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Aula 02
Lucas Guimarães, Marcos Girão, Paulo Guimarães, Thais de Assunção (Equipe Marcos
Girão)
Lucas Guimarães, Marcos Girão, Paulo Guimarães, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão)
Aula 02
1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Olá, futuro policial militar!
Hoje concluiremos nosso estudo do Estatuto dos Policiais Militares do Estado do Piauí.
Vamos lá!? Bons estudos!
Art. 71 - Os uniformes da Polícia Militar, com seus distintivos, insígnias e emblemas são privativos
dos policiais-militares e representam o símbolo da autoridade policial-militar com as prerrogativas
que lhes são inerentes.
No militarismo os uniformes têm uma importância muito grande. Por meio do uniforme de um
militar você pode saber não só que posto ou graduação ele ocupa, mas também uma série de outras
informações a respeito de sua atuação. Em outras palavras, o militar estadual fardado tem as
obrigações correspondentes ao uniforme que usa.
Por isso mesmo a primeira regra importante sobre o assunto, e que você precisa conhecer bem, é a
de que o uso dos uniformes das Corporações Militares é privativo dos militares estaduais. Ninguém
mais pode utilizá-los.
O uso indevido dos uniformes, bem como seu desrespeito, constituem crimes previstos em
legislação específica (Código Penal Militar). É proibido que pessoas ou organizações civis utilizem
uniformes, distintivos, insígnias ou emblemas que possam ser confundidos com os adotados pelas
Corporações Militares.
O Estatuto determina ainda que são responsáveis pela infração das disposições deste artigo os
diretores ou chefes de repartições, organizações de qualquer natureza, firma ou empregadores,
empresas e institutos ou departamentos que tenham adotado ou consentido sejam usados
uniformes ou ostentados distintivos, equipamentos, insígnias ou emblemas que possam ser
confundidos com os adotados na Polícia Militar.
Além disso, o militar é proibido de usar uniformes nas seguintes condições:
a) em reuniões, programas ou qualquer outra manifestação de caráter político-partidário;
A partir de agora estudaremos diversas situações nas quais podem se enquadrar os policiais
militares, dependendo das circunstâncias. Minha sugestão aqui é que você se esforce para entender
bem o significado de cada uma delas, mas não gaste muito tempo com as regras adicionais, ok!?
Art. 75. A agregação é a situação na qual o policial-militar da ativa deixa de ocupar vaga na
escala hierárquica do seu quadro, nela permanecendo sem número.
O militar agregado é aquele que não faz mais parte das relações hierárquicas próprias dos Militares,
mas também não deixa de fazer parte dos quadros da corporação. Essa é a melhor forma de lembrar,
ok!?
O agregado fica sujeito às obrigações disciplinares concernentes às relações com outros militares e
autoridades civis.
A agregação se faz por ato do Governador. Existem várias situações capazes de motivar a agregação
do policial militar. A seguir trago a lista completa, marcando em amarelo aquelas que considero
terem maior probabilidade de aparecer na nossa prova.
