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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................3
2 CONCEITO JURÍDICO DO INSTITUTO DA CARÊNCIA ............................................3
3 A CARÊNCIA NAS ESPÉCIES DE BENEFÍCIOS ............................................................3
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................5
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................6
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1 INTRODUÇÃO

A presente atividade complementar busca definir juridicamente o instituto da carência,


previsto na legislação previdenciária brasileira, bem como demonstrar sua consequência em
cada espécie de benefício previdenciário.

2 DEFINIÇÃO JURÍDICA DO INSTITUTO DA CARÊNCIA

De acordo com o art. 24 da Lei nº. 8.213/1991, tem-se que período de carência refere-
se ao número de contribuições mensais indispensáveis para que o beneficiário possa usufruir
do direito de receber ou gozar de determinado benefício, sendo estas consideradas a partir do
decurso do primeiro dia dos meses de suas competências (CASTRO; LAZZARI, 2018).
Nas palavras de Daniel Machado da Rocha:

Neste comando legal jaz uma norma protetiva do sistema impondo um período
mínimo durante o qual o obreiro, cuja qualidade de segurado foi adquirida, não poderá
usufruir de determinados benefícios, a fim de se preservar o sistema de previdência
social, essencialmente contributivo, daqueles que só acorrem a ele quando atingidos
pelo risco social (FREITAS, 1999, p.64).

Em outras palavras, significa dizer que a carência corresponde ao número mínimo de


recolhimentos mensais ou contribuições previdenciárias destinados à futura percepção de
benefício. Ou seja: Durante o período de carência, o beneficiário ainda não faz jus à prestação
previdenciária.
O dia do início da contagem do período de carência é feito observando algumas regras,
sendo que para o segurado empregado, doméstico, trabalhador avulso e contribuinte individual,
começa a contar do primeiro dia do mês de filiação ao RGPS, ou seja, desde o primeiro dia do
mês em que iniciou a execução de atividade remunerada nesta condição; para o segurado
contribuinte individual, especial e o facultativo, começa a contar da data do recolhimento da
primeira contribuição sem atraso (CASTRO; LAZZARI, 2018).
Vale ressaltar que o cálculo da carência é considerado a partir do primeiro dia do mês
correspondente à competência a que se refere o recolhimento da contribuição. Ademais, quanto
ao cômputo da carência, há o estabelecimento de regras no art. 26 do Decreto 3.048/1999, com
a redação dada pelo Decreto 4.729/2003.

3 A CARÊNCIA NAS ESPÉCIES DE BENEFÍCIOS


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A concessão das prestações pecuniárias do RGPS depende dos seguintes períodos de


carência, de acordo com o art. 25 da Lei n. 8.213/1991: Doze contribuições mensais, nos casos
de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez; Cento e oitenta contribuições mensais, nos
casos de aposentadoria por idade, por tempo de serviço e especial; Dez contribuições mensais,
no caso do salário-maternidade para as seguradas contribuintes individuais e seguradas
especiais e seguradas facultativas.
Vale enfatizar que para os segurados que ingressaram no RGPS após 24/07/1991, o
período de carência de qualquer aposentadoria, salvo a por invalidez, é de cento e oitenta
contribuições mensais.
Enquanto os benefícios apontados até então dependem de um determinado período de
carência para sua concessão, também há os que não necessitam de período de carência para ser
concedidos ao segurado, ou seja, a partir do momento em que um trabalhador se torna
contribuinte do INSS, ele tem direito a receber imediatamente esses benefícios, desde que
cumpra os demais requisitos para sua concessão. São eles: A pensão por morte, o salário-
família, o auxílio-acidente, bem como dos benefícios de serviço social e reabilitação social não
pecuniários.
Como já aduzido, para os benefícios de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez, a
carência é de 12 contribuições mensais. Contudo, nos casos em que haja características de
especificidade e gravidade que demonstrem o merecimento de um tratamento particularizado,
não há exigência de carência.
Para o benefício de auxílio-reclusão, a carência é de 24 contribuições mensais. Para o
benefício de salário-maternidade, sendo as seguradas contribuintes individuais ou facultativas,
a carência é de 10 contribuições mensais, enquanto que, para seguradas especiais, o critério é
12 meses de exercício de atividade rural imediatamente anteriores ao requerimento do
benefício. Porém, sendo a segurada empregada (inclusive empregada doméstica) e trabalhadora
avulsa, o período de carência é dispensado.
Não obstante, no que se refere aos benefícios de aposentadoria por idade ou por
invalidez, auxílio-doença, auxílio-reclusão e pensão por morte, no caso de segurados especiais,
também não há a exigência de carência.
Para tanto, os referidos segurados necessitam da comprovação de que exerceram
atividade rural no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, devendo a
atividade ter sido exercida pelo mesmo número de meses que é normalmente exigido de
carência.
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No que tange à pensão por morte, via de regra, não há exigência de carência. Contudo,
o número de contribuições realizadas antes do requerimento do benefício afeta a duração do
benefício pago ao cônjuge ou companheiro, sendo importante analisar a tabela estabelecida pela
Lei 8.213.
Nesse ínterim, quanto aos benefícios de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez, a
regra geral é que haja um período de carência de 12 meses, com algumas exceções. Quando o
segurado é empregado, trabalhador ou contribuinte individual prestando serviços a uma
empresa, a responsabilidade do recolhimento da contribuição recai sobre o empregador.
Assim sendo, caso não tenham sido recolhidas as 12 contribuições mensais que são
exigidas, o trabalhador não será impedido de apresentar o requerimento dos benefícios de
auxílio-doença e aposentadoria por invalidez.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta atividade foram expostos os principais aspectos e consequências da carência


quanto aos benefícios previdenciários. Para tanto, demonstrou-se hipóteses em que ela se faz
um requisito imprescindível para a concessão de um determinado benefício e hipóteses em que
essa exigência é dispensada. Por fim, foram listados os períodos exigidos para diversos
benefícios, além de suas regras gerais e específicas.
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REFERÊNCIAS

CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de Direito
Previdenciário. 21ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2018.

FREITAS, Vladimir Passos de. Direito previdenciário: aspectos materiais, processuais e


penais. 2ª ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1999.

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