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Exame MMT-05

Sistema de Injeção Eletrônica

Renan Oliveira
Cleverson Bringhenti
7 de julho de 2021

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1. Introdução
Ao longo das últimas décadas, o massivo desenvolvimento tecnológico
trouxe consigo diversas atualizações para o setor automobilístico. Dentre
elas, cabe aqui, destacar a substituição do carburador pelo sistema de
injeção eletrônica como componente controlador da proporção da mistura
ar-combustível.
A principal diferença entre os dois sistemas é o processo utilizado para
realizar a mistura ar-combustível. Com o carburador esse processo é
realizado por meio de atuadores manuais, ou seja não há tanta precisão no
cálculo da estequiometria da mistura para distintas situações de rotação,
clima, etc. Já com o sistema de injeção eletrônica, a quantidade de
combustível injetado para formar a mistura ar-combustível é calculada por
meio de sensores eletrônicos que são bem mais e icientes e duradouros.
Desse modo, ao trocar o carburador pelo sistema de injeção eletrônica,
o motor passa a apresentar potências mais adequadas para diferentes
situações de rotação, terreno e clima, por exemplo. Além disso, a utilização
de potências mais adequadas proporciona também uma economia de
combustível e redução na emissão de gases.

Figura : Carburador Figura : Sistema de injeção


eletrônica

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2. Como funciona o sistema de injeção eletrônica


Para exempli icar o funcionamento do sistema de injeção eletrônica, faz-
se necessário nomear e descrever os componentes e sistemas que
compõem esse sistema, com respeito às suas respectivas função,
importância, posição e manutenção.

A. Unidade de controle eletrônico, UCE;


A unidade de controle eletrônico tem
como principal função controlar o motor
mantendo o desenvolvimento e rendimento
em níveis ótimos. Para isso, a UCE coleta
informações de diversos componentes e
sensores estrategicamente instalados e, a
partir desses dados, calcula o tempo de
injeção e o ângulo de avanço de ignição para
Figura : UCE tbk.
cada regime de trabalho do motor.
Além disso, esse aparelho, durante a partida e com o motor
funcionando, recebe sinal do sensor de rotação e, enquanto captar esse
sinal, manterá a bomba elétrica de combustível acionada e controlará as
válvulas injetoras, bobina de ignição e a rotação da marcha-lenta.
Quanto a manutenção da UCE, a maioria das unidades de comando
eletrônico possuem um sistema de auto-diagnóstico, por isso podem
detectar eventuais anomalias. Quando isso acontece, a UCE grava um código
de defeito em sua memória, acende a lâmpada de diagnóstico e ativa o
procedimento de emergência RECOVERY, que é um procedimento utilizado
pelas centrais eletrônicas de sistemas de injeção digitais para substituir o
valor enviado pelo sensor dani icado por um valor pré-programado.

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B. Medidor de luxo de ar;


O medidor de luxo de ar, localizados entre
o iltro de ar e o corpo da borboleta, possui
como principal função realizar a leitura direta
do luxo de ar que entra no motor. Esses
sensores informam diretamente a massa de ar
que entra no motor e, a partir desses dados, é
Figura : Medidor de fluxo
calculada a quantidade exata de combustível a de ar.
ser injetada para obter uma mistura ar-
combustível mais e iciente para a potência requerida. Além disso, o sinal do
medidor de luxo de ar também é utilizado para determinar o avanço de
ignição.
Quando o medidor do luxo de ar apresenta defeito, o veículo passa a
consumir mais combustível, a marcha se torna mais lenta e o processo de
aceleração falha. Desse modo, torna-se necessária a manutenção deste
dispositivo por meio de sua troca completa quando este apresenta
problema.

C. Medidor de massa de ar;


Possui praticamente a mesma função, posição
e manutenção do componente citado no item B, a
diferença entre eles está no cálculo da quantidade
de combustível a ser injetado. Para o medidor de
luxo, é necessário medir a temperatura e pressão
no coletor para determinar a densidade do ar e,
com isso, sua massa. Já o medidor de massa Figura : Medidor de
massa de ar.
informa diretamente a massa de ar admitida sem a
necessidade do parâmetro da densidade.

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D. Sensor de temperatura do ar;


O sensor de temperatura do ar, geralmente
posicionado no bloco do motor em contato com
o duto de luxo de luido do sistema de
refrigeração, possui como principal função medir
a temperatura do ar no coletor de admissão para
que seja determinada a melhor mistura ar-
combustível e o melhor ângulo de ignição para a
realização da combustão. Figura : Sensor de
temperatura do ar.
Quando esse aparelho se encontra com
algum tipo de defeito, o veículo pode apresentar problemas na partida,
potência do motor reduzida e elevado consumo de combustível.

