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Universidade Católica de Moçambique

Faculdade de Gestão de Recursos Florestais e Faunísticos

Licenciatura em Contabilidade e Auditoria

Auditoria Externa como Ferramenta de Detecção de Fraudes, um


Estudo de Caso na da Cidade de Lichinga

Sofia Severino Muacirola N° 711180044

Lichinga, Março de 2020


Auditoria Externa como Ferramenta de Detecção de Fraudes

Sofia Severino Muacirola N° 711180044

Projecto a ser submetida na Faculdade de Gestão de


Recursos Florestais e Faunísticos da Universidade Católica
de Moçambique como exigência parcial para a obtenção do
grau de Licenciatura em Contabilidade e Auditoria

Orientado por:

Mestre Delfina Maria das Neves

Lichinga, Março de 2020


Índice
CAPÍTULO I: ASPECTOS INTRODUTÓRIOS.........................................................................1

1.1. Contextualização..........................................................................................................1

1.2. Problematização...........................................................................................................3

1.3. Justificativa..................................................................................................................4

1.4. Objectivos do Estudo....................................................................................................4

1.4.1. Objectivo Geral....................................................................................................4

1.4.2. Objectivos específicos..........................................................................................5

1.5. Questões de Partida......................................................................................................5

1.6. Delimitação do Estudo.................................................................................................5

1.6.1. Delimitação Temática...........................................................................................5

1.6.2. Delimitação Temporal..........................................................................................5

1.6.3. Delimitação Espacial............................................................................................5

1.7. Estrutura de Trabalho...................................................................................................6

CAPÍTULO II. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................................7

2.1. Aspectos Conceptuais da Auditoria..................................................................................7

2.1.1. Objectivo de uma Auditoria........................................................................................8

2.2. Tipos de Auditoria.............................................................................................................8

2.2.1. Auditoria Externa.......................................................................................................8

2.2.2. Auditoria Interna........................................................................................................9

2.3. Conceitos sobre a Fraude.................................................................................................10

2.3.1. Motivação e Consequências de Fraude.....................................................................11

2.3.2. Fraude nas DemonstraçõesFinanceiras.....................................................................11

2.4. Ferramenta de Auditoria Externa para Detecção de Fraudes...........................................12

2.4.1. Procedimentos de Auditoria.....................................................................................12

2.4.1.1. Confirmação com Terceiros (Circularização)........................................................12

2.4.3. Inventários................................................................................................................13

2.4.4. Conferências de Cálculos.........................................................................................13


2.4.4. Inspecção..................................................................................................................13

2.5. Auditoria Externa Como Ferramenta eficaz para as Organizações no Combate à Fraude
...............................................................................................................................................13

2.6. Estudos Realizados..........................................................................................................15

2.6.1. Estudos Empíricos....................................................................................................15

2.6.2. Estudos Focalizados.................................................................................................16

CAPÍTULO III. METODOLOGIA DE PESQUISA..................................................................18

3.1. Método de Abordagem e Tipo de Pesquisa.....................................................................18

3.2 Tipo de Pesquisa...............................................................................................................18

3.2.1 Quanto a Abordagem.................................................................................................18

3.2.2 Quanto aos Objectivos...............................................................................................19

3.2.3 Quanto aos Procedimentos........................................................................................19

3.2.3.1 Instrumentos de recolha de Dados..........................................................................19

3.2.3.2. Técnicas de Recolha de Dados..............................................................................20

3.2.3.3. Entrevista...............................................................................................................20

3.2.3.4. Modelo de Análise de Dados.................................................................................20

3.3. População e Participantes................................................................................................21

3.3.1. População.................................................................................................................21

3.3.2. Participantes.............................................................................................................21

3.4. Aspectos Éticos da Pesquisa............................................................................................22

3.5. Limitações do Estudo......................................................................................................22

3.6. Cronograma.....................................................................................................................23

3.7. Orçamento.......................................................................................................................24

Referências Bibliográficas.........................................................................................................25

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CAPÍTULO I: ASPECTOS INTRODUTÓRIOS

1.1. Contextualização

Nos ultimos anos, é notorio o aumento do nível de competitividade entre às


organizações, associado as estruturas financeiras cada vez mais sofisticadas das
empresas, exercendo uma pressão significativa nos executivos para obtenção de lucros
no curto prazo, favorecendo a distorção intencional das informações financeiras
presentes nas DF’s, origens a fraudes na contabilista da empresa.

Segundo Wells (2009), no seu estudo recente, afirma que vieram à tona vários casos de
escândalos corporativo envolvendo a prática de fraudes financeiras, e que provoca uma
gama de efeitos negativos tanto para próprias entidades, mais que alguns casos,
entraram inesperadamente em processo de falência, como para a sociedade como um
todo. Indicando que nenhuma entidade está totalmente protegida dos efeitos adversos
que as fraudes podem causar sobre as actividades.

No contexto actual económico que Moçambique vive, as transacções realizadas pelas


organizações estão cada vez mais avultadas e intensas. Por tanto carece de garantia
quanto a integridade, legalidade e legitimidade elaboradas pelos auditores internos. O
cenário evidencia a necessidade de uma efectiva segurança nos processos,
especialmente os contabilísticos devido ao crescente índice de fraudes realizados pelos
colaboradores dentro da organização, independentemente da esfera ou porte.

