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ALERGIAS E

INTOLERÂNCIAS
ALIMENTARES
INTRODUÇÃO
A alimentação é um fator Além disso, estão associa-
muito importante para a so- das a um impacto negativo
brevivência e manutenção da mais significativo na qualidade
saúde dos indivíduos, suprindo de vida das pessoas e os riscos
suas necessidades nutricionais. ao bem-estar aumentam à me-
A maioria das pessoas tolera dida que os alimentos consu-
alimentos variados, porém, al- midos pela população são cada
guns podem causar reações ad- vez mais processados e aditiva-
versas em pessoas com sensibi- dos, podendo não apresentar a
lidade. Neste caso, esses indiví- rotulagem informativa ade-
duos podem manifestar alergi- quada4.
as alimentares (AA) ou intole- O tema merece atenção
râncias alimentares (IA)1,2. por parte da população e da
É comum haver confusão mídia, visto que tem sido mais
entre esses termos e muitas ve- frequente na população em ge-
zes são considerados sinôni- ral, e casos graves, podem le-
mos, equivocadamente. As re- var à uma manifestação clíni-
ações alérgicas envolvem me- ca preocupante conhecida co-
canismos imunológicos, ao mo anafilaxia1.
passo que a IA refere-se a As IA, por sua vez, tam-
qualquer resposta anormal a bém merecem atenção. Os por-
um alimento ou aditivo, sem tadores de determinadas into-
envolvimento de mecanismos lerâncias podem necessitar de
imunes2. restrições na alimentação para
Nos primeiros anos de vi- remissão dos sintomas, e com
da há uma maior prevalência isso, deve ser assegurada a ma-
das AA, dada a imaturidade nutenção de uma dieta balan-
imunológica da criança, entre- ceada.
tanto elas são um problema de Neste boletim serão apre-
saúde pública que vem cres- sentadas as diferenças entre
cendo nos países industrializa- alergias e intolerâncias alimen-
dos. É estimado que ¼ da po- tares, os alimentos mais fre-
pulação mundial irá enfrentar quentemente envolvidos, bem
alguma reação adversa a al- como aspectos nutricionais re-
gum alimento durante a vi- lacionados com estas condições
da1,3. e orientações sobre o tema.

Setor de Alimentação e Nutrição/Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis/UNIRIO. Boletim nº 18. Setembro/2020.


ALERGIAS ALIMENTARES1,5
Definição A fração do alimento
São reações adversas após contato responsável por de-
com alérgenos, dependentes de meca- sencadear a reação
nismos imunológicos, mediados por an- alérgica é denomina-
da ALÉRGENO.
ticorpos IgE ou não.

Tipos
Não mediadas por IgE: ca-
racterizam-se basicamente pe-
Mediadas por IgE: sensibilização a
la hipersensibilidade mediada
alimentos com formação de anticor-
por células do sistema imune,
pos específicos da classe IgE, que li-
como os linfócitos T.
beram mediadores do sistema imuno-
Isso significa que o sistema imunológico
lógico, induzindo às manifestações
identifica uma fração daquele alimento como
clínicas de HIPERSENSIBILIDA-
um “corpo estranho”, a ser eliminado pelo or-
DE IMEDIATA:
ganismo. Surgem horas, dias ou semanas após
 reações cutâneas
a ingestão do alimento.
(urticária, angioe-
A reação alérgica é caracterizada por duas
dema);
fases:
 gastrintestinais
 Sensibilização: mediante a exposição inicial
(edema e prurido de lábios, língua
ao alérgeno, o organismo irá formar anticor-
ou palato, vômitos e diarreia), pos específicos por reconhecê-lo erronea-
 respiratórias
mente;
(broncoespasmo,  Reação alérgica propriamente dita: quando
coriza) for novamente exposto à proteína, ocorre a
 s i s t ê m i c a s segunda fase da reação, com a ativação do
(anafilaxia e choque anafilático; sistema imunológico, que desencadeia os
ocorrem nos casos mais graves, po- sintomas clínicos da alergia.
dendo levar à morte).

