
Internacional de Arquitetura Moderna). O evento tinha como
objetivo discutir os rumos da arquitectura e áreas relacionadas,
como paisagismo, urbanismo, etc.Houve um momento em que a
arquitectura modernista passou a ser muito criticada, o que
causou o seu “fim” nos anos 70.

34
Ela foi fechada em 1933 devido a perseguições nazistas,
mas muito dos artistas que faziam parte da escola migraram para
outros países, levando a influência da arquitectura moderna para
outras localidades da Europa, Estados Unidos e América do
Sul.As obras criadas na escola Bauhaus fazia o uso de materiais
pré-fabricados e priorizava a simplificação dos volumes, a
geometrização das formas e predomínio de linhas retas.As
coberturas eram planas e as paredes brancas e lisas, geralmente,
sem decoração.Janelas amplas, em fita, ou vidraças de vidro
também são exemplos de características de obras do
movimento.Além de arquitectos, profissionais como designers,
pintores e artistas industriais realizaram grandes obras por meio
na Bauhaus.

2.7.2 Características gerais do Estilo Moderno

Apesar de ser um momento multifacetado da produção


arquitectónica internacional, o Modernismo manifestou alguns
princípios que foram seguidos por um sem número de
arquitectos, das mais variadas escolas e tendências.Uma das
principais bandeiras dos modernos é a rejeição dos estilos
históricos principalmente pelo que acreditavam ser a sua
devoção ao ornamento. Com o título de Ornamento e Crime
(1908) um ensaio de Adolf Loos critica o que acreditava ser uma
arquitectura preocupada com o supérfluo e o superficial.
produzir uma arquitectura sem ornamentos tornou-se uma
bandeira para alguns. Junto com as vanguardas artísticas das
décadas de 1910 e 20 havia como objectivo comum à criação de
espaços e objectos abstractos, geométricos e mínimos.

Outra característica importante eram as ideias de


industrialização, economia e a recém-descoberta noção do
design. Acreditava-se que o arquitecto era um profissional
responsável pela correcta e socialmente justa construção do
ambiente habitado pelo homem, carregando um fardo pesado.

35
Os edifícios deveriam ser económicos, limpos, úteis.Se
pudermos resumir em poucas palavras, a arquitectura moderna
privilegia a simplicidade, mas ao mesmo tempo não é simplória.
Ela prioriza formas simples e geométricas, livres de muitas
ornamentações. Mas também ela é caracterizada por cinco
pontos da arquitectura moderna que foram propostos por Le
Corbusier em 1926 que são:

 Fachada livre

 Janelas em fita

 Pilotis

 Terraço jardim

 Planta livre

Essas características trouxeram mais liberdade aos arquitectos, pois a


estrutura tornou-se independente das paredes, ou seja: é possível criar
projetos mais orgânicos, curvilíneos e que possibilitem maior integração
entre o interior e exterior das obras.

Nesse contexto, é possível trabalhar melhor as paredes, fachadas e janelas,


expandindo a criatividade e as possibilidades estéticas de um projeto.Veja
também e entenda o que é proporção áurea  e porque ela mudou a história da
arquitectura.

2.7.3 As Principais Projectos e respectivos autores

36
Arquitetura Moderna: Villa Savoye de Le Corbusier

Arquitetura Moderna: Congresso Nacional de Oscar Niemeyer

37
Arquitetura Moderna: Pavilhão Alemão da Feira Universal de Barcelona do Mies van der Rohe

Arquitetura Moderna: Casa da Cascata Frank Lloyd Wright

38
2.8 ESTILO BRUTALISMO

2.8.1 Definições de termos e conceitos


A arquitectura brutalista é uma inspiração para decoradores
e arquitectos, deixando ambientes comerciais e residenciais com
um charme a mais. O estilo foi muito utilizado até meados da
década de 1980, e agora volta como tendência e fonte de
inspiração.Os traços da arquitectura brutalista encontram-se
em obras pelo mundo todo. Sua estética crua destaca pilares, um
visual de obra inacabada e o conceito puro da arquitectura: a
construção de espaços de forma organizada e ordenada para
acomodar atividades humanas.

Apesar das características visuais do estilo, seu início se deu


em meados do século XX como uma derivação dos movimentos
moderno e minimalista, no contexto pós-guerra europeu. O
diferencial é que o ponto de partida não são conceitos artísticos,
e sim a necessidade e a função das obras. O brutalismo surgiu
nesse meio, derivado do termo “béton brut”, traduzido como
“concreto bruto”. A origem francesa da vertente revela a participação
de um dos principais mentores da arquitectura do século XX, Le
Corbusier.

Ele batizou e solidificou os ideais do movimento, aplicando-os


pela primeira vez nas Unités d’Habitation (Unidades de Habitação),
um de seus trabalhos mais marcantes.A primeira obra, localizada em
Marselha (França), foi construída entre 1945 e 1949. Ela é parte de um
conjunto de edifícios modulares com estilo moderno que preconizam a
economia de recursos para reerguer as cidades.Isso justifica o uso de
materiais baratos, como o concreto, e a aplicação de técnicas
modernas para facilitar a circulação de ar, por exemplo. As outras
unidades estão em Rezé, Berlim, Briey-en-Forêt e Firminy.

O pensamento arquitectónico do movimento expõe a realidade da


época e a consequência sobre o campo da construção civil.Naquele
momento, os edifícios eram vistos apenas pelo viés funcional, isto é,
era negada toda a ideia dos possíveis significados por trás de seu
desenho. Ele não era nada além do que aparentava e do que tinha
39
como função. Também eram rejeitados acessórios e artigos supérfluos,
valorizando apenas a “verdade estrutural” do projecto.As formas das
construções brutalistas fizeram muito sucesso pelo mundo inteiro,
principalmente em edifícios governamentais e em países como França,
Alemanha, Japão, Estados Unidos, Itália, Canadá, Israel e Austrália.
Sua presença também foi marcante no Brasil.

40
2.8.2 Características gerais do Estilo Brutalismo

 características que anteriormente dominavam a arquitectura como o estilo neoclássico e o


neogótico, cheios de adornos, detalhes, regulamento, valores ideológicos e culturais.

 A beleza diferenciada do brutalismo colocava vigas, pilares e os demais aspectos estruturais


em exposição, e materiais como concreto armado, madeira e aço eram protagonistas.

 De maneira geral, os prédios pertencentes a essa vertente são imponentes e de grande porte,
com desenhos arrojados, caracterizados principalmente por ângulos, módulos e formas
geométricas. Estruturas suspensas com recortes inusitados, muitas vigas, fachada tomada pelo
concreto e algumas aberturas cobertas por vidros completam a variedade das construções.

