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ASSEMBLÉIA GERAL DAS IGREJAS

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DISCIPLINA ECLESIÁSTICA
NA IGREJA
A DISCIPLINA ECLESIÁSTICA
J.MacArthur Jr. afirma: “Durante este século (XX), na maior parte do
tempo, o Cristianismo evangélico vem se concentrando na batalha pela
pureza doutrinária, e deve fazê-lo, mas estamos perdendo a batalha pela
pureza moral. Temos pessoas com a teologia certa, vivendo de modo
impuro”.

Mas, como impedir que a impureza mundana penetre na Igreja? Como


impedir que os valores do mundo não sejam assimilados e praticados
pelos crentes hoje? Há uma dupla resposta: primeiro, somente Deus,
através da sua providência sobrenatural, pode impedir que a sua Igreja se
deteriore moralmente (Ef 5.26); segundo, Jesus Cristo autorizou a
liderança ordenada da Igreja que use a disciplina eclesiástica como um
instrumento de combate ao pecado (Mt 18.15-17).

Estudemos a doutrina bíblica da disciplina eclesiástica. Ela é um


instrumento de combate ao pecado dentro da Igreja.

1. JESUS ORDENOU A DISCIPLINA

A disciplina eclesiástica é uma ordem divina. Jesus a instituiu na Igreja ao


autorizar os apóstolos a corrigir os membros da Igreja que viviam na
prática de determinados pecados. É conforme o texto de Mateus 18, o
poder de “ligar” ou “desligar” pecados, isto é, autoridade à liderança
ordenada da Igreja para combater o pecado dentro da comunidade. “Em
verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra terá sido ligado nos
céus, e tudo o que desligardes na terra terá sido desligado nos céus” (Mt
18.18 cf. Jo 20.23).

Entende-se que cada pessoa possui o foro íntimo da consciência, a qual


escapa à jurisdição da igreja. Contudo, há o foro externo que deve ser
observado. Quando um membro da Igreja comete uma falta ou pecado
que prejudique a paz e a pureza da mesma, deve ser disciplinado. “Falta é
tudo que, na doutrina e prática dos membros e concílios da Igreja, não
esteja de conformidade com os ensinos das Sagrada Escritura, ou
transgrida e prejudique a paz, a unidade, a pureza, a ordem e a boa
administração da comunidade cristã” (CD da IPB).

2. RESISTÊNCIAS À DISCIPLINA

Há uma grande resistência hoje, na Igreja, à prática da disciplina. Alguns


argumentos são usados:

1. Argumento do Amor

A disciplina eclesiástica é contrária ao amor.


Resposta: (Rm 13.8-10; He 12.4-12).

2. Argumento de Liberdade

A disciplina eclesiástica opõe-se a liberdade cristã.

Resposta: (Jo 8.31-36; Tg 1.25).

3. Argumento da Felicidade

A disciplina eclesiástica opõe-se a felicidade do cristão.

Resposta: (Sl 1; Is 48.22).

4. Argumento do Afastamento

A disciplina eclesiástica afastará as pessoas da Igreja.

Resposta: (Sl 37.23-24; 1 Jo 2.18-19).

5. Argumento da Hipocrisia

A disciplina eclesiástica é um ato de hipocrisia, pois todos na Igreja


são pecadores.

Resposta: (1 Co 6.1-11; At 5.1-11).

6. Argumento da Injustiça

A disciplina eclesiástica pode ser aplicada injustamente ou ser


utilizada como instrumento de perseguição.

Resposta: (Is 5.20,22; Mt 23.1-36).

3. APLICANDO A DISCIPLINA

Havia na igreja de Corinto, uma pessoa que mantinha um relacionamento


incestuoso com a mulher de seu próprio pai. Provavelmente, a sua
madrasta. O apóstolo Paulo estranha: “Geralmente, se ouve que há entre
vós imoralidade e imoralidade tal, como nem mesmo entre os gentios, isto
é, haver quem se atreva a possuir a mulher de seu próprio pai. E,
contudo, andais vós ensoberbecidos e não chegastes a lamentar, para que
fosse tirado do vosso meio quem tamanho ultraje praticou?” (1 Co 5.1-2).
Paulo definiu aquele pecado como uma grande imoralidade e um ultraje.

A partir do texto de 1 Coríntios 5.1-13, podemos estabelecer alguns


princípios acerca da disciplina eclesiástica.
3.1. A Sua Necessidade

A necessidade fundamental da disciplina é combater o pecado dentro da


Igreja. Não permitir que o sal perca o seu sabor (Mt 5.13). Através dela
se define o limite que separa a igreja do mundo.

3.2. Os Seus Objetivos

A Confissão de Westminster explica: “As censuras eclesiásticas são


necessárias para chamar e ganhar os irmãos transgressores, a fim de
impedir que outros pratiquem ofensas semelhantes, para lançar fora o
velho fermento que poderia corromper a massa inteira, para vindicar a
honra de Cristo e a santa profissão do evangelho e para evitar a ira de
Deus, a qual, com justiça, poderia cair sobre a Igreja, se ela permitisse
que a aliança divina e seus selos fossem profanados por ofensores
notórios e obstinados” (Cap. XXX:3).

Em síntese, podemos afirmar quatro objetivos da disciplina:

1. Impedir a propagação do mal na Igreja - “Lançar fora o velho


fermento” (1 Co 5.6-7).
2. Vindicar a honra de Jesus Cristo e a boa reputação do Evangelho (2
Co 6.3).
3. Evitar que o juízo de Deus caia sobre a Igreja (Ap 2.18-29).
4. Levar ao arrependimento e recuperar a ovelha. (2 Co 2.5-11).

3.3. A Sua Forma

A forma bíblica da disciplina é baseada na gravidade e notoriedade do


pecado. Veja os estágios para tratar o irmão em pecado (Mt 18.15-17)
lendo a instrução de Jesus.

Jamais alguém deverá ser penalizado sem a oportunidade de defesa ou


explicação. Paulo recomenda a Timóteo a não aceitar denúncia contra
presbíteros, senão com o apoio de no mínimo duas testemunhas (1 Tm
5.19).

4. TIPOS DE DISCIPLINAS

4.1 – Admoestação

Particular ou pública – Rom.15:14; Col. 3:16; I Tess. 5:14; Tito 3:10-11.


4.2 – Reprovação

Repreensão – Mat. 18:1; Éfes.5:11; I Tess. 5:20; Tito 1:9-13; 2:15;


Apoc. 3:19.

4.3 – Exclusão

Mat. 18:17; I Cor. 5:11-13 – Refere a excluir o ofensor da comunhão da


Igreja local, e tirar todos os seus privilégios como membro da Igreja –
Mat. 18:18-19; I Cor. 5:4.

CONCLUINDO:

“Disciplina eclesiástica é o exercício da jurisdição espiritual da Igreja sobre


seus membros, aplicada de acordo com a Palavra de Deus”. Na jurisdição
espiritual, a Igreja exerce o direito de punir os pecados dos seus
membros, mesmo que esses pecados sejam práticas permitidas na
sociedade em que a Igreja está inserida.

A Igreja não deve falhar no combate do pecado interno. A sua saúde


espiritual depende da sua pureza. “Você pode ter disciplina sem
santidade, mas não pode ter santidade sem disciplina”.

Pr. Antônio José Calheiros

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