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Primeiras Manifestações Da Música Ubrana No Brasil.
Primeiras Manifestações Da Música Ubrana No Brasil.
Conteúdos
• Música de barbeiros.
• Lundu, modinha e polca.
• Joaquim Callado, Pixinguinha, Anacleto de Medeiros, Chiquinha Gonzaga.
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Orientações para o estudo da unidade
Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir:
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História e Crítica Musical: Música Brasileira -
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Modinha
A modinha, diferentemente do lundu, possui sua essência
europeia voltada ao lirismo e o amor devotado a “musas quase
sempre intangíveis” (SILVA JR., 2005):
A modinha trazia a marca da melancolia e uma certa pretensão
erudita na interpretação e nas letras, sobretudo na sua forma
clássica, adquirida ao longo do II Império. Quase uma ária ope-
Polca
Em meados do século 19, a polca se tornou uma febre nos
salões (NAPOLITANO, 2002). Enquanto a modinha tinha caracte-
rísticas líricas e melancólicas, a polca era a oportunidade que se
tinha de dançar de rosto colado, paquerar etc. Em ritmo binário
e andamento allegretto, a polca embalou os salões europeus e
depois os brasileiros.
No Brasil, a polca foi-se misturando a outros gêneros e à
musicalidade afro-brasileira para formar características próprias
em seu desenvolvimento, como veremos no tópico a seguir.
Os primeiros “chorões”
Entende-se como “chorão” todo aquele praticante do gê-
nero choro. Já a palavra “choro” traz a primeira discussão dentro
do gênero. Qual seria a origem ou o que determinaria que o gê-
nero seria chamado “choro”?
Da maneira como sintetiza Diniz (2008), o maestro Baptista
Siqueira parte do princípio de que teria vindo da “‘colisão cultu-
ral’ entre ‘choro’ (de chorar) e chorus (em latim, ‘coro’, pequeno
grupo)” (DINIZ, 2008, p. 29).
Já o folclorista Luís da Câmara Cascudo acredita que seria
proveniente da palavra “xolo” – festa realizada por negros nas
fazendas do período colonial – e que teria chegado aos centros
urbanos como “choro”.
O pesquisador Ary Vasconcelos atribui a origem do termo
aos “charameleiros” – grupo musical com instrumentistas de so-
pro (que tocavam, inclusive, a “charamela”), que passou poste-
riormente a ser chamado “chorameleiros”, dando assim nome
popular a qualquer grupo que tenha instrumento de sopro.
Na visão de José Ramos Tinhorão, a nomenclatura teria
surgido das “baixarias”, ou seja, linhas de baixo executadas no
violão tidas como praticamente um choro (DINIZ, 2008).
Na segunda metade do século 19, na cidade do Rio de Ja-
neiro, o telégrafo, as primeiras tentativas de industrialização, as
melhorias na capital do Império advindas das riquezas proporcio-
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Pixinguinha
Nascido em 23 de abril de 1897, Alfredo da Rocha Vianna
Filho, o Pixinguinha, é sem dúvida um dos maiores nomes do
choro. Quando gravou sua primeira música em 1915, o tango
“Dominante”, Pixinguinha já figurava entre os músicos de desta-
que por sua destreza e domínio da flauta.
Barulhinho Bom -
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A composição “Rosa” – conhecida também pelo título
“Evocação” – receberia letra posteriormente de Otávio de Souza.
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Na verdade, outro choro que se transformou em canção,
e que perdura na música popular além do âmbito das rodas de
choro, é a composição “Carinhoso”, que foi letrada por João de
Barro. Pelo caráter inovador, a composição de 1929 recebeu du-
ras críticas de Cruz Cordeiro, crítico da revista Phonoarte:
Parece que nosso compositor anda muito influenciado pelos rit-
mos e melodias da música de jazz. É o que temos notado desde
algum tempo e, mais uma vez, neste seu Choro cuja introdução
é um verdadeiro foxtrote, que, neste seu decorrer apresenta
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História e Crítica Musical: Música Brasileira -
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QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em
responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteú-
dos estudados para sanar as suas dúvidas.
1) De acordo com Tinhorão (1998), os barbeiros tiveram importante papel na
música popular do século 18, por:
a) trabalharem num ponto de encontro no qual músicos iam se barbear,
tocar instrumentos enquanto esperavam, formando importante mo-
mento de troca cultural e formação de novos gêneros.
b) terem tempo hábil entre um cliente e outro para se dedicar a um ins-
trumento musical.
c) terem suas mãos preservadas, enquanto outras profissões tinham
suas mãos desgastadas pelo trabalho pesado.
d) terem contato com a nobreza e levar à música popular tendências eru-
ditas por prestarem serviços à corte.
e) Nenhuma das alternativas.
Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões au-
toavaliativas propostas:
1) b.
2) b.
3) d.
Lista de figuras
Figura 1 Trecho da peça nenê de Ernesto Nazareth. Compassos 2 a 5. Disponível
em: <http://www.ernestonazareth150anos.com.br/files/uploads/work_elements/
work_128/nene_piano.pdf>. Acesso em: 24 jun. 2016.
Figura 2 Parte A da peça “Só no Choro” de Chiquinha Gonzaga. Disponível em: <http://
www.chiquinhagonzaga.com/acervo/>. Acesso em: 24 jun. 2016.
Figura 3 Parte C da peça “Só no Choro” de Chiquinha Gonzaga. Disponível em: <http://
www.chiquinhagonzaga.com/acervo/>. Acesso em: 24 jun. 2016.
Figura 4 Trecho da polca “Atraente” de Chiquinha Gonzaga. Disponível em: <http://
www.chiquinhagonzaga.com/acervo/>. Acesso em: 24 jun. 2016.