2.8.3 As Principais Projectos e respectivos autores


Verdade dos materiais é uma ideia arquitectónica construída
ao longo do século XX e normalmente apresentada como um
dos princípios da arquitectura (e em especial da sua corrente
conhecida como "brutalismo"). Tal ideia sustentaria que
qualquer material deveria ser usado onde ele seria mais

apropriado, assim como defenderia que sua natureza não deveria


ser ocultada por artifícios construtivos considerados, segundo
este ponto de vista.

41
Quartel general do FBI em Washington de Charles Murphy e Associados

42
Prefeitura de Boston – EUA de Kallmann, Mckinnell e Knowles

Arquitetura-brutalista-Carpenter-Center-EUA- de Le Corbusier

Arquitetura Brutalista-Tribunal de Contas do Município de São Paulo Plinio Croce Roberto


Aflalo e Giancarlo Gasperini

43
2.9 ESTILO PÓS- MODERNISMO

2.9.1 Definições de termos e conceitos


A arquitectura pós-moderna é conhecida como
uma tendência arquitetônica que teve início na década de 1950 ,
e passou a ser um movimento a partir da década de 1970 ,
continuando sua influência até os dias de hoje. A arquitetura
pós-moderna é um termo genérico para designar uma série de
novas propostas arquitetônicas cujo objetivo foi o de estabelecer
a crítica à arquitetura moderna, a partir do ano de 1929 com o
início da crise da Grande Depressão até o final da Década de
1970. Seu auge é associado à Década de 1950 (e a segunda
metade da Década de 1940, principalmente após o fim
da Segunda Guerra Mundial) em figuras como Robert
Venturi, Philip Johnson e Michael Graves nos Estados
Unidos, Aldo Rossi na Itália, e na Inglaterra James
Stirling e Michael Wilford, entre outros.

Também é definida como " neoeclética ", onde a


referência e o ornamento voltaram à fachada, substituindo
estilos modernos agressivos sem ornamentação. Este ecletismo é
freqüentemente combinado com o uso de ângulos não
ortogonais e superfícies incomuns.

Os arquitetos pós-modernos utilizaram uma série de


estratégias para estabelecer a crítica do modernismo,
principalmente a sua versão mais difundida e homogênea:
o estilo internacional. Entre estas estratégias a principal foi a
reavaliação do papel da história, reabilitada na composição
arquitetônica, principalmente como meio de provocação e crítica
à austeridade do modernismo. Philip Johnson (antes um ávido
defensor do estilo internacional), por exemplo, adotou uma
postura irônica em seus projetos utilizando um "armário antigo"
como referência formal para o seu edifício da AT&T em Nova
Iorque. Outros arquitetos adotaram padrões de ornamento e
formas de composição antigas. A cidade histórica foi reestudada

44
em busca da reabilitação da escala humana no urbanismo
por Rob Krier, entre outros.

Outras tendências podem ser associadas aos pós-


modernos, como o interesse pela cultura popular e a atenção
para o contexto de inserção do projeto. Robert Venturi, por
exemplo, chamou atenção para as muitas formas de arquitetura
vernacular (produzidas segundo uma estética da cultura popular)
em seu livro Aprendendo com Las Vegas. Aldo Rossi, por sua
vez, preocupou-se com a relação entre o novo projeto e os
edifícios existentes acompanhando a escala, altura e modulação
destes. Esta postura de congregação entre o novo e o antigo
convencionou-se chamar de contextualismo.
O pós-modernismo tem sua origem na comprovada falta
de arquitetura moderna . A sua preocupação com o
funcionalismo e a construção económica fez com que os
ornamentos fossem retirados e os edifícios revestidos com um
aspecto racional e austero. Muitos consideravam as construções
não atendendo à necessidade humana de conforto tanto para o
corpo quanto para os olhos, que o modernismo não levava em
conta o desejo pela beleza. O problema foi agravado quando
blocos de apartamentos já monótonos degeneraram em
favelas. Em resposta, os arquitetos procuraram reintroduzir os
ornamentos, a cor, a decoração e a escala humana nos
edifícios. A forma não é mais definida apenas por seus
requisitos funcionais ou aparência mínima.

2.9.2 Características gerais do Estilo Pós- Modernismo

 Individualismo e subjetividade
 Hedonismo, consumismo e narcisismo
 Comunicação e indústria cultural
 Imprecisão e espontaneidade
 Liberdade artística e formal
 Arte destituída de hierarquizações
 Ausência de valores
 Nilismo artístico
 Polifonia e intertextualidade
 Multiplicidade de estilos
 Combinação de tendências
 Arte ecléctica e híbrida

45
 Hiper-realismo
 Aproximação com a cultura popular

2.9.3 As Principais Projectos e respectivos autores

46
CAPITULO III – ENQUADRAMENTO URBANISTICO E
ARQUITETÓNICO DAS CIDADES DE LUANDA E SALVADOR DA
BAIHA

3.1. HISTÓRIA E GEOGRAFIA DA CIDADE DE LUANDA

GEOGRAFIA

Luanda é a Capital de Angola e da província de Luanda,


e a maior cidade do país desde 1627. Esta cidade situa-se no
litoral, junto da baía com o mesmo nome. Limitada a Norte e a
Oeste pelo Oceano Atlântico, a Este pelos distritos Cacuaco,
Cazenga, Viana a Sudeste e por Belas a Sul. A Cidade de
Luanda possui uma área territorial de 113 km2. Por volta de
1974, Luanda tinha uma população de aproximadamente 500
000 pessoas, e actualmente segundo as estimativas elaboradas
pelo Instituto Nacional de Estatística possui uma população de
2,6 milhões de habitantes. Apresenta um clima tropical húmido,
caraterizado por duas estações: a estação das chuvas, período
mais quente que vai de outubro a Abril. E a estação da seca
(cacimbo), que vai de Maio a Setembro. Das cinco zonas
naturais prominentes em Angola, Luanda nos apresenta o que
caracterizamos por savanas secas com árvores ou arbustos. Com
uma temperatura média anual de 26ºC.

BREVE HISTÓRIA

A história de Luanda começa com a chegada dos portugueses à Ilha de


Luanda em 11 de Fevereiro de 1575, por Paulo Dias de Novais e o primeiro
contacto dos portugueses foi com o Reino do Kongo, considerado como o reino
mais poderoso da região que detinha a ilha de Luanda e solicitavam tributo aos
restantes reinos. Luanda foi formalmente fundada por Paulo Dias de Novais em
25 de janeiro de 1576 com o nome de São Paulo de Luanda. A estabilidade do
reino de Portugal e os conflitos de guerras na Europa, colocaram Portugal em
vantagens e permitiu-lhes chegar além, com os seus amplos conhecimentos em
navegação, atuação organizativa, a vontade de vencer para conseguir uma vida

47
melhor e estreita colaboração da Igreja Católica ao convencerem os indígenas a
aceitarem a colonização e a conversão destes em cristãos.