E. Sensor de temperatura do motor;


O sensor de temperatura do motor,
geralmente posicionado no bloco do motor,
monitora constantemente a temperatura do
próprio com o objetivo de detectar um possível
superaquecimento e enviar os dados para que as
advertências no painel sejam acionadas.
Quanto a manutenção do sensor de
temperatura do motor, ele é projetado para ter a Figura : Sensor de
temperatura do motor.
mesma vida útil do motor, logo pode durar tanto
quanto o carro como um todo.

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F. Sensor de pressão absoluta do coletor de admissão;


Este aparelho, localizado no cofre do
motor, tem como principal objetivo informar
à unidade de comando a pressão absoluta no
coletor de admissão. Esses dados coletados
são utilizados no cálculo da massa de ar
Figura : Sensor de pressão
admitida pelo motor e no avanço do ponto absoluta do coletor de
de ignição. admissão.

Quando este dispositivo apresenta


defeito, o cálculo da massa de ar admitida é afetado, podendo enriquecer ou
empobrecer a mistura ar-combustível, causando alterações na potência do
motor.

G. Sensor de rotação do motor;


Este sensor, localizado associado a uma
roda dentada solidária ao virabrequim ou no
distribuidor, envia ao módulo de injeção um
sinal elétrico que possibilita a sincronização
do sistema: tempo de injeção, avanço de
Figura : Sensor de rotação
ignição, ponto morto superior do motor, etc.
do motor.
Essa peça é vital para o bom funcionamento
do sistema de injeção, pois é com seus dados de posição do virabrequim
que é calculado o momento exato do início da injeção eletrônica.
Em alguns veículos, se esse dispositivo apresentar falhas, todo o
funcionamento do motor pode ser comprometido. No geral se essa peça
estiver com defeito, deve ser trocada o mais breve possível.

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H. Sensor de velocidade do veículo;


Esse dispositivo, localizado no câmbio do
veículo, tem como função o envio de um sinal
em forma de onda com frequência
proporcional à velocidade do veículo à
unidade de comando. A partir desses dados, é
realizado o controle da injeção do combustível
Figura : Sensor de
e nos casos de desaceleração o corte deste velocidade.
para a redução do consumo e emissões de
poluentes.
Caso esse sensor apresente defeito, o consumo de combustível bem
como a emissão de poluentes podem aumentar.

I. Sensor de posição da borboleta;


O sensor de posição da borboleta, localizado
no corpo da borboleta, é utilizado para informar ao
ECM as variações de posições angulares do eixo da
borboleta. Com essa informação, é possível
identi icar as condições das acelerações e se
Figura : Sensor de
adequar ao regime do motor. posição da borboleta.
Quando esse dispositivo apresenta defeito, o
veículo pode apresentar falhas na aceleração e combustível sujo. Além de
ocorrer a possível queima das velas.

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J. Sensor de detonação;
O sensor de detonação, localizado no
bloco do motor, tem como principal função
transformar as vibrações mecânicas do motor
em oscilações elétricas capazes de serem
interpretadas pela unidade de comando. A
partir desses dados, a unidade de comando
Figura : Sensor de
separa as vibrações provenientes da detonação
detonação.
de outras eventuais vibrações, permitindo um
máximo aproveitamento da potência fornecida pelo motor.
Um possível defeito nesse dispositivo, se resulta numa condição de falha
fora da faixa de operação do sensor, um código de falha é gravado na
memória, o qual pode ser recuperado utilizando um scanner. Caso o defeito
resulte numa falha dentro da faixa de operação do sensor, em cargas altas,
acelerações ou alta rotação, pode aparecer o fenômeno de detonação.

K. Sensor de oxigênio, sonda lambda;


Esse sensor, localizado no escapamento do
veículo, é responsável por analisar a quantidade
de oxigênio presente nos gases liberados pelo
motor. A partir dessa informação, é possível
calcular uma melhor proporção para a mistura
ar-combustível baseando-se na quantidade de
Figura : Sensor de
oxigênio que restou da combustão. Desse oxigênio.
modo, obtém-se um melhor desempenho do
motor.
Quando esse dispositivo apresenta algum tipo de defeito, poderá
ocorrer maior injeção de combustível do que a necessária, ocasionando no
aumento do consumo e da emissão de poluentes.