De acordo o BAU (2019), a província do Niassa, em particular a Cidade de Lichinga


constitui um celeiro para actividade empresarial, visto que esta tem verificado nos
últimos 4 anos, um aumento de empresas, com intereses de investimentos nas
potencialidades que a provincia tem, desde a fornecimento de bens e servicso, assim
como na exploração de recursos naturais.. Portanto, acompanha-se a vulnerabilidade
destas empresas a situações que envolvem fraudes a nível empresarial, assim urge a
necessidade das empresas adoptarem sistema de controlo para que possam mitigar essas
acções.

A fraude vem se tornando um procedimento comum com o passar dos anos


principalmente pelo crescente volume de transações da empresa e o enfraquecimento do
controlo interno. É um processo que pode acometer todos os níveis de hierarquia das

2
organizações e depende exclusivamente da intenção e necessidade do fraudador. As
fraudes podem ocorrer de várias maneiras e são diversas as contas que podem ser
afectadas.

Os registos alterados resultam na divulgação de informações distorcidas quanto a


situação patrimonial da companhia, e consequente tomada de decisões equivocadas por
parte de investidores, instituições financeiras e fornecedores.

Neste contexto, o presente estudo, será desenvolvido em uma organização do sector


privado, que actua no desenvolviemnto economico da provincia do Niassa, que por
motivos sigilosos não iremos apresentar o nome, porem será tratar de empresa "B" para
salvaguardar a entidade e o seu bom nome.

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1.2. Problematização

Uma vez tratando-se de uma organização do sector privado, como também organização
impulsionadora de desenvolvimento da economia local, a sua permanência é de suma
importância, portanto torna-se pertinente implantar um sistema de controlo interno
robusto, capaz de detectar fraudes com maior facilidade.

A fraude é um mal que afecta a componente financeira de uma organização e não só,
está também pode afectar a economia local. Esta é uma actividade de difícil correcção,
visto que é difícil adoptar um sistema de controlo interno a 100%, por tanto é necessário
adoptar sistema que detectem fraudes em pelo menos em 70%. Pois podemos considerar
viavel empresas que com o uso de medidas ant-fraude conseguem alcansar os seus
objectivos a 90%. Porem o uso da auditoria externa considera-se como sendo um dos
elementos que contribue na solução destes problemas que afectam as empresas, queram
elas por senarios desejaveis ou não.

Segundo a Agência Sueca de Desenvolvido Internacional SIDA (2013) afirmou ter


encontrado irregularidades notáveis nas demostracoes finaceiras (DF’s) nos escritórios
da empresa "B", de um prejuizo avolta de 32.000,00 dólares como resultado de uso de
cheques falsos. Portanto a auditoria forense conclui que, apesar de já terem sido feitas
algumas melhorias no controlo interno da empresa "B", ainda há uma série de
fragilidades, o que o contribuem para que haja um risco finaceiro. Como estas
fragilidades, a SIDA decidiu paralizar com o desembolso de fundos para a empresa "B".

Pelo que nos leva a compreender que as fraudes financeiras se desencadeiam com a
participação e omissão de DFs por parte dos colaboradores, através de actos,
comportamentos ou atitudes inadequadas dentro da organização, facilitando deste modo
a ocorrência do acto ilícito, ocorridos muitas vezes, sem a devida análise das
consequências dessas acções para a entidade. As fraudes podem ainda criminalizar
pessoas envolvidas, assim como inviabilizar as actividades e os objectivos da
organização.

Além da manipulação das informações financeiras, as fraudes ainda são propiciadas por
controlos internos inadequados, crescente uso de tecnologia e pela conivência e
auditores, colocando em questão a integridade moral destes últimos. Perante a
existência de lacunas relativamente a utilização de mecanismos de auditoria externa na
prevenção de fraudes na empresa "B", urge a pertinência de questionar:

4
 De que forma a Auditoria Externa pode contribuir no Processo de Detecção
de Fraudes, dentro das organizacoes na Cidade de Lichinga?

1.3. Justificativa

O estudo é relevante porque ira enriquecer e ampliar o conhecimento acerca do tema


proposto e contribuirá para a actuação contabilística e também para a sociedade em
geral. A fraude é um assunto complexo e abrangente, qualquer conhecimento e
entendimento sobre o tema são relevantes.

Por outro lado a tematica é importante para o profissional contabilista, pois, esta
ramificação a auditoria, torna-se cada vez mais indispensável em uma organização. Ela
é a principal ferramenta para combater erros, fraudes e possíveis falhas na empresa,
dando o suporte necessário aos executivos para auxiliar na melhoria de negócios,
identificando áreas problemáticas e sugerindo correcções, tudo para ampliar as chances
de melhores resultados e minimizar desperdícios para a organização como um todo no
trato das questões patrimoniais e financeiros.

Sob ponto de vista académico, esta servira como base para compreensão do tema em
estudo e dos conceitos que o incorporam, permitindo que os pesquisadores sintonizem a
realidade no tange a auditoria externa como instrumento de prevenção de fraudes e
servira de alicerce para novas pesquisas na área.

Quanto a motivações pessoais para escolha deste tema, primeiramente estão inclinadas a
área de formação académica e profissional (contabilidade e Auditoria), por outro lado
me identifico com este tema, existe muitos manuais que aborda sobre esta problemática
em análise.

1.4. Objectivos do Estudo

1.4.1. Objectivo Geral


 Analisar a contribuição da Auditoria Externa como Instrumento no Processo de
detecção de Fraudes nas organizações da cidade de Lichinga.

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1.4.2. Objectivos específicos
 Identificar a Auditoria usada nas organizações da cidade de Lichinga e sua
frequencia;
 Descrever os procedimentos utilizados para a realização da Auditoria nas
organizações da cidade de Lichinga ";
 Apresentar mecanismos usados para reduzir as fraudes nas organizações da
cidade de Lichinga.

