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1. Contratação por tempo determinado

Quanto aos cargos vitalícios, é inexigível o concurso para a investidura dos


membros integrantes do quinto constitucional dos Tribunais Judiciários, composto de
membros do Ministério Público e de advogados (art. 94, CF). A investidura nos
Tribunais de Contas sujeita-se à mesma regra (art. 73, §§ 1º e 2º, CF). Também não se
submetem ao concurso os Ministros do STF e do STJ.
Nesse sentido, não há exigência de concurso para o provimento de cargo em
comissão declarado em lei como de livre nomeação e exoneração, art. 37, V, CF. É
inexigível, também, concurso para o recrutamento de agentes temporários, conforme art.
37, IX, da CF. A Lei n. 8.745/1993 dispõe que o recrutamento é feito por processo
seletivo simplificado com ampla divulgação, dispensando o concurso público (art. 3º),
bem como, nos termos do art. 196, § 6º, da CF, agente comunitário de saúde ou agente
de combate às endemias.

2. Acumulação de Cargos

Além de estar entre as exceções constitucionalmente previstas, a acumulação


remunerada deve cumprir determinados requisitos, quais sejam:
• Compatibilidade de horários: a acumulação, ainda que lícita, depende da
compatibilidade de horários;
• Respeito ao teto geral das remunerações (CF, art. 37, XI);
• Inclusão em uma das hipóteses autorizadas pelo art. 37, XVI (dois cargos de
professor; um cargo de professor com outro técnico ou científico; dois cargos ou
empregos privativos de profissionais de saúde e com profissões
regulamentadas).
Cabe também citar que Magistrados e membros do Ministério Público podem
exercer mais uma função de magistério em instituições públicas. Em instituições
privadas a CF não traz nenhum limite.
A Emenda Constitucional n. 77/2014 possibilitou aos profissionais de saúde das
Forças Armadas a acumulação de outro cargo ou emprego privativo de profissional de
saúde como profissão regulamentada. Por sua vez, a EC n. 101/2019 possibilitou que
militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios viessem a ocupar outros
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cargos públicos, nos termos do que é permitido para os demais servidores, conforme o
art. 37, XVI, da CF.
A EC n. 20/1998 (art. 11) excluiu dessa vedação os que, já sendo aposentados,
tivessem ingressado novamente no serviço público até a data da sua publicação, sendo,
todavia, proibida a percepção de mais de uma aposentadoria pelo regime próprio.
Quanto ao teto remuneratório, o STJ vem entendendo que o teto deve ser computado em
relação a cada cargo. Assim, se a soma dos dois cargos ultrapassa o teto, não há
inconstitucionalidade.
A EC n. 77/2014 alterou os incisos II, III e VIII, do § 3º, art. 142, da
Constituição Federal, para permitir aos profissionais de saúde das Forças Armadas a
possibilidade de acumulação de outro cargo na área da saúde. Antes dessa emenda, o
militar não poderia acumular sua função de militar com qualquer outro cargo.
A vedação de acumulação alcança também as subsidiárias das referidas
entidades, bem como as sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo Poder
Público, sem esquecer das autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de
economia mista.
O art. 37, § 10, da CF, admite acumulação de aposentadoria com recebimento de
remuneração/subsídio, nos casos de cargos eletivos e de cargos em comissão,
declarados, em lei, de livre nomeação e exoneração. Também é possível acumular mais
de uma aposentadoria pelo regime próprio dos servidores públicos, desde que sejam
cargos acumuláveis em atividade.

3. Vencimentos e subsídios

Nos termos do art. 37, XI, da Constituição Federal, a remuneração e o subsídio


dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta,
autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos estados,
do Distrito Federal e dos municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais
agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos
cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza,
não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos ministros do Supremo Tribunal
Federal, aplicando-se como limite, nos municípios, o subsídio do prefeito, e nos estados
e no Distrito Federal, o subsídio mensal do governador no âmbito do Poder Executivo, o
subsídio dos deputados estaduais e distritais no âmbito do Poder Legislativo e o
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subsídio dos desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte


e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos ministros do Supremo
Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do
Ministério Público, aos procuradores e aos defensores públicos.
Destrinchando esse dispositivo, é possível verificar a existência de um teto geral
e de alguns tetos específicos:
 Teto geral: nenhum servidor público, no Brasil, poderá ter remuneração que
exceda o subsídio mensal, em espécie, dos ministros do STF;
 Tetos específicos: cada ente da Federação possui regras próprias sobre o teto;
 União: há apenas o teto geral do subsídio de ministro do STF;
 Estados e DF: há tetos especiais para cada poder;
 Poder Executivo: o subsídio mensal do governador;
 Poder Legislativo: o subsídio dos deputados estaduais ou distritais;
 Poder Judiciário, MP, procuradores e defensores públicos: o subsídio dos
desembargadores dos respectivos TJs e TRFs;
 Municípios: o teto é o subsídio do prefeito.

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