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04/10/2016

Fisica I ‐ IO

Momento, impulso e 

AN S
colisões

TI E
O
IS T
Prof. Cristiano Oliveira
R O
Ed. Basilio Jafet – sala 202
crislpo@if.usp.br
C N E
O UR

Existem diversos casos envolvendo


forças que não podem ser
diretamente estudados utilizando a
T

Segunda Lei de Newton.


Um claro exemplo são colisões. O
PR C

que ocorre quando um carro


F.

colide com outro? Em uma partida


de bilhar, como decidir onde mirar
o taco na bola branca para
LE

encaçapar a bola oito?


Quando um projétil incide sobre
um alvo, como a energia cinética é
transferida no processo?

Veremos como responder as


questões acima sem ter de saber
nada sobre as forças envolvidas!
Definiremos momento linear e
demonstraremos que, assim como
a energia, a quantidade de
momento é conservada em um
sistema!

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Momento e Impulso
Anteriormente reinterpretamos a segunda lei de Newton para uma partícula em termos do 
teorema Trabalho‐Energia. 
Vamos desenvolver outra relação bastante útil.

Segunda Lei de Newton em termos do momento
Considere inicialmente uma partícula com massa constante m. Depois lidaremos com massa 

AN S
variável. 
Como                         podemos escrever a segunda Lei de Newton como : 

TI E
O
IS T
Podemos colocar a massa dentro da derivada pois ela é constante.

R O
Denominaremos o par          como momento, ou momento linear da particula. Denominando 
o momento como 
C N E
O UR

Quanto maior a massa e a velocidade da partícula, maior será 
o momento mv.
T

Note que o momento é uma quantidade vetorial e deste


modo podemos descrevê‐lo em termos de suas componentes
px, py e pz:
PR C
F.
LE

Substituindo na equação inicial da segunda lei de Newton,

“A força resultante agindo sobre uma partícula é igual à taxa temporal de mudança de
momento da partícula.”
Esta é a forma original com a qual Newton propôs sua Segunda Lei (ele chamava momento de
“quantidade de movimento”.)
Esta equação indica que uma mudança rápida no momento requer uma grande força
resultante, ao passo que uma mudança gradual requer menos força resultante.

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Teorema Impulso‐Momento
O momento da partícula é p = mv ao passo que sai energia cinética é K = ½mv2.
Ambas dependem da massa e da velocidade. A diferença entre ambas vai muito além
do fato do momento depender de “v” e a energia cinética de “v2”.
Vamos definir uma quantidade denominada impulso.
Seja uma partícula sujeita a uma força resultante constante durante um intervalo
de tempo de t1 a t2.

AN S
O impulso da força resultante , denominado de , é definido como o produto entre
a força resultante e o intervalo de tempo,

TI E
O
O impulso é uma quantidade vetorial: sua direção é a mesma da força resultante. Sua

IS T
magnitude é o produto da magnitude da força resultante e do intervalo de tempo que
esta força age. No SI a unidade de impulso é o newton‐segundo (N.s)).

R O
Como 1N = 1kg.m/s2, o impulso pode ser visto como kg.m/s, ou seja, a mesma unidade de
momento!

Será isso só coincidência? ‐> NÃO!!!


C N E
O UR

Para ver a utilidade do impulso, voltemos à Segunda Lei de Newton em termos do


momento. Se a força resultante é constante, então também é constante.

Neste caso é igual à mudança total no momento durante o intervalo


T

dividido pelo intervalo de tempo,


PR C
F.

Multiplicando os dois lados por , temos


LE

Com isso chegamos ao teorema impulso‐momento:

“A mudança no momento de uma partícula durante um intervalo


de tempo é igual ao impulso de uma força resultante agindo
sobre uma partícula durante este intervalo.”

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Caso a força resultante não seja constante, ainda assim o teorema é válido. Partimos
da definição de força em termos do momento e fazemos a integração:

A integral do lado esquerdo é definida como impulso de uma força resultante


durante o intervalo da integral:

AN S
TI E
O
Ou seja, o teorema impulso‐movimento é valido mesmo para forças
variáveis.

