A PREVENÇÃO DO TABAGISMO NA ADOLESCÊNCIA DURANTE A PANDEMIA DA

COVID-19
Anália Sena de Oliveira1, Ana Beatriz Farias Borges2, Any Caroliny Leite Soares3, Beatriz Sousa
Cruz4, Débora Laís Monteiro Silva5, Karen Bastos Alves6, Kátia Silva Brito7, Luanne Ribeiro Oliveira8,
Maria Lúcia Calmon de Souza Neta9, Priscila Silva dos Santos10, Rodrigo da Silveira Leal11, Sthefany
Dafne Ribeiro Santos12, Thaís Angelica Prates Caetano13

RESUMO
A pandemia da COVID-19 alterou diferentes aspectos da sociedade. Muitas medidas
de controle e prevenção da doença foram tomadas com o objetivo de diminuir seus
impactos negativos, dentre elas, o distanciamento social, que se tornou essencial para
a redução do número de casos dessa doença, causou diversos efeitos indesejáveis
na saúde e no comportamento das pessoas, como por exemplo, o aumento do
consumo do álcool e do tabaco sendo usado como forma de escape para os
problemas causados pela pandemia. O projeto de intervenção em questão teve o
intuito de promover ações em Educação em Saúde, a partir da disseminação de
informações confiáveis sobre a importância da prevenção do consumo do tabaco. O
público alvo escolhido foram estudantes do ensino médio, já que monitorar os
adolescentes na fase de iniciação do tabagismo é uma ação primordial para a
prevenção de um adulto tabagista. Podemos avaliar que o uso do tabaco entre
adolescentes durante a pandemia tem aumentado devido a sintomas de ansiedade
dado a esse período conflitante. Porém, esse uso piora o quadro dos sintomas
ocasionados pela Covid-19, além de trazer maiores estragos para o pulmão já
debilitado. Com a realização da proposta de intervenção, nosso público alvo obteve
mais conhecimentos sobre o tabagismo, e foram alertados sobre os riscos que o uso
precoce e frequente do tabaco causa à saúde, prevenindo a iniciação ao uso, assim
como a redução ou cessação do consumo.
Palavras-chave: Tabaco; Tabagismo; Adolescência; Educação em Saúde.

ABSTRACT
The COVID-19 pandemic changed different aspects of society. Many control and
prevention measures of the disease were refined in order to reduce its negative
impacts, they, or social distancing, which become essential for reducing the number of
cases of this disease, caused several undesirable effects on people's behavioral
health, for example, the increase in alcohol and tobacco consumption being used as a
way of escape from the problems caused by the pandemic. The intervention project in
question aimed to promote actions in Health Education, from the dissemination of
information about the importance of preventing tobacco consumption. The chosen
target audience was high school scholars, since monitoring adolescents in the smoking
initiation phase is a primordial action for the prevention of an adult smoker. We can
assess that tobacco use among adolescents during the pandemic has increased due
to anxiety symptoms given this conflicting period. However, this use worsens the
symptoms caused by Covid-19, in addition to causing greater damage to the already
weakened lung. With the completion of the intervention proposal, our target audience
received more knowledge about smoking, and were warned about the risks that the
early use and frequency of tobacco causes to health, preventing the initiation of use,
as well as its reduction.
Keywords: Tobacco; Smoking; Adolescence; Health education.

1Estudante do curso de Odontologia do Centro Universitário UniFTC, unidade de Vitória da Conquista.

E-mail: analiasenna154@gmail.com
2Estudante do curso de Enfermagem do Centro Universitário UniFTC, unidade de Vitória da Conquista.

E-mail: anabiafariasb@gmail.com
3Estudante do curso de Odontologia do Centro Universitário UniFTC, unidade de Vitória da Conquista.

E-mail: anysoares591@gmail.com
4Estudante do curso de Enfermagem do Centro Universitário UniFTC, unidade de Vitória da Conquista.

E-mail: bcruz7328@gmail.com
5Estudante do curso de Psicologia do Centro Universitário UniFTC, unidade de Vitória da Conquista. E-

mail: deboralais988@gmail.com
6Estudante do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário UniFTC, unidade de Vitória da

Conquista. E-mail: karenbastosalves1@hotmail.com

7Estudante do curso de Psicologia do Centro Universitário UniFTC, unidade de Vitória da Conquista. E-

mail: japakauany@gmail.com
8Estudante do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário UniFTC, unidade de Vitória da

Conquista. E-mail: luanne.oliveira1@ftc.edu.br

9Estudante do curso de Odontologia do Centro Universitário UniFTC, unidade de Vitória da Conquista.