Os primeiros portugueses em Luanda residiam na ilha de


luanda e eram em número, muito reduzido. O número de
portugueses a residir em luanda sofreu um aumento com a
chegada de Paulo Dias de Novais. Quando Paulo Dias e sua
comitiva deixaram Luanda e passam para o local onde hoje é
Luanda, deu-se o início da ocupação portuguesa no território
angolano. Estabeleceram feitorias, enclaves, portos e sobados na
costa atlântica, inicialmente não existia qualquer organização
política ou administrativa, com excepção em poucos locais onde
houvesse portos como forma de salvaguarda dos traficantes
esclavagistas. O comércio de escravos provocou um retrocesso à
prática da agricultura, vindo-se a incentivá-la muitos anos
depois, quando os Portugueses já não tinham o Brasil como
colónia e necessitavam de voltar aos tempos áureos.

Luanda é uma cidade que detém um património de


origem portuguesa com relevância. As fortalezas, as igrejas os
sobrados e as casas típicas foram as suas primeiras edificações e
que maior destaque têm vindo a receber, pelas instituições
públicas, beneficiando de alguma protecção. Os vultuosos
investimentos, nacionais ou em parceria com financiadores
internacionais privados e institucionais, particularmente na área
da construção civil e das telecomunicações, fazem da cidade e
do município uma metrópole em crescimento acelerado, com
sofisticados edifícios residenciais e de escritórios que coabitam
com a cidade colonial e com enormes musseques carecidos
ainda de condições básicas de fornecimento de água e de
saneamento. Luanda é o principal centro financeiro, comercial e
económico de Angola, sendo responsável por cerca de 90% do
PIB (Produto Interno Bruto) do país. Ali se encontram sediadas
as maiores empresas angolanas e delegações e subsidiárias de
várias multinacionais. O porto de Luanda, localizado na baía de
Luanda, é o principal porto do país, movimentando mais de 70%

48
das importações e exportações angolanas (petróleo/crude
excluído). A capital é também o principal pólo universitário do
país, com um número considerável de universidades, entre as
quais: Universidade Agostinho Neto, Universidade Católica,
Universidade Independente, Universidade Jean Piaget,
Universidade Lusíada. Em 2008, foi lançado o projeto da Cidade
Universitária, que abrigará o primeiro Parque Científico e
Tecnológico de Angola. Nos últimos anos, o governo central
tem vindo a desenvolver um ambicioso plano de reconstrução
nacional que, embora abranja todas as regiões do país, tem
privilegiado a zona da capital. De facto, em Luanda, a
reconstrução é evidente em quase todos os sectores da cidade.
Devido ao grande crescimento populacional verificado na cidade
o preço dos terrenos aumentou exponencialmente e os
musseques estenderam-se até próximo da fronteira de cidades
como Viana. A implantação de infraestruturas ainda não
acompanha o rápido aumento da construção habitacional: só
20% da cidade de Luanda tem água e saneamento básico e
apenas 30% das casas têm água corrente. Está em marcha um
grande investimento na habitação social para abrigar parte da
população que vive nos musseques.

DESENVOLVIMENTO URBANO

Após sua fundação em 1575, Luanda evoluiu de


capitania, para a típica vila colonial portuguesa, e finalmente, no
ano de 1605, para o estatuto de cidade, que aos poucos foi se
expandindo, galgando as terras mais altas que a circundavam.
Desde a sua criação, a vivência da cidade de Luanda, foi sempre
marcada por duas zonas importantes, influenciadas
principalmente pela topografia do território - a cidade alta e a
cidade baixa.

Tal como o próprio nome sugere, a cidade baixa, refere-


se à plataforma que vai desde a cota do mar, até aos 50 e 60
metros de altitude, desenhada pela erosão dos solos, e que

49
mantém contacto direto com o mar. A cidade alta, refere-se à
“plataforma planáltica” com 40 a 80 metros de altitude, e que
por distinção natural, possui um estatuto urbano mais
privilegiado

Ao contrário, a cidade baixa, tinha a sua vivência e


organização muito marcadas e dependentes da atividade
portuária com um traçado urbano mais denso e confuso que se
organizava ao redor das dependências do porto, dada a sua
natureza mais comercial, com armazéns e quintais destinados
aos escravos.

Durante meados do século XX, Luanda era ainda uma


cidade com um traçado urbano lasso, disperso, de baixa
densidade, com os seus casarões típicos com enormes quintais e
com grossas paredes, e com “praças ajardinadas”; Após a
segunda guerra mundial sofreu uma profunda transformação,
determinada pelo seu porto em conjugação com os caminhos-de-
ferro que lançaram as bases para um grande crescimento
económico, ditado pelo aumento dos lucros da exportação do
café, pelo forte crescimento nos sectores da indústria, da
construção civil, e por uma grande vaga emigratória da Europa e
do interior da província de Angola em geral. A antiga cidade
típica portuguesa, com os seus palácios, sobrados, casas típicas,
com as suas igrejas barrocas coroando os seus pontos mais altos
e os seus bairros populares tradicionais, foi sendo demolida para
dar origem a edifícios de arquitectura moderna, destruindo
muito do patrimônio arquitetónico ultramarino que remontava
dos séculos XVII e XVIII, em nome de uma renovação urbana.

Durante os anos de 1958 a 1967, foram contruídos em


Luanda, mais de 2200 novos edifícios, a maior parte deles
modernistas e com vários pisos, avançando sobre a planície da
cidade alta, e densificando o tecido da cidade antiga fazendo-a
crescer em altura, com edifícios descritos como “arranha-céus”.
Na mesma altura, são abertas várias vias e introduzidos
50
equipamentos, como a Avenida dos Combatentes e o aeroporto
internacional.

Em apenas duas décadas, o número de habitantes de


Luanda quase que quadruplicou, passando de 61.028 na década
de 1940, para 224.540 em 1960, o que contribuiu para a
degradação das infraestruturas da cidade, que não conseguiam
acompanhar a demanda de chegada de novos habitantes,
tornando rapidamente obsoletos os planos de urbanização
previstos e implantados na cidade.

Após a independência de Angola, durante o período entre


1975 e 2002, com a guerra civil que se abateu sobre o país,
Luanda sofreu uma forte invasão devido ao êxodo das
populações que fugiam do interior do país para a cidade capital
na procura de refúgio, e que se foram fixando nas periferias da
cidade, dando origem a vários musseques, e expandindo-se para
além dos limites de segurança dos bairros periféricos, criando
um anel muito denso e caótico que se expande até os rios Bengo
e Kwanza. Luanda passou de forma desregulada, de uma massa
demográfica de aproximadamente 500.000 indivíduos, em 1975,
para cerca de 4.500.000 indivíduos, aquando dos acordos de paz
em 2002, e 2,6 milhões atualmente, como já foi referido
anteriormente.

