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19 | ESPECIAL
ESPECIAL
ECONOMIA DO FUTURO
Pixabay
As empresas
e os setores
na vanguarda
da inovação
em Portugal
Aposta em I&D tem vindo a crescer no setor empresarial
em Portugal. Do espaço ao desporto, passando pela
inteligência artificial e as fintech, são várias as empresas
nacionais na linha da frente da inovação.
II | 4 janeiro 2019
Albert Gea/Reuters
INOVAÇÃO&DESENVOLVIMENTO
Empresas portuguesas
reforçam aposta na inovação
Investimento na inovação pelas empresas portuguesas segue rota de crescimento.
Inteligência artificial, robótica e digitalização são áreas em expansão.
“Para tal muito contribuirá a inquérito ao potencial científico e dado nos anos mais recentes e que Embora reconheça que a inova-
ÂNIA ATAÍDE continuação da tendência de in- tecnológico de 2017, publicado tem sido muito estimulada pelas ção tem uma componente de risco
aataide@jornaleconomico.pt vestimento de empresas estrangei- pelo ministério da Educação e políticas pública, como por exem- “elevado”, à qual acrescem os cus-
ras em Portugal nas áreas tecnoló- Ciência. Assim, em 2017 represen- plo o Programa Interface, embora tos associados, o administrador da
A inovação deixou de ser um con- gicas e de elevado valor acrescen- tou 0,67% do PIB, que compara ainda longe de serem práticas ge- ANI defende a colaboração das
ceito abstrato e é cada vez mais tado, dado que Portugal é atual- com 0,57% do Ensino Superior e neralizadas na maior parte das em- empresas com outras empresas e
uma aposta na gestão das empresas mente um top country para investir 0,07% do Estado. presas”, acrescenta. entidades.
portuguesas, que para vencer pro- na Europa”, refere. António Bob Santos explica que Ainda que a rota seja na direcção “A inovação resulta cada vez
curam reinventar e/ou transfor- O impacto dos fundos estrutu- a I&D é um componente cada vez da inovação, as empresas nacionais mais das dinâmicas colaborativas e
mar a oferta. O investimento na rais e dos fundos europeus, como mais presente nas suas estratégias continuam, no entanto, a enfren- da partilha de ideias”, salienta ao
inovação e desenvolvimento o Horizonte 2020, deverão mar- de competitividade das empresas tar alguns obstáculos. defender a importância de ultra-
(I&D) pelas empresas nacionais car a área este ano, nomeadamen- nacionais, em detrimento da op- O administrador da ANI destaca passar o receio de cooperar com
tem seguido assim uma trajetória te na inteligência artificial, robó- ção pelos baixos custos. a necessidade de uma maior ro- outras entidades e de partilhar o
ascendente nos últimos anos, que tica e digitalização. bustez financeira, de uma melhor conhecimento. “Ter uma estraté-
deverá continuar em 2019. “Mais a médio-prazo, mas com Alinhamento da estratégia qualidade da gestão e alinhamento gia ativa para valorizar o conheci-
Em declarações ao Jornal Eco- desenvolvimentos já em 2019, te- de inovação é fundamental da estratégia da empresa para a mento gerado pela empresa. Não
nómico, António Bob Santos, ad- remos o espaço e o mar como “Um aspeto importante é que, não inovação – a partir dos desafios da interessa apenas proteger o conhe-
ministrador da Agência Nacional duas dimensões estratégias para a só temos cada vez mais empresas a Indústria 4.0 ou da economia cir- cimento através de patentes e mar-
de Inovação (ANI), antecipa não competitividade do país nos pró- investir em I&D e a inovar, como cular -, assim como condições cas, mas também conseguir que
apenas um aumento do número ximos anos”, refere o administra- isso é conseguido cada vez mais para atrair e ter acesso a profissio- seja valorizado no mercado de tra-
de empresas com atividades de dor da ANI. através de processos colaborati- nais qualificados. Neste sentido, balho e utilizado por outras enti-
inovação e de I&D, mas também Entre 2013 e 2017, a despesa em vos, envolvendo entidades de I&D, estas permitem “identificar ideias dades”, acrescenta e aponta como
um aumento do total de investi- I&D das empresas cresceu de centros de interface, universidades e tecnologias externas que possam exemplo o licenciamento de pro-
mento empresarial nesses domí- 1.072,9 milhões de euros para ou politécnicos”, explica. “E isso é aumentar a sua capacidade de ino- priedade intelectual ou a criação de
nios. 1.3036 milhões, segundo dados do uma tendência que se tem consoli- vação”. spin-offs. ●
4 janeiro 2019 | III
“Persiste um
foco exagerado
na atuação de
curto prazo”
A inovação não é uma opção mas uma questão
de sobrevivência para as empresas líderes,
defende o diretor-geral da COTEC.