E-mail: marialuciajp6@outlook.com
10Estudante do curso de Psicologia do Centro Universitário UniFTC, unidade de Vitória da Conquista.

E-mail: prisilvads8@gmail.com
11Estudante do curso de Farmácia do Centro Universitário UniFTC, unidade de Vitória da Conquista. E-

mail: rodrigolealvca@gmail.com
12Estudante do curso de Biomedicina do Centro Universitário UniFTC, unidade de Vitória da Conquista.

E-mail: sdrsftc@outlook.com
13Estudante do curso de Odontologia do Centro Universitário UniFTC, unidade de Vitória da Conquista.

E-mail: thais.caetano@ftc.edu.br

Docente Ane Caroline Casaes Teixeira da Disciplina de Educação em Saúde do Centro Universitário
UniFTC

INTRODUÇÃO

Através desta revisão de literatura, iremos abordar importantes aspectos que

serão essenciais para compreensão do estudo sobre a prevenção ao uso do tabaco
nos adolescentes durante o período de pandemia. A pandemia do COVID-19, causada
pelo novo corona vírus (SARS-CoV-2) e reconhecida pela OMS em 11 de março de
2020 (WHO, 2020), alterou diferentes aspectos da sociedade. Muitas medidas de
controle e prevenção da doença foram tomadas com o objetivo de diminuir o impacto
do COVID-19. Dentre elas, o distanciamento social, que foi adotado em diversos
países, se tornou essencial para a redução do número de casos dessa doença o que
causou diversos efeitos indesejáveis na saúde e no comportamento das pessoas,
como por exemplo o aumento do consumo do álcool e do tabaco sendo usado como
forma de escape para os problemas causados pela pandemia.
 Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA, 2021) o tabagismo é uma
doença crônica causada pela dependência a nicotina presente nos produtos à base
de tabaco e também é considerada a maior causa evitável de adoecimento e mortes
precoces do mundo (Drope et al, 2018), além disso, é uma condição importante para
as complicações do COVID-19. O tabaco é uma planta (Nicotina Tabacum) e de suas
folhas é extraída a nicotina que é utilizada na confecção de diversos produtos como
cigarro, charuto, cachimbo, cigarro de palha, tabaco para narguilé, rapé, fumo-de-rolo,
dispositivos eletrônicos, entre outros, que causam a dependência (Brasil, 2016).
A nicotina é produzida na queima do cigarro e é a principal causadora
da dependência que o fumante apresenta, pois ao se tragar o cigarro, a
nicotina chega em cerca de 9 segundos ao cérebro e age sobre o Sistema
Nervoso Central, causando uma sensação de bem-estar agradável. No
entanto, essa sensação é passageira e quanto mais a pessoa fuma mais o
organismo se adapta à droga e o vício aumenta (FOGAÇA, 2019).

O tabaco é responsável pela morte de mais de 8 milhões de pessoas por ano,

sendo que mais de 7 milhões dessas mortes são resultados do uso direto desse
produto, e cerca de 1,2 milhões de mortes é o resultado de não-fumantes que foram
expostos ao fumo passivo (WHO, 2020). A Organização Mundial da Saúde (OMS)
salienta que dos mais de um bilhão de fumantes do mundo, 80% vivem em países de
baixa e média renda onde o peso das doenças e mortes relacionadas ao tabaco é
maior (WHO, 2020). Além de ser responsável pela maior parte de todos os cânceres
de pulmão, o tabaco está relacionado com o desenvolvimento de muitos outros tipos
de câncer, tais como câncer de pâncreas, câncer de fígado, câncer de esôfago; e
também contribui para o desenvolvimento de outras enfermidades, como infecções
respiratórias, tuberculose, osteoporose, entre outras; e além disso, também colabora
de forma considerável para acidentes cerebrovasculares e ataques cardíacos mortais.

No Brasil, desde o final da década de 1980, ações de controle ao tabagismo

foram elaboradas pelo Ministério da Saúde através do Instituto Nacional de Câncer
José Alencar Gomes da Silva (INCA), por meio do Programa Nacional de Controle do
Tabagismo (PNCT). Este programa objetiva reduzir a prevalência de fumantes e a
consequente morbimortalidade relacionada ao consumo de derivados do tabaco, com
um modelo de ações educativas, de comunicação e de atenção à saúde, em conjunto
com medidas legislativas e econômicas que se potencializam na prevenção contra a
iniciação do tabagismo, principalmente entre crianças, adolescentes e jovens;
promovendo a cessação de fumar, protegendo a população da exposição à fumaça
ambiental do tabaco e reduzindo o dano individual, social e ambiental dos produtos
derivados do tabaco (INCA, 2021).