3.2. HISTÓRIA E GEOGRAFIA DA CIDADE DO SALVADOR- BAHIA

GEOGRAFIA
Salvador é um município e capital do Estado da Bahia, a
Cidade de Luanda possui uma área territorial de 693,8 km2. Sua
fundação em 1549 por Tomé de Sousa ocorreu por conta da
implantação do Governo-Geral do Brasil pelo Império
Português. Com mais de 2,8 milhões de habitantes é o terceiro
município mais populoso do Brasil. Apresenta um clima tropical
atlântico, com temperatura média anual em torno dos 25°C e
precipitações abundantes durante o ano todo, sem estação seca
discernível.

51
BREVE HISTÓRIA
Salvador foi fundada pelo primeiro governador-geral do
Brasil, Tomé de Sousa, em 1549, por ordem de D. João III, que
resolveu ali instalar a sede do governo da colônia a fim de
promover seu desenvolvimento e coordenar a defesa contra
índios e piratas. O núcleo original da cidade surgiu na colina da
Sé, parte plana do alto da escarpa, e estendeu-se para oeste, até o
vale que corresponde à atual Baixa do Sapateiro. No século
XVI, Salvador limitava-se à área hoje compreendida entre o
Pelourinho e a praça Castro Alves. Nos primeiros tempos de sua
história, Salvador viveu momentos dramáticos. Em 1624 foi
atacada pelos holandeses, que capitularam no ano seguinte; em
1627 ocorreu nova investida dos holandeses, e em 1638 o conde
Maurício de Nassau chegou com tropas destinadas ao assalto da
cidade. As forças do último invasor holandês foram expulsas em
1654. No século XVIII a cidade tornou-se palco de diversos
movimentos pela independência nacional; houve levantes
armados, que foram sufocados pelas forças imperiais.
A expansão da lavoura canavieira no recôncavo teve
reflexos no desenvolvimento da cidade, que experimentou forte
surto de crescimento até meados do século XVIII. Nesse período
construíram-se palácios e solares, conventos e igrejas que
ampliaram os limites da cidade em direção ao alto das colinas:
para o norte, o convento do Carmo e a capela de Santo Antônio;
para o sul, o convento de São Bento; e para oeste, o do Desterro.
Em 1763 a capital do Brasil foi transferida para o Rio de Janeiro
e teve início uma fase de queda gradativa do ritmo de
crescimento de Salvador. Até o século XIX, a cidade baiana
limitava-se a leste pelo dique de Tororó, construído durante a
ocupação holandesa, ao sul pelo forte de São Pedro e ao norte
pelo forte do Barbalho.
No final do século XIX, o ritmo de crescimento foi
retomado e se acelerou na segunda metade do século XX, graças
sobretudo à exploração do petróleo — com a instalação da
refinaria de Mataripe e de outras unidades da Petrobrás — e à
implantação do Centro Industrial de Aratu. Ampliou-se a oferta
52
de empregos, assim como a formação de mão-de-obra e a
circulação de riqueza. A partir de então, a cidade consolidou
suas funções de metrópole regional e cresceu na direção das
praias e colinas.
DESENVOLVIMENTO URBANO
Salvador desenvolve-se em dois níveis distintos: a
Cidade Baixa, na estreita planície litorânea, e a Cidade Alta,
localizada no platô que se ergue em escarpa abrupta, a sessenta
metros do porto. A Cidade Baixa é núcleo das atividades
portuárias e comerciais, sobretudo do setor atacadista. Na
Cidade Alta os bairros residenciais contornam o centro histórico,
que se caracteriza pelo comércio varejista. Essa área da cidade
foi a que mais se modernizou e onde se localizam os prédios da
administração pública, embora se conservem casarões, sobrados,
igrejas e palácios característicos da cidade antiga. Os dois níveis
estão ligados pelo elevador Lacerda, um marco da cidade, em
funcionamento desde 1873, e pelo plano inclinado de
Gonçalves, também servido por elevador e construído numa
rampa de montanha aberta pelos jesuítas no século XVII.
A modernização viária de Salvador, realizada na década
de 1960, aproveitou os vales para a abertura de amplas avenidas
que facilitaram o trânsito entre o centro e os novos bairros e
locais de veraneio. Anteriormente, essa ligação se realizava
mediante o contorno da orla marítima. O crescimento da cidade,
porém, agravou os problemas sociais. A população mais pobre
concentra-se em bairros que se estendem em direção norte,
geralmente sem infra-estrutura urbana. Em Salvador está a
maior favela sobre palafitas no Brasil, Alagados.
Predominam em Salvador as atividades de serviços,
turismo e comércio, mas é marcante o crescimento da
industrialização. O Centro Industrial de Aratu, criado em 1967,
incentivou a instalação de unidades fabris, que têm crescido em
número e diversificação de produtos. As principais indústrias
são do setor têxtil, alimentício, de construção civil, e de
transformação de couro, fumo e cacau. O polo petroquímico de
Camaçari, que industrializa o petróleo do recôncavo, funciona
53
como centro de atração para diversas atividades da área
industrial e comercial. No quadro econômico destacam-se ainda
a pesca e a agricultura, em especial a de frutas como coco,
laranja, banana e manga.Importante núcleo de comunicações,
Salvador tem um porto tradicional e movimentado, que serve às
cidades do recôncavo e à região cacaueira do sul da Bahia. Uma
linha de ferry-boat liga Salvador à ilha de Itaparica. Além do
movimentado aeroporto, a cidade conta com estações
ferroviárias e é intenso o movimento rodoviário para o Sul e o
Nordeste.
Sede de duas universidades, a Federal da Bahia (UFB) e
a Católica de Salvador, Salvador viu nascer o primeiro centro de
estudos médicos criado no país, a Faculdade de Medicina, hoje
integrada à UFB. Entre os monumentos históricos da cidade se
incluem diversas igrejas, como a de Nossa Senhora do Rosário
dos Pretos, de estilo barroco, que faz parte do conjunto do
Pelourinho; a catedral-basílica (1572-1657); a igreja da Ordem
Terceira, cujo convento foi transformado em hotel; a igreja de
São Francisco, revestida com talha de ouro; a igreja de Nossa
Senhora da Conceição da Praia; a abadia de São Bento; a igreja
e convento de Nossa Senhora do Carmo; a igreja do Bonfim,
cuja festa tradicional ocorre no mês de janeiro; e a do Desterro.
Destacam-se também fortes da antiga linha de defesa da costa,
como os de São Marcelo, Santo Antônio da Barra, Monte Serrat,
São Pedro e Santa Maria.
Entre os museus, são famosos o Museu de Arte Sacra —
com um acervo que reúne mais de 1.500 peças, entre imagens,
esculturas, azulejos, alfaias, painéis, objectos de ouro, prata,
pedra-sabão e barro cozido — e o Museu Carlos Costa Pinto
(prataria e mobília), conhecido como Museu da Prata, e o Museu
de Arte da Bahia. A Cidade Baixa tem ainda como atrações o
Mercado Modelo, com lojas de artesanato, restaurantes e bares,
o solar do Ferrão, o solar do Unhão, totalmente restaurado, e a
feira de Água dos Meninos, ponto de afluência dos saveiros
típicos que levam produtos do recôncavo para Salvador.

