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FINOM – FACULDADE DO NOROESTE DE MINAS

JOÃO FLÁVIO CORDEIRO DA SILVA

CONTABILIDADE PÚBLICA: ABORDAGEM DA ADMINISTRAÇAO


FINANCEIRA

BARRA DO BUGRES, MT
2010
FINOM – FACULDADE DO NOROESTE DE MINAS
JOÃO FLÁVIO CORDEIRO DA SILVA

CONTABILIDADE PÚBLICA: ABORDAGEM DA ADMINISTRAÇÃO


FINANCEIRA
Artigo de científico apresentado a Faculdade
FINOM, como requisito parcial para a obtenção do
título de especialista em Gestão Pública.

BARRA DO BUGRES, MT
2010
CONTABILIDADE PÚBLICA: ABORDAGEM DA ADMINISTRAÇAO
FINANCEIRA

João Flávio Cordeiro da Silva 1

RESUMO

Ao se analisar a administração financeira, verifica-se que a mesma é voltada para os relatórios


financeiros da Administração Pública, oferecendo dados e informações voltadas para a tomada de
decisões consideradas como especiais, ou até mesmo auxiliar por meio de subsídios de análise e
interpretação. Neste contexto, verifica-se que a administração financeira é de grande auxilio para
integração Administração Pública. Assim, o presente trabalho possui como objetivo analisar a
Administração Financeira como controle da Administração Pública.

PALAVRAS – CHAVES: Gestão, Administração Pública, Relatórios, Financeira

INTRODUÇÃO

A Administração Pública em nosso país acabou por sofrer grandes modificações,


sendo estas vultuosas, principalmente em relação a modelagem de dados e também da
evidenciação das informações no que diz respeito ao sistema denominado como
administração financeira pública.

Deste modo, as mudanças passaram a influenciar, de forma positiva, no controle


da execução orçamentária, bem como, financeira tanto dos Estados como dos
Municípios, por meio da administração financeira pública.

Passa-se, então, de uma visão de auditoria, com acompanhamentos e também


análises que acabam por serem defasados, não existindo possibilidades de correções e
também de aperfeiçoamentos, para uma gestão integral das finanças públicas.

Verifica-se que temas antes não previsto pela Administração Pública, acabam por
serem focados, como planejamento, assumindo uma nova dimensão de sua dimensão em
relação aos prazos, bem como, de respostas que visem a eficiência, eficácia,
produtividade e um perfeito controle da gestão de recursos públicos em nosso país.

1
Bacharel em Ciências Contábeis pela UNEMAT.
Assim, o presente trabalho volta-se para a discussão da administração financeira
pública na Administração Pública, lançando luzes sobre as principais práticas para a
mensuração e também avaliação do desempenho da Administração Pública.

DESENVOLVIMENTO

Ao se analisar o artigo 1º da Lei nº 4320 de 1964 acaba por disciplinar em


seu texto as normas gerais que possuem como objetivo o controle dos balanços, bem
como dos orçamentos dos Estados, Municípios e União, ou seja, do país como um
todo.
Deste modo, pode-se verificar que neste contexto existem dois sistemas tidos
como de informação para o perfeito controle público, sendo os seguintes:

-Contabilidade;

-Orçamento.

Assim, o orçamento público sempre deverá ser realizado todos os anos, ou


seja, anualmente. E assim, que realizado deverá ser submetido a análise do Poder
Legislativo para que este aprove ou não.

O presente orçamento deverá sempre ser utilizado como uma espécie de


planejamento, com o objetivo principal as ações tidas como governamentais, levando
em consideração a sua utilização de forma dinâmica.

O orçamento tido como tradicional era realizado anteriormente a chegada do


Orçamento de Programa, que fora estabelecido então pela Lei nº 4320, com a criação
do Sistema de Planejamento Federal.

O presente orçamento acaba por resumir-se em receitas que devem ser


arrecadadas, bem como das despesas tidas como de custeios. Deste modo quanto
maior for a receita de arrecadação em relação às despesas, maior será as chances de
desta diferença ser aplicada em diversos serviços, vindo assim a ampliar os que já
existem.

Deste modo, o saldo positivo que venha a ocorrer entre a receita e as


despesas, não possui o objetivo de planejamento, deste modo os governantes podem
utilizar-se do mesmo em serviços públicos.
Segundo Silva (2000) ao se retratar o Orçamento-Programa o que se verifica
é que o mesmo destaca todas as metas, bem como as intenções que advém do
governo.