de gestão a necessidade
ÂNIA ATAÍDE de inovação?
aataide@jornaleconomico.pt Para a maioria dos líderes empresa-
riais nacionais, especialmente daque-
Como avalia a evolução les que operam no sector exporta-
da capacidade de inovação dor, a inovação não é uma opção mas
das empresas portuguesas uma questão de sobrevivência. Per-
nos últimos anos? siste, no entanto, um foco exagerado
Trata-se de uma evolução a diferen- na actuação de curto prazo e a per-
tes velocidades. Não havendo secto- cepção de menor urgência na anteci-
res que se destaquem, há claramente pação e preparação para a mudança.
líderes em cada sector. As empresas A tensão organizacional entre a exe-
deste primeiro pelotão – integrado cução e a reinvenção, fenómeno que
pela maioria dos associados da CO- se constata em geral em todas as em-
TEC - por via de uma liderança es- presas, mas é especialmente crítico
clarecida, gestão qualificada e de no sector exportador exposto a forte
equipas de grande talento, têm vin- concorrência, é tanto maior quanto
do a interpretar com sucesso as ten- mais forte for a percepção da rapidez
dências de mudança da envolvente - da mudança da envolvente e dos ris- mica, a mudança é incontornável e recursos para investir num portfólio sectores, em todos os processos de
tecnológicas, consumidor ou regula- cos inerentes à escala de operação, ocorrerá em condições muito mais de projectos de inovação mais diver- negócio de todas as fases da cadeia
tórias-, encurtando os ciclos de lan- muitas vezes insuficiente para liber- difíceis. A missão da liderança será sificado, enquanto que uma organi- de valor. No entanto, não é anteci-
çamento de novos produtos mais tar tempo e recursos necessários assim criar as condições para que a zação de menor dimensão terá me- pável em que sectores e em que pro-
customizados e com maior desem- para a construção de novas opções de organização dedique em tempo de nos recursos disponíveis, de fazer cessos este ‘tsunami’ ocorrerá com
penho, com níveis mais profundos crescimento do negócio. bonança os recursos e competências escolhas mais difíceis e assim maior maior impacto. Há sectores de acti-
de integração interna e externa de para executar e, ao mesmo tempo, dificuldade na diversificação do ris- vidades onde o impacto já se faz
processos de negócio, seja na con- De que forma é que as empresas reinventar e expandir o negócio. co de inovação e no seu retorno. sentir como a construção, turismo
cepção e fabricação, na logística, na portuguesas podem efetivar Para isso é preciso a preparação e ou a saúde. Como desenvolvimen-
distribuição ou no serviço a clientes, de forma mais célere adaptação dos colaboradores a to- Quais são as perspectivas sobre tos mais interessantes destacam-se
com ganhos de flexibilidade e tempo a implementação dos processos dos os níveis da empresa, capacitar a a inovação empresarial em 2019? as tecnologias de simulação do ciclo
de resposta ao mercado, traduzidos de inovação? organização para criar as condições Como um tsunami que se aproxima completo de vida do produto, a con-
em maior produtividade e eficiência. Como condições essenciais, será ne- para atrair, desenvolver e reter o ta- silenciosamente, a digitalização in- cepção de materiais e produtos inte-
cessário tornar a inovação um pro- lento, estimular e premiar uma ati- teligente continuará a impulsionar ligentes que permitirão a ascensão
São essas as principais forças das cesso de negócio com resultados tude de experimentação de novas mudanças significativas em todos os da “economia do desempenho” mais
empresas líderes em inovação? previsíveis e repetíveis, gerir a mu- ideias, criar ou expandir uma agen- sustentável, e as marcas direct-to-