O militar estadual deve ser agregado quando:
1. revogado
2. Aguardar transferência "ex officio" para a reserva remunerada, por ter sido enquadrado em
quaisquer dos requisitos que o motivam;
3. For afastado temporariamente do serviço ativo por motivo de:
a) ter sido julgado incapaz temporariamente, após 1 ano contínuo de tratamento;
b) ter sido julgado incapaz definitivamente, enquanto tramita o processo de reforma;
c) ter ultrapassado um ano contínuo de licença para tratamento de saúde própria;
d) ter ultrapassado 6 meses contínuos de licença para tratar de interesse particular;
e) ultrapassado 6 meses contínuos em licença para tratamento de saúde de pessoa da
família;
f) ter sido considerado oficialmente extraviado;
g) houver transcorrido o prazo para que seja caracterizado o crime de deserção → o crime
de deserção só se caracteriza com a ausência do militar por 8 dias. Esses 8 dias são
chamados de período de graça;
h) como desertor, ter-se apresentado voluntariamente, ou ter sido capturado e reincluído a
fim de se ver processar;
i) se ver processar, após ficar exclusivamente à disposição da justiça comum;
j) haver ultrapassado 6 meses contínuos sujeito a processo no foro militar;
k) ter sido condenado a pena restritiva de liberdade superior a 6 meses por sentença
passada em julgado, enquanto durar a execução ou até ser declarado indigno de
pertencer à Polícia Militar ou com ela incompatível;
l) ter passado à disposição da Secretaria do Governo ou de outros órgãos do Estado do
Piauí, da União, dos demais Estados ou dos Territórios e dos Municípios, para exercer
função de natureza civil;
m) ter sido nomeado para qualquer cargo público civil temporário, não eletivo, inclusive da
administração indireta;
n) ter-se candidatado a cargo eletivo, desde que conte 5 ou mais anos de efetivo serviço.
o) ter sido condenado à pena de suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou
função, prevista no Código Penal Militar;
2.2.1.2 - Da Reversão
Art. 78. Reversão é o ato pelo qual o policial-militar agregado retorna ao respectivo quadro tão
logo cesse o motivo que determinou a sua agregação, voltando a ocupar o lugar que lhe competir
na respectiva escala numérica, na 1a vaga que ocorrer.
Agora ficou fácil de entender, não é? O militar agregado sai da escala hierárquica. Quando eles
retornam aos seus Quadros, dizemos que houve a reversão.
O perigo aqui é o candidato que já estudou a Lei n o 8.112/1990 confundir os dois institutos que são
chamados de reversão. Veja bem, a reversão da Lei n o 8.112/1990 acontece quando o servidor se
aposenta e depois volta à ativa. Esta hipótese até pode corresponder a uma das hipóteses de
reversão (quando o militar na inatividade volta à ativa), mas é um instituto diferente, ok!?
O Estatuto diz que compete ao Governador do Estado efetivar o ato de reversão, em qualquer caso.
Por fim, como regra geral, o militar agregado pode ser revertido ao serviço ativo a qualquer tempo,
desde que cessem as razões que justificaram a agregação. Essa regra, porém, não se aplica para os
seguintes casos de agregação:
a) ter sido julgado incapaz temporariamente, após 1 ano contínuo de tratamento;
b) ter sido julgado incapaz definitivamente, enquanto tramita o processo de reforma;
c) ter ultrapassado um ano contínuo de licença para tratamento de saúde própria;
d) ter sido considerado oficialmente extraviado;
e) houver transcorrido o prazo para que seja caracterizado o crime de deserção;
f) como desertor, ter-se apresentado voluntariamente, ou ter sido capturado e reincluído a fim de se ver processar;
g) ter sido condenado a pena restritiva de liberdade superior a 6 meses por sentença passada em julgado, enquanto durar a
execução ou até ser declarado indigno de pertencer à Polícia Militar ou com ela incompatível;
h) ter-se candidatado a cargo eletivo, desde que conte 5 ou mais anos de efetivo serviço;
i) ter sido condenado à pena de suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou função, prevista no Código Penal Militar.
2.2.1.3 - Do Excedente
IV – revogado;
V – revogado.
VI – Tendo cessado o motivo que determinou sua reforma por incapacidade definitiva, retorna aos
respectivo Quadro, estando este com seu efetivo completo.
De forma resumida, podemos dizer que o militar excedente, é, como o nome já diz, aquele que está
numa situação transitória aguardando a abertura de vaga no seu Quadro. Essa condição pode
decorrer de algumas situações que podem soar estranhas, a exemplo da promoção indevida.
Nos demais casos há alguma situação que faz com que o militar mude de posição, mas não há vaga,
e por isso ele deve ficar aguardando como excedente.