Mistas: manifestações decorrentes de mecanismos mediados por IgE associados à


participação de linfócitos T e de citocinas pró-inflamatórias.

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ALERGIAS ALIMENTARES1,2,5,6
Na infância, os alimentos mais responsabili-
zados pelas AA são leite de vaca, ovo, trigo e so-
ja, que em geral são transitórias, com menos de
10% dos casos persistindo até a vida adulta.
Entre os adultos, os alimentos mais identifi-
Mais de 170 alimentos são capazes cados são amendoim, castanhas, peixe e frutos do
de desencadear reações alérgicas; mar.
porém, apenas um pequeno grupo
Pacientes com alergia alimentar podem
causa mais de 90% dos casos, os
apresentar perfis diferentes de sensibilização, re-
denominados “oito grandes”.
sultando em manifestações diversas.

1) PROTEÍNA DO LEITE DE VACA:


Das proteínas implicadas nas reações imunológicas, os principais alérgenos
são a caseína e as proteínas do soro de leite, α-lactoalbumina e a ß-
lactoglobulina. A alergia ao leite de vaca é quase exclusiva dos lactentes e da
infância. O seu uso abusivo/precoce como substituto do leite humano levou a um aumen-
to da sua incidência, sendo frequentemente descrita nos primeiros 2 a 3 meses de idade e
quase sempre desaparece após o quarto ano de vida. A exclusão do leite de vaca e seus de-
rivados implica na capacidade de identificação dos ingredientes descritos em termos pouco
conhecidos para o consumidor, como por exemplo: caseinatos, hidrolisados (de caseína, de
proteínas do leite e do soro), soro de leite, creme de leite.
O INDIVIDUO COM ALERGIA
ALIMENTAR AO TRIGO NÃO
2) TRIGO: É PORTADOR DE DOENÇA
Os grãos de cereais partilham CELÍACA OU INTOLERANTE
de proteínas homólogas com AO GLÚTEN.
pólens de gramíneas, o que ex-
A doença celíaca é uma enteropatia auto-
plica a sua alta taxa de sensibilização.
imune, na qual após contato com o glú-
Nas respostas alérgicas ao trigo, o inibi-
ten (presente em cereais como o trigo, a
dor de α-amilase é um dos alérgenos com
cevada, e o centeio), o organismo gera
maior participação na AA mediada por
uma reação imunológica, não mediada
IgE nas frações proteicas albumina e/ou
por IgE, e o indivíduo produz anticorpos
globulina. É a mais frequente, em com-
contra as células do seu próprio intestino.
paração com os outros tipos de cereais.

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ALERGIAS ALIMENTARES1,2,5,7
3) OVO: 4) AMENDOIM:
É mais frequente nos primeiros
Costuma surgir na infância,
anos de vida, e tende à remissão,
podendo demorar mais para
posteriormente. Os principais desaparecer; porém, na maio-
componentes que desencadeiam a reação ria das vezes persiste por toda vida.
alérgica são as glicoproteínas, ovomucoide
e ovoalbumina, da clara, bem como a live- 6) FRUTOS DO MAR:
tina, da gema. Pode ser classificada como É uma das mais frequentes
imediata, quando ocorre em até 4 horas nos adultos. A maioria são
depois da ingestão, ou tardia, ocorrendo alergias múltiplas a mariscos,
após este espaço de tempo.
tais como a lagosta, carangue-
5) PEIXE: jo e camarão. Os indivíduos podem de-
Mais comum entre os adultos senvolver urticária, angiodemas, asma e
e as parvalbuminas são os quadros de anafilaxia.
alérgenos envolvidos. Indiví- Existem poucos estudos que avaliaram a
duos portadores não necessa- história natural de alergia a frutos do
riamente apresentarão alergia a frutos mar, as quais também são consideradas
do mar. persistentes.

