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realizado, nos dias 15 a 17 de julho de 2004, em Salvador, o 1º Encontro Nacional de

Administradores Tributários – ENAT, reunindo os titulares das administrações


Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) tributárias federal, estaduais, do Distrito Federal e dos municípios de capitais.

A Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), modelo 55, é um documento de existência O encontro teve como objetivo buscar soluções conjuntas das três esferas do
exclusivamente digital, emitido e armazenado eletronicamente, com o intuito de Governo que promovessem maior integração administrativa, padronização e melhor
documentar, para fins fiscais, uma operação de circulação de mercadorias ou qualidade das informações; racionalização de custos e da carga de trabalho
prestação de serviços, ocorrida entre as partes. operacional no atendimento; maior eficácia da fiscalização; maior possibilidade de
realização de ações fiscais coordenadas e integradas; maior possibilidade de
Sua validade jurídica é garantida pela assinatura digital do emitente (garantia de intercâmbio de informações fiscais entre as diversas esferas governamentais;
autoria e de integridade) e pela recepção, pelo FISCO, do documento eletrônico, cruzamento de dados em larga escala com dados padronizados e uniformização de
antes da ocorrência do Fato Gerador. procedimentos.

Foi criada em 2005 para substituir as notas fiscais modelos 1 e 1-A. Os principais No ENAT foram aprovados dois protocolos de cooperação técnica nas áreas do
documentos que a definem são: cadastramento (Projeto do Cadastro Sincronizado) e Nota Fiscal Eletrônica.


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Ajuste SINIEF 07/2005: instituiu nacionalmente a Nota Fiscal Eletrônica e o Visando alinhar as diretrizes do projeto, iniciado pelo ENAT, com o fórum de
Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica – DANFE (Documento Auxiliar discussão dos Coordenadores e Administradores Tributários Estaduais (ENCAT), foi
da NF-e); realizada uma Reunião Técnica do ENAT/ENCAT, em São Paulo-SP, em 27 de abril
de 2005, para a unificação dos diferentes projetos em andamento no âmbito das

2
Ato COTEPE 14/2007: dispõe sobre as especificações técnicas da NF-e. Administrações Tributárias.
Este Ato COTEPE contempla o Manual de Integração do Contribuinte, que
contém todo o detalhamento técnico da Nota Fiscal Eletrônica e do DANFE. No final de agosto/2005, no evento do II ENAT – Encontro Nacional de
Administradores Tributários, em São Paulo, os Secretários de Fazenda dos Estados e
• Protocolo ICMS 10/07: e suas alterações dispõem sobre a obrigatoriedade da DF, o Secretário da Receita Federal e os representantes das Secretarias de Finanças
emissão de NF-e a diversos setores da economia com vigência a partir de dos municípios das Capitais assinaram o Protocolo ENAT 03/2005, visando o
01/04/2008. desenvolvimento e a implantação da Nota Fiscal Eletrônica, consolidando de forma
definitiva a coordenação técnica e o desenvolvimento do projeto sob a
Toda a documentação técnica do projeto está disponível no site nacional da NF-e, no responsabilidade do ENCAT (Encontro Nacional dos Coordenadores e
endereço: www.nfe.fazenda.gov.br, além do site da própria Secretaria de Fazenda. Administradores Tributários Estaduais) com a participação, da agora denominada,
Receita Federal do Brasil (RFB).
A NF-e é parte do SPED (Sistema Público de Escrituração Digital), do qual também
fazem parte a EFD (Escrituração Fiscal Digital) e a ECD (Escrituração Contábil A partir de novembro de 2005 a Superintendência da Zona Franca de Manaus
Digital). (Suframa) passou a integrar o projeto.