Com relação à Bravura, já falamos em aula anterior que não persiste mais essa modalidade de
promoção na PMPI, apesar de ainda constar da Lei 3.808.
Art. 81 - É considerado ausente o policial-militar que por mais de 24 (vinte e quatro) horas
consecutivas:
I - deixar de comparecer à sua Organização Policial-Militar, sem comunicar qualquer motivo de
impedimento; e
II - ausentar-se, sem licença, da Organização Policial-Militar onde serve ou local onde deve
permanecer.
Talvez essa seja a situação especial mais fácil de entender: o policial militar ausente é aquele que
sumiu sem dar explicações. O que você precisa saber aqui é que o prazo considerado razoável, a
partir do qual o Bombeiro será considerado ausente, é o período de 24h.
Lembre-se ainda de que a ausência por 8 ou mais dias já configura o crime de deserção.
Neste caso não estamos falando simplesmente do policial militar que sumiu sem dar explicações,
mas sim daquele que, no desempenho das suas funções, desapareceu por mais de 8 dias.
Obviamente o policial militar somente será considerado desaparecido quando não houver indícios
de que desertou.
Quando esse desaparecimento perdurar por mais de 30 dias, o policial militar será considerado
extraviado.
A partir de agora estudaremos as hipóteses de desligamento ou exclusão do serviço ativo. São regras
bastante interessantes, e desde já deixo claro para você que o principal ponto é saber diferenciar
todas as modalidades.
Já falamos em outros momentos do nosso curso a respeito da transferência do policial militar para
a reserva remunerada, e você já tem uma boa noção de como isso funciona.
A reserva remunerada é um instituto semelhante à aposentadoria que existe para os civis, mas com
algumas peculiaridades. Acredito que as mais importantes sejam a possibilidade de designação para
o serviço ativo em certas situações, e a possibilidade de suspensão do direito à transferência para a
reserva em Estado de Guerra, Estado de Sítio ou Estado de Defesa, calamidade pública, perturbação
da ordem interna ou em caso de mobilização.
A transferência para a reserva remunerada a pedido será concedida ao militar que tenha 30 anos de
serviço. Além disso, o militar estadual estar realizando ou haver concluído qualquer curso ou estágio
de duração superior a 6 meses, por conta do Estado, não poderá pedir transferência para a reserva
remunerada sem que se tenham decorrido 3 anos de seu término, a não ser mediante prévia
indenização de todas as despesas correspondentes à realização do referido curso ou estágio,
inclusive as diferenças de vencimentos.
Para encerrarmos nosso estudo da transferência para a reserva remunerada a pedido, você precisa
saber que essa transferência não será concedida ao militar estadual que estiver nas seguintes
situações:
a) Estiver respondendo a inquérito ou processo em qualquer jurisdição;
b) Estiver cumprindo pena de qualquer natureza.
A transferência para a reserva remunerada de ofício ocorre nos casos previstos no art. 92. As
principais hipóteses são o atingimento da idade limite e do tempo máximo de contribuição previstos
pelo Estatuto.
Art. 91 A transferência "ex-officio" para a reserva remunerada dar-se-á sempre que o policia militar
incidir nos seguintes casos:
I - O oficial ou a praça atingirem a idade-limite de 60 (sessenta) anos, e 66 (sessenta e seis) anos
para o Capelão Militar;
II - revogado
III - ser Oficial considerado não habilitado para o acesso, em caráter definitivo, no momento em
que vier a ser objeto de apreciação para ingresso em Quadro de Acesso;
IV - Ultrapassar 02 (dois) anos contínuos ou não, em licença para tratar de interesse particular.
V - Ultrapassar 02 (dois) anos contínuos em licença para tratamento de saúde de pessoa da família.
VI - ultrapassar 02 (dois) anos de afastamento, contínuos ou não, agregado em virtude de ter sido
empossado em cargo público civil temporário, não eletivo, inclusive na administração indireta.