54
3.3. ESTILO BARROCO EM LUANDA E EM SALVADOR

O Barroco angolano bem como o Brasileiro derivam de


uma forte influência portuguesa. Ele é definido como um estilo
correspondente à Contrarreforma, e desta forma não é
surpreendente que exemplos deste estilo estejam primáriamente
evidentes em Igrejas Cristãs. Apesar de haver em comum entre
as duas cidades tais como ambas terem sido parte de colonias
portuguesas, e de que a introdução de ambas cidades ao estilo
barroco ter sido através dos portugueses, o estilo barroco
evoluiu de forma diferente nas duas cidades.
Luanda por exemplo, cujas primeiras edificações foram
de carater barroco, no século XVI, no entanto este também
apresenta traços do estilo em que os jesuítas construíam, o
maneirismo. O estilo barroco foi-nos introduzido pelos
portugueses, mas não foi capaz de se desenvolver em algo mais,
de forma que a exuberância a que estamos acostumados quando
somos introduzidos ao barroco não se traduz totalmente nas
fachadas presentes em Luanda, ainda assim não deixam de ser
imponentes no seu direito. O estilo barroco em Luanda
encontra-se principalmente nas Igrejas, como já fora
mencionado, na arquitectura militar e residencial.
Já a arquitectura barroca brasileira, tendo sido
introduzida ao Brasil na epóca do ciclo do ouro, século XVIII,
as Igrejas, antes de aparencia humilde, começaram a
transformar-se com certas influencias do então Rococó, e assim,
adornando igrejas e monumentos com o ouro que era extraído
criando ainda mais belos monumentos arquitectonicos, que
exudiam exuberância tanto em suas fachadas como em seus
interiores. O estilo barroco destaca-se na arquitectura religiosa,
residencial.
3.3.1. Principais características.

LUANDA
 Forte carácter religioso e militar;

55
 Ambiguidade;

 Descentramento;

 Inspiração no barroco jesuíta;

 Plantas em forma de cruz latina;

 Frontões curvos e semicirculares;

 Fachadas adornadas por beirais de porta e de janela elaborados;

 Platibandas curvas;

 Cúpulas e abóbadas;

 Formas curvilíneas e em relevo.

SALVADOR
 Arquitetura barroca brasileira foi bastante influenciada pela religião.

 Esse estilo conta com várias obras que apresentam características de arte sacra.

 Uso prominente do ouro como elemento decorativo

 Mistura de materiais simples, como pedra-sabão e madeira, e materiais luxuosos como


o ouro

 Originalidade

 Detalhes ricos

 Formas em relevo e curvilíneas

 Fachadas concavas e convexas

3.3.2. Projeto De Referencia E Autores


Fortaleza De S. Miguel, actual Museu Das Forças Armadas
Foi a primeira fortificação a ser erguida em Luanda, no
século XVI, durante o governo de Paulo Dias de Novais,
primeiramente construída em taipa e adobe, substituídos em
1638 por barro, taipa e adobes. Nessa época apresentava a forma
de uma estrela com quatro pontas, com o sistema abaluartado,
segundo os métodos italianos mais atualizados da época,
sobretudo os do mestre Benedetto da Ravenna. Depois de oito

56
anos de ocupação holandesa, começou a ser construída em
alvenaria em 1669, fazendo parte das obras obrigatórias dos
sucessivos governadores. Foi classificada como Monumento
Nacional pela portaria provincial n.° 2837, publicada no Boletim

Oficial n.° 48, de 02.12.1938. Atualmente, é Museu das Forças


Armadas.

Igreja da Misericórdia
A Igreja da Misericórdia está ligada à fundação das
Misericórdias de Angola, que ocorreu em 1575, 1589 e 1660,
respectivamente em Luanda, Massangano e Benguela. Esta
igreja forma com o edifício da instituição um importante
conjunto na Cidade Alta, no eixo que ligava o Palácio dos
Governadores ao antigo Convento de São José. Não se sabe ao
certo a data da construção da igreja original, que desapareceu,

57
dando em 1679 origem a novo edifício com uma fachada
extremamente simples, de um só tramo separado por uma
cornija saliente, onde assenta um frontão curvo cuja centralidade
é marcada por uma janela que talvez tenha substituído um óculo.
Actualmente está encerrada ao público e foi classificada como
Imóvel de Interesse Público através da portaria provincial n.o
6.777

Igreja são Francisco – Salvador


A riqueza de detalhes e a completa sofisticação do interior da igreja são fatores determinantes
para torna-la a maior expressão da arte Barroca no Estado. Fundada em 1587, a Igreja atendia
às especificações do estilo Barroco e tinha como “função” atrair mais fiéis pelo
deslumbramento com todo o interior da casa revestido em talha de ouro (recomendação do
Concílio de Trento) e acabara, portanto, ostentando a extraordinária riqueza do clero. A nave
central é cortada por outra menor, formando a cruz latina. As pinturas no teto, tem forma de
estrelas, hexágonos e octógonos. Na sacristia, estão expostos dezoito painéis a óleo sobre a
vida de São Francisco. Os dois púlpitos laterais são talhados com folhas de videira, pássaros
e frutos colhidos por meninos e recobertos de ouro. Está localizada no Terreiro de Jesus,
Cidade Alta.

58
Igreja De Nossa Senhora Do Rosário Dos Pretos
Foi iniciada nos primeiros anos do século XVIII pela
Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos do
Pelourinho. A fachada tem frontão e duas torres. Destaca-se em
seu interior painéis de azulejos e três imagens do século XVIII,
de N. S. do Rosário, Santo Antonio e São Benedito. Nos fundos

localiza-se um antigo cemitério de escravos. Painel do teto de


autoria de José Joaquim da Rocha. Localiza-se no Centro
Histórico, Pelourinho.

3.3.2.1. Elementos Comuns


Como objectos de comparação temos a Igreja da
Misericórdia em Luanda e a Igreja de São Francisco em
Salvador e pode-se observar que dos vários elementos presente
em ambas obras, para além do personalidade religiosa das obras
se destacaram em comum nas suas fachadas as cornijas simples
e salientes, as pilastras, as torres cobertas por coruchéus
piramidais e pináculos, a cruz no topo dos frontão, janelas
longitudinais, adornos em relevo.

