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207.05
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada
pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na
jurisprudência dos Tribunais.
Sumário
1. Extinção da punibilidade na parte geral do CPM (art. 123) – continuação .................................. 2
1.1. Ressarcimento do dano no peculato culposo .............................................................................. 2
2. Extinção da punibilidade na parte especial do CPM (art. 255, parágrafo único, CPM) ................ 4
2.1. Perdão judicial na receptação culposa ........................................................................................ 4
3. Prescrição na esfera militar ........................................................................................................... 8
3.1. Prescrição da pretensão punitiva ................................................................................................ 9
3.1.1 Prescrição em abstrato ........................................................................................................ 11
3.1.2 Causas suspensivas da prescrição........................................................................................ 13
3.1.3. Prescrição em concreto ...................................................................................................... 14
3.2. Prescrição da pretensão executória .......................................................................................... 19
3.2.1. Causas suspensivas e interruptivas da prescrição .............................................................. 21
4. Casos especiais ............................................................................................................................ 21
4.1 Penas principais de reforma e suspensão (art. 127, CPM) ......................................................... 22
4.2. Execução de penas acessórias (art. 130, CPM) .......................................................................... 22
4.3. Prescrição no crime de insubmissão.......................................................................................... 22
4.4. Prescrição no crime de deserção ............................................................................................... 23
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Processo Penal Militar
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Causas extintivas
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;
IV - pela prescrição;
V - pela reabilitação;
Peculato
Art. 303. Apropriar-se de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou
particular, de que tem a posse ou detenção, em razão do cargo ou comissão, ou desviá-
lo em proveito próprio ou alheio:
Peculato-furto
Peculato culposo
Não se confunde com o arrependimento posterior, uma vez que se trata de crime
culposo. Sendo culposo o crime, não há arrependimento, pois o agente não desejou praticar
o crime.
Peculato
Peculato culposo
Observe-se também que existe uma benesse caso a reparação do dano ocorra após o
trânsito em julgado. Tanto no CP comum quanto no CPM, ainda que o ressarcimento seja
feito depois do trânsito em julgado, haverá a redução da pena pela metade. Não extingue a
punibilidade.
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2. Extinção da punibilidade na parte especial do CPM (art. 255, parágrafo único, CPM)
Receptação culposa
Art. 255. Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela manifesta
desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve
presumir-se obtida por meio criminoso:
Receptação
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de
1996)
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O Princípio da Insignificância, na esfera militar, em que pese até seja admitido pelo
STF em casos muito especiais, é tratado de forma restrita pelo STM.
O valor de 10%, tratado na esfera comum como ínfimo, para a esfera militar será
considerado pequeno valor para efeito de perdão judicial, sendo o instituto tratado com
maior rigidez no CPM que no CP comum.
A imputação feita pelo MP militar foi de desrespeito e violência à superior (art. 157
e 160, CPM).
Desrespeito a superior
Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.
(HC 131076 MC, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, julgado em 28/10/2015, publicado em
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-220 DIVULG 04/11/2015 PUBLIC 05/11/2015)
O caso envolveu uma briga entre militares por causa de uma lata de cerveja, fato
que cominou em agressões físicas e verbais contra outros militares na comemoração de
aniversário de um deles, realizada na área de lazer de um condomínio em Tabatinga,
Amazonas. Nessa situação, um subalterno agrediu um superior.
O STF decidiu que embora o crime tenha sido cometido de militar contra militar, é
caso de crime comum. A visão do STM e do MP militar é de que o crime é militar.
Entretanto, nesse caso, o STF decidiu, por unanimidade, que ainda que os agentes
saibam da condição de militar um do outro, por ter sido o crime praticado fora da atividade
e de lugar sujeito à jurisdição militar, a competência será da justiça comum.
Lembrar-se do art. 121, §5º, CP comum. Se o agente é atingido de forma tão grave
pelo fato (resultado que ele mesmo produziu de forma descuidada) que a pena se torna
desnecessária, o juiz pode deixar de aplicar a pena.
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Na esfera militar, há quem entenda que é possível a aplicação do perdão judicial por
analogia, diante da omissão do legislador castrense, sobretudo por uma visão constitucional
sobre as finalidades e funções retributiva e preventiva da pena.
O homicídio culposo está previsto no art. 206, CPM e por esta visão favorável à
aplicação do perdão, esse artigo poderia ser ampliado pelo art. 121, §5º, CP comum.
