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Resende - RJ

O Sistema Elétrico Brasileiro


e as Alternativas para
Conservação de Energia:
Tarifação

Orlando Moreira Guedes Junior


Conteúdo
○ 1 – Introdução
○ Sistema elétrico
○ Definições e conceitos importantes
○ Classificação dos consumidores
○ Custo da energia elétrica
○ Otimização de demanda
○ Escolha do sistema de tarifação
○ Fator de Potência
Introdução

○ O sistema tarifário de energia elétrica é um


conjunto de normas e regulamentos que tem por
objetivo estabelecer o preço da eletricidade para os
diferentes tipos de consumidores. Entender o
sistema tarifário implica em conhecer a legislação
correlata e saber a aplicação da mesma dentro das
empresas.
Normas
○ As Condições Gerais de Fornecimento de Energia
Elétrica:
○ • 27/03/1957, Portaria MA1 no 345;
○ • 14/05/1963, Portaria DNPM2 no 114;
○ • 08/10/1968, Portaria MME3 no 670;
○ • 26/03/1975, Portaria MME no 378;
○ • 17/11/1981, Portaria DNAEE4 no 95;
○ • 22/11/1987, Portaria DNAEE no 222;
○ • 12/11/1997, Portaria DNAEE no 466;
○ • 29/11/2000, Resolução ANEEL no 456;
○ • 09/09/2010, Resolução ANEEL no 414 (Atual).
Introdução Histórica
No início do século passado a Light Canadense incluiu uma
cláusula para se proteger das desvalorizações da moeda
brasileira. O caminho encontrado foi a introdução da
cláusula ouro, onde as tarifas eram definidas parcialmente
pela variação média do câmbio do ouro.
Em 1975 foi estabelecida a política nacional de equalização
tarifária, e instituída a Reserva Global de Garantia - RGG,
instrumento que serviu para transferir recursos gerados por
empresas rentáveis para outras menos rentáveis.
Introdução Histórica
Ao longos dos anos, a fixação das tarifas serviu, ora como
instrumento econômico considerado por muitos como inadequado,
ora de política anti-inflacionária, como ocorreu no período de 1975
até 1987. Como consequência desta política e de um crescente
endividamento das empresas, instalou-se forte crise financeira no
setor elétrico. Uma importante mudança ocorreu em 1981 com a
implantação da tarifa horo-sazonal. As leis regidas em 1997
constituem um importante marco para o setor elétrico, onde foi
instituído o conceito de “tarifa pelo preço”. A Resolução de 2000
estabeleceu critérios para o fornecimento da energia e multas pelo
não cumprimento das metas. A partir da Resolução de 2010 os
consumidores passam a ser legalmente amparados pelo Código de
Defesa do Consumidor.
Introdução Histórica
Várias medidas de efientização e otimização energética não são
implantadas devido aos elevados custos quando comparados com a
redução na tarifa.
A conta de energia é uma síntese dos parâmetros de
consumo, refletindo a forma como a mesma é utilizada. Uma análise
histórica, com no mínimo 12 meses, apresenta um quadro rico de
informações e torna-se a base para a execução de um gerenciamento
energético.
Sistema Elétrico
Ambiente de Contratação
Sistema Interligado Nacional
Conjunto de instalações e de equipamentos que possibilitam o
suprimento de energia elétrica nas regiões do país interligadas
eletricamente, conforme regulamentação aplicável.
Sistema Interligado Nacional
Sistema Interligado Nacional
Mapa
Exemplo de Curva de Carga de um
dia útil
Demanda
○ Demanda: media das potencias eletricas solicitadas ao
sistema eletrico pela parcela da carga instalada em operacao
na unidade consumidora, durante um intervalo de tempo
especificado (15 minutos).
Demanda
Um dia: 4 x 24 horas = 96 valores de demanda
Um mês: 30 dias x 96 = 2880 valores de demanda
Demanda Medida (Registrada): Maior demanda de
potência ativa medida durante o período de faturamento.
Demanda
Fator de Carga: Pode ser entendido como o consumo de energia
pelo tempo de utilização da demanda máxima.
Indica a eficiência do uso dos recursos do sistemas
elétrico com vistas à energia útil.
Curva de Carga de uma Concessionária
Período de Ponta de Carga

