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Pv 5:3, 4 – Pornografia
Moça, não apele – a satisfação com o próprio corpo.
Esperar – a espera é caracteriza a vida cristã, ela gera dor, mas
tem seus frutos. Deus é o Senhor da história e está redimindo todas
as coisas, portanto vivemos entre o já e o ainda não.
Geração 13 reasons why
Nossa identidade
A adolescência é marcada por várias mudanças, sendo a
principal – em minha opinião – a formação da identidade. Durante a
infância estávamos acostumados a obedecermos a outros, que
tomavam decisões por nós; porém, na adolescência começa-se a ter
maior liberdade de escolhas e, com isso, surge a questão de quem
nós somos. Como se isso não fosse suficiente, a sociedade atual sofre
uma crise de identidade. Ao buscarem quem de fato são, muitos
acabam por reduzir sua identidade a algum aspecto da vida, por
exemplo: alguns se identificam por sua sexualidade, outros pela
tendência política, outros vivem numa constante busca por beleza e
ainda outros buscam sempre experiências que os lembrem de que
estão vivos.
A frase “conhece-te a ti mesmo”, escrita no Oráculo de Delfos,
na Grécia, mostra que a maior busca de toda a vida é o
autoconhecimento. Uma das características peculiares do ser humano
é que ele é analogal, ou seja, necessita de referências; e são essas
referências que definirão quem somos. Assim como não podemos
dizer se determinada pessoa é alta ou baixa sem um padrão, assim
somos nós, pois precisamos de um padrão para definir nossa
identidade. Há apenas três possibilidades de referência:
alterreferência, egorreferência e teorreferência.
O prefixo alter vem do latim e significa outro. Assim,
alterreferência é o ato de tomar o outro como referência para o
autoconhecimento. Na dinâmica da alterreferência, o indivíduo dedica
toda a sua vida — em alguns casos, desde a infância — a atender às
expectativas dos outros: pai, mãe, irmãos, avós, cônjuge, chefes,
professores, pastores etc. Nesse sentido, o que dá significado à vida
é se tornar o que os outros querem que sejamos.
O prefixo ego também vem do latim e significa eu. Assim,
egorreferência é o ato de tomar a própria expectativa de si como
referência para a determinação da identidade.
O problema nesses dois primeiros é que ambos levam a
decepções e problemas, pois nem nós nem os outros somos
absolutos. O ser humano é inconstante, mudamos de opinião
rapidamente, e isso gera um sentimento de insatisfação consigo, pois
é como usarmos um elástico como régua. Portanto, nos resta apenas
a teorreferência.
O prefixo teo vem do grego e significa Deus. Assim,
teorreferência é o ato de tomar o conhecimento de Deus como
referência para a determinação do ser do homem. Em outras
palavras, Deus é a única referência que pode reconduzir o homem à
via da autenticidade. As demais são falsas referências, por isso geram
sempre a inautenticidade. Deus é a única referência para a vida
autêntica, isto é, para o verdadeiro autoconhecimento.
O reformador João Calvino (1509 – 1564) entendeu a ligação
entre o autoconhecimento e o conhecimento de Deus, e expressou
isso no início de sua obra As Institutas:
Télos
Intimamente ligado a quem somos está a questão de qual é o
télos (propósito ou finalidade) de nossas vidas. Agora que
1
CALVINO, João. A Instituição da Religião Cristã. Editora UNESP, 2008. P. 37.
2
AGOSTINHO. Confissões. Livro 1, 2007, p. 2.
alcançamos independência surgem opiniões de familiares, colegas e
professores que pensam saber aquilo que é o melhor para nós: você
precisa fazer tal faculdade, você precisa de uma carteira registrada,
se você prestar tal concurso estará com a vida encaminhada etc. Mas
estas coisas, embora não sejam ruins, acabam ignorando as corretas
motivações. Por que devo fazer faculdade? Por que preciso
encaminhar minha vida? Por que não posso fazer o que eu gosto? E,
na maioria das vezes, a resposta terá uma finalidade financeira.
Basicamente é dito: você precisa entrar no sistema que gira em torno
do consumo!