Homicídio culposo
Art. 121,§ 5º, CP - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a
pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave
que a sanção penal se torne desnecessária. (Incluído pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)
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(HC 116254, Relator(a): Min. ROSA WEBER, Primeira Turma, julgado em 25/06/2013,
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-158 DIVULG 13-08-2013 PUBLIC 14-08-2013)
Nesse caso, prevalece a especialidade e o fato de que não é uma lacuna involuntária
da lei. O STF entendeu que se trata de um silêncio eloquente. Se o CPM previu perdão na
parte especial quando trata da receptação culposa e não o fez com o homicídio culposo nem
na parte geral, não se pode utilizar esse benefício por analogia, sob pena de descaracterizar
a índole do Direito Penal Militar, em nome da especialidade.
Ex.: militar que atirou acidentalmente e mata um amigo. Nesse caso, pode-se entrar
na discussão de que o agente foi atingido de forma tão grave que seria desnecessária a pena,
a depender da amizade e relação entre autor e vítima.
Diante de questão que aborde caso como este, deve-se expor a visão do STF de
inadmitir o perdão, mas também abordar que ainda que se admitisse, se é possível se
reconhecer o abalo causado pelo crime, em virtude de o agente ter atingido um amigo. A
legislação exige que o sujeito seja atingido de forma tão grave que a pena se torne
desnecessária.
Os Tribunais Superiores têm afirmado que a afetação tão grave é aquela que
envolve relação de parentesco, amizade, mas desde que haja relação forte, exigindo-se o
conhecimento prévio entre as pessoas. Não se aplica o perdão quando um estranho é
atingido ou pessoa que não tenha relacionamento próximo.
condenatória. Será buscada por meio da persecução penal para que se possa obter o título
condenatório e, por conseguinte, satisfazer a pretensão. Após o trânsito em julgado, a
pretensão punitiva se converte em executória. Nesse segundo momento, o Estado quer
fazer valer o título obtido.
O art. 124, CPM refere-se ao instituto pelas expressões prescrição da ação penal e
prescrição da pena. O professor critica esta linguagem por considera-la atécnica. Mas há
doutrinadores, como Damásio, que utilizam essa expressão.
Espécies de prescrição
Art. 125. A prescrição da ação penal, salvo o disposto no § 1º deste artigo, regula-se
pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se:
III - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito e não excede a doze;
VI - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não
excede a dois;
Observe-se que no inciso I, o CPM traz a prescrição para a pena de morte, que é de
30 anos. Isso é um diferencial. Os demais incisos trazem previsão semelhante à do art. 109,
CP comum.
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III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a
oito;
V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não
excede a dois;
Então, os únicos prazos que divergem do CPM em relação ao CP comum, são os das
prescrições máxima e mínima. A prescrição máxima é de 30 anos (no caso da pena de morte)
e a prescrição mínima é de 2 anos (no caso da pena em abstrato inferior a 1 ano). Os demais
prazos são idênticos nos dois diplomas.
O §1º do art. 125, CPM traz a hipótese de prescrição pela pena em concreto.
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Interrupção da prescrição
EMENTA Habeas corpus. Penal Militar. Pena agravada em sede de apelação. Prescrição
intercorrente. Ocorrência. Princípio da especialidade, o qual impede a aplicação, em
prejuízo do réu, do disposto no inciso IV do art. 117 do CP. Extinção da punibilidade pela
prescrição reconhecida. Ordem concedida. 1. O tema fulcral para o deslinde da
controvérsia posta nesta impetração diz com a eficácia ou não do acórdão que majorou
a pena imposta ao paciente para fins de interrupção da prescrição. 2. No ordenamento
penal castrense, dentre as causas de interrupção da prescrição estabelecidas no § 5º
do art. 125 do CPM, não há menção ao acórdão condenatório recorrível. 3. Princípio da
especialidade, a impedir a aplicação analógica do disposto no inciso IV do art. 117 do
CP. 4. Ordem concedida.
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Importante lembrar que a publicação é inerente á sentença. Não é a publicação no Diário Oficial. A publicação
da sentença mencionada pelo professor é quando o diretor de secretaria recebe a sentença, ou quando a
sentença é proferida na sessão de julgamento.
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(HC 111653, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, julgado em 06/11/2012,
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-022 DIVULG 31-01-2013 PUBLIC 01-02-2013)
Ementa: Penal militar. Habeas corpus. Desacato a militar – art. 299 do CPM. Sentença
absolutória. Acórdão condenatório. Prescrição da pretensão punitiva. Inexistência.
Publicação do acórdão da apelação: Causa interruptiva da prescrição (art. 125, § 5º, II,
do CPM). Inocorrência de analogia in malam partem. Menoridade. Redução do prazo
prescricional pela metade. Pena de 3 (três) meses de detenção. Não transcurso de 1 (um)
ano entre o recebimento da denúncia e a publicação do acórdão da apelação. Atenuante
da menoridade. Impossibilidade: pena fixada no mínimo legal. Detração penal.