3.4. ESTILO NEOCLÁSSICO EM LUANDA E SALVADOR


A arquitectura neoclássica foi introduzida em Angola a
meiados do século XIX, no entanto sua presença fazia-se pesar
mais na arquitectura residencial da Cidade Alta entre membros
da corte e civis financeiramente abastados, do que em outro
aspecto, das edificações luandenses. Este estilo se estendeu até o

59
Estado Novo colonial. Assim o a arquitectura neoclassica passou
a ser sinónimo de imponencia e riqueza em Luanda.
Já a arquitectura Neoclássica no Brasil surgiu em 1750.
É essencial destacar que a arquitectura neoclássica brasileira
ficou restrita à Corte, aos meios oficiais e às camadas mais
abastadas. Isso porque os recursos para a sua produção
dependiam de elementos importados da Europa. Assim, a parte
menos favorecida da população contava com uma versão
provinciana, feita por escravos, e que imitava a arquitectura dos
grandes centros. Em 1826, foi fundada a Academia Imperial de
Belas Artes (futura Academia Nacional), instituição responsável
pela reorganização do sistema de artes visuais e arquitectura
brasileira. Logo, avesso ao estilo barroco (considerado atrasado
e de mau gosto), o estilo neoclássico começou a ser o padrão
para as obras do país, e tinha como objetivo modernizar o seu
cenário artístico. Assim, atraiu pintores estrangeiros e, com isso,
suas construções se tornaram mais refinadas.

3.4.1. Principais Características


Luanda
 Construções limpas

 Forte presença de elementos clássicos - greco-romanos

 Forte uso de simetria das fachadas

 Elevação das edificações com o uso de escadas

 Platibandas e Frontões triangulares decorativos

 Cúpulas e abobadas

 Elevação das edificações

 Escadarias

 Peitoris baixos;

 Balaústres

 Uso de vidro simples e coloridos nas portas e janelas


60
 Assimetria axial,

 Duplas cornijas;

 Colunas e colunatas;

 Sobrados.

Salvador
 Clareza construtiva;

 Forte inspiração na arquitectura clássica grega e romana;

 Uso de formas geométricas, retangulares e simétricas;

 Utilização de objectos sofisticados, como pedra, granito e mármore;

 Elevação nas edificações com o uso de escadas;

 Simplicidade formal e espacial;

 Paredes revestidas e pintadas com cores suaves;

 Valorização da decoração dos interiores com pinturas e revestimentos;

 Frontões triangulares e colunas;

 Uso de vidro simples ou colorido na parte mais alta das janelas e portas;

 Presença de abóbadas e cúpulas;

 Uniformidade de estilos;

 Aplicação de técnicas avançadas;

 Janelas e portas emolduradas em beirais com temática greco-romana.

3.4.2. Projectos De Referência E Seus Autores


Hospital Josina Machel (antes Maria Pia)
Obra oitocentista (construída em 1865-1883), segue o
tipo classicista característico de inúmeras obras públicas
portuguesas coloniais. O hospital foi erigido numa zona dos
então arredores de Luanda, marcando o primeiro eixo urbano de
crescimento da cidade para Sul, que ultrapassava finalmente a
barreira formada pela encosta da antiga Alta. A sua arquitectura

61
é de sentido neoclássico, constituindo um conjunto pavilhonar
marcado de forma representativa pelo amplo pórtico térreo, com
colunata (seis pilares), sobrepujado por um frontão triangular.
Foi alvo de recuperação recente.

Sobrado De Mabílio De Albuquerque


Construído em 1894, a mando do comerciante José da
Rocha Pinto é um interessante edifício da viragem do século,
sobretudo pela utilização de estatuária a coroar a cornija. Ocupa
os números 23 a 29 da Rua Major Kanyangulu (antiga Rua
Direita), e foi classificado por despacho n.o 47, de 08.07.1992.
À semelhança de muitos exemplos contemporâneos em
Portugal, insere‐se no tipo da arquitectura doméstica urbana de
Oitocentos, apresentando dois pisos, com cinco vãos de arco de
volta perfeita cada, tendo os superiores uma sacada com guarda
embutida em ferro forjado. A construção destaca‐se das
envolventes, pois apresenta, de cada lado, um vão térreo
embutido em muro, separando‐o do prédio anexo.

62
Palácio Rio Branco
O Palácio Rio Branco é a antiga sede do governo da Bahia.
Está situado em Salvador, na Praça Tomé de Sousa, onde
também se encontram a Prefeitura da cidade, a câmara
municipal e o Elevador Lacerda. A construção atual é de 1919, e
seu nome é uma referência ao Barão do Rio Branco. O palácio
primitivo começou a ser construído pelo primeiro governador-
geral do Brasil, Tomé de Sousa, em meados do século XVI, para
ser o centro da administração portuguesa. No início era de taipa
de pilão, recebendo posteriormente pequenas ampliações.

Recebeu então uma profunda reforma, ficando pronto em 1900,


na gestão do governador da Bahia, Luís Viana. Passava então a

63
exibir um nobre e imponente estilo neoclássico, bem ao gosto
francês.

3.4.2.1. Elementos Comuns


As obras destacadas no estilo neoclássico para Angola e Salvador foram comparadas
nas suas fachadas, no qual encontramos em comum elementos que nos fazem remeter a
arquitectura greco-romana tais como: colunas de ordem grega que suportam os pórticos nas
entradas acompanhados de escadarias de acesso, balaustradas, cornijas salientes, janelas
elongadas.esculturas que se assentam no topo de colunas ou colunatas.

3.5. ESTILO ART DECO EM LUANDA E SALVADOR


O período colonial também deixou traços arquitetónicos
modernos em Luanda. Muitos cinemas foram erguidos nos anos
40 com a influência do regime ditatorial português, o chamado
Estado Novo, e com ele veio também o Art Deco despoletando
uma sequência de cinemas ao estilo Art Deco, por toda Angola,
e obviamente Luanda. Arquitetura Art Deco de destaque temos
o Palácio da Pena, Cine Tropical, Cine Sporting e outros mais.
A Art Deco no Brasil teve de grande participação no
movimento de arte moderna no país. A Art Deco como
movimento se manifestou entre 1925 até 1939. Período que o
Brasil buscava uma identidade nacional, discutida desde a
Semana de Arte Moderna de 1922. Este estilo teve grande
impacto na arquitectura, design industrial com obras como
elevador Lacerda, o edifício A Tarde e outros mais.
3.5.1. Principais Características
Luanda
 Impressos em vitrais;

 Decoração de calçamentos;

 Letreiros.

 O seu aspecto limpo e funcional,

 Formas geométricas

 Linhas verticais

 Escalonamento de volumes

64
 Ritmo dos vãos das janelas formando um módulo que se repete;

 Falta de simetria.