IS T
Quando a descrição da força resultante em função do tempo é complicada ou difícil
de se determinar, pode‐se considerar uma força resultante média, de modo que

R O
mesmo que a força resultante instantânea não seja constante, podemos escrever:
C N E
O UR

Quando assumimos a força média teremos


acesso à quantidade de impulso
T

necessária sem nos atentarmos à forma da


integral.
PR C
F.
LE

Em um acidente de carro, o air bag deve


fornecer o mesmo impulso para frear o
motorista. No entanto isso é feito de modo
suave de modo a não machucar o motorista e
também diminuir os danos do impacto sobre o
corpo.

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Impulso e momento são quantidades vetoriais e deste modo, seu cálculo envolverá
equações vetoriais. Em diversos problemas poderemos trabalhar na forma de
componentes:

AN S
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O
IS T
R O
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O UR

Momento e energia cinética

Teorema Momento‐Impulso
T

Mudanças no momento de uma partícula ocorrem devido ao impulso, que depende do 
tempo em que a força resultante age.
PR C
F.

Teorema Trabalho‐Energia Cinética


LE

Mudanças na energia cinética ocorrem quando trabalho é realizado na partícula. O


trabalho depende da distância na qual a força resultante atua

Vamos assumir uma partícula inicialmente no repouso,

Assim, e

Agora, uma força resultante age sobre o sistema entre os instantes de tempo t1 e t2.
Durante este intervalo, a particula se moveu uma distância s na direção da força.

O momento da partícula no instante t2 é , com

Assim, o momento da partícula é igual ao impulso que a acelera do repouso até a 
velocidade atual. 

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O momento da partícula no instante t2 é , com

“O momento da partícula é igual ao impulso que a acelera do repouso até a velocidade 
atual”.

AN S
Por outro lado, a energia cinética é

TI E
O
o trabalho total feito em uma partícula para a acelerar a partir do repouso, sendo este
trabalho total o produto entre a força resultante e a distância requerida para acelerar a

IS T
partícula.

R O
Sendo assim, o momento / impulso, contém informações sobre as forças do sistema e deste
modo, permitem a correlação entre as informações dinâmicas e cinemáticas!
C N E
O UR

Suponha que você tenha de escolher entre apanhar uma 
bola de 0.5kg à 4m/s ou uma bola de 0.1kg à 20m/s. Qual 
seria mais fácil de apanhar?
Note que, propositalmente, ambas bolas possuem o 
T

mesmo momento linear:
PR C
F.

Logo, do ponto de vista de impulso, ambas irão requerer o 
mesmo impulso de seu braço para serem paradas. 
LE

Mas e do ponto de vista energético??

Note agora que as bolas irão possuir diferentes valores de energia cinética 

A bola grande, mais lenta, possui energia cinética de 
A bola pequena, mais rápida, possui energia cinética de 
Sendo assim, para parar a bola pequena, você deverá realizar 5x mais trabalho do que 
necessitaria para parar a bola grande! 
Para uma dada força máxima que você pode realizar com sua mão/braço, você levaria o 
mesmo tempo para parar a bola (impulso) mas seu braço iria se descolar 5x mais para trás em 
um caso do que no outro. Logo, é mais fácil parar a bola mais pesada pois ela possui menos 
energia cinética!

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Os teoremas impulso‐momento e trabalho‐energia são relações entre força e momento e, 
logicamente, se fundamentam nas leis de Newton

No entanto eles são princípios integrais, relacionando o


movimento em dois instantes de tempo diferentes, separados por
um intervalo definido

AN S
por outro lado, a segunda lei de Newton, seja na forma 

TI E
O
ou 

IS T
é um princípio diferencial, relacionando as forças e a taxa de mudança de velocidade ou

R O
momento em cada instante.
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PR C
F.
LE

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Conservação de Momento
O conceito de momento é particularmente útil para casos onde os corpos interagem.
Considere um sistema idealizado onde dois corpos
T

interagem somente um com o outro e mais nada, por


exemplo dois astronautas que se tocam quando estão
flutuando livremente na gravidade zero do espaço livre.
PR C
F.

Imaginemos os astronautas como partículas.