Na primeira fase do projeto, que estreou em abril de 2006, 19 empresas começaram


1. Histórico do Projeto emitir notas fiscais eletrônicas, autorizadas por seis Secretarias de Fazenda (Bahia,
São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Goiás e Maranhão). Até o mês de
Para atender o disposto da Emenda Constitucional nº 42, Inciso XXII, art. 37, foi agosto, as empresas mantiveram a emissão simultânea no modelo eletrônico e físico.
Nesta fase, as NF-e e os respectivos DANFES não tiveram validade tributária. A partir
de setembro cinco empresas - Wickbold, Souza Cruz, Volkswagen, Telefônica e
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SINIEF – Sistema Nacional de Informações Econômico Fiscais Eletropaulo - começam a emitir apenas a NF-e.
2
COTEPE – Comissão Técnica Permanente

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Em 14/9/2006 foi emitida a primeira NF-e no Brasil, pela Empresa Dimed, e autorizada • Surgimento de oportunidades de negócios e empregos na prestação de
pela SEFAZ do RS. O valor e a quantidade de notas fiscais eletrônicas, já autorizadas serviços ligados a Nota Fiscal Eletrônica.
no país, pode ser consultado no portal da NF-e, no endereço
http://www.nfe.fazenda.gov.br/portal. Benefícios para as Administrações Tributárias

Alguns Estados optaram por utilizar a infraestrutura da SEFAZ Virtual AN (Ambiente • Aumento na confiabilidade da Nota Fiscal;
Nacional), ao invés de seus próprios servidores para processar as NF-e. São eles: • Melhoria no processo de controle fiscal, possibilitando um melhor intercâmbio
CE, ES, MA, PA, PI e RN. Outros utilizam a infraestrutura da SEFAZ Virtual RS (Rio e compartilhamento de informações entre os fiscos;
Grande do Sul) para isso. São eles: AC, AL, AM, AP, DF, MS, PB, RJ, RO, RR, SC, • Redução de custos no processo de controle das notas fiscais capturadas
SE e TO. pela fiscalização de mercadorias em trânsito;
• Diminuição da sonegação e aumento da arrecadação;
2. Benefícios
• Suporte aos projetos de escrituração eletrônica contábil e fiscal da Secretaria
da RFB (Sistema Público de Escrituração Digital – SPED).
O Projeto NF-e instituirá mudanças significativas no processo de emissão e gestão
das informações fiscais, trazendo grandes benefícios para os contribuintes, para a
3. Modelo Operacional
sociedade e para as administrações tributárias:
De maneira simplificada, a empresa emissora de NF-e gerará um arquivo eletrônico
Benefícios para o Contribuinte Vendedor (Emissor da NF-e)
contendo as informações fiscais da operação comercial, que deverá ser assinado
• Redução de custos de impressão; digitalmente de maneira a garantir a integridade dos dados e a autoria do emissor.
• Redução de custos de aquisição de papel;
Este arquivo eletrônico, que corresponde a Nota Fiscal Eletrônica - NF-e - será então
• Redução de custos de envio do documento fiscal;
transmitido pela internet para a Secretaria da Fazenda que fará uma pré-validação do
• Redução de custos de armazenagem de documentos fiscais; arquivo e devolverá, em tempo real, um protocolo de recebimento (autorização de
• Simplificação de obrigações acessórias, como dispensa de AIDF; uso), sem o qual não poderá haver o trânsito da mercadoria.
• Redução de tempo de parada de caminhões em Postos Fiscais de Fronteira;
• Incentivo a uso de relacionamentos eletrônicos com clientes (B2B); Após o recebimento da NF-e, a Secretaria da Fazenda disponibilizará consulta na
internet para que o destinatário e outros legítimos interessados que detenham a chave
Benefícios para o Contribuinte Comprador (Receptor da NF-e) de acesso do documento eletrônico possam verificar sua autorização e conteúdo.