1.5. Questões de Partida


 Que tipo de auditoria é usada nas organizações da cidade de Lichinga?
 Qual é a frequência de realização de Auditoria nas organizações da cidade de
Lichinga?
 Que procedimentos e normas são utilizados durante a Auditoria nas
organizações da cidade de Lichinga?
 Quais mediadas são aplicadas após o trabalho de auditoria nas organizações da
cidade de Lichinga?

1.6. Delimitação do Estudo

1.6.1. Delimitação Temática

O estudo do tema Auditoria Externa como instrumento de detecção de fraudes nas


organizações da cidade de Lichinga, em particular na empresa "B", a mesma, se encaixa
na linha de pesquisa de Auditorias, especificamente a áea tematica da auditoria externa.

1.6.2. Delimitação Temporal

A presente pesquisa fara o estudo na empresa "B", no período compreendido entre


2016-2017. A escolha deste período deve-se ao facto desta Organização ter recebido
uma Auditoria Externa que concequentimente registou irregularidades em seus
demonstrativos financeiros, e vários desfalques.

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1.6.3. Delimitação Espacial

A pesquisa delimitou-se a colher dados na cidade de Lichinga. Concretamente na


empresa "B", a escolha desta, deve-se a aproximação e a realidade económica da urbe.

A cidade de Lichinga, tem uma superfície de 290 km 2, com um universo populacional


de 186,488 habitantes. Esta cidade situa-se precisamente no planalto do mesmo nome,
com cerca é de 1350 metros de altitude com um clima tropical unido, em que a
temperatura anual é de 23° C e a máxima anula de 26°, segundo (CMCL, 2011).

1.7. Estrutura de Trabalho

Quanto a sua estrutura, o projecto está subdividido em capítulos a destacar:

Capítulo I: comtempla os aspectos introdutórios da pesquisa como: contextualização,


problematização, os objectivos do estudo, questões de pesquisa, justificativa,
delimitação do estudo. Capítulo II: fundamentação teórica, serão apresentadosneste
capítulo os conceitos chaves da pesquisa. Capítulo III: aspectos metodológicos: que faz
a descrita metodológica usada para a concretização da pesquisa.

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CAPÍTULO II. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capitulo, ira abordar sobreas diferentes teorias, conceitos e afirmações de varios
autores e obras bibliograficas utilizadas para dar suporte cintifico as aspectos a serem
abordados dentro do contexto da auditoria externa e seus componentes.

2.1. Aspectos Conceptuais da Auditoria

De acordo com Alberton (2002), a palavra auditoria possui genealogia vinda do latim
“audire”, que tem como significado “ouvinte”, aquele que ouve. Já para os ingleses,
este termo foi classificado como auditing, possuindo um sentido um pouco diferente,
significando então revisão, exame, correção, ajustes, etc.

De acordo com a Internationail Federation of Accoutants (1999), “A auditoria é uma


verificação ou exame feito por auditor os documentos de prestação de contas
comumentos de modo a dar ao mesmo a maior credibilidade”.

Podemos intender que tanto pelo significado da palavra assim como ao seu conceito,
existe uma convergencia situacional que é o exame. Como qualquer um pretedende
provar o comprimento assim como o objectivo de uma determinada actividade.

Segundo a International Organization of Supreme Audit Institutions (INTOSAI, 1999),


diz que é “Auditoria é exame das operações, actividades e sistemas de determinada
entidade, com vista a verificar se são executados ou funcionam em conformidade com
determinados objectivos, orçamentos, regras e normas”.

A auditoria segundo Santos e Pagliato (2007), é uma parte da contabilidade com o fim
de expor um ponto de vista sobre os sistemas operacionais da empresa e da
situaçãoeconómico-financeira, esta última por meio de verificação documental, (p. 02).

Por sua vez Almeida (2014), diz que a Auditoria é um processo objectivo e sistemático,
efectuado por um terceiro independente, de obtenção e avaliação de provas em relação
aas asserções sobre acções e eventos económicos, para verificar o grau de
correspondências entre essas asserções e os critérios estabelecidos, comunicando os
resultados aos utilizadores da informação financeira.

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Por pode se afirmar que a Auditoria é assim um processo de recolha de informações
atestar as asserções (efectuadas pelo órgão de gestão), contidas nas demonstrações
financeiras, com vista à avaliação das mesmas tendo por base as normas contabilísticas
e outros referencias.

2.1.1. Objectivo de uma Auditoria

Almeida (2014), O objectivo principal de uma auditoria é fazer com que o auditor
expresse uma opinião sobre se as demonstrações financeiras estão razoavelmente
apresentadas de acordo com os princípios de contabilidade geralmente aceites.

Tem a finalidade de assegurar a fidelidade dos registos e proporcionar credibilidade aas


demonstrações financeiras e outros relatórios da administração.

2.2. Tipos de Auditoria

Com a expansão comercial dos séculos XV e XVI, e a crescente concorrência, as


empresas começaram a captar recursos de terceiros, como bancos e novos accionistas,
para ampliação de suas instalações, investimento em tecnologia e controlos internos.
Para liberar os recursos, os novos investidores necessitavam de maior segurança de suas
informações da companhia, obtida por meio de demonstrações financeiras, para avaliar
a liquidez e a rentabilidade de seu investimento.

Segundo Crepaldi (2012), a profissão se desenvolveu paralelamente com o crescimento


de sociedades anónimas, que buscavam protecção do seu património. Outro facto
relevante foi à exportação de capitais por parte das multinacionais, que ao
estabelecerem uma filial, utilizavam os serviços de auditoria para colaborar com a
correcta aplicação de capital.