Cada partícula exerce uma força na outra, de acordo
LE

com a terceira Lei de Newton, com forças de igual


magnitude mas direção oposta. Deste modo o impulso
que age sobre estas duas partículas é igual e oposto, e as
mudanças no momento das duas partículas são iguais e
opostos.
É conveniente fazer uso de uma nova terminologia. Para
qualquer sistema, as forças que as partículas do sistema
exercem uma sobre as outras são chamadas forças
internas. Forças feitas em qualquer parte do sistema
por um objeto exterior são chamadas forças externas.
Para o sistema em questão as forças FBonA e FAonB são
forças internas e não existem forças externas agindo.
sendo assim temos um sistema isolado

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A força resultante na partícula A é FBonA e a força resultante na partícula B FAonB. Logo,


da definição de força em termos de momento, temos:

O momento de cada partícula muda, mas estas mudanças estão relacionadas uma
com as outras pela terceira Lei de Newton: as duas forças FBonA e FAonB são sempre de
mesmo modulo e direção oposta.

AN S

Assim, temos:

TI E
O
IS T
A taxa de variação dos momentos são iguais e opostos. Logo, a taxa de variação da
soma dos momentos, é zero!
Vamos definir o momento total do sistema como sendo ,

R O
A taxa temporal de mudança do momento total P é zero. Assim o momento total do
C N
sistema é constante, mesmo que os momentos individuais das partículas se
compõem o sistema se alterem.
E
O UR

Se forças externas também estão presentes, devem ser


incluídas junto das forças internas. Neste caso o
momento total pode não ser mais constante. No entanto,
se a soma das foças externas é zero, como no caso ao
T

lado, então estas forças não afetam o sistema e assim


dp/dt é zero novamente. com isso,
PR C
F.

“Se a soma das forças externas em um sistema é zero, o 
momento total do sistema é constante.”
Esta é a forma mais simples do principio da conservação
LE

do momento. Note que isso decorre diretamente da


terceira Lei de Newton.

O que faz este principio útil é o fato de não depender da


natureza detalhada das forças internas que agem sobre
os componentes do sistema. Isto significa que podemos
aplicar este principio de conservação do momento
mesmo em casos onde muito pouco é sabido sobre as
forças internas. Isso é quase sempre o caso!

Como tudo foi derivado a partir das leis de Newton, tudo isso é somente válido em
referenciais inerciais!

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Podemos generalizar este principio para um sistema que contem qualquer numero de
particulas, A, B, C... interagindo uma com as outras. O momento total do sistema será:

Podemos fazer o mesmo argumento anterior: a taxa total do momento de um sistema devido

AN S
ao principio da ação e reação das forças internas é zero. Assim, a taxa total de mudança do
momento do sistema inteiro é zero sempre que a soma das forças externas agindo sobre o
sistema forem zero. As forças internas podem mudar o momento das partículas individuais

TI E
do sistema mas nao o momento TOTAL do sistema.

O
Note que o momento é um VETOR. Logo, pode ser conveniente tratar as componentes
individualmente:

IS T
R O
De certo modo, o principio da conservação do momento é mais geral que o principio da
conservação da energia mecânica. A energia mecânica era conservada apenas se as forças
internas eram conservativas (reversíveis).
C N
No entanto, o principio da conservação do momento é válido mesmo que as forças sejam
não conservativas.
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F.
LE

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Conservação de Momento e Colisões
Utilizaremos o termo colisão como definindo qualquer interação forte entre dois
corpos que dura um intervalo de tempo relativamente curto
Com isso podemos incluir colisão entre veículos, bolas
colidindo em uma mesa de bilhar, nêutrons atingindo
um núcleo atômico em um reator nuclear, o impacto de
um meteoro em um deserto, entre muitos outros
exemplos.

AN S
Se as forças entre os corpos são muito maiores do que
qualquer força externa, como ocorre na maioria das
colisões, podemos desprezar inteiramente as forças

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O
externas e tratar os corpos como um sistema isolado.

Com isso o momento é conservado e o momento total

IS T
do sistema é o mesmo antes e após a colisão

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Colisões elásticas
Se as forças entre os corpos são conservativas, não há perda
ou ganho de energia mecânica na colisão. Com isso a energia
T

cinética do sistema é a mesma antes e após a colisão. Este


tipo de colisão é denominado colisão elástica.
PR C
F.

A colisão entre duas bolas de bilhar é quase completamente


elástica.
LE

Um modelo para colisões elásticas é mostrado na figura ao


lado. Quando os dois carrinhos colidem as molas são
momentaneamente comprimidas e parte da energia cinética é
momentaneamente convertida em energia potencial elástica.

Quando os carrinhos são refletidos e se distanciam as molas


expandem e a energia potencial nelas é convertida em
energia cinética.