VII - ser diplomado em cargo eletivo, desde que conte 05 (cinco) ou mais anos de efetivo serviço;
IX - Após 3 (três) indicações para frequentar os Cursos: Superior de Polícia,
Aperfeiçoamento de Oficiais ou de Aperfeiçoamento de Sargentos. A transferência para a reserva
remunerada dar-se-á após a 3ª indicação, mediante parecer da Comissão de Promoções e de
decisão do Comandante- Geral.
Recomendo que você não tente memorizar todos os detalhes das hipóteses trazidas pelo dispositivo.
Na minha humilde opinião, a probabilidade de isso ser cobrado especificamente numa questão de
prova é muito pequena.
Art. 93 - O Oficial da reserva remunerada poderá ser convocado para o serviço ativo por ato do
Governador do Estado para compor Conselho de Justificação ou para ser encarregado de
Inquérito Policial Militar ou incumbido de outros procedimentos administrativos, na falta de Oficial
da ativa em situação hierárquica compatível com a do Oficial envolvido.
Nessas situações de caráter emergencial, o militar estadual que esteja na reserva remunerada
poderá ser convocado para retornar ao serviço ativo. O Oficial convocado nos termos deste artigo
terá os direitos e deveres dos da ativa de igual situação hierárquica, exceto quanto à promoção a
que não concorrerá e contará, como acréscimo, esse tempo de serviço.
Essa convocação terá a duração necessária ao cumprimento da atividade que a ela deu origem, não
devendo ser superior a 12 meses, dependendo da anuência do convocado e de inspeção de saúde
prévia.
2.2.2.2 - Da Reforma
Desde já precisamos deixar claro para você que a reforma é uma das espécies de atos por meio dos
quais o militar passa à situação de inatividade.
Em palavras simples, o militar é reformado quando não tem mais condições de retornar ao serviço
ativo, por estar muito idoso ou por ter sido acometido por problemas de saúde.
As situações previstas no Estatuto em que o militar pode ser reformado são as seguintes:
a) Idade limite → O oficial ou a praça atingirem a idade-limite de 65 (sessenta e cinco)
anos de permanecia na reserva remunerada, aplicando-se aos 68 (sessenta e oito)
anos para o Capelão Militar;"
b) Declaração de incapacidade definitiva para o serviço ativo;
c) Agregação por mais de 2 anos, por ter sido julgado incapaz temporariamente,
mediante homologação da Junta de Saúde, ainda mesmo que se trate de moléstia
curável;
d) Condenação à pena de reforma, prevista no Código Penal Militar, por sentença
passada em julgado (sentença definitiva);
e) Determinação de reforma do Oficial em sentença passada em julgado;
f) Indicação de reforma da Praça ou Aspirante-a-Oficial pelo Comandante-Geral, em
julgamento de Conselho de Disciplina.
Das hipóteses que estudamos, a incapacidade definitiva merece um maior detalhamento. O Estatuto
traz uma série de situações em que o militar será considerado definitivamente incapaz.
Art. 100 - O policial-militar da ativa, julgado incapaz definitivamente por um dos motivos
constantes do inciso I do art. 98, será reformado com a remuneração calculada com base no soldo
correspondente ao grau hierárquico imediato ao que possuir na ativa.
§ 1º - Aplica-se o disposto neste artigo, aos cargos previstos nos itens II, III e IV, do art. 98,
quando verificada a incapacidade definitiva, for o policial-militar considerado inválido, isto é,
impossibilitado total e permanentemente para qualquer trabalho.
§ 2º - Considera-se, para efeito deste artigo, grau hierárquico imediato:
a) o de Primeiro Tenente PM, para Aspirante-a-Oficial PM;
b) o de Segundo Tenente PM, para Subtenente PM, Primeiro Sargento PM, Segundo Sargento PM e
Terceiro Sargento PM;
c) o de Terceiro Sargento PM, para Cabo PM e Soldado PM.