Salvador
 Linhas geométricas;

 Preocupação com a aerodinâmica;

 Inspiração de culturas como a grécia e o egito.

 Inclusão da cultura marajoara

 Design abstrato

 Influência do construtivismo, modernismo e abstração geométrica

 Linhas retas e circulares estilizadas

 Escadarias;

3.5.2. Projectos De Referência E Autores


Elevador Lacerda
Erguido por Antonio de Lacerda, no século XIX, A
construção, que é considerada o primeiro elevador urbano de
Salvador e do mundo, está ativa e bastante funcional até hoje,
carregando milhares de pessoas todos os dias. Os seus materiais
prominentes são o concreto armado, vidro e granito.

65
Palácio Da Pena
O edifício é um dos exemplos mais importantes do estilo
Art Deco em Luanda. O projecto foi realizado na década dos
anos 30, pelo arquiteto Augusto Martins Barbosa.

3.4.2.1. Elementos Comuns


As obras destacadas acima no estilo Art Deco, apresentam em seu comum o seu
escalonamento de volumes, a continuidade vertical e horizontal, pelas suas fileiras e
cornijas, as janela que se repetem em módulo criando um ritmo que se estende na
horizontal, formas polidas e geométricas com principal preferência o
cubismo, a abundancia de vidro nas fachadas, e abundância de
vãos.

3.6. ESTILO

BRUTALISTA EM LUANDA E SALVADOR

O Brutalismo nasceu do esforço dos países europeus de


se recomporem após a Guerra Mundial II. A ideia de Brutalismo
em arquitectura está ligada à expressão dos materiais utilizados
em seu estado natural. Em Luanda este estilo arquitectonico foi-
nos trazido pelo arquitecto Vasco vieira da costa, e o Arquiteto
Fernão Lopes Simões de Carvalho. Salvador adotou este estilo
seguindo a ideologia do movimento brutalista paulista,
preocupado com questões sociais e com a "verdade dos
materiais"

3.6.1. Principais Características


Luanda e Salvador
 Uma das principais características é a nudez dos materiais, e dos elementos estruturais,
como vigas e pilares. a aparência inacabada das construções;

66
 O uso de materiais pesados, como o concreto, e de elementos como o tijolo, o aço e o
vidro;

 O carácter funcional;

 A prevalência de linhas rectas de formas geométricas e inusitadas, como pequenas


janelas;

 O contraste estético com outros estilos considerados mais “bonitos”, como o


neoclássico;

 A praticidade e a aversão aos detalhes e aos excessos;

 O uso de recursos resistentes e baratos;

 A presença de estruturas suspensas;

 A grandiosidade das construções.

3.6.2. Projectos De Referencia E Autores

Rádio Nacional de Angola


Localizado na Avenida Comandante Gika, a Rádio
Nacional de Angola (1963 – 1967) é uma mega-estrutura
brutalista, a Nascente do Bairro de Alvalade, com uma presença
icónica no tecido urbano de Luanda.
O edifício é desenhado por Fernão Simões de Carvalho
(1929-), em conjunto com José Pinto da Cunha (1921-1985) e
Fernando Alfredo Pereira (1927-), no âmbito do concurso
“Plano Radiodifusão de Angola”, promovido em 1961 pelo
Centro de Informação e Turismo de Angola.

67
Centro De Exposições do Centro Administrativo da Bahia
Esta magnífica estrutura que se assemelha a uma nave
espacial recém chegada no planeta foi projectada por João
Filgueiras Lima, grande adepto brasileiro do Movimento
Moderno, no Centro Administrativo de Salvador da Bahia. O

edifício conta com salas de exposições e anfiteatros.

3.6.2.1. Elementos Comuns


Para Brutalismo temos os edifícios Rádio Nacional de
Angola e Centro de exposições do Centro Admnistrativo da
68
Bahia. Na qual em comum têm a nudez dos edifícios revelando
a aparência do concreto bruto, a retidão das suas linhas,
elementos suspensos, grandiosidade das obras, ambos são
referência daquilo que é o movimento moderno.

3.7. ESTILO ECLÉTICO EM LUANDA E SALVADOR


A transição do Neoclassicismo para o Eclectismo
ocorreu de forma gradual, até meados dos anos de 1870, os
edifícios eram construídos seguindo as características
neoclássicas. A partir dessa época, o Eclectismo começou a
prevalecer sobre os outros estilos.
O Eclectismo em Salvador passa a predominar a partir da
década de 1910, coincidindo também com a chegada de
engenheiros, arquitectos e construtores vindos da Europa,
principalmente Itália. Entre os principais projetistas desta época,
estão Rossi Baptista e Filinto Santoro.
3.7.1. Principais Características
 Mesclagem de estilos arquitectonicos;

 a simetria dos espaços;

 a valorização da grandiosidade;

 o prestígio do luxo e da riqueza decorativa;

 a rigidez da classificação dos ambientes internos;

 o destaque para a proporção;

 a importação de elementos para construção, como o ferro;

 a presença de colunas e outras peças ornamentais;

 a expressividade, a dramaticidade e a sofisticação das construções.

 o surgimento e crescimento de designers de interiores.

3.7.2. Projectos De Referência E Autores


Palácio De Ferro
Consta que o conjunto original dos vários pavilhões que
constituem o Palácio tenha sido desenhado por Gustave Eiffel
para uma exposição internacional; mais tarde, a Companhia
69
Comercial de Angola adquiriu‐o e montou‐o em Luanda, em
1896. É contemporâneo da Torre Eiffel e do Palácio de Cristal
no Porto. É exemplar único em Luanda e uma referência urbana.
Entrou em degradação em meados do século XX, mas sofreu
total recuperação para albergar o Museu do Diamante.

Palácio Das Comunicações


Este majestoso edifício de características palacianas é
modelo único em Luanda, e caracteriza‐se pela fusão do estilo
barroco da Escola Italiana com a Escola Portuguesa. Segue os
princípios da arquitectura ecléctica, já que sintetiza com mestria
os valores do barroco, da art nouveau e da art déco na requintada
ornamentação e conjugação do classicismo romântico, numa
dialética harmoniosa e equilibrada. Foi construído entre 1921 e
1923 (conhecido como o
Edifício da Rádio) especialmente para albergar a Direção dos
Serviços de Correios, Telégrafos e Telefones. Atualmente é o
Ministério dos Correios e Telecomunicações. Situado na Rua da
Alfândega, n.° 10‐14, foi classificado como Monumento
Nacional por despacho publicado no Diário da República n.°
205, de 31.08.1981.