7) FRUTAS: 8) ADITIVOS:
São representados por antioxi-
Há uma conhecida reatividade
dantes, flavorizantes, corantes,
cruzada entre alérgenos do lá-
conservantes ou espessantes.
tex e algumas frutas. Estima-
Apesar de serem frequente-
se que quase metade dos alérgicos ao lá-
mente associados a reações adversas, os re-
tex apresentem reatividade a algumas
latos relacionados à alergia que puderam
frutas, porém uma fração bem menor ser confirmados são raros e descritos de ma-
dos pacientes que apresentam reações a neira isolada. A única maneira de se fazer o
frutas desenvolverão alergia ao látex. diagnóstico da reação aos aditivos é por in-
Sabe-se que as frutas mais classicamen- termédio do teste de provocação oral, en-
te relacionadas a síndrome látex-fruta tretanto, com exceção do corante vermelho
são: banana, abacate, maracujá, papaia carmim, não existem métodos laboratoriais
e kiwi. que possam servir como parâmetro.

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ALERGIAS ALIMENTARES1,5

Reatividade Cruzada
Alguns exemplos de reatividade
Vários alérgenos podem produzir reações cruzada encontram-se na tabela
cruzadas entre os alimentos, ou com outros abaixo:
alérgenos.
ALÉRGICO À: RISCO DE REAÇÃO À:
Isso ocorre quando duas proteínas comparti-
Castanhas Castanha do Brasil, avelã, casta-
lham parte de uma sequencia de aminoácidos nha de caju, pistache, nozes,
que contem um determinado epítopo alergênico,
ou seja, quando há similaridade entre uma se- Peixe Peixe-espada, linguado, salmão

quência de aminoácidos. Crustáceo Camarão, caranguejo, siri

O epítopo é a menor porção de um alérge- Grãos Centeio, cevada, trigo


no com potencial de gerar a reação alérgica.
Leite de vaca Leite de cabra

Pólen Frutas e vegetais crus

Comorbidades alérgicas

Outras alergias, como


as respiratórias, podem
predispor a alergia ali-
mentar e vice-versa.

Fatores de risco
• Predisposição genética • Fórmulas lácteas
• Alimentação da gestante/nutriz • Introdução precoce de alimentos
• Desmame precoce • Disbiose intestinal

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ALERGIAS ALIMENTARES1,8
Diagnóstico
Deve ser analisada a história clínica minuciosa associada a dados de exame físico. É fun-
damental que o paciente ou seus pais, no caso das crianças, auxilie fornecendo detalhes
sobre os alimentos ingeridos rotineiramente ou eventualmente. Em algumas situações, é
possível correlacionar o surgimento dos sintomas com a ingestão de determinado alimen-
to. Em outras ocasiões, o quadro não é tão evidente, necessitando de história mais deta-
lhada. Há casos em que há necessidade de realizar testes alérgicos complementares.

Testes alérgicos Teste cutâneo ou Prick


Test:
Teste de provocação oral: Consiste em um método se-
Consiste na oferta de alimentos ou guro, simples, rápido, de
placebos em doses crescentes e in- baixo custo e geralmente
tervalos regulares, sendo esse pro-
indolor. Ele se baseia em
cedimento realizado sob supervi-
são médica para monitoramen- medir IgE específica ligada
to de possíveis reações clínicas. às células da pele. Na maioria das vezes, o teste é
É considerado padrão ouro para o realizado no antebraço. Após a introdução epicu-
diagnóstico da AA, porém, devido tânea dos alérgenos, o resultado é obtido em 15 a
aos altos custos, tempo dispensan-
20 minutos e a reação positiva consiste na forma-
do para a realização do procedi-
mento e a probabilidade de reações ção de uma pápula vermelha, semelhante a uma
graves, sua prática clínica é limita- picada de mosquito. Esta reação indica presença
da. de IgE específica ao alimento testado.

Teste sanguíneo:
Essa dosagem é capaz de detectar 95% dos casos de AA mediadas por IgE. Em algumas
situações, o teste cutâneo pode ser substituído por este tipo de dosagem. São elas:
• necessidade de uso diário de anti-histamínicos (antialérgicos);
• não disponibilidade de material para teste;
• presença de eczema severo ou história sugestiva de reação intensa (reação anafilá-
tica) a determinado alimento.