O orçamento tido como tradicional demonstra apenas o que se irá gastar ou


mesmo comprar, enquanto que o Orçamento- Programa, traz as pretensões a serem
realizadas. O Orçamento Tradicional traz em seu bojo a previsão de todos os recursos
para a perfeita execução das diversas atividades, já o Orçamento-Programa é visto
como a previsão final de todo o planejamento.

Assim, para se elaborar um Orçamento 2 -Programa de forma correta


imprescindível se seguir as seguintes etapas, quais sejam:

- Planejamento – no presente se defini todos os objetivos que se quer atingir;

- Programação – no presente deve-se definir quais as atividades que serão


necessárias para a execução de todas as atividades;

- Projeto - no presente avalia-se todos os recursos relacionados ao trabalho e


que serão necessários para a perfeita concretização das atividades;

- Orçamentação – no presente acaba por se estimar todos os recursos


financeiros necessários para se pagar o emprego dos recursos relacionados ao
trabalho, bem como previsão de todas as fontes de recursos a serem utilizadas.

Deste modo, após se seguir as presentes etapas, sendo que as mesmas dizem
sempre respeito ao exercício financeiro do próximo ano, dá-se início a outras
transações, devendo sempre estas ser registradas corretamente pela contabilidade
pública, pois englobam um sistema de controle, que é composto pelo:

- Financeiro;

- Orçamento;
2
Orçamento é o plano financeiro estratégico de uma administração para determinado exercício. Um
orçamento, em contabilidade e finanças, é a expressão das receitas e despesas de um indivíduo,
organização ou governo relativamente a um período de execução (ou exercício) determinado,
geralmente anual, mas que também pode ser mensal, trimestral, plurianual, etc. O orçamento deriva
do processo de planejamento da gestão. A administração de qualquer entidade pública ou privada,
com ou sem fins lucrativos, deve estabelecer objetivos e metas para um período determinado,
materializados em um plano financeiro, isto é, contendo valores em moeda, para o devido
acompanhamento e avaliação da gestão.
- Patrimônio;

- Sistema de Compensação.

Segundo Angélico (1995) a contabilidade pública acaba por estudar o


patrimônio de todos os entes públicos, sendo que seu alcance são as entidades do
governo estadual, federal, bem como municipal.

Ao se analisar as esferas que fazem parte do governo o que se verifica é que


as mesmas são formadas por diversas ações, sendo que acabam por resultar em uma
espécie de desmembramento, pois ocorrem de diversos e diferentes segmentos que
venham ter suas ações registradas pela contabilidade pública.

Deste modo a contabilidade pública deverá sempre possuir uma estrutura,


conforme as diversas disposições previstas na Lei nº 4320, conforme o artigo 85 3 .

O presente artigo traz em seu bojo o estabelecimento de uma espécie de


organização administrativa, bem como financeira, que possui como objetivo vir a
realizar as ações de forma planejada e eficientes.

Assim, a contabilidade pública que acaba por ser regrada então pela Lei nº
4320/64, não possui restrições apenas aos poderes tidos como executivo e legislativo,
encontra ligação a outras organizações que a utilizam como forma de controle e
gerenciamento.

Orçamento Público e a Administração Financeira Pública


O sistema orçamentário nada mais é do que o conjunto de normas jurídicas,
princípios e regras utilizadas pela Administração Pública na consecução do processo
orçamentário.

De acordo com Giaconomi (1994, p.173), atualmente o orçamento deve ser


visto pela administração financeira como uma parte do sistema maior, pois, deverá
integrar os planos, bem como, os programas para a elaboração orçamentária.

3
Art. 85 – Os serviços da contabilidade serão organizados de forma a permitir o acompanhamento
da execução orçamentária, o conhecimento da composição patrimonial, a determinação dos custos
dos serviços industriais, o levantamento dos balanços gerais, a analise e a interpretação dos
resultados econômicos e financeiros.
Segundo Machado Jr e Reis (1995) a administração financeira acaba por
considerar o orçamento como uma técnica que tem como finalidade interligar os
sistemas de planejamento e de finanças dos programas de trabalho do Governo.

Para Cruz (2001), a administração financeira deverá agir estrategicamente,


estabelecendo, portanto, uma relação em relação as ações que contemplam o
planejamento, bem como, o orçamento público, possibilitando, desta forma, uma
melhoria da qualidade de vida da sociedade.