70
Palacete De Bernardo Martins Catharino
O Palacete do Comendador Bernardo Martins Catharino,
também chamado de Palacete das Artes ou Palacete Catharino, é
um casarão histórico localizado na Rua da Graça, na cidade de
Salvador (Bahia). Atualmente abriga o Museu Rodin Bahia. A
residência foi construída em 1912 para o comendador Bernardo
Martins Catharino, foi projetada pelo arquiteto Rossi Baptista e
decorado por Oreste Sercelli. Apresentado arquitectura

ecléctica, o casarão exprime a riqueza da burguesia baiana


durante o início do século XX, sendo muito influenciada pelos
movimentos artistícos que ocorriam na Europa nessa época.

71
3.7.2.1. Elementos Comuns
O Palácio do Ferro, o Palacete de Bernardo Martins e o Palácio das Comunicações
temos em comum os guarda-corpos, balaustradas, sacadas, escadarias, abundância de vãos,
janelas de figuras variadas, cornijas salientes, coberturas de telhas, cores claras e suaves, eles
apresentam 2 ou mais pisos.

72
CONCLUSÃO
Durante uma longa pesquisa sobre os estilos
Arquitetônicos das cidades em em estudo e tendo que compara-
las sobre a organização Arquitectónica das cidades, nos
podemos concluir que Ambas as cidades têm uma ligeira
semelhança visto que em alguns estilos t~em carateristicas
iguais, então nós concluimos da seguinte maneira A comparação
das cidades em estudo é muito importante para o
desenvolvimento da Arquitectura em ambas as cidades, apesar
de que na cidade de Salvador, os estilos Arquitetónicos estão
muito evoluidos diferente da cidade de Luanda que ainda há
uma escássses no que toca os estilos. Mas vale lembrar que
ambas cidades estão bem representadas no seio da Arquitectura

73
REFERÊNCIAS

1) R. De Fusco, L'architettura dell'Ottocento, cit., p. 49.


2) R. De Fusco, L'architettura dell'Ottocento, cit., p. 79.
3) R. De Fusco, L'architettura dell'Ottocento, cit., p. 13.
4) AM Matteucci, A arquitetura do século XVIII, Turim, Garzanti, 1992, p.
303.

5) N. Pevsner, J. Fleming, H. Honour, Dizionario di architettura, cit., voci


Lodoli, Carlo e Algarotti, Francesco.
6) R. Middleton, D. Watkin, Architettura dell'Ottocento, cit., pp. 282-285.
7) A.M. Matteucci, L'architettura del Settecento, cit., p. 304.
8) R. Middleton, D. Watkin, Architettura dell'Ottocento, cit. p. 285.
9) A.M. Matteucci, L'architettura del Settecento, cit., p. 34.
10) AM Matteucci, A arquitetura do século XVIII, cit., P. 40.
11) A.M. Matteucci, L'architettura del Settecento, cit., p. 50.
12) R. De Fusco, L'architettura dell'Ottocento, cit., p. 35.
13) N. Pevsner, J. Fleming, H. Honour, Dizionario di architettura, cit., voce
Valadier, Giuseppe.

14) R. De Fusco, Mille anni d'architettura in Europa, cit., p. 528.


15) R. De Fusco, A arquitetura do século XIX, cit., P. 137.
16) R. De Fusco, L'architettura dell'Ottocento, cit., p. 151.
17) R. Middleton, D. Watkin, Architettura dell'Ottocento, cit., pp. 291-292.
18) R. De Fusco, L'architettura dell'Ottocento, cit., p. 56.
19) R. Middleton, D. Watkin, Architettura dell'Ottocento, cit., p. 291.
20) Ecletismo na arquitetura II. Coisas da Arquitetura, 28/09/2010b. link.
21) Ecletismo na arquitetura III. Coisas da Arquitetura, 28/09/2010c. link.
22) Ecletismo na arquitetura IV. Coisas da Arquitetura, 18/11/2010d. link.

74
BIBLIOGRÁFICAS
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Shakespeare and His Contemporaries: Eastern and Central European
Studies. University of Delaware Press, 1993, p. 11-57
2) Rosenblum, Robert. Transformations in Late Eighteenth-Century Art.
Princeton University Press, 1970, pp. 3-4
3) Palmer, Allison Lee. Historical Dictionary of Neoclassical Art and
Architecture. Scarecrow Press, 2011, pp. ix; 1-2
4) Schwarcz, Lilia Moritz. O Sol do Brasil: Nicolas-Antoine Taunay e as
desventuras dos artistas franceses na corte de d. João. São Paulo:
Companhia das Letras, 2008. pp. 65-66

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de Ramos de Azevedo. A arquitetura rural campineira: a Fazenda São
Vicente em Campinas. 2009. 296 p. Dissertação (Mestrado em
Urbanismo) - Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Campinas,
2009.
6) CAMPOS, Eudes. Chalés paulistanos. An. mus. paul., São Paulo, v. 16, n.
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7) COLIN, Silvio. Ecletismo na arquitetura I. Coisas da Arquitetura,
28/09/2010a. link.
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modernização. An. mus. paul., São Paulo, v. 1, n. 1, p. 131-143, 1993.
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Ecletismo na arquitetura brasileira. São Paulo: Ed. USP/Nobel, 1987. p.
68-103. [Cf. ALMEIDA, 2012, p.
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FABRIS, Anatereza. Ecletismo na arquitetura brasileira. São Paulo:
Nobel/Ed. da USP, 1987. pp. 8-27. 11) Grand Lisboa". Emporis.
12) Denis Rafael Cardoso. "Academicism, Imperialism and national identity:
the case of Brazil's Academia Imperial de Belas Artes", in Denis, Rafael
Cardoso; Trod, Colin. Art and the academy in the nineteenth century.
Manchester University Press, 2000, pp. 53-55
13) ALMEIDA, Paulo Mendes de. De Anita ao museu. São Paulo: Perspectiva
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75
14) CAVALCANTI, Lauro (org.). Quando o Brasil era Moderno: artes
plásticas no Rio de Janeiro 1905-1960. Curadoria Lauro Cavalcanti;
assistência de curadoria Lucia de Meira Lima. Rio de Janeiro: Aeroplano,
2001.
15) LOURENÇO, Maria Cecília França. Museus acolhem moderno. 1997.
327p. Tese (Livredocência) - Departamento de História da Arquitetura e
Estética do Projeto, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da
Universidade de São Paulo - FAU/USP. São Paulo, 1997.

PRESENÇA
O T P
R NOM 1 2 3 4 O E
ID
D ª ª ª ª T R

76
E A
S S S S L
e e e e
m m m m
a a a a
n n n n
a a a a

Q S Q S Q S Q S
u e u e u e u e
i x i x i x i x

0 Adriana 3 %
1 Moco 7
2
P F F P P P P P
2
5

0 António 3 P P 100 %
2 Canjila P P F F F P

0 Eugénio P P P P P P P P %
3 Cangalang
a
0 Fábio 100 %
4 Gando P P P P P P P P

Nicolas 3
Garcia 7
4 P P P P P P
9
9

77

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