• Eliminação de digitação de notas fiscais na recepção de mercadorias; Este mesmo arquivo (NF-e) será ainda transmitido pela Secretaria de Fazenda para a
• Planejamento de logística de entrega pela recepção antecipada da Receita Federal, que será o repositório nacional de todas as NF-e emitidas e, no caso
informação da NF-e; de uma operação interestadual, também para a Secretaria de Fazenda de destino da
• Redução de erros de escrituração devido a erros de digitação de notas operação e Suframa (para mercadorias destinadas às áreas incentivadas).
fiscais;
• Incentivo a uso de relacionamentos eletrônicos com fornecedores (B2B); Para acobertar o trânsito da mercadoria será impressa uma representação gráfica
simplificada da Nota Fiscal Eletrônica, intitulado DANFE (Documento Auxiliar da NF-
Benefícios para a Sociedade e), em papel comum e via única (veja capítulo específico sobre o DANFE). Conterá
impressa, em destaque, a chave de acesso para consulta da NF-e na internet e um
• Redução do consumo de papel, com impacto em termos ecológicos; código de barras unidimensional que facilitará a captura e a confirmação de
• Incentivo ao comércio eletrônico e ao uso de novas tecnologias; informações da NF-e pelos Postos Fiscais de Fronteira dos demais Estados.
• Padronização dos relacionamentos eletrônicos entre empresas;
O contribuinte destinatário, não emissor de nota fiscal eletrônica, poderá utilizar os
dados contidos no DANFE para a escrituração da NF-e, e o contribuinte emitente da

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NF-e realizará a escrituração a partir das notas fiscais emitidas e recebidas.

Em ambos os casos, a validade ficará vinculada à efetiva existência da NF-e nos 5. Tecnologias Envolvidas na NF-e
arquivos das administrações tributárias envolvidas no processo, comprovada através
da emissão da Autorização de Uso e consultada pelo destinatário da NF-e. 5.1. Arquivo XML

Toda a comunicação entre a empresa e a SEFAZ, via internet, ocorre através de XML, do inglês eXtensible Markup Language (Linguagem Extensível de Marcação), é
acessos à webservices, com a transmissão e recepção de arquivos XML. Cada uma linguagem de marcação recomendada pela W3C para a criação de documentos
operação possui um endereço correspondente, os quais estão disponíveis na SEFAZ com dados organizados hierarquicamente, tais como textos, banco de dados ou
de cada Estado. Existem webservices para: recepção, consulta, cancelamento e desenhos vetoriais. A linguagem XML é classificada como extensível porque permite
inutilização de números de NF-e e consulta ao status do serviço, tanto no ambiente de definir os elementos de marcação.
homologação quanto no de produção.
Linguagem de marcação é um agregado de códigos que podem ser aplicados a dados
O ambiente de homologação pode ser utilizado para testes e simulações. Ele fica ou textos para serem lidos por computadores ou pessoas. Por exemplo, o HTML é
disponível a partir do credenciamento da empresa na SEFAZ. Quando a empresa uma linguagem de marcação para organizar e formatar um website, já o XML tem o
solicita a autorização para emitir NF-e no ambiente de produção, nenhuma nota fiscal mesmo conceito, mas para padronizar uma sequência de dados com o objetivo de
deverá ser emitida da forma antiga, em formulários pré-impressos. O ambiente de organizar, separar o conteúdo e integrá-lo com outras linguagens.
homologação permanecerá acessível mesmo após o início das emissões de NF-e no
ambiente de produção. Basta utilizar o endereço correspondente quando precisar Principais Características do XML
efetuar os testes.
O XML traz uma sintaxe básica que pode ser utilizada para compartilhar informações
entre diferentes computadores e aplicações. Quando combinado com outros padrões,
4. Passos para Emissão torna possível definir o conteúdo de um documento separadamente de seu formato,
tornando simples para reutilizar o código em outras aplicações para diferentes
As empresas interessadas em emitir NF-e deverão, em resumo: propósitos.
• Solicitar seu credenciamento como emissoras de NF-e na Secretaria da Fazenda Portanto, uma das suas principais características é sua portabilidade, pois, por
em que possua estabelecimentos. O credenciamento em uma Unidade da exemplo, um banco de dados pode escrever um arquivo XML para que outro banco
Federação não credencia a empresa perante as demais unidades, ou seja, a consiga lê-lo.
empresa deve solicitar credenciamento em todos os Estados em que possuir
estabelecimentos e nos quais deseja emitir NF-e; Exemplos
• Possuir certificação digital do tipo A1 (arquivo digital armazenado no computador)
ou A3 (dispositivo físico do tipo smart card ou do tipo token), que contenha o CNPJ a) Currículo
do estabelecimento ou de sua matriz, emitido por Autoridade Certificadora
3
credenciada junto ao ICP-BR , indispensável para a assinatura e para a <?xml version="1.0" encoding="UTF-8"?>
transmissão da NF-e; <curriculo>
• Adaptar o seu sistema de faturamento para emitir a NF-e ou utilizar o “Emissor de <InformacaoPessoal>
NF-e” desenvolvido pela SEFAZ, caso tenha sido disponibilizado; <DataNascimento>23-07-68</DataNascimento>
• Testar seus sistemas em ambiente de homologação em todas as Secretarias da <Nomecompleto>...</Nomecompleto>
Fazenda em que desejar emitir NF-e; <Contatos>
• Obter a autorização da Secretaria da Fazenda para emissão de NF-e em ambiente <Morada>
de produção (NF-e com validade jurídica). <Rua>R. Topázio</Rua>
<Num>111</Num>
<Cidade>Porto</Cidade>
3 <Pais>Portugal</Pais>
ICP - Infraestrutura de Chaves Públicas do Brasil