§ 3º - Aos benefícios previstos neste artigo e seus parágrafos poderão ser acrescidos outros
relativos à remuneração, estabelecidos em leis peculiares, desde que o policial-militar, ao ser
reformado, já satisfaça as condições por elas exigidas.
Art. 101 - O policial-militar da ativa, julgado incapaz definitivamente por um dos motivos
constantes do inciso V do art. 98, será reformado.
I - Com remuneração proporcional ao tempo de serviço, se Oficial ou Praça com estabilidade
assegurada.
II - Com remuneração calculada com base no soldo integral do posto ou graduação, desde que,
com qualquer tempo de serviço, seja considerado inválido, isto é, impossibilitado total e
permanentemente para qualquer trabalho.
Art. 102 - O policial-militar reformado por incapacidade definitiva que for julgado apto em inspeção
de saúde por Junta Superior, em grau de recurso ou revisão, poderá retornar ao serviço ativo ou
ser transferido para a reserva remunerada, conforme dispuser regulamentação peculiar.
Este é o caso do militar que foi considerado definitivamente incapaz, mas cuja razão que o levou à
incapacidade deixou de existir com o tempo. Neste caso então o militar será julgado apto para
retorno ao serviço ativo na próxima inspeção de saúde.
Esse retorno ao serviço ativo ocorrerá se o tempo decorrido na situação de reformado não
ultrapassar 2 anos.
Art. 103 - O policial-militar reformado por alienação mental, enquanto não ocorrer a designação
judicial do curador, terá sua remuneração paga aos seus beneficiários, desde que o tenham sob
sua guarda e responsabilidade e lhe dispensem tratamento humano e condigno.
Este é um caso bem específico, em que o motivo da reforma é a alienação mental do militar estadual.
Neste caso deverá haver a designação oficial de curador para administrar o patrimônio do militar,
mas enquanto isso não ocorrer não faria sentido pagar a remuneração ao próprio militar, já que ele
não está em condições de tomar decisões, e por isso o Estatuto determina que os valores sejam
pagos aos seus beneficiários legalmente reconhecidos, que nada mais são do que as pessoas que
receberiam pensão caso aquele militar viesse a falecer.
Os beneficiários, parentes ou responsáveis pelo militar reformado por alienação mental deverão
providenciar sua interdição civil em até 60 dias contados do ato da reforma. A interdição civil é a
medida por meio da qual a pessoa será declarada civilmente incapaz, e poderá ter seus interesses
administrados por outra pessoa.
Em alguns casos, porém, a interdição judicial, bem como o internamento do militar que está
sofrendo de alienação mental, deverão ser providenciados pela própria Corporação:
a) Quando não houver beneficiários, parentes ou responsáveis;
b) Quando não forem satisfeitas as condições de tratamento.
Art. 105 - A demissão da Polícia Militar, aplicada exclusivamente aos Oficiais se efetua:
I - A pedido;
II - “Ex-officio".
O primeiro ponto aqui é saber que a demissão se aplica somente aos oficiais, e que pode ocorrer
tanto a pedido quanto de ofício. A demissão a pedido será concedida sem indenização aos cofres
públicos, quando o policial militar contar mais de 5 anos de oficialato; e com indenização das
despesas feitas pelo Estado, com a sua preparação e formação, quando contar menos de 5 anos de
oficialato.
No caso de o militar estadual estar realizando ou ter concluído curso ou estágio de duração superior
a 6 meses e inferior ou igual a 18 meses por conta do Estado e não tendo decorrido mais de 3 anos
do seu término, a exoneração somente será concedida mediante indenização de todas as despesas
correspondentes ao referido curso ou estágio. A segunda hipótese de exoneração sem necessidade
de exoneração se dá justamente quando já se tiverem passado esses 3 anos.