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ALERGIAS ALIMENTARES1,8
Tratamento
Consiste na exclusão absoluta do alimento da dieta do alérgico,
com objetivo de evitar o reaparecimento de sintomas, proporci-
onando assim uma melhor qualidade de vida para o paciente. A
dieta de exclusão deve ser baseada em um diagnóstico cor-
reto e preciso, visto que a retirada de um alimento pode colo-
car o paciente em risco nutricional, especialmente crianças em fase de amamentação, sen-
do de grande necessidade e importância a monitoração e educação continuada dos pais e
cuidadores para um tratamento de sucesso. Alguns medicamentos também podem ser
prescritos, como anti-histamínico e corticosteroides orais. Em casos de sintomas mais gra-
ves que possam estar evoluindo para edema de glote ou choque anafilático, pode ser ne-
cessária a hospitalização do paciente.

Ingestão acidental do
Alimento: quais os cuidados? O alimento excluído
poderá um dia voltar
A exclusão de um a ser ingerido?
determinado alimen-
to não é tarefa fácil e
a exposição acidental Geralmente as alergias a leite, ovo e soja
ocorre com certa fre- são resolvidas até a adolescência. O teste
quência. Os indiví- cutâneo permanece positivo apesar do
duos com alergia ali- aparecimento da tolerância ao alimento.
mentar grave (reação A sensibilidade ao amendoim, nozes, pei-
anafilática) devem portar braceletes ou car- xe e camarão raramente desaparece.
tões que os identifiquem, para que cuidados O seguimento é realizado com a dosagem
médicos sejam imediatamente tomados. As de IgE específica (no sangue) periodica-
reações leves desaparecem espontaneamente mente. Quando os níveis começam a di-
ou respondem aos anti-histamínicos minuir é o momento
(antialérgicos). Pacientes com história de re- de testar se a alergia
ações graves devem ser orientados a portar está resolvendo. O
medicamentos específicos, mas é obrigatória teste feito nesse caso
uma avaliação em serviço de emergência pa- é o provocação oral,
ra tratamento adequado, além de observa- precedido de avalia-
ção, pois em alguns casos pode ocorrer uma ção clínica rigorosa.
segunda reação, tardia, horas após.

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INTOLERÂNCIAS ALIMENTARES
Definição5,9,10
São reações adversas aos alimentos
de caráter não imunológico, podendo ser
o resultado de diversos fatores, como
contaminação, reações farmacológicas,
tóxicas ou neuropsicológicas. Também
ocorrem devido à deficiências enzimáti-
cas/ dificuldades digestivas.

Tipos 6,11,12,13
SENSIBILIDADE AO GLÚTEN NÃO CELÍACA
É a forma mais branda da intolerância a essa proteína. Ocor-
re má digestão do glúten, cujos resíduos podem se alojar na
parede intestinal, causando sintomas (dor abdominal, flatu-
lência, alterações do hábito intestinal, e manifestações sistê-
micas tais como, confusão mental, cefaleia, cansaço, etc).

INTOLERÂNCIA À LACTOSE
Ocorre quando os indivíduos tem a deficiência da lac-
tase, enzima intestinal responsável por digerir a lactose
(açúcar presente no leite). Com isso, este açúcar fica li-
vre para exercer seu efeito osmótico (aumenta a entrada
de líquidos no intestino), o que pode causar desconforto
abdominal, diarréia e outros sintomas.

INTOLERÂNCIA À HISTAMINA
Acontece devido à redução da atividade da enzima responsá-
vel pela sua degradação. Quando indivíduos consomem ali-
mentos ricos em histamina como vinhos, determinados quei-
jos, carnes curadas ou defumadas, temperos, apresentam sin-
tomas como coriza, dor de cabeça e outros similares à alergia.