Em outras palavras, pode-se afirmar que desde os tempos, o uso da auditoria foi
fundamental nas actividades economicas, e que delas servia para identificar e corrigir as
incongruências de aplicação do capital nestas actividades.

2.2.1. Auditoria Externa

A auditoria externa é um processo de emissão de um parecer sobre as asserções contidas


nas DF’s preparadas pela organização auditada, processo este realizado por um

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profissional independente a organização, ou seja, que não faz parte do quadro de pessoal
da empresa auditada.

Segundo Crepaldi (2002), a auditoria externa:

Constitui o conjunto de procedimentos técnicos que tem por


objecto a emissão do parecer sobre a adequação com que estes
representam a posição patrimonial e financeira, o resultado das
operações, as mutações do patrimóniolíquido e as origens e
aplicações de recursos da entidade auditada consoante as normas
de contabilidade de relato financeiro, (p. 48).
Por sua vez, Jund (2001), “a auditoria externa é uma das práticas utilizadas pela
contabilidade, ou seja, aquela proposta a examinar a escrituração e demonstrações
financeiras, com o fito confirmar a sua adequação”, (p. 26).

Portanto, destaca-se a precisão do auditor externo, ser um profissional sem qualquer tipo
de vínculo empregatício com a empresa, como já outrora mencionado, uma que sua
função é realizar um trabalho sem qualquer analise pessoal, mas sim restritamente
profissional da situação actual em que a organização se encontra.

Basicamente, esta apresenta os dados obtidos através dos registos contabilísticos, com o
intuito de confirmar a veracidade destes dados.

2.2.2. Auditoria Interna

A auditoria interna é uma função de avaliação independente, tradicionalmente efectuada


por profissionais que são funcionários da organização, estabelecida dentro da mesma
com o intuito de examinar e avaliar as suas actividades.

A auditoria interna é definida como sendo:


“Uma actividade independente, de garantia objectiva e
consultoria, estabelecida para acrescentar valor e melhorar as
operações de uma organização. Apoia uma organização a atingir
os seus objectivos através de uma abordagem sistemática e
disciplinada de avaliação e melhoria da eficácia na gestão de
risco, controlo e processos de “governance”, (IIA, 2009, p.19).

Enquanto Hoog e Carlin (2000), a AI aquela em que o serviço é praticado empregados


da organização, associações e fundações, que os contratam para tal. A aplicação dos
trabalhos tem fundamento na validação e avaliação dos controlos internos e demais
procedimentos, pois, devido à falta de independência, uma vez que o profissional é

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empregado, está impedido o mesmo de dar uma opinião para interessados ou usuários
externos, sobre a adequação das demonstrações financeiras encerradas, (p.61).

Perante os estudos feitos pelos autores acima descritos percebe se que a auditoria
interna constitui um instrumento de apoio ou suporte de gestão, apoiando deste modo a
empresa atingindo os seus objectivos, assim tornando como uma ferramenta
indispensável, focalizada para melhoria dos negócios, minimizando assim os riscos e
maximizando os lucros.

2.3. Conceitos sobre a Fraude

A fraude vem se tornando um procedimento comum ao passar dos anos, principalmente


pelo crescente volume de transacções das empresas e o enfraquecimento dos controlos
internos. É um processo que pode acometer todos os níveis hierárquicos das
organizações e depende exclusivamente da intenção e necessidade do fraudador. As
fraudes podem ocorrer de variadas maneiras e são diversas as contas que podem ser
afectadas.
Viera (2000),apontam como principais ocorrências o desvio de dinheiro, despesas
fictícias, desvios de mercados, recebimento de crédito sem dar baixa, adulterações de
documento e falsificação de documentos. Os registos alterados resultam na divulgação
de informaçõesdistorcidas quanto à situação patrimonial da companhia e, consequente
tomada de decisão equivocada por parte de investidores, e fornecedores, (p. 228).

Portanto torna-se pertinente trazer conceitos sobre a fraude:


O termo fraude tem a sua origem Latina “fraus ou fraudis”, e foi usado no seu
sentido próprio, para afirmar, “dano feito a alguém”, (Sá, 1982 p. 15).

Segundo Gil (1998, p.91),


” A fraude tem o carácter de acção intencional e prejudicial, é o acto praticado
com intenção de lesar terceiros, fazendo uso de informação privilegiada em
benefício próprio. É a obtenção para si oi para outrem, de vantagem ilícita, em
prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro”.

Em suma, a fraude é um problema comum e crescente nas organizações, “decorrente do


enfraquecimentodos valores éticos, morais e sociais e, principalmente, da ineficácia dos
sistemas de controlo interno.

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2.3.1. Motivação e Consequências de Fraude

Relativamente à prática de fraude, em termos genéricos Albrecth (2008), referem que


existem três elementos chave que determinam a fraude: a pressão, a oportunidade e a
justificação, que compõem o denominado triangulo de fraude, (p. 33).

Wells (2007) explica que o triângulo da fraude representa uma hipótese colocada por
Donald R. Cressey, que defendia o seguinte:
“As pessoas, em que se confia, tornam-se violentas desta mesma
confiança quando imaginam que têm um problema financeiro
impossível de partilhar e que acreditam pode ter secretamente
resolvido, através da violação da confiança financeira, sendo
capazes de aplicar à sua conduta, naquela situação, justificações
que lhes permitem ajustar o conceito, que têm de si próprios, de
pessoas de confiança de utilizadores dos fundos ou propriedades
que lhes foram confiados”.

