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CRIMINALÍSTICA

Criminalística - Postulados e Princípios da Criminalística


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POSTULADOS E PRINCÍPIOS DA CRIMINALÍSTICA

RELEMBRANDO
Características da Criminalística:
Ciência autônoma – inter, multi ou transdisciplinar
Objetivos:
• Materialização do crime;
• Autoria;
• Meios e circunstâncias em que o fato ocorreu;
• Dinâmica;
• Detecção de vestígios e evidências no objeto, cena ou corpo relacionado ao crime.
Postulados da Criminalística
O postulado, nas ciências, é qualquer afirmação ou premissa aceita sem questionamento,
sem a necessidade de ser provada. É um consenso para a construção de uma nova teoria.
Na criminalísticas existem 3 postulados.
1. O conteúdo do laudo pericial não deve variar com o perito que o produziu; impessoal;
2. As conclusões da perícia são independentes dos meios utilizados para alcançá-las;
3. As conclusões da perícia independem do tempo (verdade material).

PRINCÍPIOS DA CRIMINALÍSTICA

São cinco os princípios da criminalística e eles decorrem dos postulados. É um tema muito
frequentemente cobrado em provas.

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1. Princípio da observação: Em todo objeto ou cena de crime a interação do autor com
aquele local ou com a vítima deixará vestígios. O exame pericial deve exaurir a cena do crime
por meio de observação, exame detalhado e rigoroso, no intuito de detectar todas as altera-
ções ali existentes, sendo possível criar a relação entre o autor e a cena do crime, entre o autor
e a vítima e entre a vítima e o autor, num crime sexual com a morte da vítima, por exemplo
é possível identificar os sinais de resistência e luta tanto no corpo da vítima quanto do autor.
• O local e/ou os objetos do crime devem ser examinados de forma cuidadosa pelo perito
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a fim de buscar marcas ou vestígios deixados pelo(s) autor(es) e/ou pela vítima;
ANOTAÇÕES

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• Exame a olho nu ou com equipamentos;


• “Todo contato deixa uma marca.” Princípio de Locard. Edmond Locard, francês, consi-
derado um dos pais da criminalística.

2. Princípio da análise:
• A perícia é pautada no método científico: observação, análise, formulação de hipóteses
e teorias; testes e experimentos;
• Criteriosa observação e análise do local; coleta dos objetos e dos vestígios relaciona-
dos ao fato criminoso.
Decorre do princípio da observação e define que tudo que é detectado na cena do crime
deve ser rigorosamente analisado. Como exemplo, temos uma bituca de cigarro com marca
de batom, ele deve ser rigorosamente analisado para identificar se realmente faz parte da
dinâmica do crime, se é um vestígio verdadeiro, ou se é ilusório ou até mesmo forjado, intro-
duzido por terceiros para induzir a perícia e desviar a investigação.
Outro exemplo de vestígios ilusórios muito comuns é um acidente de carro, em que são
identificadas as marcas de frenagem dos pneus. Pode haver no mesmo local diversas outras
marcas pneumáticas de outros carros. A perícia deve analisar as características compatíveis
com o veículo em questão, tais como largura do pneu e seu desenho, o tamanha e compri-
mento do eixo, etc.

3. Princípio da interpretação (individualidade):


• Dois objetos relacionados a crimes podem ser semelhantes, mas nunca iguais.
A identificação de um objeto ou vestígio deve ser feita em três graus:
10m 1.Identificação genérica;
2.Identificação específica;
3.Identificação individual.
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Exemplos...

Se a testemunha identificar que a arma utilizada era cromada, apesar da informação gené-
rica já descarta a possibilidade de ter sido usada uma pistola, uma espingarda, carabina, etc;
Para a identificação específica podemos analisara o calibre da arma, que no caso do
exemplo é de 38 em ambas, sendo uma de 6 polegadas e outra de 4. Ainda não é uma infor-
mação precisa para a identificação da arma do crime.
Através da análise do número de série já é possível a identificação individual da arma,
porém nem sempre é possível saber essa numeração. Então, o confronto micro balístico auxi-
liará na identificação individual, pois permite a identificação inequívoca da arma, sendo útil
quando foram utilizadas duas ou mais armas, sendo uma delas a responsável pela morte
15m da vítima. A microbalística poderá analisar o raiamento do projétil, realizando disparos dos
mesmos modelos utilizados e verificando qual deles corresponde ao mesmo dano causado,
podendo assim, distinguir entre duas armas.

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No caso de uma mancha vermelha, inicialmente a autoridade policial solicita uma perícia
para verificar o que ocorreu no local, é realizado um teste para averiguar se é sangue, identi-
ficando-se genericamente a mancha.
Para realizar a identificação específica, é realizada a análise do material para identificar se
é sangue humano, de animal, qual o tipo de sangue etc.
Finalmente é possível chegar ao nível individual da identificação, percebendo o perfil gené-
tico do sangue encontrado e descobrindo de que vítima se trata. A exceção é quando a vítima
possui um irmão gêmeo univitelino, pois possuem o mesmo perfil genético.
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4. Princípio da descrição: está realizado ao princípio da observação e da análise, pois tudo


que for detectado na cena do crime deve ser analisado e também descrito em detalhes.
• A descrição detalhada de objetos e de locais relacionados a crimes deve ser feita de
acordo com os princípios e das leis científicas vigentes;
• Exposição clara;
• Reprodutibilidade, questionabilidade e refutabilidade;
• Abaixo vemos o exemplo dos desenhos esquemáticos, os croquis da cena de um crime,
que baseada nos princípios e leis da ciência de forma rigorosa e detalhada de modo a
permitir a reprodutibilidade e a refutabilidade. Isso quer dizer que a perícia é imparcial,
ela mostra os fatos de acordo com as análises científicas e pode ser confrontada com
depoimentos de vítimas e testemunhas que analisam e descrevem os fatos de acordo
com o seu ponto de vista e interpretação, podendo não ser de fato a realidade.
• Permite a reconstituição da cena do crime, cuja nomenclatura técnica é a reprodução
simulada.
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5. Princípio da documentação (cadeia de custódia):


• Todo objeto, amostra ou vestígio ou deve ser rigorosamente documentada e arma-
zenada;
• Deve ser realizada a documentação fotográfica da cena;
• A coleta e documentação dos vestígios deve ocorrer de modo a manter o vínculo com
a cena do crime, ou seja, deve ser armazenado em material adequado, registrado de
onde retirou o material, a data, endereço, suposto autor, nome da vítima, número da
ocorrência e hora da coleta; Tudo isso para evitar que provas sejam trocadas ou ane-
xadas a processos errados;
• Todas as etapas protocoladas e registradas por escrito;
• No levantamento, na embalagem, no protocolo (papel ou digital);
• Todos que entrarem em contato com as provas devem registrar a manipulação, quando
e como ocorreu e porque motivo;
• Desde o início das investigações até o final do processo;
• Protege a idoneidade da prova material; evita provas forjadas; dá credibilidade ao
vestígio.
• A cadeia de custódia envolve em duas etapas, a externa e a interna. A etapa externa
ocorre na cena do crime, quando a evidência é coletada pelo perito, auxiliar de perícia,
auxiliar de autópsia, etc. A etapa interna se dá quando o material passa pelas sessões
de balística, de papiloscopia etc.,
• A cadeia de custódia pode ser analógica ou digital, o que importa é que seja mantida,
que tudo seja documentado. No Brasil isso ainda está em processo de desenvolvi-
mento, em outros países a cadeia é rigorosamente cumprida.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Laécio Carneiro.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura
exclusiva deste material.
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