Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
TABAGISMO
Consumo de tabaco.
Efeitos na saúde.
EMÍLIA NUNES*
RESUMO
Com o presente artigo, a autora procede a uma revisão dos principais efeitos na saúde decorrentes
do consumo de tabaco, tendo por base os últimos dados de evidência recolhidos e publicados por di-
versas entidades internacionais. O consumo de tabaco induz dependência física e psicológica na gran- casos de cancro do pulmão registado a
de maioria dos consumidores, constituindo, actualmente, a primeira causa de morbilidade e de mor- partir dos anos 20 levou à realização de
talidade evitáveis, afectando todo o organismo humano. Existe hoje suficiente evidência de que o vários estudos de tipo caso-controlo,
consumo de tabaco é factor causal de cancro em diferentes localizações, de doenças respiratórias que culminaram com a publicação, na
crónicas e de doenças cardiovasculares, para além de outros efeitos no aparelho gastrointestinal, década de cinquenta, dos primeiros ar-
na saúde reprodutiva, no sistema endócrino, na saúde ocular, na saúde óssea e no envelhecimen- tigos científicos relacionando o consu-
to da pele. O consumo de tabaco está também associado aos problemas de saúde mental. Os fuma- mo de tabaco com o aparecimento de
dores apresentam piores indicadores de saúde do que os não fumadores e uma esperança de vida cancro do pulmão2,3,4.
menor. Cerca de metade dos fumadores regulares morre em resultado do consumo de tabaco, um Destes estudos, os realizados por Ri-
quarto dos quais nas idades compreendidas entre os 25 e os 69 anos. O consumo de tabaco é um chard Doll e Bradford Hill, primeiro em
factor de risco totalmente evitável. Parar de fumar reduz os riscos associados ao consumo e à mor- doentes afectados por cancro do pul-
talidade prematura. Parar de fumar tem benefícios em qualquer idade, tanto maiores quanto mais mão e depois numa coorte de médicos
cedo se verificar o abandono do tabaco. A dependência do tabaco deve, assim, ser encarada pelos ingleses, num estudo longitudinal ao
profissionais de saúde, em particular pelos médicos, como uma doença crónica, recidivante, que care- longo de cinquenta anos, iniciado em
ce de prevenção e de tratamento. 1951, foram decisivos para a compreen-
são dos efeitos na saúde relacionados
Palavras-Chave: Tabaco; Tabagismo; Efeitos na Saúde; Benefícios da cessação tabágica. com o consumo de tabaco e dos bene-
fícios que podem ser obtidos com a ces-
sação tabágica2,5.
INTRODUÇÃO Estes estudos marcaram uma clara
viragem na forma como o consumo de
esde o início do consumo tabaco passou a ser encarado pela co-
D de tabaco na Europa, em
meados do séc. XVI, até
ao final da primeira meta-
de do século XX, muito tabaco foi con-
sumido sob a forma de rapé, charutos
munidade científica. No entanto, algum
grau de descrença relativamente à evi-
dência dos malefícios para a saúde de-
correntes deste consumo tem estado
presente ao longo de várias décadas,
ou cachimbo. Em 1881, com a criação em grande parte devido às estratégias
da máquina de enrolar cigarros, o con- de marketing da indústria, persistindo
sumo de tabaco sob a forma de cigarros ainda hoje, entre a população e alguns
regista uma grande expansão, em par- profissionais de saúde, incluindo a pró-
ticular durante as duas Grandes Guer- pria classe médica6.
ras Mundiais. As consequências para a Em 1964, nos Estados Unidos, é pu-
saúde decorrentes do consumo de ta- blicado um extenso relatório – «Smoking
*Médica Especialista em baco passaram, todavia, largamente and Health» – sobre os efeitos na saúde
Saúde Pública, Mestre em despercebidas, com raras menções, em decorrentes do consumo de tabaco.
Medicina Escolar pela Faculdade
de Medicina de Lisboa. alguns livros de medicina à ambliopia, Neste Relatório, cuja divulgação públi-
Chefe da Divisão de Promoção a casos de angina provocada pelo fumo ca foi rodeada de fortes medidas de se-
e Educação para a Saúde. do tabaco, ou ao cancro do lábio ou da gurança, dadas as implicações do seu
Direcção-Geral da Saúde.