As empresas líderes na inovação de- dança a todos os níveis da organiza- da de colaboração aberta - especial- -consumer, omni-canal e os
monstram ter o domínio simultâ- ção, e adequar as competências de mente fora do sector de actividade marketplaces digitais, que permitirão
neo de competências de gestão em gestão de risco ao “apetite” da em- actual - e, por último, mas não me- novas formas de expansão e comer-
todas as dimensões que determinam presa pela tecnologia e inovação. A nos relevante, o investimento em cialização global. Neste clima, o pa-
a maturidade dos processos de ino- COTEC tem dado a conhecer mui- novo conhecimento. pel da liderança será cada vez mais
vação - estratégia, talento, gestão do tas empresas nacionais que de- decisivo e visível. Executar e rein-
risco, propriedade intelectual, redes monstram que a gestão dos proces- Quais são as principais ventar o negócio será uma missão
de cooperação e cultura - introdu- sos de inovação é uma competência diferenças entre a capacidade cada vez mais difícil, mas necessária,
zindo sistematicamente novidades organizacional que pode ser adqui- de inovação das grandes para a sobrevivência e liderança de
nos processos de negócio e melho- rida, exercitada e maturada até à ex- empresas e PME? mercado. Em tempo digital, o ciclo
rando o retorno dos investimentos celência. A diferença reside na escala a que a para a transformação e disrupção de
em inovação caminho para as res- empresa opera e os seus efeitos no Executar e reinventar um sector ou categoria é cada vez
tantes, de modo a “queimarem” eta- Quais são os principais ciclo de inovação e crescimento. Por mais curto. Com desempenhos de
pas e recuperarem o atraso, terá que obstáculos à inovação um lado, uma dimensão mais pe- o negócio será uma gestão diferentes, poderemos assistir
passar por incentivos à cooperação, nas empresas portuguesas? quena facilita a agilidade, a velocida- missão cada vez mais ao alargamento de distâncias relati-
às parcerias e à aprendizagem com o Numa conjuntura positiva, a princi- de de mudança e a capacidade de vas de forma mais rápida e irreversí-
grupo da frente. pal barreira é a resistência à mudan- adaptação à turbulência nas condi- difícil, mas vel, com consequências de enfraque-
ça no negócio e na organização e a ções externas, tais como a procura, necessária, para cimento do desempenho ou mesmo
As lideranças empresariais em ilusão de que o sucesso terá uma du- tecnologia, concorrência ou regula- desaparecimento de empresas até há
Portugal já assumiram ração indefinida. Por outro lado, ção. Por outro, uma escala maior de a sobrevivência e pouco tempo prestigiadas e conside-
plenamente nos seus objetivos numa situação de contração econó- operação permitirá libertar maiores liderança de mercado radas modelos de gestão. ●
IV | 4 janeiro 2019
INDÚSTRIA AEROESPACIAL
Pedro Nunes/Reuters
LOGÍSTICA E SERVIÇOS
Cristina Bernardo
nedCrowd anunciou três parcerias
a nível mundial: é parceira reco-
mendada pela Amazon Alexa
Skills; está integrada no IBM
Watson Studio; e faz parte do pro-
grama Co-sell da Microsoft.
A plataforma da DefinedCrowd
é agnóstica no que respeita aos da-
dos que recebe, ou seja, suporta
texto, áudio e imagem. Isto permi-
te que a empresa tenha clientes nos
mais diversos verticais da indús-
tria: desde fintech, ao retalho, pas-
sando pela saúde, energia, opera-
ções, até à Internet das Coisas.
Dentro de cada área, a empresa
trabalha com os líderes que estão a
inovar no segmento da Inteligên-
cia Artificial, sendo que o portefó-
lio de clientes é maioritariamente
constituído por companhias For-
tune 500. Entre os nomes que po-
dem ser revelados, destacam-se
BMW, Mastercard, EDP, José de
Mello Saúde, SoftBank, Yahoo Ja-
pan, Randstad e Nuance.