Formalização perante o juízo da execução penal – art. 66, II, c, da Lei n. 7.210/84. 1. A
causa interruptiva da prescrição, inserta no art. 125, § 5º, inciso II, do Código Penal
Militar, refere-se à sentença ou acórdão condenatório recorríveis, posto não haver
distinção ontológica entre ambos, não incidindo o entendimento em analogia in
malam partem. 2. Consectariamente, absolvido o paciente em primeiro grau, a causa
interruptiva a ser considerada é a data da publicação do acórdão da apelação que o
condenou, sobretudo porque é nele que será fixada a pena in concreto que balizará o
cálculo da prescrição. Precedentes: RHC 109.973, Rel. Min. Joaquim Barbosa, DJ de
12/12/2011 e HC 109.390, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJ de 9/10/2012. 3. In casu, a
denúncia pelo crime de desacato a militar, tipificado no art. 299 do CPM, foi recebida em
28/04/2011, sobrevindo sentença absolutória, em 30/11/2011, e acórdão da apelação,
publicado em 21/03/2012, condenando o paciente à pena de 3 (três) meses de detenção,
com previsão de prazo prescricional de dois anos (art. 125, inciso VII do Código Penal
Militar). 4. Ad argumentandum tantum, ainda que se admita a menoridade relativa
(vinte e um anos), afirmada pela impetrante, mas não comprovada nos autos, o que
reduziria a prazo prescricional de 2 (dois) para 1 (um) ano, faz-se mister anotar que entre
a data do recebimento da denúncia – 28/04/2011 –, primeira causa interruptiva da
prescrição, e a publicação do acórdão condenatório – 21/03/2012 –, segunda causa
interruptiva da prescrição, não transcorreu lapso temporal superior a 1 (um) ano, por
isso inocorrente a prescrição da pretensão punitiva. 5. A atenuante da menoridade é
inaplicável quando a pena é fixada no mínimo legal (HC 94.243, Rel. Min. Eros Grau, DJ
de 31/03/2009). 6. A detração de 1 (um) dia da pena (o paciente foi preso em flagrante,
em 30/03/2011, e posto em liberdade no dia seguinte), deve ser formulada ao juízo da
execução penal, a luz do art. 66, inciso III, alínea c, da Lei n. 7.210/84. 7. Ordem
denegada.
(HC 115035, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 18/06/2013,
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-125 DIVULG 28-06-2013 PUBLIC 01-07-2013)
No caso concreto, o réu havia sido absolvido em primeiro grau, de forma que o
acórdão foi o primeiro decreto condenatório. Ocorrendo a absolvição em primeiro grau, o
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Observe-se que o CPM não traz previsão expressa nesse sentido. Trata-se de
construção jurisprudencial.
Suspensão da prescrição
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No processo penal militar, efetivada a citação por edital, não comparecendo o réu,
nem constituindo advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional,
podendo o juiz determinar a produção antecipada de provas consideradas urgentes e, se for
o caso, decretar a prisão preventiva.
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado,
ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar
a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar
prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312. (Redação dada pela Lei nº 9.271,
de 17.4.1996) (Vide Lei nº 11.719, de 2008)
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Art. 125. A prescrição da ação penal, salvo o disposto no § 1º deste artigo, regula-se
pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se:
III - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito e não excede a doze;
VI - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não
excede a dois;
Modalidades:
Retroativa
tema. A prescrição retroativa do CPM só vai até o recebimento. Era uma analogia in bonam
partem, já que o instituto era previsto no CP comum.
A partir da Lei 12.234/2010, essa prescrição retroativa do recebimento até o fato foi
abolida do CP comum e, portanto, também foi extinta na esfera militar. Não há como se
fazer a analogia utilizada anteriormente ao advento da lei.
Hoje (desde 2010), assim como na esfera comum, na esfera militar não se aplica mais
a prescrição retroativa até o fato, ou seja, marco inicial anterior ao recebimento da inicial
acusatória. Os fatos ocorridos antes da lei permitem essa prescrição.
(HC 103407 ED, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em
15/02/2011, DJe-049 DIVULG 15-03-2011 PUBLIC 16-03-2011 EMENT VOL-02482-01 PP-
00045)
Ex.: Imagine-se que a pena mínima seja 1 ano, que prescreve em 4 anos. Do fato até
o recebimento se passaram 10 anos. Supondo-se que a pena prevista para o delito seja de 1
a 5 anos, se o parâmetro for a pena máxima de 5 anos, a prescrição será de 12 anos então
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neste caso ainda não teria havido prescrição. Mas se o cálculo tomar por base a pena
mínima restará configurada a prescrição retroativa.