Assistente convidada da Escola língua, em fumadores de cachimbo1. conteúdo, assume-se pela primeira vez,
Nacional de Saúde Pública. No entanto, o rápido crescimento dos num relatório oficial, a existência de
uma relação causal entre consumo de as formas e produtos de tabaco são no-
tabaco e algumas formas de cancro – civos para a saúde, não havendo um li-
pulmão e laringe – no homem. Estudos miar seguro de exposição.
posteriores vieram mostrar a associação No presente artigo, far-se-á uma re-
do consumo de tabaco com cancros em visão das consequências para a saúde
outras localizações, tanto no homem, decorrentes do consumo de tabaco por
como na mulher7. parte dos fumadores activos, funda-
Vinte anos após a publicação deste mentalmente sob a forma de cigarros e
Relatório, o U.S. Department of Health de charutos, formas mais comuns de
and Human Services fez publicar um tabaco em Portugal.
novo relatório, sobre a mesma temáti-
ca, no qual se revêm, à luz de critérios
CONSUMO DE TABACO, QUALIDADE
de evidência científica, os resultados de
quarenta anos de investigação neste do- DE VIDA E LONGEVIDADE
mínio8.
No momento actual, as consequên- O consumo de tabaco é actualmente
cias do consumo de tabaco estão bem responsável por cerca de 5 milhões de
estabelecidas para um grande número mortes anuais, constituindo a primei-
de doenças, com particular destaque ra causa de morbilidade e de mortali-
para o cancro em diferentes localiza- dade evitáveis nos países desenvolvi-
ções, para as doenças do aparelho res- dos. Se não forem instituídas medidas
piratório, para as doenças cardiovas- efectivas de prevenção e de controlo, a
culares e para os efeitos na saúde re- OMS estima que, em 2030, morrerão
produtiva. Os efeitos na saúde decor- anualmente cerca de 10 milhões de pes-
rentes da exposição ao fumo do tabaco soas em resultado deste consumo, 70%
continuam em investigação e novas si- das quais nos países em desenvolvi-
tuações patológicas, para as quais a evi- mento9.
dência não é hoje suficiente, poderão vir De acordo com os dados obtidos por
a ser incluídas em futuros relatórios. Richard Doll e colaboradores, metade
No tabaco, para além de um alcalói- dos fumadores regulares morre em re-
de com propriedades psico-activas – a sultado do consumo de tabaco, um
nicotina – existem mais de 4.500 subs- quarto dos quais nas idades compreen-
tâncias químicas, com efeitos cancerí- didas entre os 25 e os 69 anos. Os fuma-
genos, mutagénicos, tóxicos e irritantes. dores perdem em média dez anos de es-
Para além das substâncias existentes perança de vida, que podem ser recu-
na folha do tabaco e produzidas duran- perados se o fumador parar de fumar.
te a sua combustão, a indústria mani- Embora parar de fumar tenha benefí-
pula o fabrico dos cigarros e outros pro- cios em qualquer idade, quanto mais
dutos do tabaco, recorrendo à adição de cedo se verificar a cessação tabágica,
aditivos químicos, humidificantes e aro- maiores serão os benefícios e a recupe-
matizantes, cujos efeitos na saúde, uma ração de anos de vida10.
vez queimados e inalados, não são ain- Existe uma relação dose-tempo-res-
da completamente conhecidos. posta, nem sempre linear, entre o con-
No entanto, os dados de evidência já sumo de tabaco e o aparecimento de
existentes permitem concluir, conforme doenças com ele relacionadas. O risco
é reconhecido actualmente pela OMS, para algumas doenças é maior nas ida-
pela International Agency for Research des mais jovens. Por exemplo, o risco de
on Cancer (IARC), pelo U.S. Department ataque cardíaco é o dobro do verificado
of Health and Human Services e por ou- na população não fumadora, nas pes-
tras entidades internacionais, que todas soas com mais de sessenta anos, mas
é cerca de cinco vezes maior nas pes- sencéfalo, na área ventral do tecto, le-
soas com menos de cinquenta anos11. vando à produção de dopamina e à sua
Um estudo recente, realizado na No- libertação, através de neurónios axo-
ruega, mostrou que consumos abaixo nais, no núcleo accumbens, ou estria-
de cinco cigarros por dia estão associa- do ventral – zona cerebral muito impor-
dos a um aumento de mortalidade por tante na aprendizagem, em particular
todas as causas e por doença isquémi- na atenção e na memória –, bem como
ca cardíaca, em ambos os sexos, e a um na motivação dos comportamentos, de-
aumento da mortalidade por cancro do vido às suas conexões com o sistema de
pulmão, mais acentuado nas mulhe- recompensa e com outras regiões do
res, o que vem confirmar o princípio de córtex pré-frontal13,17,18.
