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FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DE MINAS GERAIS

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL LUCAS MACHADO


Curso: Psicologia Valor: 8,0
Disciplina: Fundamentos da Ética Data de Entrega: 19/09/2020
Período: 2º Semestre: 2º Ano Letivo: 2020
Coordenador de disciplina: Alexandre Dutra Gomes da Cruz
Nomes: Julia de Pinho Teixeira
Resenha Crítica

Os termos ética e moral abrem um leque de discussões acerca de suas


aplicações e significados, principalmente no contexto em que vivemos hoje em que
há uma pluralidade de culturas e tradições. Em primeiro lugar, gostaria de destacar
que é de extrema importância entendermos e discutirmos a sinonímia desses
termos, para que assim possamos fazer uma análise que discuta o tema desde sua
raíz até suas complexidades e ramificações (que seriam as diferentes formas de
interpretar esses termos)-.
O texto de Gontijo trabalha muito bem essa proposta, ao demonstrar a
sinonímia desses termos e, logo após, explorar suas nuances e interpretações.
Dessa forma, conclui-se que “ética” e “moral”, semanticamente falando, possuem o
mesmo significado e designam o mesmo domínio de reflexão, o que é de extrema
importância ser fixado, para que esses termos não sejam abordados como
antagônicos. Porém, tratando-se de uma sociedade pós-moderna, que se encontra
em crise de valores e vive um cenário de grande valorização do “eu” e da vida
privada, é relevante que levantamos algumas interpretações e discussões acerca do
tema. Particularmente, há acordo com a ideia de ética e moral por Paul Ricoeur e
Adela Cortina, uma vez que vivemos uma sociedade ocidental e individualista, que
separa o ‘eu subjetivo’ do ‘eu coletivo’, dessa forma, há duas formas de se tratar a
ética, como coletiva e como privada, e para isso, tem-se que “ética” é um conjunto
de valores pessoais e “moral” é um conjunto de leis e valores de uma sociedade.
“Pode-se facilmente reconhecer na distinção entre intenção de vida boa e
obediência às normas a oposição entre duas heranças: a herança
aristotélica, na qual a ética é caracterizada por sua perspectiva teleológica
(de télos, fim); e uma herança kantiana, na qual a moral é definida pelo
caráter de obrigação da norma, portanto por um ponto de vista
deontológico” (Paul Ricoeur)
Diante disso, a forma com que Leonardo Boff trabalha ética e moral em seu
texto, aproxima-se muito da noção que a própria sociedade tem de tais termos,
portanto, é extremamente importante discutirmos as nuances entre esses dois
pilares, o coletivo e o privado. A partir da leitura dos textos e das discussões em
aula, conclui-se que o sujeito ético é aquele que consegue fazer uma comunicação
eficiente entre os valores pessoais e as regras da sociedade, respondendo por suas
ações e não ignorando as leis e os deveres. Uma vez que o homem possui
autonomia de suas decisões, ser ético é algo a ser lapidado pelo homem, portanto é
incômodo e carece de sobriedade para reflexão e entendimento das ações.
Dessa forma, leva-se em consideração que é necessário haver um diálogo
entre a ética individual e a normativa, para que não haja apenas extremos, em que o
homem se sucumbe ao dogmatismo e ao conformismo ou recaia a submissão e ao
conformismo. É necessário, assim, controle sobre os impulsos internos e a
passionalidade, assim como sobre o individualismo e o egoísmo, para que possa
haver um equilíbrio entre a necessidade e a contingência, principalmente no atual
contexto bipolar o qual a sociedade se encontra, em que ou as regras são
constantemente questionadas e a vontade, a liberdade é posta acima de tudo ou há
culto exagerado de regras e dogmas, ignorando a liberdade humana e endossando
apatia.

Referências:
GONTIJO, Eduardo Dias. Os termos 'Ética' e 'Moral'. Mental [online]. 2006.

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