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</Morada> 5.2. Webservices
<Telefone>9999-9999</Telefone>
<CorreioEletronico>email@email.com</CorreioEletronico> Um webservice é um componente de software que tem como principal objetivo, a
</Contatos> integração e a comunicação de aplicações diferentes.
<Nacionalidade>Portuguesa</Nacionalidade>
<Sexo>M</Sexo> São serviços que visam facilitar o processamento distribuído em sistemas
</InformacaoPessoal> heterogêneos. Estes serviços são baseados em um conjunto de padrões da internet
<objetivo>Atuar na área de TI</objetivo> definidos pelo W3C. O W3C é um consórcio, destinado a desenvolver tecnologias
<Experiencia> interoperantes, de domínio público, para a web. Resumidamente, pode-se dizer que
<Cargo>Suporte técnico</Cargo> são uma maneira de expor funcionalidades para usuários web através de protocolos
<Empregador>Empresa, Cidade - Estado</Empregador> padrão. Também podem ser citados como uma aplicação identificada por uma URI
</Experiencia> (Uniform Resource Identifier), cujas interfaces podem ser descobertas e definidas
<Formacao>Superior Completo</Formacao> através de artefatos XML, e que suportam interações diretas com outros softwares
</curriculo> utilizando mensagens XML através de protocolos padrão da internet (W3C).