que não há níveis seguros de exposi- A estimulação nicotinérgica, para
ção12. além da acção sobre o sistema dopami-
Por outro lado, os riscos para a saú- nérgico e o núcleo accumbens, actua
de decorrentes do consumo de tabaco sobre outras áreas cerebrais, como o
podem ser potenciados pela presença hipocampo, provocando melhoria da
de outros factores, como sejam o con- atenção e da memória, sobre o cortex
sumo de álcool ou a exposição ocupa- pré-frontal, agindo sobre as funções de
cional a determinadas substâncias quí- comportamento social e sobre o siste-
micas. ma noradrenérgico do locus coeruleus,
na protuberância, relacionado com as
respostas ao stresse e implicado na de-
CONSUMO DE TABACO – UMA DEPENDÊNCIA pressão. Este efeito é semelhante ao
produzido por outras substâncias como
O tabaco contém um alcalóide vegetal a cocaína ou as anfetaminas18,19.
– a nicotina – substância com proprie- A nicotina é um estimulante psico-
dades psicoactivas, com elevada capa- motor e, nos novos utilizadores, reduz
cidade para induzir dependência física o tempo de reacção, melhora a atenção
e psicológica, por processos semelhan- e a memória, reduz o stresse e a ansie-
tes aos da heroína ou da cocaína13,14,15. dade e diminui o apetite. No entanto, in-
A dependência à nicotina está con- duz tolerância, ou seja, a exposição re-
templada na 10ª Classificação Interna- petida à mesma quantidade de nicotina
cional das Doenças (ICD-10) e na DSM- leva à redução dos efeitos inicialmente
-IV14,15. verificados, o que pode levar a um au-
Os sintomas de dependência à nico- mento das doses consumidas15,17,18,19.
tina podem surgir após alguns dias ou Tal como outras substâncias de abu-
semanas de uso ocasional, muitas ve- so, a nicotina pode produzir efeitos aver-
zes antes de um consumo diário e re- sivos nos novos utilizadores, como náu-
gular se ter instalado, conforme dados seas, tosse, tonturas, ansiedade, que,
recolhidos no âmbito do projecto DAN- com o uso continuado, acabam por de-
DY – de avaliação do início e desenvol- saparecer. Estes efeitos aversivos po-
vimento da dependência à nicotina em dem ajudar a explicar porque é que nem
adolescentes – parecem evidenciar. No todos os adolescentes que experimen-
entanto, nem todos os adolescentes ou tam fumar se vêm a tornar consumido-
jovens que experimentam consumir se res regulares15,17,19.