Por sua vez, Silva (1997, p.37 apud Metzner, 2005) define o orçamento como
“um plano de trabalho governamental expresso em termos monetários, que evidencia
a política econômica-financeira do governo e em cuja elaboração foram observados
os princípios da unidade, universalidade, anualidade, especificação e outros”.

A definição de Mauro (2001) evidencia o orçamento sob a óptica da


administração financeira como o elemento de ligação do planejamento e das finanças,
objetivando alcançar, com prudência, aos anseios da sociedade, ao afirmar:

O orçamento pode ser entendido como um conjunto de informações que


evidenciam as ações governamentais, bem com um ele capaz de ligar os
sistemas de planejamento e de finanças. Dele deve resultar um instrumento
efetivo de programação que possibilite a concretização e a avaliação das
ações de governo, assim como a reformulação dos planos a tempo de
assegurar o equilíbrio financeiro. (MAURO, 2001, p.5 apud METZNER,
2005)

O orçamento público surgiu com a premissa básica de controlar as finanças


públicas. Todavia, no início, o aspecto econômico tinha posição secundária, visto que
o objetivo principal era o de controlar politicamente o Poder Executivo. Assim, não
passava de um demonstrativo de autorizações legislativas (METZNER, 2005).

De acordo com Giacomoni (1994, p.60), a administração financeira deverá


constituir o orçamento de forma eficaz, expondo as despesas e também as receitas.

Atualmente, o orçamento não pode ser considerado apenas como um meio de


controle, mas, sim, deve ser utilizado como um instrumento de administração
governamental, possibilitando a alocação, bem como, a otimização de todos os
recursos públicos, efetivando os anseios da sociedade.
CONCLUSÃO

Ao se analisar um ambiente de controle gerencial na Administração Pública


verifica-se uma solida perspectiva em relação ao presente controle, principalmente no
que diz respeito a viabilidade da administração financeira pública.

Assim, os aspectos de cumprimento, bem como, também de observância da


legalidade dos atos orçamentários, e o consequente acompanhamento analítico das
despesas e receitas de custeio e capital, entre outros, devem sempre seguir os moldes da
Lei 4.320/64, atendendo a operacionalização dos eventos, documentos e também das
opções de acesso da administração financeira pública todas as suas versões existentes
nos Estados e Municípios.

Entretanto, as precisões relacionadas com as informações no que diz respeito à


execução orçamentária acaba por caracterizar a necessidade de um efetivo controle da
Administração Publica, principalmente, no ambiente de oferta limitada de recursos que
ainda não são atendidas.

Deste modo, ocorre a necessidade de existir uma incorporação de toda a


Administração Pública, de modo a considerar uma nova concepção de base de dados,
que venham a traduzir todas as percepções que os cidadãos possuem em relação aos
serviços prestados pela entidade.

Em uma análise um pouco mais profunda dos indicadores financeiros da despesa,


verifica-se a aproximação da essencialidade dos gastos, de modo a orientar os gestores
no que diz respeito à seleção de alternativas de combinações tidas como mais efetivas.

Assim, os resultados a serem apurados por meio da administração financeira


pública traduzem realmente uma síntese da eficiência, eficácia e, conseqüentemente,
produtividade da gestão, pois, se encontra presente os valores confirmados pelo
mercado.

Diante disto, conclui-se que a administração financeira pública acaba por


representar uma conquista muito relevante, principalmente para uma perfeita
implantação do controle da Administração Pública, pois, tendem a se incorporarem com
as medidas financeiras e também as consideradas como não financeiras,
disponibilizando informações para cada gestor, sempre levando em consideração que a
confecção dos relatórios gerenciais necessários.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANGÉLICO, João. Contabilidade Pública. 8. ed. São Paulo: Atlas, 1995

CRUZ, F. Comentários à Lei n.4.320. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2001.

GIACOMONI, J. Orçamento público. 5. ed. rev. e atual. São Paulo: Atlas, 1994

MACHADO JUNIOR, J. T.; REIS, H. C.. A lei 4320 comentada: com o texto em
vigor das portarias, anexos e adendos da SEPLAN e da SOF. 26. Rio de Janeiro:
IBAM, 1995

METZNER, Márcio. Orçamento público como ferramenta gerancial: o caso UDESC.


Dissertação (Mestrado em Administração). Universidade do Estado de Santa
Catarina. FLORIANÓPOLIS – SC,2005

SILVA, José Afonso, Curso de Direito Constitucional Positivo. ed. 18. São Paulo:
Malheiros, 2000.

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