Os três vértices do triangulo são compostos pela necessidade financeira sentida, a


oportunidade a percebida e a justificação.
As consequências encontram-se previstas no Regime geral das infracções tributarias
(RGIT). Os actos de fraude e evasão fiscal podem dar origem a contra-ordenações
previstas nos artigos 113° a 127°, ou crimes previstos nos artigos 87°a 91°, e crimes
fiscais previstos nos artigos 103° a 105° do RGIT, segundo (Pereira, 2011).
Quanto a outros tipos de crime, como o ocupacional e corporativo, estes não estão
discriminados em nenhum código. O crime efectivamente não existe.

2.3.2. Fraude nas DemonstraçõesFinanceiras

Este tipo fraude acontece quando intencionalmente se publica informação errada, de


qualquer dimensão, nas DF’s. Normalmente é a gerência que comete este tipo de crime,
de modo a melhorar a aparência económica da empresa.
A gerência pode beneficiarão deste tipo de fraudedirectamente, ao vender stock, receber
gratificações de desempenho, ou ainda, ao utilizar um relatório falso para encobrir
outras actividades ilegais. E, também pode beneficiar indirectamente, quando a activa é
usada para obter financiamento em nome da empresa ou inflacionar o preço de venda da
mesma, no dizer de (Wells, 2009).

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2.4. Ferramenta de Auditoria Externa para Detecção de Fraudes

Em todo trabalho da Auditoria as ferramentas utilizadas no cumprimento de seus


objectivos vão baseadas nos instrumentos desenvolvidos e aplicados na auditoria
externas ferramentas de auditoria, portanto são os instrumentos que o auditor possui
para atingir suas metas, definidas no planeamento de auditoria, independente do tipo de
auditoria praticada.

A fim de cumprir todas as formas de actuação de auditoria criou algumas


ferramentasque determinarão o sucesso de seus trabalhos, os quis pode-se elencar:

2.4.1. Procedimentos de Auditoria

Attie (1998), comenta a importância dos procedimentos de auditoria considerando sua


responsabilidade mais adequado ao cumprimento de seus objectivos em determinado
trabalho. Para este autor, o conceito de procedimento pode ser expresso da seguinte
forma:

Procedimento de Auditoria são as investigações técnicas que, tomadas em conjunto


permitem a formação fundamentada de opinião do auditor sobre as demonstrações
financeiras ou sobre o trabalho realizado

Os procedimentos de auditoria devem ser analisados e só cumprirão a finalidade para


que foram instituídas se forem objecto de análise em conjunto com outros
procedimentos, além de destacar a função de julgamento exercida pelo auditor.

2.4.1.1. Confirmação com Terceiros (Circularização)

Segundo Franco & Marra, (2001) A circularização dos números em trabalhos de


auditoria consiste:
Em fazer com que o cliente expeça cartas dirigidas a empresas ou
a pessoas com as quais mantem relações de negócios, solicitando
que confirmem, em cartas dirigida directamente ao auditor, qual a
situação desses negócios, em data determinada (p:299).

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Neste procedimento existe uma acção conjunta entre a auditoria e o auditado, pois sem
colaboração e a realização das solicitações aos seus parceiros de negócio auditoria não
poderá confirmar os saldos e valores constantes nos demonstrativos elaborados pelo
auditado.

2.4.3. Inventários

Crepald (2002), explica que, outro tipo de confirmação disponível aos trabalhos de
auditoria são as contagens físicas, ou os inventários. Trata-se de um procedimento
aplicável a itens tangíveis que expressem algum valor para o património da empresa,
geralmentesão denominados de inventários físicos, contagens físicas ou confirmações
de quantidades.

2.4.4. Conferências de Cálculos

Hoog (2009), afirma que, as conferências de cálculos e estimativas realizadas pela


auditoria são procedimentos de confirmações que envolve os seguintes aspectos:

a) Verificação do conhecimento técnico;


b) Constatação de habilidades matemáticas e financeiras;
c) Precisão de cálculo com bases e científicas.

2.4.4. Inspecção

Inspecção é a técnica de auditoria de que o auditor se utiliza para examinar a


comprovação documental das transacções. Basicamente as transacções entre empresas e
pessoas envolvem tipo de documento, que serve de explicação para os detalhes sobre o
que foi feito e que consequências se esperam deste facto. Uma transacção, em verdade,
quase sempre origina-se de um documento, a inspecção compreende a verificação da
legitimidade do documento em primeiro lugar e consequentemente da transacção.

2.5. Auditoria Externa Como Ferramenta eficaz para as Organizações no Combate


à Fraude

Gil (1999), A eficiência do sistema de controlo interno como um tudo deve permitir
detectar não somente irregularidades de actos intencionais, como também erros de actos
não intencionais. Esses erros podem ser de interpretação como a título de exemplo:

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aplicação errónea dos princípios de contabilidade geralmente aceites no reconhecimento
de transacções, de omissão por não aplicar um procedimento prescrito nas normas em
vigor, decorrentes de má aplicação de uma norma ou procedimento.
Por tudo quanto foi mencionado, até então, tem-se a impressão de que um bom sistema
de controlo interno constitui garantia absoluta contra a ocorrência de fraudes ou
irregularidades. Bons controlos internos previnem contra a fraude e minimizam os
riscos de erros e anormalidades, porque, por si só, não basta para evita-los.

Assim, por exemplo, a segregação de uma operação em fases distintas, confiadas a


diversas pessoas reduz o risco de irregularidades, porém não podem evitar que estas
ocorram se as diversas pessoas que intervém no processo se puserem de acordo para
cometer algum acto fraudulento.