Horário de Ponta:
Período definido por quem?
Período definido pela concessionária e composto por 3 (três)
horas diárias consecutivas, exceção feita aos sábados,
domingos e feriados nacionais, considerando as características
do seu sistema elétrico.
Sazonalidade
Horo-Sazonal
Período Seco (7 meses consecutivos) Maio a Novembro
Período Úmido (5 meses consecutivos) Dezembro - Abril
Segmentos Horários e Sazonais - Identificados também como
Segmentos Horo-Sazonais:
(PS) - Horário de Ponta em Período Seco
(PU) - Horário de Ponta em Período Úmido
(FS) - Horário Fora de Ponta em Período Seco
(FU) - Horário Fora de Ponta em Período Úmido
Classificação das Unidades
Consumidoras
Grupo A: se for suprido em tensão ≥ 2300 V
Subgrupos do Grupo A
A1 - 230 kV ou mais
A2 - 88 a 138 kV
A3 - 69 kV
A3a- 30 a 44 kV
A4 - 2,3 a 25 kV
AS - Subterrâneo
Subgrupos do Grupo B
B1 - Residencial e Resid. Baixa Renda
B2 - Rural, Cooperativa eletrificação rural Serviço público de irrigação
B3 - Demais Classes
B4 - Iluminação Pública
Custo da Energia Elétrica
Grupo B: Tarifa Monômia
É Faturado o consumo de energia elétrica ativa + Impostos + Outros.
Grupo A: Tarifa Binômia
É Faturado o consumo energia elétrica ativa +
Demanda Faturável + Impostos + Outros.
Faturamento do Grupo A
O faturamento é baseado na aplicação de uma tarifação binômia, composta
de duas grandezas:
CONSUMO (kWh) e DEMANDA (kW).
Para o Grupo A, existem dois modelos de tarifação,
denominado:
CONVENCIONAL e HORO-SAZONAL.
Tarifa Convencional
Aplica-se um preço para a componente de consumo, e um
preço para a de demanda.
Fundamentalmente aplica-se essa estrutura para clientes
com demanda de potência inferior a 300 kW.
Tarifa Convencional
Consumo (R$/MWh): fatura-se o valor total da energia consumida em
período aproximado de 30 dias.
Tarifa Horo-Sazonal
Essa estrutura tarifária, comumente chamada de THS, é composta de 2
modelos tarifários denominados de:
TARIFAAZUL e TARIFA VERDE.
Enquadramento:
• Os clientes supridos em tensão igual ou superior a 69 kV,
independentemente do valor de demanda, serão enquadrados na Tarifa
Azul.
• Os clientes supridos em tensão inferior a 69kV (tensão de
distribuição primária), com demanda superior a 300kW, serão enquadrados
na Tarifa Azul ou Tarifa Verde.
• Os clientes supridos em tensão inferior a 69 kV (tensão
de distribuição primária), com demanda inferior a
300kW, poderão, opcionalmente, ser enquadrados na
Tarifa Convencional, Azul ou Verde.
Tarifa Horo-Sazonal
Observa-se que os clientes supridos em tensão inferior a 69
kV, poderão efetuar as alterações de opção tarifária, de
Verde para Azul ou vice-versa, ou optar pelo retorno à
estrutura convencional (no caso de demanda inferior a 300
kW), desde que a opção anterior tenha sido feita há mais de
12 meses consecutivos e completos de faturamento
Tarifa Horo-Sazonal
Para essa modalidade horo-sazonal, o preço do fornecimento de energia
será diferenciado em função do horário e do período do ano de utilização.
• Horário de Ponta (P) - composto por 3 horas consecutivas
definidas pelo Concessionário de acordo com as características do seu
sistema elétrico, situada no intervalo compreendido diariamente, entre 17h