Com base nessa ideia, seria possível essa prescrição antecipada com base numa
pena hipotética.
Toda essa discussão arrefeceu com o advento da Lei 12.234/2010, pois a prescrição
retroativa nesses termos não mais existe.
2
Para o professor, esse argumento é falacioso, vez que a própria prescrição retroativa é criação pretoriana.
Antes de constar no CP, foi súmula do STF.
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É um argumento que importa apenas tecnicamente. Para o acusado, o que importa é o fim do processo.
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Intercorrente ou Superveniente
Se, neste mesmo exemplo, o réu for menor de 21 anos de idade, a prescrição será
reduzida à metade, sendo de 2 anos. Caso não haja celeridade processual, pode haver
prescrição intercorrente.
Ex.: em um caso em que a pena cominada era de 2 anos e o acórdão diminui para 8
meses, criando nova base de cálculo para a prescrição. Tendo por base essa nova pena, a
prescrição será de 2 anos. Havendo o trânsito em julgado para a acusação, como essa nova
pena tem novo prazo prescricional, pode-se recalcular a prescrição retroativa.
Imagine-se que da sentença até o acórdão o lapso temporal foi de 2 anos e 1 mês.
Há prescrição. Mas para reconhecê-la é necessário o trânsito em julgado para a acusação em
relação ao acórdão.
ocorreria em 4 anos. Com a modificação da pena para 8 meses, o prazo prescricional cai para
2 anos, então ressurge a possibilidade de uma prescrição retroativa antes não admitida.
Espécies de prescrição
Manicômio judiciário
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Art. 112. Quando o agente é inimputável (art. 48), mas suas condições pessoais e o
fato praticado revelam que ele oferece perigo à incolumidade alheia, o juiz determina
sua internação em manicômio judiciário.
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VI - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não
excede a dois;
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Ex.: a fuga interrompe a execução. Nesse caso, o cálculo da prescrição será efetuado
com base na pena que resta a cumprir.
Ex.: em caso de doença mental superveniente, o agente deve ser transferido para um
hospital de custódia. Em primeiro momento, há tão somente uma transferência e o tempo
da interrupção é computado na pena. Se o agente recuperar a sua capacidade de
entendimento pelo tratamento, ele volta a cumprir pena. Apenas não haverá o retorno em
caso de conversão definitiva da pena em medida de segurança. A execução da pena é
interrompida, mas não conta como marco para início do cálculo da prescrição.
Ex.: Se o sujeito foi condenado a 3 anos e cumpriu 1 ano e meio depois fugiu, faltava
1 ano e meio de pena a cumprir. A prescrição da pretensão executória que antes era de 8
anos, agora será de 4 anos. Essa regra vale para o CP comum e para o CPM.
Súmula 220, STJ - A reincidência não influi no prazo da prescrição da pretensão punitiva.
4. Casos especiais
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Art. 127. Verifica-se em quatro anos a prescrição nos crimes cuja pena cominada, no
máximo, é de reforma ou de suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou
função.
As penas de reforma e suspensão não são privativas de liberdade para ser base de
cálculo, o legislador estabeleceu prazo especial. Esse prazo é fixo para pretensão punitiva e
executória.
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Se o agente não foi capturado, aos 45 anos, é extinta a punibilidade para a Praça.
Nesse caso, também não se inicia o processo vez que é necessária a reinclusão ao serviço.
Na Praça estável é a reversão, ficando agregado (no limbo) e quando se apresenta é
revertido ao serviço. A Praça sem estabilidade é excluída do serviço com a deserção e
quando ela é recaptura ou apresentada, faz o exame e é reincluída, que nesse caso também
é condição de procedibilidade.
Importante!
Ex.: Caso um soldado fuzileiro naval seja desertor, se ausentando do quartel por mais
de 8 dias, mas depois se apresenta, passa pelo exame e é reincluído no serviço. Suponha-se
que ele tinha na época 19 anos e ao se reapresentar responde por deserção e é reincluído.
Como ele era menor de 21 anos, a prescrição que era de 4 anos cai para 2 anos (art.
129, CPM).
Redução
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Art. 129. São reduzidos de metade os prazos da prescrição, quando o criminoso era,
ao tempo do crime, menor de vinte e um anos ou maior de setenta.
(HC 102008, Relator(a): Min. AYRES BRITTO, Segunda Turma, julgado em 13/12/2011,
ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-033 DIVULG 14-02-2012 PUBLIC 15-02-2012)
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