Não obstante isso, os outros elementos do sistema podem, em alguns, actuar como
controlos internos independentes que relevam a manobra segundo (Attie, 1998, p. 126).
Através do exposto compreende-se que a auditora interna através do controlo interno é
uma actividade de supervisão e regularização de processos, revisando todas as etapas e
planos de acções empresarias.

Pagliato (2011), salienta ainda que os controlos internos compreendem o plano de


organização, bem como o conjunto de métodos e medidas coordenadas, aplicados em
uma empresa, a fim de: proteger o seu património, verificar a exactidão e a
fidedignidade de seus dados contabilísticos, financeiro, administrativos, de produção,
comerciais, promover a eficácia operacional, e incentivar a adesão às políticas traçadas
pela administração da empresa.

Evidencia-se ainda que muitas organizações, sofrem com problemas de fraude por não
possuir uma auditoria interna eficaz, segundo (Franco & Marra, 2001). Desfalque e
outras formas de fraude e irregularidades têm sido comuns a maioria das organizações.
Embora muitos motivos possam ser atribuídos a essa situação, todas essas ocorrências
parecerem ter um ponto em comum.

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2.6. Estudos Realizados

A seguir apresentam-se estudos realizados que tem alguma relação com o tema em
estudo, começando por apresentar estudos empíricos, ou seja, que foram realizados no
contexto de fora do pais e em seguida estudos focalizados realizados em Moçambique.

2.6.1. Estudos Empíricos

Pereira, Santos e Rocha, com o tema “Procedimentos de prevenção de fraude


contabilística numa empresa de comercio Exterior” realizado no Rio de Janeiro (2015).
Com o objectivo de verificar se os procedimentos utilizados para prevenção de fraudes
contabilística em uma empresa de comercio exterior são suficientes para impossibilitar a
sua ocorrência. Utilizou-se como abordagem metodológica a Qualitativa, quanto ao
objectivo é exploratória, fez-se o uso das técnicas analise documental e questionário.

Tendo como seu universo 5 empresas do comercio exterior e seus participantes 5


profissionais da área de contabilidade, 5 da área fiscal e 3 do controlo interno, que
consistia na verificação de ambientes mais propíciospara a ocorrência de fraudes. Este
estudo concluiu que existe a necessidade de um controlo interno mais efectivo em todos
os departamentos, o que dificultaria a acção de pessoas mal-intencionadas que venham
burlar o sistema. A actuação efectiva da auditoria interna com propósito de verificar o
andamento dos controlos efectuados em cada área, inibiria também acções dolosas
contra a empresa. A fraude em si não for detectada, mas existem muitas lacunas para
que a mesma ocorra.

Lima, Silveira e Barbosa (2012) com o tema “A importância da Auditoria para a


Prevenção de erros e fraudes na organização” com o objectivo principal de verificar
sistemática a eficácia e eficiência actividades das operacionais. Estudo realizado em
Portugal. Para a sua concretização adoptou a qualitativa e a quanto ao objectivo trata-se
de uma pesquisa descritiva e explicativa, uma vez que busca apresentar os tipos e
adequações da auditoria em uma organização, coibindo irregularidades. O estudo
conclui que a auditoria é a principal ferramenta para mensurar a adequação e a
confiabilidade dos registos e das demonstrações financeiras, que é muito importante
para o profissional a área, pois obedece às leis e os princípios de contabilidade
geralmente aceites.

16
O estudo muito se familiariza com esta pesquisa, por elas focarem no uso da auditoria
na prevenção e detecção de fraudes nas organizações com vista a consolidação dos
controlos internos. Não obustante, éneste contexto que se torna necesario o uso da
euditoria externa para detecção de fruades nas organizacoes, como um contribuito e ou
visao externa.

2.6.2. Estudos Focalizados

Na pesquisa de João (2018), com o tema “Auditoria Interna Como Instrumento na


Tomada de Decisão na Electricidade de Moçambique, EP. Lichinga (2015-2016)” com
o objectivo de responder ao seguinte problema de pesquisa: Qual é o papel da Auditoria
interna na tomada de decisões na EDM de Lichinga? Tendo sido apurado como
objectivo geral analisar o papel da Auditoria Interna no processo de tomada de decisões
na EDM. para a sua concretização a pesquisa baseou-se na abordagem quantitativa e a
quanto ao objectivo a pesquisa será descritiva, com as técnicas de recolha de dados,
analise documental, e o inquérito. Tendo como seu universo todos os colaboradores da
electricidade de Moçambique-Lichinga, e a sua amostra de 3 colaboradores afectos ao
departamento de contabilidade. Pesquisa mostrou que os controlos internos reflectem na
colaboração da auditoria e a gestão de riscos. Através da melhoria dos controlosinternos
e dos processos, Auditoria Interna Como Instrumento na Tomada de Decisão na
Electricidade de Moçambique, EP. Lichinga (2015-2016)

O auditor tem como principal missão identificar os riscos que a actividade empresarial
abarca e propor acções que reforcem os controlos internos.

O estudo se assemelha a esta pesquisa por se tratar do uso da auditoria da reforçar os


controlos internos devido a grandeza nível de operações realizada em ambas empresas e
por tratar de empresas com investem muito capital financeiro. O estudo de João foca-se
no papel da auditoria interna para reforçar os controlos internos da EDM, enquanto esta
pesquisa faz o uso da auditoria externa para avaliar se os controlos internos são capazes
de detectar fraudes sem que necessário tenha que se realizar muitos procedimentos e
testes de auditoria.