b) Receita Um webservice deverá ser publicado e, para que outras pessoas possam utilizá-lo, é
necessário definir como ele é, como deve ser acessado, e que valores ele retornará.
<?xml version="1.0" encoding="ISO-8859-1"?> Estas definições são descritas em um arquivo XML de acordo com a padronização
<receita nome="pão" tempo_de_preparo="5 minutos" tempo_de_cozimento="1
hora">
Web Service Description Language (WSDL). Este arquivo deve ser construído para
<titulo>Pão simples</titulo> que os usuários do serviço possam entender o seu funcionamento e, logicamente,
<ingredientes> será de acesso público.
<ingrediente quantidade="3" unidade="xícaras">Farinha</ingrediente>
<ingrediente quantidade="7" unidade="gramas">Fermento</ingrediente> Os webservices também podem ser utilizados para implementar arquiteturas
<ingrediente quantidade="1.5" unidade="xícaras" orientadas a serviços, as Service-Oriented Architectures (SOA). Neste modelo de
estado="morna">Água</ingrediente> arquitetura os principais requisitos viram serviços e são acessados por outros
<ingrediente quantidade="1" unidade="colheres de
chá">Sal</ingrediente>
serviços, modularizando e aumentando a coesão dos componentes da aplicação.
</ingredientes>
<instrucoes> Com esta tecnologia é possível que novas aplicações possam interagir com sistemas
<passo>Misture todos os ingredientes, e dissolva bem.</passo> legados já em funcionamento. Os webservices são componentes que permitem às
<passo>Cubra com um pano e deixe por uma hora em um local aplicações enviar e receber dados em formato XML. Cada uma pode ter a sua própria
morno.</passo> "linguagem", que é traduzida para uma linguagem universal, o formato XML. A
<passo>Misture novamente, coloque numa bandeja e asse num comunicação se dá através do protocolo HTTP (Hypertext Transfer Protocol) podendo
forno.</passo>
</instrucoes>
ser seguro (caso seja utilizado juntamente com o protocolo SSL) ou não. Além do
</receita> SSL, o XML-signature (assinatura digital do XML) e o XML-encryption (criptografia do
XML) podem ser usados como mecanismos de segurança adicionais.
Ou seja, podemos armazenar bastante informação de uma maneira estruturada num
arquivo XML. As notas fiscais eletrônicas são arquivos XML com estrutura definida em No projeto NF-e, as Secretarias de Fazenda Estadual e Nacional disponibilizarão
layout específico para armazenamento das informações da operação comercial de webservices que poderão ser utilizados ou acessados pelos contribuintes da sua
venda de mercadorias ou prestação de serviços. circunscrição. Estes webservices utilizarão recursos de segurança que também
possibilitam a autenticação mútua, ou seja, o aplicativo servidor da SEFAZ e o cliente
do contribuinte identificam-se através de certificados digitais, eliminando a
identificação mais frágil através código de usuário e senha.

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5.3. Certificado Digital • Autenticação Cliente: para consumir os WS do projeto da NF-e, o certificado
digital da empresa é exigido na conexão SLL com autenticação mútua, para
O Certificado Digital é um documento eletrônico que identifica empresas ou pessoas identificar e verificar se a empresa pode consumir o WS desejado.