No caso de o Oficial ter feito qualquer curso ou estágio de duração superior a 18 meses, por conta
do Estado, haverá indenização se ainda não houver decorrido mais de 5 anos de seu término.
Ok, você já entendeu o que é a demissão a pedido e em que situações ela pode ser concedida com
ou sem indenização por parte do militar, mas existem algumas situações em que ela pode não ser
concedida de forma alguma: O direito à demissão a pedido pode ser suspenso na vigência de estado
de guerra, calamidade pública, perturbação da ordem interna, estado de sítio ou em caso de
mobilização.
Art. 107 - O Oficial da ativa empossado em cargo público permanente, estranho à sua carreira e
cuja função não seja de magistério, será imediatamente, mediante demissão "ex-officio" por esse
motivo transferido para a reserva, onde ingressará com posto que possuía na ativa, não podendo
acumular qualquer provento de inatividade com a remuneração do cargo público permanente.
Este é o caso do oficial que é aprovado em outro concurso público e toma posse em cargo que não
seja de magistério. Uma vez que tome posse, o oficial será imediatamente transferido para a reserva
não remunerada.
Art. 108 - O Oficial que houver perdido o posto e a patente será demitido "ex officio", sem direito
a qualquer remuneração ou indenização e terá a sua situação definida pela Lei do Serviço Militar.
Art. 109 - O Oficial perderá o posto e a patente se for declarado indigno de oficialato ou com ele
incompatível por decisão do Tribunal de Justiça, em decorrência de julgamento a que tenha sido
submetido.
Parágrafo Único - O Oficial declarado indigno do oficialato ou com ele incompatível, e condenado
à perda do posto e patente só poderá readquirir a situação policial-militar anterior por outra
sentença do Tribunal de Justiça mencionado e nas condições nelas estabelecida.
2.2.2.4 - Do Licenciamento
O licenciamento pode ser encarado, de forma geral, como um instituto equivalente à demissão, mas
só que aplicável às praças. Lembre-se sempre de que a demissão é aplicável apenas aos oficiais.
O Policial Militar licenciado obviamente não tem direito a qualquer remuneração. Da mesma forma
que a demissão, o licenciamento pode ser aplicado a pedido ou de ofício, sendo que o licenciamento
a pedido pode ser suspenso na vigência do estado de guerra, calamidade pública, perturbação da
ordem interna, estado de sítio ou em caso de mobilização.
O licenciamento de ofício pode ocorrer nas seguintes situações:
a) por conclusão de tempo de serviço;
b) por conveniência do serviço; e
c) a bem da disciplina.
Art. 114 - A exclusão a bem da disciplina será aplicada "ex officio" ao Aspirante-a-Oficial PM
ou às Praças com estabilidade assegurada:
I – se assim houver decidido o Conselho Permanente de Justiça ou se a Justiça Comum houver
aplicado pena restritiva de liberdade individual superior a 02 (dois) anos, em sentença transitado
em julgado;
II – se assim tiver decidido o Conselho Permanente de Justiça, por haverem perdido a
nacionalidade brasileira;
III – nos casos que motivaram o julgamento pelo Conselho de Disciplina previstas no art. 48, e
neste forem considerados culpados.
Parágrafo único - O Aspirante-a-Oficial PM ou a Praça com estabilidade assegurada que houver
sido excluído a bem da disciplina só poderá readquirir a situação policial-militar anterior:
a) por outra sentença do Conselho Permanente de Justiça e nas condições nela estabelecidas, se a
exclusão for consequência de sentença daquele Conselho; e
b) por decisão do Comandante-Geral da Polícia Militar, se a exclusão for consequência de haver
sido julgado culpado em Conselho de Disciplina.
A exclusão a bem da disciplina, como o próprio nome já diz, é uma exclusão de natureza disciplinar,
ou seja, é uma punição aplicável às praças.