vêm a tornar dependentes16. Uma vez instalada a dependência à
Uma vez absorvida, a nicotina atin- nicotina, o não consumo provoca sín-
ge o cérebro em menos de dez segun- drome de abstinência, que, de acordo
dos. A este nível activa os receptores co- com a ICD-10 (código F17.3), se caracte-
linérgicos nicotínicos situados no me- riza por forte desejo de voltar a fumar,
cer um fumador pela cor amarelo-aci- trabalho e uma maior utilização de ser-
zentada da pele e pelas rugas periorais viços de saúde. Dada a exposição às
e temporais8,61. múltiplas substâncias existentes no
fumo, os fumadores estão cronicamen-
te expostos a stresse oxidativo, que po-
CONSUMO DE TABACO E DOENÇA OCULAR derá ser um mecanismo geral favorece-
dor do envelhecimento e do apareci-
A catarata constitui a principal causa mento das doenças crónicas atrás re-
de perda de visão. Segundo o U.S. De- feridas. Existe, também, evidência
partment of Health and Human Services suficiente de que os níveis circulantes
a evidência é suficiente para estabele- de anti-oxidantes são menores em fu-
cer uma relação causal entre consumo madores do que em não fumadores, si-
de tabaco e a catarata nuclear. O risco tuação agravada com a intensidade do
é mais acentuado nos grandes fumado- hábito. Os fumadores apresentam si-
res. A evidência é sugestiva, mas não nais de inflamação crónica, com uma
suficiente para inferir uma relação cau- leucocitose cerca de 20%, ou mais, aci-
sal entre o consumo de tabaco e a de- ma da observada em não fumadores, si-
generescência macular atrófica e macu- tuação igualmente agravada com a in-
lar exsudativa relacionada com a idade. tensidade do consumo. Apresentam
No que se refere à retinopatia diabéti- mais complicações pós-cirúrgicas,
ca, os dados são inconclusivos, haven- maior dificuldade de cicatrização e ta-
do necessidade de prosseguir a investi- xas de sobrevivência pós-cirúrgica me-
gação. A evidência é sugestiva da asso- nores, devido à diminuição das defesas
ciação com a oftalmopatia de Graves. No e da resposta imunitária8.
que se refere ao glaucoma, não existe
evidência suficiente para confirmar ou CONSUMO DE CHARUTOS
excluir a associação com o consumo de
E EFEITOS NA SAÚDE
tabaco8.
Os consumidores de charuto, de um
CONSUMO DE TABACO E SAÚDE ORAL modo geral, inalam menos o fumo do ta-
baco, dado que a nicotina se encontra
Segundo o U.S. Department of Health habitualmente na sua forma alcalina,
and Human Services, para além da as- sendo facilmente absorvida através da
sociação com o cancro do lábio e da ca- mucosa da boca. No entanto, um cha-
vidade oral, existe evidência suficiente ruto tem uma dose bastante maior de
de associação causal entre fumar e a pe- folha de tabaco, é fumado durante mais
riodontite. Parece haver evidência su- tempo, produzindo maior quantidade
gestiva da relação entre consumo de ta- de fumo para a atmosfera. De acordo
baco e o aparecimento de cárie locali- com o National Cancer Institute (EUA), o
zada a nível da raiz do dente8. fumo do charuto pode conter mais car-
cinogéneos do que o fumo do cigarro,
sendo por isso tão ou mais carcinogéni-
OUTROS EFEITOS co do que este. As eventuais diferenças
de risco resultam fundamentalmente
Os fumadores apresentam globalmen- das diferenças a nível da utilização, de-
te piores níveis de saúde do que os não- signadamente da frequência de consu-
-fumadores, existindo evidência sufi- mo e do grau de inalação. Os consumi-
ciente de uma relação causal entre o dores de charuto que consumam vários
consumo de tabaco o absentismo ao charutos por dia e inalem profunda-
β4 nicotinic acetylcholine receptor subunit. J 36. Cooper LT, Henderson SS, Ballman KV,
Neurosci 2004 Nov 10; 24 (45): 10035-9. Offord KP, Tse TS, Holmes DR, et al. A pros-
25.White FJ. A behavioral/systems ap- pective, case-control study of tobacco depen-
proach to the neuroscience of drug addiction. dence in thromboangiitis obliterans (Buerger’s
J Neurosci 2002 May 1; 22 (9): 3303-5. Disease). Angiology 2006 Jan-Feb;57(1):73-8.
26. Jarvis, MJ. Why people smoke. BMJ 37. Doll R, Peto R, Wheatley K, Gray R, Su-
2004 Jan 31; 328 (7434): 277-9. therland I. Mortality in relation to smoking: 40
27. Department of Health and Human Ser- year’s observations on male British doctors.
vices, National Center for Chronic Disease Pre- BMJ 1994 Oct 8; 309 (6959): 901-11.
vention and Health Promotion. Tobacco Infor- 38. Thomas GA, Rhodes J, Ingram JR. Me-
mation and Prevention Source (TIPS). Health chanisms of disease: nicotine – a review of its
effects of cigarette smoking. Fact Sheet, Feb actions in the context of gastrointestinal dise-
2004. Disponível em: URL: http://www.cdc. ase. Nat Clin Pract Gastroenterol Hepatol 2005
gov/tobacco/factsheets/HealthEffectsofCiga- Nov; 2 (11): 536-44.