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L. Dispositivo de controle de marcha lenta;


O dispositivo de controle de marcha,
localizado em torno da borboleta, é um motor de
corrente contínua que possui um rotor com dois
bobinados que funcionam como eletroímãs. A
unidade de comando recebe a informação de
rotação do motor e a compara com o valor de
rotação de inido para o estado atual de operação
Figura : Atuador de
do motor. A partir desses dados, o ECM envia marcha lenta.
sinais de tensão que energizam alternadamente as
bobinas do atuador, gerando forças opostas no rotor do mesmo.
Um possível defeito nesse dispositivo pode levar à perda da marcha
lenta e o motor pode até parar.

M. Válvula de injeção/bico injetor;


Esse aparelho, localizado na região superior
traseira do bloco do motor, acoplado às lautas,
possui como principal função a injeção de
combustível pulverizado no coletor de forma
estequiométrica.

Figura : Válvula de
injeção

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N. Válvula EGR;
A válvula EGR, localizada entre o coletor de
escape e o coletor de admissão, tem como principal
função controlar o volume com que parte dos gases
que seriam expelidos, sejam reconduzidos por um
canal, para serem reutilizados em uma nova mistura
ar-combustível para realizar outra combustão de Figura : Válvula EGR
modo a reduzir os poluentes jogados na atmosfera.
O principal problema apresentado por esse componente é o acúmulo de
sujeira, dessa forma, é necessária a manutenção periódica dessa peça para
evitar problemas como superaquecimento do motor e aumento no consumo
de combustível.

O. Válvula de purga do cânister;


Esse dispositivo tem como principal
função canalizar os vapores do combustível até
o coletor de admissão do motor, para serem
posteriormente queimados pelo motor no
tempo de combustão.
Uma das principais falhas envolvendo esse Figura : Válvula de purga
equipamento ocorre quando esta libera o do cânister.

vapor do combustível retido no iltro cânister,


comprometendo, desse modo, a relação da mistura ar-combustível.

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3. Combustão no Motor
• Auto-ignição;
A auto-ignição é o observada quando ocorre uma combustão
espontânea no cilindro sem a necessidade de uma chama ou faísca, por
exemplo. Ou seja, o simples contato do combustível com o comburente é
su iciente para iniciar uma combustão.

• Detonação;
No geral, a detonação é provocada pelo combustível adulterado de
baixa octanagem. No momento da compressão no cilindro, a mistura entra
em combustão espontaneamente, criando uma pressão bem mais elevada
que o comum, essa onda de pressão se propaga e reverbera pelas paredes
da câmara, produzindo um som característico conhecido popularmente
como batida de pino.

• Pré-ignição;
Esse fenômeno, mais comum em motores de alta taxa de compressão, é
provocado, por exemplo, quando a combustão pouco e iciente superaquece
a câmara de combustão e acumula resíduos de carvão na mesma. Esses
resíduos se depositam na cabeça do pistão ou no interior do cilindro, em
seguida, o calor faz com que o carvão ique incandescente e queime o
combustível de forma precoce, podendo até mesmo perfurar o pistão ou
quebrar o virabrequim.

• Octanagem;
Octanagem é o índice de resistência à detonação de combustíveis
utilizados em motores Otto. Quanto maior for a octanagem de um
determinado combustível, maior será sua capacidade de sofrer compressão
sem entrar em combustão. O índice de octanagem estabelece uma relação
de equivalência à porcentagem de isoctano em uma mistura de isoctano e
n-heptano.

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• Cetanagem;
A cetanagem de um óleo combustível corresponde ao percentual
volumétrico de cetano e alfametilnaftaleno contidos neste óleo. Este índice
está relacionado com o tempo despendido entre a injeção de combustível e
o início da combustão. Uma combustão de boa qualidade ocorre com uma
ignição rápida seguida de uma combustão suave e completa do combustível.
Um número adequado de cetano no combustível favorece o bom
funcionamento do motor.

4. Referencias:
1. Jeronimo Bezerra. Resumo de funcionamento injecao eletronica, 2021.
2. CHIPTRONIC. Entenda como funciona a injeção eletrônica dos carros,
2021
3. CARROS INFOCO. Funcionamento e detalhes dos sensores de luxo
de ar do sistema de injeção eletrônica, 2021
4. WEBMOTORS. História do carburador, 2021
5. DOUTORIE. Unidade de comando eletrônico, 2021

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