Isso pode ocorrer quando a praça tiver sido condenada a pena restritiva da liberdade individual
superior a 2 anos, ou, no caso dos crimes previstos na legislação concernente à segurança do Estado,
à pena de qualquer duração; quando a praça tiver perdido a nacionalidade brasileira; ou quando
houver julgamento do Conselho de Disciplina, considerando a praça culpada.
2.2.2.6 - Da Deserção
Art. 117 - A deserção do policial-militar, acarreta uma interrupção do serviço policial-militar, com
a consequente demissão "ex officio" para o Oficial ou exclusão do serviço ativo para a Praça.
A deserção do militar ocorre quando ele abandona seu posto, ficando “sumido” por 8 dias. O
desertor obviamente não deverá receber remuneração, ficando agregado ao seu Quadro até a
decisão transitada em julgado. Estamos falando aqui de uma decisão da Justiça Militar, já que a
deserção é um crime.
Se o desertor for capturado ou apresentar-se voluntariamente, será submetido à inspeção de saúde
e aguardará a solução do processo. A Praça sem estabilidade assegurada será automaticamente
excluída após oficialmente declarada desertora.
6 Desligamento
Paradeiro 8 dias 30 dias Extraviado
Desaparecido meses do serviço
desconhecido (agregado)
ativo
Estes prazos são a regra geral, mas em caso de naufrágio, sinistro aéreo, catástrofe, calamidade
pública ou outros acidentes oficialmente reconhecidos, o extravio ou o desaparecimento do militar
estadual da ativa será considerado como falecimento assim que forem esgotados os prazos máximos
de possível sobrevivência ou quando forem encerradas as providências de salvamento.
Art. 121 - Os policiais-militares começam a contar tempo de serviço na Polícia Militar a partir da
data de sua inclusão, matrícula em órgão de formação de policiais-militares ou nomeação para
posto ou graduação na Polícia Militar.
O tempo de serviço do policial militar começa a ser contado a partir da sua inclusão no posto ou na
graduação. Considera-se como data da inclusão:
a) a data do ato em que o policial-militar é considerado incluído em Organização
Militar Estadual;
b) a data de matrícula em órgão de formação de policiais-militares;
c) a data da apresentação pronto para o serviço, no caso de nomeação.
Art. 122 - Na apuração do tempo de serviço do Policial-Militar será feita a distinção entre:
I - Tempo de efetivo serviço; e
II - Anos de serviço.
Tempo de efetivo serviço é o espaço de tempo, computado dia a dia, entre a data de inclusão e a
data limite estabelecida para a contagem ou a data do desligamento do serviço ativo, mesmo que
tal espaço de tempo seja parcelado.
Art. 129 – Na contagem dos anos de serviços não poderá ser computada qualquer superposição
dos tempos de serviço (federal, estadual e municipal, ou passado em órgãos da Administração
Indireta) entre si e nem com os acréscimos de tempo para os possuidores de cursos universitários,
nem, finalmente, com o tempo de serviço computável após a inclusão na Polícia Militar, matrícula
em órgão de formação de policial-militar ou nomeação para posto ou graduação na Corporação.
2.2.4 - Do Casamento
Art. 130 - O policial-militar da ativa pode contrair matrimônio, desde que observada a legislação
civil específica.
O Estatuto, de forma geral, autoriza que o policial militar se case, mas proíbe o casamento do Aluno-
Oficial PM e demais Praças enquanto estiverem sujeitos aos regulamentos dos órgãos de formação
de Oficiais, de Graduados ou de Praças, cujos requisitos para admissão exijam a condição de solteiro.
Em casos excepcionais, cabe ao Comandante-Geral autorizar o casamento desses militares.
O Aluno-Oficial PM, e demais praças que contrariem matrimônio em desacordo com essas regras
serão excluídas sem direito a qualquer remuneração ou indenização.
Além disso, o Estatuto restringe o casamento do policial militar com mulher estrangeira, que
também depende de autorização do Comandante-Geral.