no mundo digital. Esta identidade virtual é utilizada para validar juridicamente
contratos, declarações, propostas ou quaisquer outros documentos que possam ser Para uso com a NF-e, são oferecidos certificados de dois tipos:
enviados ou recebidos por meios eletrônicos, com a mesma segurança dos
documentos em papel. • Certificado tipo A1 - gerado na estação de trabalho do próprio adquirente,
válido por um ano, cuja chave privada e seus dados são gravados em mídia -
Trata-se de um documento criptografado, autenticado por uma autoridade competente CD-Card, CD, disquete, etc. A partir dessa mídia ele pode ser instalado em
e com duas chaves, uma pública e outra privada. A chave pública está disponível para qualquer computador;
qualquer órgão ou pessoa que faça o uso da ferramenta. A privada fica com o
proprietário. Emitindo um documento com assinatura da chave privada, apenas a • Certificado tipo A3 - válido por três anos, é mais seguro, pois o par de
chave pública correspondente poderá ler o arquivo. Isso garante a autenticidade do chaves (pública e privada) e demais informações do titular, são geradas e
emissor. gravados em dispositivo eletrônico específico - cartão inteligente (smart card)
ou token -, cujo acesso só é possível por meio de uma senha pessoal, não
O Certificado Digital deve ser adquirido de uma Autoridade Certificadora credenciada sendo permitida a exportação ou reprodução de seu conteúdo.
ao ICP-Brasil. Para saber quais são elas, consulte o site do ICP-Brasil em
http://www.iti.gov.br/twiki/bin/view/Certificacao/EstruturaIcp. A funcionalidade e o padrão do certificado digital são idênticos, a principal diferença é
a mídia de armazenamento.
O certificado digital garante também:
O projeto da NF-e permite o uso do certificado digital da matriz para assinatura digital
• Integridade - garantia de que o conteúdo da transação não foi alterado; das NF-e de qualquer filial da empresa, assim a quantidade de certificados digitais
• Não repúdio - garantia de que quem executou a transação não poderá negar necessários depende principalmente da solução adotada para emissão de NF-e da
a autoria da mesma; empresa.
• Concessão e restrição de acesso - garantia de que somente pessoas
autorizadas terão acesso às transações e serviços. Se por um lado o certificado tipo A3 oferece maior segurança, o certificado A1 tem
melhor desempenho por utilizar o computador para realizar a assinatura digital, que é
A NF-e exige o uso de Certificado Digital com as seguintes características: um fator a ser considerado para empresas que emitem uma grande quantidade de
NF-e.
• Padrão X509 - v3, emitida por Autoridade Certificadora credenciada ao
ICP/BR; Para conhecer mais sobre o assunto, acesse o site do Instituto Nacional de
• Certificado digital de Pessoa Jurídica, devendo conter o CNPJ da empresa Tecnologia da Informação - www.iti.gov.br, onde estão disponíveis, gratuitamente,
no campo otherName OID = 2.16.76.1.3.3; cartilhas sobre a certificação digital e sua utilização.
• Uso da chave = Assinatura Digital e Não-recusa;
• Uso avançado da chave = Autenticação Cliente;
• Algoritmo de assinatura = sha1RSA (1024 bits); 6. DANFE (Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica)