retteSmoking_Factsheet.htm (acedido em 13- 39. Chowdhury P, MacLeod S, Udupa KB,
-03-2005). Rayford PL. Pathophysiological effects of nico-
28. The Aspect Consortium for European tine on the pancreas: an update. Exp Biol Med
Commission. – Directorate General for Health (Maywood) 2002 Jul; 227 (7): 445-54.
and Consumer Protection. Tobacco or Health 40. Sopori M. Effects of cigarette smoke on
in the European Union: past, present and fu- the immune system. Nat Rev Immunol 2002
ture. Luxembourg : European Commission; May; 2 (5): 372-7.
2004. 41. Pullan RD, Rhodes J, Ganesh S, Mani
29. IARC Working Group on the Evaluation V, Morris JS, Williams GT, et al. Transdermal
of Caqrcinogenic Risks to Humans. Tobacco nicotine for active ulcerative colitis. New Engl
smoke and involuntary smoking. IARC Monogr J Med 1994 Mar 24; 330 (12): 811-5.
Eval Carcinog Risks Hum 2004; 83: 1-1438. 42. Sandborn WJ, Tremaine WJ, Offord KP,
30. U.S. Department of Health and Human Lawson GM, Petersen BT, Batts KP, et al.
Services. Public Health Service. National Toxi- Transdermal nicotine for mildly to moderately
cology Programme. 11th Report on Carcinogens, active ulcerative colitis: a randomized, double-
Jan 2005. Disponível em: URL: http://ntp.ni- blind, placebo, controled trial. Ann Intern Med
ehs.nih.gov/ntp/roc/toc11.html (acedido em 1997 Mar 1; 126 (5): 364-71.
30-02-06). 43. Kapoor D, Jones TH. Smoking and hor-
31. Hecht SS. Tobacco carcinogens, their bi- mones in health and endocrine disorders. Eur
omarkers and tobacco-induced cancer. Nat Rev J Endocrinol 2005 Apr; 152 (4): 491-9.
Cancer 2003 Oct; 3 (10): 733- 44. 44. Rosenberg MJ, Waugh MS, Stevens CM.
32. U.S. Department of Health and Human Smoking and cycle control among oral contra-
Services. Centers for Disease Control and Pre- ceptive users. Am J Obstet Gynecol 1996 Feb;
vention. Women and smoking: a Report of the 174 (2): 628-32.
Surgeon General. Rockville (MD): U.S. De- 45. Haire-Joshu D, Glasgow RE, Tibbs TL;
partment of Health and Human Services. Pu- American Diabetes Association. Smoking and
blic Health Service, Office of the Surgeon Ge- diabetes. Diabetes Care 2003 Jan; 26 Suppl 1:
neral; 2001. S89-90.
33. National Center for Chronic Disease Pre- 46. Haire-Joshu D, Glasgow RE, Tibbs TL.
vention and Health Promotion. Tobacco Infor- Smoking and diabetes. Diabetes Care 1999
mation and Prevention Source (Tips): Cigars. Nov; 22 (11): 1887-98.
Fact Sheets, Sep 2004. Disponível em: URL: 47. McNeill A. Smoking and mental health
http://www.cdc.gov/tobacco/factsheets/ci- – a review of the literature. London: Smoke
gars_factsheet.htm (acedido em 4/04/2005). Free London Programme; 2001.
34. Ockene IS, Miller NH. Cigarette smoking, 48. Watkins SS, Koob GF, Markou A. Neu-
cardiovascular disease and stroke: a statement ral mechanisms underlying nicotine addicti-
for healthcare professionals from the American on: acute positive reinforcement and with-
Hearth Association. Circulation 1997 Nov 4; 96 drawal. Nicotine Tob Res 2000 Feb; 2(1):19-37.