O futuro da empresa é ambicio-
so, sendo que o objectivo é tornar-
-se a empresa número um de da-
dos para Inteligência Artificial do
mundo, através da expansão não
só da lista de clientes de topo, mas
também das parcerias com líderes
da indústria que estão na vanguar-
STARTUP da da evolução da Inteligência Ar-
tificial.
da Inteligência Artificial
co, por linguistas ou especialistas
em Ciências da Linguagem”, acres-
centa a empreendedora. Após a li-
cenciatura e o mestrado em Portu-
gal, fez investigação na Faculdade
de Engenharia da Universidade do
Porto e deu aulas na Universidade
da Corunha durante dois anos, até
que entrou para a Microsoft (nesta
empresa trabalhou em Portugal,
Fundou em Seattle, nos Estados Unidos, a DefinedCrowd, uma startup especializada em dados para IA. China e Estados Unidos).
As empresas Amazon, a IBM e a EDP fazem parte da lista de investidores ou clientes. Deixou a empresa fundada por
Bill Gates em 2013 e transferiu-se
em Lisboa e Porto, e um escritório de 2017 do Websummit. Junta- para a também norte-americana
ANTÓNIO SARMENTO de vendas em Tóquio. ram-se, nesta ronda, a EDP Ven- SEMPRE ALERTA Voicebox. Simultaneamente, foi
asarmento@jornaleconomico.pt Três meses depois de ser criada, tures, Mastercard e Kibo Ventu- convidada para dar aulas de Data e
a DefinedCrowd abriu o primeiro res, sendo que a Sony, Amazon, Onde quer que esteja, Crowdsourcing para Speech Tec-
Estados Unidos, Europa ou
A DefinedCrowd é uma empresa escritório de R&D na Startup Lis- Portugal Ventures e Busy Angels Austrália, quem lidera uma
nologies na Universidade de Wa-
de dados de treino para Inteligên- boa. Desde então, a empresa pas- reforçaram a sua participação. “É empresa no setor da shington. Nesse momento, perce-
cia Artificial. Recolhe, estrutura e sou dos iniciais três empregados importante levantar capital se que- Inteligência Artificial não tem beu que havia uma grande oportu-
enriquece datasets (conjunto de na capital portuguesa para uma remos ir rápido, sobretudo na área horas para dormir: as nidade de mercado na área da Inteli-
dados) para Inteligência Artificial, equipa de mais de 20 pessoas (que, tecnológica”, diz Daniela Braga ao notificações do WhatsApp gência Artificial e decidiu criar a sua
que ajudam as companhias a terem na verdade, está em constante Jornal Económico. estão sempre a cair no própria empresa. Despediu-se de
os produtos prontos para mercado crescimento). Este investimento está a ser ca- telemóvel e a fundadora da um emprego bem pago, não tinha
DefinedCrowd, Daniela Braga,
com maior rapidez e qualidade, Em 2016, a empresa levantou nalizado para acelerar o desenvol- nunca deixa uma mensagem
capitais próprios, nem pediu di-
combinando técnicas de Machine 1.1 milhões de dólares em investi- vimento do produto e crescimento por responder. nheiro emprestado ao banco. Reu-
Learning (aprendizagem automá- mento de seed, com investidores da equipa, que já conta com mais niu-se com investidores em Seattle,
tica) com Human-in-the-Loop como Sony, Amazon Alexa Fund, de 50 colaboradores. Destes, dois nos Estados Unidos, apresentou a
(modelo que requer interação hu- Portugal Ventures e Busy Angels. terços dividem-se entre os escritó- empresa num powerpoint e conse-
mana). Fundada em Agosto de Em Julho de 2018, a Defi- rios portugueses, que irão maiori- guiu sair com o primeiro cheque:
2015 pela empreendedora Daniela nedCrowd fechou uma Series A no tariamente suportar o crescimento 200 mil dólares de financiamento
Braga, a DefinedCrowd encontra- valor de 11,8 milhões de dólares, previsto para 80 pessoas até ao fi- para arrancar o negócio. Um negó-
-se sediada em Seattle, tem centros liderada pela Evolution Equity nal do ano. cio que já conquistou algumas das
de investigação e desenvolvimento Partners, que conheceu na edição Nos últimos seis meses, a Defi- maiores empresas do mundo. ●
4 janeiro 2019 | VII
FINTECH
Cristina Bernardo
ca que a easypay cresceu 40%” em
ANTÓNIO VASCONCELOS relação a 2017.