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Colisões inelásticas
Uma colisão na qual a energia cinética total depois da colisão
é menor do que antes da colisão é denominada de
colisão inelástica.
Uma bola de massa de modelar caindo no chão ou uma bala
entrando em um pedaço de madeira são exemplos deste tipo
de colisão

AN S
Uma colisão inelástica onde os corpos ficam unidos e se
movem como um só após a colisão é denominada colisão

TI E
completamente inelástica. Na figura abaixo as molas foram

O
substituidas por velcro e os corpos ficam unidos apos a
colisão.

IS T
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Colisões Completamente inelásticas
Em uma colisão completamente inelástica entre dois corpos (A e B) os dois corpos ficam
unidos após a colisão, com a mesma velocidade final v2:
T
PR C
F.

A conservação do momento fornece:


LE

Se forem conhecidos as velocidades iniciais e massas pode‐se calcular a velocidade final v2.
Suponha um corpo com massa mA e componente x da velocidade vA1x colidindo
inelasticamente com um corpo com massa mB inicialmente em repouso (vB1x=0). Da
equação anterior temos,

Olhando a energia cinética, notamos que o movimento ocorre puramente no eixo x, logo as
energias cinéticas K1 e K2, antes e após a colisão respectivamente, são:

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A razão entre as energias cinética final e inicial é:

Note que o lado direito é sempre menor que 1, indicando que a energia cinética final é
sempre menor que a inicial.

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LE

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Classificando Colisões
T
PR C
F.
LE

Como mencionado antes, em muitos casos podemos utilizar o conceito de conservação


do momento mesmo quando temos forças externas agindo sobre o sistema. Isto é
possível quando a força resultante externa agindo nos corpos colidentes é pequena em
comparação às forças internas que aparecem durante a colisão.

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Colisões Elásticas
Colisão elástica em um sistema isolado é aquela na qual a energia cinética (e o momento) é
conservado. Colisões elásticas ocorrem quando as forças entre os corpos colidentes são
conservativas.
Quando duas bolas de bilhar colidem (ou no pêndulo de Newton ao
lado), ocorre uma pequena deformação na superfície de contato.
Esta deformação retorna à condição inicial. Quando isso ocorre
parte da energia cinética é convertida em energia potencial, que é

AN S
depois recuperada novamente em energia cinética.
Vamos pensar na colisão entre dois corpos, A e B. Iniciamos com uma colisão unidimensinal
na qual as velocidades estão na mesma reta, a qual denominamos eixo x. Cada momento e

TI E
velocidade então tem somente a componente x. Temos as componentes da velocidade

O
iniciais, antes da colisão, e finais, apos a colisão. Da conservação da energia cinética,

IS T
E da conservação do momento,

R O
Temos seis possíveis variáveis (mA, mB, vA1x, vB1x, vA2x, vB2x) e duas equações. Se soubermos
quatro variáveis, podemos utilizar estas equações para encontrar as outras duas.
C N
Em geral as massas e velocidades iniciais são conhecidas, de modo que pode‐se
diretamente obter as velocidades finais.
E
O UR

Colisões Elásticas, um corpo inicialmente no repouso
A solução do caso geral é um pouco complicada pois pode envolver muitos parâmetros.
Vamos inicialmente nos concentrar no caso onde o corpo B está no repouso antes da
T

colisão (vB1x = 0). Com isso a conservação da energia cinética e momento fornecem,
PR C
F.

Agora podemos resolver este sistema de equações para obter as velocidades finais dos
corpos A e B.
LE

Uma via de resolver é rearranjar as equações de modo que,

(1)

(2)

Dividindo uma equação pela outra, temos

(3)

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Substituindo vB2x na equação anterior do momento (1),

(4)

AN S
Finalmente, substituindo vB2x em (3),

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O
(5)

IS T
R O
É interessante interpretar estes resultados para casos particulares quando as massas são
idênticas ou muito diferentes.
C N E
O UR

Colisões Elásticas, um corpo inicialmente no repouso
T

Suponha que o corpo B possua uma massa muito maior que A (por exemplo, uma bola de
ping‐pong para A e uma bola de boliche para B).
PR C
F.

Intuitivamente esperaríamos que a bola de ping‐pong ricocheteasse e que a bola de


boliche praticamente não se movesse.
LE

As equações anteriores fornecem,

mB  mA
v A 2 x  v A1x
vB 2 x  0
O que condiz com a expectativa inicial!