O Certificado Digital é obrigatório nas seguintes situações: O DANFE é uma impressão de parte dos dados armazenados no arquivo XML da nota
eletrônica, utilizado principalmente para acompanhar o trânsito das mercadorias.
• Assinatura Digital de NF-e e outros documentos que são enviados para a
Portanto, o DANFE é uma representação simplificada da NF-e e pode ser impresso
SEFAZ, como é o caso do Pedido de Cancelamento de NF-e, Pedido de
em qualquer tipo de papel, exceto jornal, com tamanho mínimo A4 e máximo Ofício II
Inutilização de Numeração de NF-e e Registro de Carta de Correção
(230mm x 330mm). O formato e o layout do DANFE foram instituídos no Manual de
Eletrônica;
Integração do Contribuinte.

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As informações contidas no DANFEs são muito semelhantes às que estão contidas • Transmissão da NF-e, obtenção da autorização de uso;
em qualquer nota fiscal em papel (modelo 1 e 1-A), juntamente com mais dois • Impressão do DANFE em papel comum;
elementos novos e importantes: • Lavrar termo de ocorrência no livro RUDFTO (Registro de Utilização de
Documentos Fiscais e Termos de Ocorrências).
• A chave numérica de 44 dígitos que representa a nota unicamente;
• O código de barras unidimensional representando a chave numérica, de DPEC - Declaração Prévia de Emissão em Contingência
modo a permitir que a chave seja lida a partir de um leitor de código de
barras adequado. • Envio das principais informações (chave de acesso; CNPJ ou CPF do
destinatário; UF de localização do destinatário; valor Total da NF-e; Valor
O DANFE, além de facilitar a consulta aos dados da NF-e, tem como finalidades: Total do ICMS; Valor Total do ICMS retido por ST);
• Impressão do DANFE em papel comum;
• Acompanhar a mercadoria em trânsito. É totalmente proibido haver a • Após o término dos problemas o contribuinte deverá transmitir a NF-e emitida
circulação da mercadoria sem que a mesma esteja acompanhada do seu em Contingência Eletrônica.
respectivo DANFE. Logicamente, o DANFE só deverá ser emitido após a • Lavrar termo de ocorrência no livro RUDFTO (Registro de Utilização de
autorização da NF-e; Documentos Fiscais e Termos de Ocorrências);
• Permitir a escrituração fiscal de operações acobertadas por NF-e, quando o • Diferentemente do SCAN, pode ser usado quando o usuário desejar, mas
destinatário é dispensado de manter o arquivo XML da NF-e. O contribuinte necessita de conexão com a internet.
recebedor das mercadorias e que não é credenciado para a emissão de NF-e
poderá escriturar e manter este documento pelo prazo decadencial (em FS ou FS-DA - Formulário de Segurança
geral, 5 anos), sendo que sua validade ficará vinculada à efetiva existência
da NF-e autorizada na base de dados da SEFAZ; • Único modo que pode ser usado quando o usuário não tem nenhum modo de
• Colher a firma do destinatário/tomador para comprovação de entrega das acesso à internet;
mercadorias ou prestação de serviço. • Impressão em Formulário de Segurança (papel moeda) em 2 vias;
• Transmitir as NF-e imediatamente após o término dos problemas;
O DANFE poderá conter outros elementos gráficos, desde que não prejudiquem a • Lavrar termo de ocorrência no livro RUDFTO (Registro de Utilização de
leitura do seu conteúdo ou do código de barras por leitor óptico. Logo, o emitente Documentos Fiscais e Termos de Ocorrências).
deverá observar onde irá colocar a logomarca de empresa. Os contribuintes, mediante
autorização de cada Unidade da Federação, poderão solicitar alteração do layout do O uso do formulário de segurança para impressão do DANFE só é obrigatório nos
DANFE, previsto em ato COTEPE, para adequá-lo às suas operações, desde que casos de emissão de NF-e em contingência. A relação completa de fornecedores
mantidos os campos obrigatórios. autorizados a fabricar formulários de segurança (FS e FS-DA) está disponível no site
do CONFAZ, menu "Publicações", submenu "Formulários de Segurança - Empresas
Credenciadas".
7. Métodos de Contingência