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INTOLERÂNCIAS ALIMENTARES14,15,16
O termo vem do inglês e significa oli-
gossacarídeos, dissacarídeos, monos-
sacarídeos e polióis fermentáveis, ou
seja, vários carboidratos que não di-
gerimos e que serão fermentados no
intestino.
Algumas pessoas podem não tolerar
bem os FODMAPS, e ter sintomas
A intolerância a estes alimentos po- como dor abdominal, distensão, gases
de ser total ou parcial, pode depen- e alteração do hábito intestinal.
der da quantidade e até da combi- TIPO CARBOIDRATO EXEMPLOS
nação de carboidratos ingeridos, Frutose mel, maçã, pera, melan-
pois está associada tanto a fatores MONO
cia, manga
individuais, quanto ao equilíbrio da
DI Lactose leite e derivados
flora intestinal. Na chamada estra-
tégia FODMAP, o paciente é orien- Fruto-oligossacarídeos trigo, centeio, cebola,
(FOS) alho, alcachofra
tado a fazer uma dieta restrita nes-
OLIGO
tes alimentos, sendo realizados pro- Galacto- feijão, ervilha, lentilha,
gressivos ”desafios alimentares” oligossacarídeos (GOS) grão de bico
com a reintrodução e observação
Xilitol, manitol adoçantes artificiais pre-
dos sintomas e tolerância. É impres-
POLIÓIS sentes em chicletes e ba-
cindível que isto seja feito mediante las
prescrição médica ou de um nutrici-
onista.
Atualmente, algumas pessoas excluem da dieta alimentos sau-
dáveis, muitas vezes com o intuito de emagrecer sem uma real
necessidade, e por suspeitarem de um diagnóstico sem a com-
provação de um profissional, desvalorizando práticas alimenta-
res importantes e valorizando alimentos ultraprocessados tarja-
dos como “sem glúten” ou “sem lactose”. Essa não é a melhor
opção; em caso de dúvida um profissional especialista deve ser
consultado.

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INTOLERÂNCIA X ALERGIA17
Resumindo...

REAÇÃO ADVERSA AO ALIMENTO

MEDIADA PELO SISTEMA NÃO MEDIADA PELO


IMUNOLÓGICO SISTEMA IMUNOLÓGICO

ALERGIA INTOLERÂNCIA

ALERGIA ALIMENTAR INTOLERÂNCIA ALIMENTAR

O alimento não é digerido corretamente


O organismo cria anticorpos como se o
e, dessa forma, os sintomas surgem
alimento fosse um agente agressor, cau-
principalmente no sistema gastrointes-
sando sintomas generalizados.
tinal.
Geralmente é um problema mais raro e É mais frequente e pode afetar qual-
hereditário. quer indivíduo sem história familiar.
Geralmente se manifesta em crianças
É mais comum na infância.
maiores e adultos.
A depender do nível de intolerância, é
Deve retirar completamente da alimen-
possível consumir pequenas quantida-
tação o alimento causador da alergia.
des do alimento sem que haja reações.

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ATENÇÃO COM OS RÓTULOS!16,18,19
Os rótulos deverão informar a existência
Para não correr riscos na hora de comprar de 17 alimentos: trigo (centeio, cevada,
qualquer produto industrializado, é impor- aveia e estirpes hibridizadas); crustáceos;
tante lembrar da resolução RDC nº 26 de 2 ovos; peixes; amendoim; soja; leite de to-
de julho de 2015, aprovada pela Agência dos os mamíferos; amêndoa; avelã; casta-
Nacional de Vigilância Sanitária nha de caju; castanha do Pará; macadâ-
(ANVISA), que prevê a listagem dos prin- mia; nozes; pecã; pistaches; pinoli; casta-
cipais ingredientes alergênicos nos rótulos nhas, além de látex natural.
dos alimentos industrializados.