2.2.5 - Das Recompensas e Dispensas do Serviço
Art. 132 - As recompensas constituem reconhecimento dos bons serviços prestados pelos policiais-
militares.
§ 1º - São recompensas Policiais-Militares:
a) prêmios de Honra ao Mérito;
b) condecorações por serviços prestados;
c) elogios, louvores e referências elogiosas; e
d) dispensas do serviço.
As dispensas do serviço são consideradas como recompensas pelo art. 132, mas em seguida o art.
134 nos diz que as dispensas do serviço podem ser concedidas como recompensa, para desconto
em férias, ou em decorrência de prescrição médica. Isso pode nos deixar um pouco confusos, mas
devemos lembrar que as questões de prova devem ser retiradas da literalidade do texto da norma.
Lembre-se também de que, de acordo com o Estatuto, as dispensas do serviço serão concedidas com
a remuneração integral e computadas como tempo de efetivo serviço.
3 - RESUMO DA AULA
6 Desligamento
Paradeiro 8 dias 30 dias Extraviado
Desaparecido meses do serviço
desconhecido (agregado)
ativo
4 - QUESTÕES
GABARITO: ERRADO
GABARITO: CERTO
Comentários
A questão reproduz quase literalmente o conteúdo do art. 118 do Estatuto. São várias regras,
mas está tudo correto.
GABARITO: CERTO
trazem regras mais complexas para tentar fazer com que você deixe passar um erro nas mais
simples. As regras de 5 e de 3 anos estão corretas, mas se referem à demissão a pedido, e não
ex officio.
GABARITO: ERRADO
a) da reserva remunerada
b) da reserva não remunerada.
c) excedente.
d) agregado.
e) reformado.
7. PM-RO – Soldado PM – 2014 – FUNCAB (adaptada).
Assinale a alternativa que aponta uma situação especial do policial militar:
a) A agregação: situação na qual o policial da ativa deixa de ocupar a vaga na escala hierárquica
do seu Quadro, nela permanecendo sem número.
b) A reversão: situação transitória a que, automaticamente, passa o policial que é promovido
indevidamente.
c) A ausência: onde o policial militar deixa de comparecer a sua organização, por mais de 48
horas consecutivas, sem comunicar qualquer motivo de impedimento.
d) A reversão: o policial, sendo o mais moderno na escala hierárquica do seu Quadro ou
Qualificação, ultrapassando o efetivo fixado em Lei, em virtude de promoção sua ou de outro
militar estadual em ressarcimento de preterição.
e) A agregação: o policial é considerado como em efetivo serviço e concorre, sem nenhuma
restrição, a qualquer cargo.
8. PM-CE – Soldado PM – 2012 – Cespe (adaptada).
Se o soldado da PM-PI deixar de comparecer, por mais de vinte e quatro horas consecutivas, à
sua organização militar, sem licença e sem comunicar qualquer impedimento, será considerado
ausente.
9. PM-CE – Soldado – 2012 – Cespe.
Na apuração do tempo de contribuição do militar estadual não poderá ser computada
superposição de tempos, de quaisquer naturezas.
10. PM-CE – Soldado – 2012 – Cespe.
O policial militar reformado por incapacidade definitiva que for julgado apto em inspeção de
saúde por junta superior, em grau de recurso ou revisão, poderá retornar ao serviço ativo, a
qualquer tempo, por ato do governador do estado.
11. PM-CE – Soldado – 2012 – Cespe (adaptada).
Reforma e deserção são formas de desligamento do serviço ativo da corporação militar
estadual previstas no estatuto. Ambas decorrem de ato do governador do estado ou de
autoridade delegada
4.3 - GABARITO
5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Concluímos aqui esta aula! Se tiver dúvidas, utilize nosso fórum. Estou sempre à disposição também
no e-mail e nas redes sociais.
Grande abraço!
Paulo Guimarães
professorpauloguimaraes@gmail.com
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(61) 99607-4477