Atualmente, além da forma normal, existem mais três opções para a emissão da NF-e 8. Modificações da NF-e Versão 2
em caso de problemas. Estes problemas podem acontecer tanto do lado da empresa
quanto do lado da SEFAZ. São elas: A nota fiscal eletrônica versão 1, em vigor desde 2006, sofreu vários avanços,
oriundos da experiência tanto dos contribuintes quanto das autoridades fiscais. Com
SCAN - Sistema de Contingência do Ambiente Nacional base nisso, foi estabelecido um novo patamar de segurança e confiabilidade ao
sistema.
• Solicitação pela UF interessada, ou seja, só é possível usar este modo de
contingência caso o SEFAZ do seu estado autorize o uso; A NF-e versão 2.0, cujas disposições técnicas foram definidas pelo Manual de
• Alteração série da NF-e (série 900-999); Integração da Nota Fiscal Eletrônica Versão 4.01, entraram em vigor em 1º de Abril de
• Alteração do Número da NF-e (cada série terá sua própria numeração); 2010.

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X. Inclusão de novos campos, como por exemplo:
A primeira NF-e 2.0 emitida no país foi gerada em SC, pela empresa Melo Comércio e
Representação de Ferramentas e Abrasivos Ltda., no dia 31/03/2010, sendo • Data e Hora da entrada em contingência;
autorizada pela SEFAZ Virtual do RS. • Justificativa de entrada em contingência;
• Regime Tributário do emissor: Simples Nacional, Simples Nacional – excesso
Os principais itens adicionados na NF-e 2.0 dizem respeito a novos campos, regras de
de sublimite de receita bruta ou regime normal;
validação e controles para o fisco e novas normas para quem é optante do Simples
Nacional. As alterações estão listadas abaixo: • E-mail do destinatário;
• CT-e referenciado;
I. Maior segurança na comunicação eletrônica com a unificação do padrão de • Cupom fiscal referenciado;
comunicação dos webservices da NF-e para o novo padrão que utiliza o SOAP • Nota de produtor rural referenciada;
header; • Campos para identificação do pedido e item de compra;
• Novas campos específicos para veículos, cana, combustíveis,
II. Atualização do layout da NF-e (v2.00), com inclusão de novos campos, medicamentos; informações de tributação do ICMS para operações
reorganização e eliminação de alguns campos existentes; praticadas por optante do SIMPLES Nacional;
III. Adequação do layout da NF-e para registrar as operações praticadas pelos
• Acréscimo do campo cSitTrib para identificação da tributação do ISSQN
(Retida, Normal, Substituta, Isenta);
contribuintes optantes do SIMPLES NACIONAL, que deverão utilizar os códigos de
CSOSN (Código da Situação da Operação do Simples Nacional), ao invés do CST • Aperfeiçoamento da identificação do veículo utilizado no transporte com o
(Código da Situação da Operação); acréscimo de novas opções de transporte e aumento da quantidade de
reboque;
IV. Aperfeiçoamento das regras de validação dos campos da NF-e;
XI. Alteração da forma de preenchimento do campo NCM. Este campo, com 8
V. Eliminação da necessidade de lavratura de termo no RUDFTO, em caso de posições deve ser preenchido com o gênero (posição do capítulo do NCM) quando a
emissão em contingência. Este procedimento foi substituído pelo registro, no arquivo operação não for de comércio exterior (importação/ exportação) ou o produto não seja
da NF-e, da data e hora de início e a justificativa para a contingência; tributado pelo IPI. Em casos especiais deve ser preenchido com ‘99’;

VI. Exclusão da possibilidade de denegação de uso por situação irregular do XII. Eliminação dos CFOP de prestação de serviço de comunicação. O objetivo é
destinatário; evitar o uso indevido da NF-e, modelo 55, para a prestação de serviços de
comunicação e só tem reflexo para os contribuintes que emitem indevidamente a NF-
VII. A partir da versão 2.00 do layout da NF-e, o campo tpEmis (forma de emissão da e, modelo 55, em substituição a NFSC – Nota Fiscal de Serviço de Comunicação,
NF-e) passou a compor a chave de acesso. O campo continua com 44 posições, modelo 21 e/ou NFST – Nota Fiscal de Serviço de Telecomunicação, modelo 22;
graças à redução do tamanho de um de seus componentes: cNF – código numérico
da NF-e passou para oito posições; XIII. Alteração do nome dos campos vBCST e vICMSST do grupo ICMS60. Os nomes
dos campos vBCST e vICMSST foram alterados para vBCSTRet e vICMSSTRet para
VIII. O layout de impressão DANFE prevê agora dois campos de conteúdo variável dar maior clareza que o valor não é devido na operação;
logo abaixo do local onde é impressa a chave de acesso;
XIV. Acréscimo do grupo de informações de operações interestaduais de mercadorias
IX. Em casos de cancelamento, o emissor deverá disponibilizar para o destinatário o com ICMS ST retido anteriormente para a UF do remetente, cujo ICMS ST retido será
mesmo conteúdo da NF-e enviada para a SEFAZ, complementada com os dados da repassado para a UF de destino pelo Substituto Tributário que fez a retenção do
homologação do pedido de cancelamento; ICMSST. Este grupo de informação deverá ser preenchido nas operações
interestaduais com combustíveis pelo contribuinte que tiver recebido o combustível
diretamente do Sujeito Passivo por Substituição;

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XV. Inclusão de regras de validação, como por exemplo:

• Total do Desconto difere do somatório dos itens;


• Total do IPI difere do somatório dos itens;
• Total do Produto / Serviço difere do somatório dos itens;
• Total do ICMS difere do somatório dos itens;
• Total da BC ICMS difere do somatório dos itens;
• Total do Seguro difere do somatório dos itens;
• Se CST de ICMS = 00, 10, 20, 51, 70, 90: Valor ICMS difere de Base de
Cálculo x Alíquota;
• CNPJ do Transportador inválido;
• CPF do Transportador inválido;
• Para o pedido de cancelamento, verificar registro de Circulação de
Mercadoria;
• Para o pedido de cancelamento, verificar recebimento da NF-e pelo
Destinatário (a ser implementada).

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