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Colisões Elásticas, um corpo inicialmente no repouso

Suponha o caso oposto, que o corpo A possua uma massa muito maior que B
Neste caso podemos esperar que a bola massiva colida com a bola de pequena massa e
prossiga sem praticamente alterar sua velocidade, ao passo que a bola pequena se move

AN S
rapidamente.
As equações anteriores fornecem,

mA  mB

TI E
O
v A 2 x  v A1x

IS T
vB 2 x  2v A1x
R O A bola de ping‐pong se desloca com o dobro da
C N
velocidade da bola de boliche!
E
O UR

Colisões Elásticas, um corpo inicialmente no repouso
T

Suponha o caso oposto, que o corpo A e o corpo B possuem massas iguais


PR C
F.

As equações anteriores fornecem,


LE

mA  mB
vA2 x  0
vB 2 x  v A1x

A bola que estava se movendo pára e transfere


todo seu momento para o corpo que estava
parado

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Velocidade Relativa / colisão elástica
Das derivações anteriores, obtivemos que, em uma colisão elástica:

“A velocidade relativa antes da colisão é igual e contrária à velocidade relativa depois da 
colisão”

Em termos matemáticos, temos:

AN S
Demonstra‐se que uma equação vetorial semelhante a anterior é uma propriedade geral de 

TI E
O
todas as colisões elásticas. Assim,

IS T
“Em uma colisão elástica o modulo da velocidade relativa entre os dois corpos antes da 
colisão é igual ao módulo da velocidade relativa depois da colisão”

R O
Este resultado permite decidir qual solução é a válida na solução da equação da equação do 
segundo grau que pode aparecer nos cálculos. 
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Centro de Massa
Podemos utilizar o principio de conservação de momento de um modo util usando o
conceito de centro de massa.
Suponha que se tenha varias partículas com massas m1, m2, ... Sejam as coordenadas de m1
como (x1,y1), m2 como (x2,y1), etc. Define‐se centro de massa como um ponto que tem
coordenadas (xcm, ycm) dados por

AN S
TI E
O

IS T
O vetor posição rcm do centro de massa pode ser expresso em termos dos vetores posição
 
r..., r ... das particulas,
1 2

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Em linguagem estatística, o centro de massa é a média ponderada pela massa da posição
das partículas
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Centro de Massa / Corpos contínuos
Para corpos sólidos nos quais temos (pelo menos do ponto de vista macroscópico) uma
distribuição contínua de matéria, as somas anteriores são substituídas por integrais:

AN S
Quando formos estudar rotação de corpos

TI E
rígidos este conceitos serão extremamente

O
necessários para a descrição do movimento.

IS T
R O
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Movimento do centro de Massa
Para ver a importância do centro de massa é necessário entender o que ocorre quando a
partícula se move.
T

As componentes x e y da velocidade do centro de massa, vcm‐x e vcm‐y são as derivadas


temporais de xcm e ycm. Alem disso, dxi/dt é a componente x da velocidade da partícula i,
podendo ser aplicado para cada uma das partículas do sistema, logo,
PR C
F.
LE

Escrevendo a velocidade na forma vetorial, temos:

Note que a massa total (M) do sistema é a soma das massas individuais, M=m1+m2+...
Assim podemos escrever:

O lado direito é o momento total P do sistema. Assim, demonstramos que o momento total
é igual à massa total do sistema vezes a velocidade do centro de massa.

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Para um
 sistema de partículas sem a ação de forças externas a velocidade do centro de massa

vcm  P / M também é constante.

No exemplo abaixo, uma chave inglesa desliza sobre uma mesa horizontal. Apesar do
movimento total parecer complicado, o centro de massa se move em linha reta.

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Forças externas e o centro de Massa
Quando a força resultante externa sob um sistema de partículas não é zero, o momento
total não é conservado e a velocidade do centro de massa muda.
Para o calculo da aceleração tomamos a derivada temporal da velocidade,
 
Assim,   m dv / dt  m2 dv2 / dt  ...
acm  dvcm / dt  1 1
m1  m2  ...

AN S
m1a1 é igual à soma vetorial de todas as forças agindo sobre a primeira partícula, e assim
sucessivamente. Assim, o lado direito da equação acima é igual À soma de todas as forças
agindo sobre todas as partículas.