Matanje (2019) em sua Pesquisa com o tema “Auditoria Interna como ferramenta para a
prevenção de fraudes nas empresas privadas”. Tendo como o objectivo de responder a
seguinte questão: Como a auditoria interna está a ser utilizada como ferramenta de
prevenção de fraudes nas empresas privadas? Para a sua realização será usada a

17
abordagem qualitativa, com tipo de pesquisa quantos aos objectivos é explicativa, tendo
como instrumento de colecta de dados através da entrevista. Com o universo do estudo
de 1292 pequenas e medias empresas que exerceramactividades no ramo florestal, desta
como amostra 8 empresas seleccionadas de forma intencional. Portanto os resultados
revelaram que a Auditoria Interna é instrumento fundamental ou mesmo indispensável a
sua existência para bom desempenho e melhor controlo interno.

A pesquisa destaca o papel da Auditoria Interna no processo de melhoria do


desempenho e controlo organizacional que a existência da auditoria interna é
fundamental para uma empresa na prevenção de fraudes porque só com este instrumento
é que se pode detectar as falhas, os riscos ou possíveis fraudes que provavelmente
podem estar a ocorrer dentro da empresa.

A pesquisa do Matanje se familiariza com este estudo por focarem no uso da auditoria
na prevenção e detecção de fraudes, porem a pesquisa do Matanje foca a nível interno
enquanto esta pesquisa abarca sobre a auditoria a nível exterior e está meramente
preocupada em detecção de fraudes.

18
CAPÍTULO III. METODOLOGIA DE PESQUISA

Neste capitulo, ira se presentar os metodos que seram usados para o desenvolvimento da
pesquisa, assim como as técnicas e procedimentos adequados para a recolha de dados de
campo, estes elementos são fundamentais pois iram ajudar a pesquisadora no observar,
intender e descrever os fenomenos e eventos que posam ocorrer na área de estudo.

3.1. Método de Abordagem e Tipo de Pesquisa

A metodologia de investigação consiste num processo de selecção da estratégia de


investigação, que condiciona, por si só, a escolha das técnicas de recolha de dados que
devem ser adequadas aos objectivos que pretendematingir”, (Sousa e Baptista, 2011, p.
52).
Comungando as ideia do autor acima, por método entende-se como sendo o processo
investigativo que levará sempre a pesquisa a alcançar o objectivo ou objectivos
preestabelecidos ou seja, o caminho a ser percorrido para a realização da pesquisa.

3.2 Tipo de Pesquisa

O tipo de pesquisa quanto ao objectivo é exploratório e descritivo. A união destes dois


tipos objectiva efectuar uma descrição da realidade do objecto, de modo a proporcionar
uma visão geral e aproximada do objecto de estudo.

Segundo Vilelas (2009), o estudo exploratório tem como principal finalidade “a


formação de conceitos e ideias, capazes de tornar os problemas mais precisos e de
formular as hipóteses para os estudos posteriores”. (p.119).

Tendo em consideração de que não existem estudos acabados o aprofundamento, os


desenvolvimentos de novos conceitos constituem pilares para a criação de um novo
conhecimento deste modo a conjugar estes dois tipos de estudos permitirão abrangência
e aprofundamento do tema em pesquisa.

3.2.1 Quanto a Abordagem

19
Nesta pesquisa será aplicado a enfoque qualitativo, o quepermitirá obter uma exploração
aprofundada sobre o tema, pois permitirá maior aproximação entre o pesquisador e com
o objecto de pesquisa, através do diálogo e percepção das realidades vividas pelo grupo
alvo, deste modo a opção pela abordagem qualitativa é devido a relação existente entre
os objectivos da pesquisa e os instrumentos que a abordagem qualitativa dispõe, o que
permitirá com maior precisão o seu alcance.
Na concepção de Sousa e Baptista (2011), a abordagem Qualitativa “centra-se na
compreensão dos problemas, analisando os comportamentos, atitudes ou os valores”.
(p.56).

3.2.2 Quanto aos Objectivos

Quanto aos objectivo a pesquira e descritiva, visa descrever as características de


determinada população ou fenómeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis.
Envolve o uso de técnicas padronizadas de colecta de dados; questionário e observação
sistemática. Assume, em geral, a forma de levantamento. A mesma ira ajudar a autora a
fazer a descrição minunciosa dos diferentes fenomenos e variaveis de forma sistematica
e técnica em relação a auditoria externa na empresa "B".

3.2.3 Quanto aos Procedimentos Técnicos

Quanto aos procedimentos é Pesquisa Bibliográfica, sera elaborada a partir de material


já publicado, constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e actualmente
com material disponibilizado na internet, assim como na analise de relatorios e de mais
DFs da empresa "B".

3.2.3.1 Instrumentos de recolha de Dados

No que se refere a instrumento, o dicionário da língua portuguesa classifica como sendo


"tudo o que serve para executar algum trabalho ou fazer alguma observação"
(Infopédia).

Com a pretensão de trazer a veracidade dos factos relacionados com o fenómeno em


estudo, far-se-á o uso dos seguintes instrumentos:

20
 Máquina fotográfica: indispensável para captação de imagens fotográficas que
retractem, do que foi observado pelo pesquisador e inseridas no trabalho;
 Gravador de Voz: indispensável para a captação de voz na entrevista dirigida a
organização seleccionada nesta pesquisa;
 Guia de Entrevista: Necessário para orientação do pesquisador no decorrer da
entrevista e evitar o desvio dos objectivos a serem alcançados.

Os dados tambem serão recolhidos dados com base em um formulário, no qual servirá
como instrumento orientador, durante a interacção entre o pesquisador e o pesquisando,
este será elaborado na base de factos reais a respeito da Auditoria externa como
instrumento de prevenção de fraudes.