A Bíblia sempre foi contrária ao consumo desenfreado de um
viver vazio, e os puritanos de Westminster entenderam bem isso ao
responderem a primeira pergunta do Catecismo, “Qual é o fim
supremo e principal do homem?”, com a seguinte resposta: “O fim
supremo e principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para
sempre.”. Agora, não quero que você pense que para cumprir tal
propósito você precisará esquecer todos os seus projetos e desejos
profissionais para entrar num seminário e ser pastor, não! Deus quer
que você o honre e o desfrute na área que ele te chamou, seja
engenharia, arte, pedagogia, medicina, ou qualquer área; almeje
grandes empregos, altos salários, mas deseje isso com o propósito
mais elevado que simplesmente acumular capital. Faça tudo para a
glória de Deus, caso contrário, nossos feitos e marcos serão vazios e
frustrantes; nunca será suficiente tal conquista, se ela não apontar
para nada além de si mesma. Deus nos vocacionou a atuarmos nas
áreas “comuns” da vida para que o comum se torne grandioso nas
mãos do Criador.
Vocação
Conta-se uma história, embora não se saiba se é verídica, que
um sapateiro chegou para o reformador Martinho Lutero e perguntou
o que ele deveria fazer para glorificar a Deus, ao responder, Lutero
surpreende o sapateiro ao dizer: faça um bom sapato e o venda por
um preço justo! O jovem cristão contemporâneo passa pelo mesmo
dilema: como posso atuar na minha área de forma cristã? As
respostas que temos obtido não são satisfatórias, pois tendem a cair
em extremos. Ou o cristão, como profissional, agirá como qualquer
outro colega incrédulo, fragmentando sua vida entre uma vida secular
durante a semana e uma vida cristã aos domingos; ou esse cristão
será tentado a fazer uma versão gospel do seu serviço, no que
resultará em um serviço malfeito interessado apenas em fazer
proselitismo com meios inadequados. Ambos não fazem jus à visão
bíblica.
A Bíblia não retrata uma história dentro de uma bolha, isolada da
realidade, nem absorve as visões de mundo dos povos pagãos de Sua
época. Ela nos retrata uma história que se passa em lugares
geográficos comuns, com pessoas iguais a nós, dentro do tempo
histórico comum. A Bíblia não nega a criação de Deus e esse é o seu
diferencial. O Dr. Hans Rookmaaker, crítico em arte, afirmou que
“Cristo não morreu simplesmente para tornar cristãs mais pessoas.
Isso não basta; sua obra é grandiosa demais. Ele morreu para que
pudéssemos ser humanos, vivendo e agindo de modo humano, como
Deus originalmente nos fez para viver, em amor e liberdade”. Embora
a Bíblia não negue a criação de Deus, ela reconhece que a criação
não está como foi criada, ela foi corrompida graças ao pecado do
primeiro casal humano, Adão e Eva. A queda, porém, não mudou o
fato de que Cristo é o Senhor de todas as áreas da vida e, assim
como Abraham Kuyper disse, “Não há um único centímetro quadrado
em todos os domínios da existência humana sobre o qual Cristo, o
Soberano sobre tudo, não clame: é meu!”.
Ao criar o homem, uma das tarefas que Deus deu a Adão, e
consequentemente à toda humanidade, foi que ele cultivasse o jardim
(Gn 2:15). A palavra cultivar tem a mesma raiz de cultura. Entende-
se então que Deus está dando uma ordem expressa para que o
homem produza cultura, e cultura no sentido amplo de subcriação, ou
seja, desenvolver o potencial da criação de Deus através da
transformação dessa matéria-prima (criação) em novas possibilidades
(subcriação). O minério de ferro é a matéria-prima que Deus criou, já
uma viga de ferro pertencente a uma construção é a cultura
(subcriação). Deus deu a cada um de nós dons e preferências a
determinadas áreas, com isso, devemos entender que Ele nos chama
a desenvolvermos cultura para a glória de Deus. Você não precisa
ouvir hinos durante seu serviço, ou pregar no horário de almoço, para
estar glorificando a Deus no seu trabalho. Seguir os princípios da lei
de Deus, tendo uma visão de mundo cristã, é o dever do cristão. A
Bíblia registra a história comum tendo Deus como referência, e isso
faz com que ela não tenha autoridade apenas em questões fé, mas
também na forma em que eu realizo qualquer atividade.
É fato que você não “ganha almas” com um projeto de
engenharia ou num cargo político, apenas o evangelho é o poder de
Deus para a salvação (Rm 1:16); mas ao seguir a lei de Deus na área
escolhida para atuação profissional, nós cumpriremos o mandato
cultural de Deus em fazer com que todas as áreas da vida estejam
sob o senhorio de Cristo. Pois, assim como o pecado teve
consequências em toda a realidade, assim é a obra de Cristo, ela vai
muito além das quatro paredes de nossa igreja.
Fé (notitia, consensus e fidutia) – fé própria (estabelecer as
próprias convicções)
Autonomia –
Curtos
A pipa e o cristão
“Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.”
João 8:36
Analogia de montanha-russa