TI E
O
Neste sistema de partículas teremos a ação desta força externa, bem como as forças
internas que uma partícula faz sobre a outra

IS T
No entanto, pela terceira lei de Newton, todas as forças internas se cancelam aos pares e
assim Logo, temos que somente a força externa gera aceleração:

R O
Quando forças externas atuam sobre um corpo ou sobre um conjunto de partículas, o
centro de massa se move exatamente como se toda a massa estivesse concentrada nesse
C N
ponto e estivesse submetida a uma força igual à resultante de todas as forças que atuam
sobre o sistema.
E
O UR T

Este resultado é central na mecânica: é isso que nos


permite descrever um corpo como uma partícula
puntiforme quando aplicamos as leis de Newton!
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F.
LE

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Esta propriedade é também importante quando analisamos o movimento de um corpo


rígido. Como veremos, o movimento de um corpo rígido é descrito como uma combinação
do movimento de translação do centro de massa e um movimento de rotação em torno de
um eixo passando pelo centro de massa.

AN S
TI E
O
Usando a relação, temos

IS T
Logo,
R O Já vimos uma equação similar a esta, mas para uma única
particula. Esta relação descreve um sistema de partículas ou
corpo rígido. Os momentos lineares das partículas podem ser
C N
diferentes, mas o momento total varia de acordo com a força
externa.
E
O UR

Propulsão de Foguetes

Vamos considerar um foguete no espaço, sem força gravitacional e resistência do ar. Seja m
T

denotando a massa do foguete, que irá mudar com o gasto de combustível. Escolhemos
como eixo x a direção de direção do movimento.
PR C
F.
LE

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Propulsão de Foguetes
No instante t quando a massa é m temos uma velocidade v na direção x. A componente x
do momento total neste instante é P1=mv
Em um intervalo de tempo dt a massa do foguete muda de uma quantidade dm. Esta
quantidade é negativa pois a massa do foguete decresce com tempo.
Durante dt a massa positiva ‐dm de combustível queimado é ejetado pelo foguete.
Seja vex a velocidade escalar de exaustão do material relativo ao foguete: o combustível
queimado é ejetado na direção oposta à direção do movimento, então a componente x da

AN S
velocidade relativa é ‐vex. A velocidade x vfuel do combustível queimado relativo ao sistema
de coordenadas é,

TI E
O
a componente x do momento de massa ejetada (‐dm) é,

IS T
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O UR

Propulsão de Foguetes
A velocidade x do foguete e combustível não queimado tem aumento para v+dv, e sua
massa é decrescida para m+dm (dm é negativo). O momento do foguete neste instante é,
T

A componente total do momento P2 do foguete + combustível ejetado no instante t+dt será,


PR C
F.
LE

Temos um sistema isolado, e sendo assim ocorre a conservação do momento entre os


instantes t e t+dt: P1=P2. Assim,

Isso se simplifica para,

Podemos desprezar o termo ‐ dm dv pois são duas quantidades pequenas e é muito menor
que os outros termos. Dividindo tudo por dt e rearranjando, temos:

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Propulsão de Foguetes
Agora dv/dt é a aceleração do foguete, então o lado direito (MASSA x ACELERAÇÃO) é a força
resultante F, ou força de propulsão do foguete,

A componente x da aceleração do foguete é,

AN S
A massa do foguete decresce continuamente enquanto o combustível é consumido. Se vex e
dm/dt são constantes, a aceleração aumenta até que todo o combustível acabe.

TI E
O
IS T
R O
C N E
O UR

Propulsão de Foguetes
Se a velocidade de exaustão do combustível queimado vex é constante podemos integrar para
encontrar a relação entre a velocidade v e a massa restante m. No instante t=0 a massa é m0
T

e a velocidade v0, assim podemos escrever:


PR C
F.

Mudamos v  v´e m  m´ e usamos como limites superiores v e m. Como vex é constante


ele pode sair da integral:
LE

a razão m0/m é a massa original dividida pela massa depois do combustível ser
consumido. Na prática esta quantidade é a maior possível para maximizar o ganho de
velocidade, ou seja, a massa inicial do foguete é praticamente somente combustível.

A velocidade final do foguete é será maior que a velocidade relativa vex se ln(m0/m) > 1, 
ie, m0/m > e = 2.8182...

Em um caso real ainda é necessário levar em consideração a ação da força gravitacional.

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LE
PR C
O UR T
F. E
C N
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IS T
TI E
AN S
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