Já, quando há uma possível


A informação deve seguir o padrão estipulado
contaminação cruzada durante
na resolução, variando conforme o caso:
a fabricação dos alimentos, o
“ALÉRGICOS: CONTÉM e/ou CONTÉM DERI- rótulo deve informar:
VADOS DE (nomes comuns dos alimentos que
“ALÉRGICOS: PODE CONTER
causam alergias alimentares)”;
(nomes comuns dos alimentos
“ALÉRGICOS: CONTÉM (nomes comuns dos que causam alergias alimenta-
alimentos que causam alergias alimentares) E res)”.
DERIVADOS”.
Da mesma forma, os produtos com crustáceos e
derivados precisam ter a descrição:
“ALÉRGICOS: CONTÉM (nomes
As advertências precisam ser
comuns das espécies de crustá-
impressas de acordo com algu-
ceos” ou derivados.
mas recomendações de formatação, incluindo
o uso de negrito, caixa alta e cor contrastante
do fundo do rótulo, além de estarem dispostas
imediatamente abaixo da lista de ingredientes
do produto.
O descumprimento das orientações pode ocasi-
onar a contaminação do consumidor, com con-
sequências para a sua saúde e bem-estar.

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ORIENTAÇÕES20
Crianças e adultos com alergia podem Dê sempre preferência a alimentos fres-
ter uma vida absolutamente normal, cos, preparados por você ou pessoas de
seguindo as orientações dadas pelo sua confiança. O rótulo dos alimentos
médico/nutricionista e entendendo o industrializados pode não ser tão
problema em questão para fazer as claro, com letras miúdas, em
substituições alimentares adequadas. contraste pouco legível, com lista de
ingredientes de nomenclatura complexa,
além do risco da presença de traços de alér-
Atenção também aos rótulos de outros
genos não informados.
produtos industrializados, como os de
higiene e cosméticos (sabonetes, po-
madas, condicionador, xampu, prote- A constante leitura do rótulo é No açou-
tor solar, etc.) e de medica- muito importante, inclusive de gue, veri-
mentos (lactulona, suplemen- um produto ao qual já esteja fique se
tos de cálcio acostumado, pois sua formula- há risco
etc.), pois estes ção pode mudar. Para evitar de conta-
produtos tam- reações adversas, recomenda- m in a ç ã o c r u z ad a
bém podem con- se a leitura do rótulo no ato da (carnes temperadas
ter alérgenos. compra, ao guardar o produto e junto de carnes in na-
antes de seu consumo. tura, por exemplo).

Evite produtos que não contenham rótulo com a lista de Frios (presunto, mortadela, etc.) fa-
ingredientes como, por exemplo, os produzidos em padari- tiados em padarias e mercados são
as e confeitarias. Cuidado também com geralmente cortados na mesma má-
comidas vendidas em restaurantes, lan- quina que os queijos,
chonetes e similares. Converse com o podendo ocorrer con-
responsável e se certifique dos ingredi- taminação cruzada.
entes usados nas preparações e do modo Prefira produtos em-
de preparo. Na dúvida, não coma. balados diretamente
pelo fabricante.

Para alérgicos à proteína do leite, é importante Para as crianças, o cuida-


garantir o aporte de cálcio; inclua na dieta: espi- do deve ser redobrado. É
nafre, brócolis, melado, feijão branco, tofu e cou- importante que a escola,
ve cozida. Se a ingestão de cálcio por meio da ali- os familiares, e os ami-
mentação estiver abaixo das necessidades fisioló- gos, ou seja, todos que
gicas pode ser necessária a complementação de convivem com a criança
cálcio, importante para os ossos e os dentes. Consulte saibam das restrições ali-
um médico ou nutricionista para fazer a complementação adequada. mentares.

Participe de grupos de apoio nas redes sociais, troque informações com pes-
soas que enfrentam as mesmas dificuldades. A união faz a força!
Mantenha-se informado, a informação é a principal ferramenta na preven-
ção de reações alérgicas e na manutenção da saúde.

Setor de Alimentação e Nutrição/Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis/UNIRIO. Boletim nº 18. Setembro/2020.


ATÉ O PRÓXIMO!

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO


Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis - PRAE
Setor de Alimentação e Nutrição - SETAN

Equipe organizadora - Nutricionistas:

Lidia Araújo
Luciana Cardoso
Priscila Maia

Contato: nutricao.prae@unirio.br

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