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Tabagismo: prevenção e

tratamento
Ms Carolina Moreira Marquez, psicóloga clínica UFU
cmmarquez@unifesp.br
HISTÓRIA DE TABAGISMO

Origem do tabaco: Introdução na Europa no


América do Sul, há 02 século XVI.
aproximadamente 6
milhões de anos.

01 03
Uso em rituais sagrados e Evolução das formas de
medicinais desde cerca consumo: cachimbo, rapé,
de 5.000 a.C. charuto e cigarro.
04
O QUE HÁ NO CIGARRO HOJE EM
DIA?
O cigarro contém mais de 7.000 compostos e
produtos químicos.

● Fases da fumaça: gasosas (nitrogênio,


CO, CO2, etc.) e particuladas (nicotina,
alcatrão, componentes radioativos).
● A nicotina como principal substância
responsável pela dependência química.
NARGUILÉ
● Origem do narguilé no século XVII, com
uso para filtragem da fumaça.
● Composição do narguilé e seus riscos:
mais nicotina, alcatrão e carcinógenos
do que cigarros.
● Aumento do uso entre os jovens,
compartilhamento de bocais e riscos de
transmissão de doenças.
CIGARRO DE PALHA

FALTA DE INFORMAÇÃO E VARIEDADE DE


SABORES

● Fatores de popularidade: mais barato,


aclamado como saudável.

● Riscos para a saúde: contém mais


nicotina e alcatrão do que os cigarros
industrializados comuns.
Cigarro eletrônico

● Cigarro eletrônico comercializado


pela primeira vez na China em 2004
● Prevalência significativa nas mídias
sociais
● 2,3% dos adultos brasileiros usam o
produto regularmente (Bertoni e
Szklo, 2021)
Cigarro eletrônico: Redução de danos?

Comunidade científica Extensão do dano


reconhece cigarros 02 potencial ainda
eletrônicos como desconhecida
parcialmente eficazes
para parar de fumar

01 03
Argumentos em defesa: Surgimento de EVALI:
Menos nocivo que o Doença pulmonar
cigarro comum, voltado associada ao uso de
para a redução de danos cigarro eletrônico
04 (Winnicka e Shenoy, 2020)
Cigarro Eletrônico: Aumento do uso por
não-fumantes

A maioria dos usuários


de cigarros eletrônicos
são jovens que nunca 01
fumaram (Leavens et al.,
2019) 02 Papel da desinformação
nesse processo

Possíveis fatores: Influência 03


social, sabores, táticas de
marketing
Fumo no Mundo

22,3% da população 22.000 mortes por dia são


mundial é fumante, 02 atribuídas ao tabagismo.
totalizando 1 bilhão e 728
milhões de pessoas.
(OMS 2020)

01 03
Aproximadamente 8 O tabagismo é
milhões de mortes considerado pela OMS
anuais, 7 milhões por como uma EPIDEMIA,
mortes diretas e cerca de sendo a principal causa de
1,2 milhão por pessoas
04 morte evitável no mundo.
expostas ao tabaco (2020,
OMS)
Prevalência do tabagismo
no mundo
● De acordo com o Relatório Global da
OMS sobre Tendências na
Prevalência do Uso de Tabaco
20002025, quarta edição, em 2020,
22,3% da população mundial usava
tabaco.
● A estimativa é maior entre os homens
(36,7%) do que entre as mulheres.
Tabagismo no Brasil

Consequências do tabagismo no Brasil: 443 mortes


01 por dia e 161.853 mil mortes por ano. (INCA 2020)

02 Aproximadamente 30 milhões de fumantes no Brasil,


sendo 17 milhões de homens e 12 milhões de
mulheres.
Tabagismo no Brasil (1989-2019)
O percentual de fumantes adultos no Brasil
vem caindo significativamente nas últimas
décadas devido à Política Nacional de
Controle do Tabaco.

● Em 1989, 34,8% da população acima de


18 anos era fumante (Pesquisa Nacional
de Saúde e Nutrição).
● Considerando o período de 1989 a
2010, a queda foi de 46%, evitando
cerca de 420 mil mortes nesse período.
(PLOS Medicina, 2012)
Saúde e Tabagismo

Também contribui para 25% das doenças


01 coronarianas e 85% das doenças pulmonares
obstrutivas crônicas.

02 O tabagismo é responsável por 30% das mortes por


câncer, incluindo 90% dos cânceres de pulmão e
outros tipos de câncer.
Doenças Relacionadas ao Tabagismo
O tabagismo está associado a diversas
doenças, incluindo câncer (pulmão, boca,
faringe, laringe, etc.), doenças cardíacas,
doenças respiratórias, infertilidade,
complicações na gravidez, entre outras.

Em 2020, foram 161.853 mortes relacionadas


ao tabagismo, 444.953 novos casos de
cardiopatias, 433.729 novos casos de
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)
e outros números significativos. (INCA)
Tabagismo e Mulheres
Mulheres representam um mercado promissor para a
indústria do tabaco

Marketing do tabaco direcionado às mulheres busca criar


uma ligação com a nova realidade socioeconômica feminina.

Risco de infarto do miocárdio, embolia pulmonar e


tromboflebite é maior em mulheres jovens que fumam e
usam anticoncepcionais.

Mulheres que fumam antes da gestação têm o dobro de


chances de demorar a engravidar.

O aumento de mulheres tabagistas no período reprodutivo


tem repercussões importantes na saúde materna e infantil.
Legislação antitabagismo
no Brasil

● Diversas leis e resoluções foram implementadas


para restringir o tabagismo no país.

● Convenção Quadro (OMS) e PNCT (BRASIL).

● Proibição do fumo em ambientes coletivos, locais


de trabalho e áreas de uso público.

● Regulamentação da propaganda de produtos do


tabaco e inclusão de advertências nas
embalagens.
Impacto nos países mais
pobres
● Países em desenvolvimento sofrem
mais, pois pessoas pobres e com
baixa escolaridade têm menos
condições de cuidar de sua saúde,
tornando-se as principais vítimas.

● O tabagismo contribui para a


desnutrição e coloca em risco a
saúde e segurança das pessoas
envolvidas no cultivo do tabaco.
Tratamento para cessação de
tabagismo
● Medicações
● Terapia de reposição de nicotina
● Psicoterapia
● Terapias integrativas

Aconselhamento
● Avaliação - FARGESTROM
● Ganho de peso
● Ciclo motivacional
● Grupos ou individual
● Modelos à distância
● Automonitoramento, horários, lista
de motivos para parar, lista de
ganhos de parar e ficha de ajuda.
● Estratégias
● Gatilhos
Referências Bibliográficas

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Organização Mundial da Saúde. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer – INCA. Tabagismo e Saúde nos Países em Desenvolvimento – Documento
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Hum. Santos, Christian Fausto M.dos; Brancht, Fabiano; Conceição, Gisele C. Esta que “é uma das delícias, e mimos desta terra...”: o uso indígena do tabaco (N.
rustica e N. tabacum) nos relatos de cronistas, viajantes e filósofos naturais dos séculos XVI e XVII. In: Topoi, v. 14, n. 26, jan./jul. 2013, p. 119-131 |
www.revistatopoi.org

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