MOREIRA “Teremos certamente banca no
amoreira@jornaleconomico.pt futuro e não será como a que co-
nhecemos hoje”, disse Sebastião de
“Não queremos ser, nem queremos Lancastre, sobre o futuro do sistema
parecer um banco, pois aquilo que financeiro, do qual as fintech farão
nos distingue, são estas três pala- parte - em dezembro, a Revolut,
vras: simplicidade, flexibilidade e que começou como um cartão de
conectividade”. Assim respondeu débito digital, obteve uma licença
Sebastião de Lancastre, co-funda- bancária na Europa.
dor e CEO da fintech easypay, quan- As fintech têm uma espécie de ‘to-
do questionado sobre se queria que de Midas digital’, digitalizando
transformar a sua empresa num tudo aquilo em que tocam. Os paga-
banco digital. “Aquilo que nos dife- mentos em numerário não escapam
rencia de um banco é a proximidade a este fenómeno. Com a generaliza-
com o cliente”. ção dos pagamentos digitais, as con-
“Um banco, pela sua estrutura, sequências serão transversais à so-
pelo risco que suporta e pela menta- ciedade. “Teremos certamente ban-
lidade que vive, terá mais dificulda- ca no futuro e não será como a que
de em implementar este posiciona- conhecemos hoje”, disse Sebastião
mento”, frisou. de Lancastre. “O dinheiro físico dei-
Fundada em 2007, numa altura xará de existir, essencialmente por-
em que os bancos dominavam por que a digitalização do dinheiro per-
completo os meios de pagamento, a mite acelerar as transações e aumen-
easypay nasceu com a regulamenta- tar os níveis de segurança contra a
ção da União Europeia que alargou fraude”, assegurou o CEO da
o mercado a novas instituições de easypay. “Aliás, os dados mais recen-
pagamentos, como as fintech. tes do Banco Central Europeu indi-
“A easypay posiciona-se como cam que existe uma correlação entre
um parceiro que acelera os paga- a utilização de dinheiro digital e a
mentos e a entrada de clientes ao economia paralela, em que os países
disponibilizar os meios de paga- com maior utilização de transações
mento mais usados numa só plata- (...) eletrónicas são aqueles que têm
forma de simples integração com menor economia paralela”, revelou.
qualquer sistema aberto”, disse Se- Para o CEO da easypay, é a rela-
bastião de Lancastre, que vão desde ção com o cliente que separa uma
os cartões Visa e Mastercard ao fintech de um banco tradicional. “A
multibanco e à MB Way, passando lógica por detrás dos bancos é a cria-
por débitos diretos e transferências ção de produtos e serviços que ser-
instantâneas. vem os seus interesses e depois con-
Atualmente, a easypay processa vencer os clientes de que esse é tam-
mais de 400 mil pagamentos por bém o seu interesse”, disse. Ora, “a
mês, tem mais 6.500 clientes e fe- lógica por detrás de uma fintech é a
chou o ano de 2018 “com um volu- inversa: ouvir o interesse do cliente,
me de pagamentos de 177 milhões e transformá-lo num interesse da
de euros”, disse o CEO. “Isto signifi- empresa, ao criar um produto ou
serviço que corresponda”.
De resto, Sebastião de Lancastre
acredita que as fintech têm uma van-
tagem face aos bancos tradicionais,
devido “à tecnologia que implemen-
tam”. Para ilustrar a ideia, o CEO da
As fintech são agentes easypay recorreu a um exemplo
da inovação do simples:“quantos bancos são capa-
zes de dizer [a alguém] quanto di-
sistema financeiro nheiro é que já [recebeu] de um de-
numa altura em que terminado IBAN?”.
É caso para se dizer que ser fintech
há pessoas totalmente é, só por si, um traço diferenciador de
digitalizadas um agente do sistema financeiro. ●
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