Portanto, para esta pesquisa far-se-á com um de conjunto de perguntas fechadas


direccionadas aos participantes seleccionados. Esta técnica constitui uma vantagem pois
com base numa bateria de questões, será respondida de forma célere e rápida na
presença do pesquisador.

3.2.3.2. Técnicas de Recolha de Dados

Marconi e Lakatos (2006), diz que a técnica é “conjunto de preceitos ou processos de


que se serve uma ciência ou arte, e habilidade para sanar esses preceitos ou normas, a
parte pratica.
Portanto para concretização desta pesquisa far-se-á o uso de três técnicas:

3.2.3.3. Entrevista
Na concepção de Sousa e Baptista (2011, p.79), a entrevista é um método de recolha de
dados que consiste em conversas orais, individuais ou de grupo, com varias pessoas
cuidadosamente seleccionadas, cujo grau de pertinência, validade e fiabilidade é
analisado na perspectiva dos objectivos da recolha de informações.

Será usada uma entrevista semi-estruturada, que permitira uma liberdade dos
entrevistados em expressar o seu ponto de vista sobre o tema em pesquisa.

21
3.2.3.4. Modelo de Análise de Dados

Quanto a tratamento e análise de dados será adoptada a análise de conteúdo. Minayo


(2001), afirma que “a analise de conteúdo, constitui-se na análise de informações sobre
o comportamento humano, possibilitando uma aplicação bastante variada com o campo
social do objecto de estudo”.
Segundo esta autora, estabelece os seguintes tipos de analise de conteúdo:
 Análise da Narrativa: faz uso das falas dos participantes da pesquisa, ou
seja, os mais importantes são os personagens, seus actos, dificuldades e
suas escolhas.
 Análise de discurso: técnica de analise que explora as relações entre
discurso e a realidade, está analise presta maior atenção na componente
linguística
 Análise Interpretativa: São usadas questões de pesquisa descritas
dirigidas a descobrir, a forma teorias, relação entre dados e dos
conceitos.
A escolha deste modelo considera-se apropriado aos vários procedimentos desde a
conversa com os participantes, os aspectos relacionados com os dados obtidos e
referencial técnico.

3.3. População e Participantes

3.3.1. População

A presente pesquisa apresenta como população todos colaboradores da empresa "B" da Cidade
de Lichinga.

Na óptica de Lakatos e Marconi (2006, p.41), o universo ou população “é conjunto de


seres animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma característica em
comum”.
Com base na concepção do autor, entende-se por população de uma pesquisa como
sendo um conjunto de elementos que comungam da mesma característica em estudo.

3.3.2. Participantes

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Carmo & Ferreira (1998) conceitua participantes como sendo o subconjunto ou parte de
uma dada população onde os elementos que constituem a amostra representam a
população a partir do universo na qual foi seleccionado, ou seja, sob seu ponto de vista
de participante é uma parcela representativa da população em análise na pesquisa.

Da população descrita são participantes desta pesquisa: dois (2) colaboradores da


fundação Malonda, Nomeadamente, Um contabilista e um Auditor Interno. As escolhas
destes colaboradores adopta-se pois estes são os profissionais mais qualificados para
solucionar os problemas desta pesquisa

3.4. Aspectos Éticos da Pesquisa

No decorrer desta pesquisa, deverá ter em consideração os aspectos éticos, como a não
divulgação da identidade dos entrevistados, procurou aos entrevistados os objectivos da
pesquisa e manter confidencialidade dos dados por eles fornecidos. Também foram
respeitados os direitos dos autores citando todas as fontes utilizadas na pesquisa.
O investigador deve ter presente um conjunto de princípios que podem orientar o seu
desempenho, estes princípios contribuem.
Ética na Pesquisa é a necessidade de fundamentar teoricamente os valores vividos de
forma pratica por uma sociedade

3.5. Limitações do Estudo

Durante esta pesquisa constatou-se como dificuldade ou limitação o acesso a


informações, visto que as informações financeiras e contabilísticas são muito sensíveis
de influenciar na continuidade normal das actividades da empresa.
Este tipo de pesquisa é muito limitado ao acesso de informação para se detectar uma
fraude na organização é necessário realizar uma auditoria e comparar as informações
com as do relatório do auditor

23
3.6. Cronograma

O cronograma é um instrumento de detalhamento dos processos e tarefas de um


projecto frente aos prazos de execução e ou de conclusão, segundo (Gil, 2002: 155).

Tabela 2: Cronograma das Actividades

Fases Actividades Novembro Dezembro Janeiro-Fev- Abril Maio


Março
1ª Aspectos Introdutórios
2ª Fundamentação
Teórica
3ª Apresentação
Metodológica
4ª Apresentação do
Plano de Acção
5ª Entrega do Projecto de
Pesquisa
6ª Recolha e Tratamento
de Dados
7ª Análise e
Interpretação de
Dados
8ª Apresentação de
Conclusões e
Recomendações
9ª Entrega do Relatório
10ª Defesa
Fonte: Adaptado pelo Autora, 2020

24
3.7. Orçamento

Tabela 3: O Plano Orçamental

Preço Valor
Nº Tipos de Despesas Material Quantidade Unitári Total
o (MZN)
(MZN)
2 Despesas com Táxi de Mota 4 (Deslocações) 200,00 800,00
Deslocação
3 Despesas Pessoais Alimentação 4 (Refeições) 500,00 2000,00
4 Imprevistos 500,00
Tota 3,300.00
l
Fonte: Adaptado pelo Autora, 2020

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