Muitas ações de controle ao tabagismo foram criadas e desde 2005, o Brasil é

signatário da Convenção-Quadro da Organização Mundial da Saúde para o Controle
do Tabaco, primeiro tratado internacional de saúde pública, assinado por mais de 180
países que tem como objetivo, conter a epidemia global do tabagismo e proteger as
gerações presentes e futuras das consequências sanitárias, sociais, ambientais e
econômicas geradas pelo consumo e exposição à fumaça do tabaco. Desta forma, o
país está alinhado com uma série de ações globais para lidar com este grave problema
de saúde (INCA 2021). Ações educativas de prevenção ao tabagismo executadas
juntamente com a Política Nacional de Controle do Tabaco, que ao fortalecer
mecanismos de governança intersetoriais, cria um ambiente social, legislativo e
econômico que geram mudanças de atitude e de comportamento diminuindo as taxas
de iniciação no tabagismo.

Existe no Brasil, uma grande legislação que tem como objetivo reduzir o acesso
principalmente das crianças, adolescentes e jovens aos produtos derivados do tabaco
como por exemplo, proibição da venda desses produtos a menores de idade, proibição
de propaganda em veículos de comunicação e em pontos de venda; inserção de
imagens e frases de advertências nas embalagens, entre outras (INCA, 2021). O
cigarro é uma das drogas mais usadas entre os adolescentes no Brasil. A imagem da
comunicação de marketing da indústria do tabaco, por meio do filme publicitário, tem
promovido fortemente a disseminação do uso dessa droga entre os adolescentes.
Esse grupo de pessoas é o alvo preferencial da publicidade. Um dos objetivos
importantes do controle do tabagismo é evitar que os adolescentes tenham contato
com o cigarro e comecem a fumar, por isso esse grupo deve ser o alvo principal da
campanha de prevenção ao tabaco, que vai enfatizar os malefícios do tabagismo
(REINALDO et al., 2012).

Monitorar os adolescentes na fase de iniciação do tabagismo é uma ação

primordial para a prevenção de um adulto tabagista, pois o tabagismo, o qual se inicia
como uma doença pediátrica na adolescência, alcança seus efeitos deletérios em
curto, médio e longo prazo e assim, se consolida como uma doença crônica e
recorrente. (Araújo, 2010).
MATERIAIS E MÉTODOS
O objetivo do projeto de intervenção em questão teve o intuito de promover
ações em Educação em Saúde, a partir da disseminação de informações confiáveis
já presentes na revisão bibliográfica, sobre a importância da prevenção do consumo
do tabaco. O público alvo foram os adolescentes, estudantes frequentes e
matriculados no ensino médio do Instituto de Educação Euclides Dantas.

A proposta foi dividida em três etapas: Num primeiro momento, foi realizado
um bate-papo com a turma para identificar quais as influências para iniciar o uso e
quais as perspectivas os estudantes têm sobre tal hábito, ou seja, o que sabem e o
que pensam sobre o assunto.

Em um segundo momento, foi realizada uma palestra de forma dinâmica, com

informações sobre os sintomas, causas, tratamentos e malefícios do tabagismo.
Durante a atividade, foram respondidas dúvidas e o espaço foi aberto aos estudantes
para contarem as experiências relacionadas ao tabagismo, seja por consumo próprio
ou de familiares, amigos, entre outros.

Por fim, disseminamos um panfleto educativo/informativo com alguns dados

que apresentamos durante a atividade sobre os riscos associados ao uso, além de
solicitarmos aos estudantes um feedback sobre a atividade, e se a ação mudou
alguma percepção sobre o consumo de tabaco.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Primeiramente, vale ressaltar que toda a aplicação da proposta de intervenção

foi realizada dentro dos protocolos de segurança de prevenção à COVID-19, como
distanciamento social, uso de máscara, limite de estudantes no ambiente e
disponibilidade de álcool em gel.

