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HAS Secundária

o Tem prevalência de 3-5%.


o O tratamento da causa pode curar ou melhorar o controle da PA.
o Principais causas:
 Doença renal crônica: definida por RFG-e < 60ml/min ou anormalidades na urinálise e/ou
morfologia renal mantidas por 3 meses.
A hipertensão arterial aumenta progressivamente com o avanço da DRC, atingindo 90% dos
pacientes em estágio 5.
A redução da PA atenua a evolução da DRC.
A suspeita deve ser feita em pacientes com edema, anorexia, fadiga, creatinina e ureia
elevadas, com alterações do sedimento urinário.
Diagnóstico: sumário de urina, pesquisa de proteinúria, cálculo do RFG-e e USG renal.
Metas de tratamento: valores pressóricos abaixo de 130/80 mmHg.
Medicamentos: utilizar DIU tiazídicos nos estágios 1, 2 e 3; e DIU de alça nos estágios 4 e 5.
IECA e BRA são eficazes para reduzir albuminúria.

 Hipertensão renovascular: é secundária a estenose parcial ou total, uni ou bilateral da artéria


renal ou de um dos seus ramos.
A principal causa é aterosclerose, seguida por displasia fibromuscular e, menos
frequentemente, arterite de Takayasu.
A suspeita deve ser feita em pacientes com sopro abdominal, edema agudo de pulmão súbito,
alteração da função renal por medicamentos que bloqueiam o SRAA (ex. aumento da
creatinina induzida por IECA).
O diagnóstico pode ser feito por USG com doppler renal ou angiografia por RNM ou TC ou
arteriografia renal.
O tratamento é feito na maioria das vezes de forma clínica, mas nos casos resistentes pode ser
feita cirurgia para colocação de implante de stent.

 Síndrome da apneia e hipopneia obstrutiva do sono (SAHOS): caracteriza-se por obstruções


recorrentes de vias aéreas superiores durante o sono, promovendo reduções na pressão
intratorácica, hipóxia intermitente e fragmentação do sono.
A suspeita se deve pelo ronco, sonolência diurna e síndrome metabólica.
O diagnóstico é confirmado por polissonografia ou poligrafia residencial pelo achado de 5 ou
mais episódios de apneia e/ou hipopneia por hora de sono.
O tratamento de escolha para SAHOS moderada ou importante é o uso de pressão positiva
contínua (CPAP) em vias aéreas superiores durante o sono. Na SAHOS leve, usa-se
dispositivos ortodônticos para avanço mandibular.

 Hiperaldosteronismo primário: é uma condição clínica determinada pela produção excessiva,


inadequada e autonômica de aldosterona, causada por hiperplasia bilateral de adrenais ou por
adenoma unilateral produtor de aldo (mais raramente por hiperplasia unilateral, carcinoma
adrenal ou origem genética).
A suspeita ocorre quando a HA se associa a hipocalemia espontânea ou induzida por DIU,
incidentalomas de adrenal (massas de 1cm ou mais de diâmetro descobertas ao acaso durante
exames de imagem), HA resistente, HF de HA ou de DCbV antes dos 40 anos e Síndrome
Metabólica.
O diagnóstico é feito a partir da dosagem de aldosterona e atividade da renina plasmática,
indicado por aldo > 15ng/dl e relação aldo/ARP > 30. Testes confirmatórios como o da
furosemida e do captopril podem ser usados para confirmar o diagnóstico.
Os exames de imagem são importantes para guiar o tratamento, cirúrgico ou tratamento clínico
com espironolactona.
O tratamento cirúrgico pode trazer a cura para os pacientes.

 Feocromocitomas: são tumores de células cromafins do eixo simpático-adreno-medular


produtores de catecolaminas. Podem ser extradrenais ou adrenais, uni ou bilaterias, benignos
ou malignos (a maioria é benigno).
A suspeita é feita pela presença de HA persistente ou paroxística (crises de hipertensão
desencadeadas bruscamente, que costumam passar em menos de 1h), cefaleia, sudorese e
palpitações (tríade clássica). Quando a tríade é combinada com crise hipertensiva, a
sensibilidade e especificidade para diagnóstico aumenta.
O diagnóstico é feito por dosagem laboratorial de metanefrinas plasmáticas livres,
catecolaminas séricas e metanefrinas urinárias. A TC e RM são métodos usados para
localização dos tumores, sendo a RM superior na identificação de tumores extradrenais.
O tratamento preferencial é cirúrgico, que proporciona, em geral, remissão total dos sintomas
e cura. O tratamento medicamentoso crônico inclui alfa1-bloqueadores, BB (apenas após o
início de alfa1-bloqueadores, quando taquicardia sintomática), BCC, IECA e agonistas de ação
central.

 Hipotireoidismo: a HA ocorre em 20% dos pacientes com hipotireoidismo. O tratamento inicial


do hipo com reposição hormonal deve ser feito, e caso persista a HA, indicam-se anti-
hipertensivos.

 Hipertireoidismo: a HA é um achado frequente e a apresentação clínica mimetiza o quadro


hiperadrenérgico. O tratamento do hiper geralmente é acompanhado pela normalização da PA.
O BB é a primeira escolha para controlar os sintomas adrenérgicos.

 Hiperparatireoidismo: condição onde há secreção excessiva de paratormônio (PTH), com


consequente hipercalcemia e hipofosfatemia. Pode ser causado por adenoma ou hiperplasia. A
HA está presente em até 75% dos pacientes, podendo ser resistente.
O diagnóstico é feito por dosagem sérica de cálcio e PTH.
Correção cirúrgica pode curar ou reduzir a PA.

 Síndrome de Cushing: é um distúrbio causado por excesso de cortisol associado à deficiência do


mecanismo de controle do eixo adrenal-hipotálamo-hipofisário e do ritmo circadiano de
secreção do cortisol. Pode ser causado por tumores adrenais com produção de cortisol,
hiperplasia, produção excessiva de ACTH ou tumor ectópico.
O diagnóstico é feito por cortisol livre em urina de 24h, cortisol salivar no período noturno,
teste de supressão com dexametasona, teste da dexametasona com hormônio liberador do
ACTH e dosagem de ACTH. A RM de hipófise pode demostrar o tumor.
Pode haver cura da HA com a remoção cirúrgica do tumor. Para tratamento clínico são
recomendados IECA ou BRA e os DIUs devem ser evitados.

 Acromegalia: geralmente causada por adenoma hipofisário secretor de GH e do IGF-1. O


tratamento da acromegalia reduz a PA.

 Coarctação da aorta: constrição da aorta próxima ao canal arterial ou ligamento.


A suspeita baseia-se em sintomas como epistaxes, cefaleia, fraqueza nas pernas aos esforços
ou manifestações de IC, angina, dissecção de aorta ou hemorragia intracerebral.
O diagnóstico inclui radiografia de tórax, ECO, angiografia por RNM.
O tratamento é sempre intervencionista.
 Induzida por medicamentos: as classes de medicamentos ou drogas ilícitas que podem
desenvolver ou agravar a HA são:
Imunossupressores, anti-inflamatórios (principalmente esteroidais), anorexígenos, hormônios
(eritropoetina humana), antidepressivos, anfetamina, cocaínas e derivados e álcool.

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