e 22h, exceto sábados e domingos e feriados Nacionais ou outros feriados
definidos por Lei Federal.
Tarifa Horo-Sazonal
Horário Fora de Ponta (FP) - composto pelas 21 horas
diárias complementares ao horário de Ponta. Sábados e
domingos são considerados horários Fora de Ponta.
• Período Úmido (U) - período de 5 meses consecutivos,
compreendendo os fornecimentos abrangidos pelas leituras
de dezembro de um ano a abril do ano seguinte
• Período Seco (S) - período de 7 meses consecutivos,
compreendendo os fornecimentos abrangidos pelas leituras
de maio a novembro.
• Período de medição de Energia Reativa Indutiva (I) -
intervalo compreendido das 5h30 às 23h30 horas.
• Período de medição de Energia Reativa Capacitiva (C)
-intervalo compreendido das 23h30 às 5h30 horas.
Tarifa Horo-Sazonal
Tarifa Horo-Sazonal
Tarifa Horo-Sazonal
○ Demanda Contratada: demanda de potência ativa a ser obrigatória e
continuamente disponibilizada pela concessionária, no ponto de entrega,
conforme valor e período de vigência fixados no contrato de
fornecimento.
○ Demanda de Ultrapassagem: parcela da demanda medida que excede o
valor da demanda contratada.
○ Demanda Medida: Maior demanda de potência ativa medida durante o
período de faturamento.
○ Demanda Faturável: valor da demanda de potência ativa, identificado de
acordo com os critérios estabelecidos e considerada para fins de
faturamento, com aplicação da respectiva tarifa, expressa em quilowatts
(kW).
Otimização de Demanda
Caso 1:
Demanda Máxima Registrada = 7.000 kW Fora Ponta = 4.050
kW Ponta
○Demanda Contratada = 8000 kW Fora Ponta = 5000 kW
Ponta
Otimização de Demanda
2ºCaso:
Demanda Máxima Registrada = 7.000 kW Fora Ponta = 4.050
kW Ponta
Demanda Contratada = 6200 kW Fora Ponta = 3500 kW Ponta
Otimização de Demanda
Para otimizar a Demanda, deve ser verificado:
Otimização de Demanda
• Redução de Cargas Instaladas;
• Introdução de Controles Automáticos para modulação de
carga;
• Possibilidade de Remanejamento de cargas
para outros horários;
• Outros.
Otimização de Demanda
Para a correta escolha do sistema de tarifação, deve-se:
○Verificar o Regime de Funcionamento da Empresa;
○Verificar as Características do Processo;
○Verificar possibilidade de mudanças de turnos;
○Remanejamento ou modulação de cargas;
○Realizar uma simulação para comprovar a economia.
Resumo do Faturamento Tarifário
Alternativas Tarifárias
Alternativas Tarifárias
Exercício
Comércio de médio porte situado na cidade de Volta Redonda
– RJ. Ocupando uma área de aproximadamente 670 m², com
horário de funcionamento de 7 às 22h de segunda a sábado e de
7 às 13h aos domingos.
Fluxo de pessoas de acesso ao mercado.
Exercício
O estabelecimento está enquadrado na modalidade TUSD
(tarifa do uso de sistema de distribuição), cliente cativo A4,
classe comercial, com tensão de fornecimento de 13,8 kV.
Enquadrado na modalidade tarifária horo-sazonal verde, cliente
da concessionária LIGHT S.A, com demanda contratada de 80
kW.
Carga
Fator de potência
Fator de Carga
Demanda
Consumo
Exemplo
Exemplo
FIM
Orlando Moreira Guedes Junior

ortec.energy@gmail.com

Tel: 24-998230016

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