A proposta foi aplicada em duas turmas do Instituto de Educação Euclides

Dantas, colégio da rede estadual da cidade de Vitória da Conquista, por meio de uma
visita feita pelos discentes presentes nesse trabalho, no ambiente de sala de aula. Os
discentes eram matriculados e frequentes na instituição de ensino, e faziam parte de
duas turmas do segundo ano do ensino médio.
 Inicialmente, foi realizada uma apresentação da equipe, descrevendo o motivo
da visita, identificando o grupo e dando abertura ao tema. Os estudantes
demonstraram interesse no assunto, além de participarem com falas breves sobre
experiências que familiares e amigos possuíam com o cigarro.

FIGURA 1 – Aplicação da proposta de intervenção

Fonte: Imagem do autor

A seguir, foi realizada a atividade de fato, com a apresentação do tema,

compartilhamento de informações, divulgação dos riscos do consumo de cigarro,
curiosidades e estatísticas sobre o tabagismo, dados também sobre o uso de cigarro
eletrônico, entre outros.

FIGURA 2 – Slide de apresentação do tema

Fonte: Imagem do autor

 Por fim, distribuímos panfletos informativos que continham imagens
informativas e conteúdos pertinentes com perguntas e respostas, como por exemplo
“existe tratamento para parar de fumar?”, seguido da explicação e contato do Disque
Saúde e da Secretaria Municipal de Saúde do município, já que é um meio de contato
com a coordenação de controle de tabagismo do município.

FIGURA 3 – Panfleto distribuído em sala de aula

Fonte: Imagem do autor

CONCLUSÃO
Podemos avaliar que o uso do tabaco entre adolescentes durante a pandemia
tem aumentado devido a sintomas de ansiedade dado a esse período conflitante.
Porém, esse uso piora o quadro dos sintomas ocasionados pela Covid-19, além de
trazer maiores estragos para o pulmão já debilitado.
Com essa análise e com as avaliações que fizemos sobre os riscos que esses
adolescentes enfrentam, pudemos melhor ajudá-los de alguma maneira, aumentando
o conhecimento sobre a importância da prevenção, tanto sobre os cuidados que todos
de forma geral devemos ter por conta da pandemia, como também o fator dos riscos
do cigarro para o pulmão e para a saúde de modo geral.
A aplicação da proposta de intervenção pôde alertar aos estudantes sobre os
riscos que o uso precoce e frequente do tabaco causa à saúde, prevenindo a iniciação
ao uso, assim como a redução ou cessação do consumo.
Além disso, foi uma experiência importante para nós enquanto graduandos da
área de saúde, realizar uma atividade prática voltada para a Educação em Saúde,
pois esta assume um papel fundamental como mecanismo de transformação social e
a prevenção de doenças como possibilidade de usufruir de uma vida plena.

REFERÊNCIAS
Araújo, A. J. Tabagismo na adolescência: por que os jovens ainda fumam? Jornal
Brasileiro de Pneumologia, 2010. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1806-
37132010000600002>. Acesso em: 21 out. 2021.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. Secretaria de Atenção à

Saúde. Glossário temático: fatores de proteção e de risco de câncer. Brasília:
Ministério da Saúde, 2016. Acesso em: 22 out. 2021.

DROPE, J. et al. The Tobacco Atlas. Atlanta: American Cancer Society and Vital
Strategies, 2018. Disponível em:<https://tobaccoatlas.org/topic/deaths/>. Acesso em:
20 out. 2021.

FOGAÇA, Jennifer Rocha Vargas. Nicotina. In: Brasil Escola. Disponível em:
<https://brasilescola.uol.com.br/quimica/nicotina.htm>. Acesso em: 19 de out. 2021.

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INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA

SILVA. Programa Nacional de Controle do Tabagismo. Disponível
em: <https://www.inca.gov.br/programa-nacional-de-controle-do-tabagismo>. Acesso
em: 21 out. 2021.

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em: 20 out. 2021.

Reinaldo, A. M. S.; Goecking, C. C.; Silveira, B. V. Impacto das imagens de

prevenção do uso de tabaco veiculadas em maços de cigarro na perspectiva de
adolescentes. Revista Mineira de Enfermagem, 2012. Disponível em:
http://reme.org.br/artigo/detalhes/539>. Acesso em: 19 out. 2021.
World Health Organization. WHO Director-General's opening remarks at the media
briefing on COVID-19 - 11 March 2020. Disponível em:
<https://www.who.int/dg/speeches/detail/who-director-general-s-opening-remarks-at-
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https://www.who.int/dg/speeches/detail/who-director-general-s-opening-remarks-at-
the-media-briefing-on-covid-19---11-march-2020>. Acesso em:22 out. 2021.