(4): 3243-7. 49. Dierker LC, Avenevoli S, Stolar M, Me-
35. Ambrose JA, Barua RS. The pathophy- rikangas KR. Smoking and depression: an exa-
siology of cigarette smoking and cardiovascu- mination of mechanisms of comorbidity. Am J
lar disease: an update. J Am College Cardiol Psychiatry 2002 Jun; 159 (6): 947-53.
2004 May; 43 (10): 1731-1737. 50. Nomikos GG, Schilstrom B, Hildebrand
BE, Panagis G, Grenhoff J, Svensson TH. Role Br J Dermatol 2004 May; 150 (5): 991-3.
of ?7 nicotinic receptors in nicotine dependen- 59. Freiman A, Bird G, Metelitsa AI, Baran-
ce and implications for psychiatric ilness. Be- kin B, Lauzon GJ. Cutaneous effects of smo-
hav Brain Res 2000 Aug; 113 (1-2): 97-103. king. J Cutan Med Surg 2004 Nov-Dec;8(6):
51. Rusted JM, Newhouse PA, Levin ED. Ni- 415-23.
cotinic treatment for degenerative neuropsychi- 60. Emster VL, Grady D, Miike R, Black D,
atric disorders such as Alzheimer’s disease and Selby J, Kerlikowske K. Facial wrinkling in men
Parkinson’s disease. Behav Brain Res 2000 and women, by smoking status. Am J Public
Aug; 113 (1-2): 121-9. Health 1995 Jan; 85 (1): 78-82.
52. Fratiglioni L, Wang HX. Smoking and 61. Raitio A, Kontinen J, Rasi M, Bloigu R,
Parkinson’s and Alzheimer’s disease: review of Roning J, Oikarinen A. Comparison of clinical
the epidemiological studies. Behav Brain Res and computerized image analyses in the as-
2000 Aug; 113 (1-2): 117-20. sessment of skin ageing in smokers and non-
53. British Medical Association, Board of -smokers. Acta Derm Venereol 2004; 84 (6):
Science and Education & Tobacco Control Re- 422-427.
source Centre. Smoking and reproductive life: 62. Baker F, Ainsworth SR, Dye JT, Cram-
The impact of smoking on sexual, reproducti- mer C, Thun MJ, Hoffmann D, et al. Health
ve and child health. London: British Medical risks associated with cigar smoking. JAMA,
Association; 2004. 2000 Aug 9; 284 (6): 735-40.
54. American College of Obstetrics and 63. National Cancer Institute. Smoking and
Gynecology Educational Bulletin. Smoking and Tobacco Control: Cigars: health effects and
women’s health. Int J Gynaecol Obstetrics trends. Bethesda (MD): National Institute of
1998 Jan; 60 (1): 71-82. Health, National Cancer Institute; 1998.
55. WHO Collaborative Study of Cardiovas- 64. U.S. Department of Health and Human
cular Disease and Steroid Hormone Contracep- Services, Centers for Disease Control and Pre-
tion. Ischaemic stroke and combined oral con- vention. The health benefits of smoking cessa-
traceptives: results of an international, multi- tion: a report of the Surgeon General. Rockville
centre, case-control study. Lancet 1996 Aug (MD): CDC; 1990.
24; 348 (9026): 498-505. 65. Kawachi I, Troisi RJ, Rotnisky AG,
56. Schiff I, Bell WR, Davis V, Kessler CM, Coackley EH, Colditz GA. Can physical activi-
Meyers C, Nakajima S, et al. Oral contracepti- ty minimize weight gain in women after smo-
ves and smoking, current considerations: re- king cessation? Am J Public Health 1996 Jul;
commendations of a consensus panel. Am J 87 (7): 999-1004.
Obstet Gynecol 1999 Jun;180(6 Pt 2):S383-4.
57. Millet C, Wen LM, Rissel C, Smith A,
Richters J, Grulich A, et al. Smoking and erec-
tile dysfunction: findings from a representati- Endereço para correspondência:
ve sample of Australian men. Tob Control 2006 Emília Nunes
Apr; 15 (2): 136-9. Rua Maria Veleda Torre 2, 5o A
58. Placzek M, Kerkmann U, Bell S, Koep- 1500-441 Lisboa
ke P, Przybilla B. Tobacco smoke is fhototoxic. E-mail: emiliann@dgsaude.min-saude.pt