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Curso Técnico Nível Médio Subsequente

Guia de Turismo
História do Rio Grande do Norte

Helder Alexandre Medeiros de Macedo


Olívia Morais de Medeiros Neta

Aula 02
Pré-História do Rio Grande do Norte I: Pesquisas e Pesquisadores

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia


do Rio Grande do Norte.

Natal-RN
2010
Presidência da República Federativa do Brasil

Ministério da Educação

Secretaria de Educação a Distância

Este Caderno foi elaborado em parceria entre o Instituto Federal de Educação,


Ciência e Tecnologia e o Sistema Escola Técnica Aberta do Brasil – e-Tec Brasil.

Equipe de Elaboração Projeto Gráfico


IF-RN Eduardo Meneses e Fábio Brumana

Coordenação Institucional Diagramação


COTED Victor Almeida Schinaider

Professor-autor
Ana Jaimile da Cunha

Ficha catalográfica
Apresentação e-Tec Brasil

Amigo(a) estudante!

O Ministério da Educação vem desenvolvendo Políticas e Programas


para expansãoda Educação Básica e do Ensino Superior no País. Um dos
caminhos encontradospara que essa expansão se efetive com maior rapidez
e eficiência é a modalidade adistância. No mundo inteiro são milhões os
estudantes que frequentam cursos a distância. Aqui no Brasil, são mais de
300 mil os matriculados em cursos regulares de Ensino Médio e Superior a
distância, oferecidos por instituições públicas e privadas de ensino.

Em 2005, o MEC implantou o Sistema Universidade Aberta do Brasil


(UAB), hoje, consolidado como o maior programa nacional de formação de
professores, em nível superior.

Para expansão e melhoria da educação profissional e fortalecimento


do Ensino Médio, o MEC está implementando o Programa Escola Técnica
Aberta do Brasil (e-TecBrasil). Espera, assim, oferecer aos jovens das perife-
rias dos grandes centros urbanose dos municípios do interior do País oportu-
nidades para maior escolaridade, melhorescondições de inserção no mundo
do trabalho e, dessa forma, com elevado potencialpara o desenvolvimento
produtivo regional.

O e-Tec é resultado de uma parceria entre a Secretaria de Educação


Profissionale Tecnológica (SETEC), a Secretaria de Educação a Distância (SED)
do Ministério daEducação, as universidades e escolas técnicas estaduais e
federais.

O Programa apóia a oferta de cursos técnicos de nível médio por


parte das escolaspúblicas de educação profissional federais, estaduais, mu-
nicipais e, por outro lado,a adequação da infra-estrutura de escolas públicas
estaduais e municipais.

Do primeiro Edital do e-Tec Brasil participaram 430 proponentes de


adequaçãode escolas e 74 instituições de ensino técnico, as quais propuse-
ram 147 cursos técnicosde nível médio, abrangendo 14 áreas profissionais.
O resultado desse Edital contemplou193 escolas em 20 unidades
federativas. A perspectiva do Programa é que sejam ofertadas10.000 va-
gas, em 250 polos, até 2010.

Assim, a modalidade de Educação a Distância oferece nova interface


para amais expressiva expansão da rede federal de educação tecnológica dos
últimos anos: aconstrução dos novos centros federais (CEFETs), a organiza-
ção dos Institutos Federaisde Educação Tecnológica (IFETs) e de seus campi.

O Programa e-Tec Brasil vai sendo desenhado na construção coletiva


e participaçãoativa nas ações de democratização e expansão da educação
profissional no País,valendo-se dos pilares da educação a distância, susten-
tados pela formação continuadade professores e pela utilização dos recursos
tecnológicos disponíveis.

A equipe que coordena o Programa e-Tec Brasil lhe deseja sucesso na


sua formaçãoprofissional e na sua caminhada no curso a distância em que
está matriculado(a).

Brasília, Ministério da Educação – setembro de 2008.


Você verá por aqui...
Nessa e na próxima aula você conhecerá um pouco mais sobre a
Pré-história do Rio Grande do Norte a partir dos estudos realizados em sí-
tios arqueológicos onde foram encontrados enterramentos humanos, ins-
crições rupestres, cerâmicas e material lítico, evidências da permanência do
homem no território que hoje forma o nosso estado desde milhares de anos
atrás. Nesse primeiro momento iremos estudar o início da arqueologia no
Rio Grande do Norte, desde as investigações feitas por curiosos e eruditos
até o estabelecimento da pesquisa científica propriamente dita.

Objetivos
• Estudar a Pré-história do Rio Grande do Norte;

• Conhecer os pesquisadores que contribuíram, com seus estudos, para


o conhecimento do passado pré-histórico do território norte-rio-gran-
dense.

Conteúdos Didáticos
• Pré-história: a problemática do conceito;

• Pesquisas feitas por viajantes, curiosos e eruditos;

• Pesquisas feitas por instituições de ensino superior.

e-Tec Brasil 6 Curso Técnico Nível Médio Subsequente


Para começo de conversa...
Quando começa a história do Rio Grande do Norte? Há alguns anos
atrás, provavelmente, você escutaria um professor dizer que o início dessa
história tinha-se dado com a chegada dos portugueses, a construção da
Fortaleza dos Reis Magos e a “fundação” de Natal – fatos históricos que se
sucederam no século XVI. Nos dias de hoje, entretanto, com o avanço das
pesquisas realizadas por historiadores, antropólogos e arqueólogos, já se
pode afirmar que os colonizadores vindos de Portugal entraram em contato
com sociedades indígenas de diversos grupos, seja no litoral, seja no sertão.
E mais: que ancestrais desses indígenas já estavam pelas terras que hoje
são chamadas de Rio Grande do Norte há, pelo menos, 9 mil anos antes do
presente. É sobre esse assunto que conversaremos nessa aula, mas, antes,
vamos conhecer um pouco sobre aqueles que já se dedicaram a estudar a
Pré-história do nosso estado.

Pré-história: Curiosos e Cientistas


A idéia de que já havia sociedades humanas habitando espaços que
hoje correspondem ao território norte-rio-grandense é sustentada por pes-
quisas desenvolvidas, principalmente, por arqueólogos. Esses cientistas re-
correm a fontes inusitadas para reconstituir o passado dos seres humanos
que ainda não conheciam a escrita como nós hoje conhecemos: inscrições
rupestres, estruturas de combustão, enterramentos, estruturas de ha-
bitação, indústrias líticas, cestaria e cerâmica. Dizendo de outra maneira,
os arqueólogos se valem da cultura material para poder compreender como
é que os homens viviam numa época onde ainda não existia o registro escri-
to. Essa época é conhecida como Pré-história.

Creative Commons - Beraldo Leal


Pré-história é uma denominação que corresponde, assim, ao período
da história anterior ao surgimento da escrita, fato que se deu, aproximada-
mente, entre 4 mil e 3 mil anos a.C. Já se convencionou, também, em utili-
zar a expressão Pré-história para se referir, contextualmente, a períodos da
história de determinado povo ou nação sobre os quais não se tinha registros
escritos. Vejamos o exemplo do Brasil para que possamos entender melhor
essa utilização do termo Pré-história. Os historiadores só conhecem registros
escritos oficiais sobre a América portuguesa a partir do ano de 1500, quando
as caravelas de Cabral chegaram nas terras hoje chamadas de Porto Seguro,
na Bahia. A Pré-história no Brasil, portanto, seria todo o período anterior à
chegada de Pedro Álvares Cabral. Essa opinião, todavia, não é muito bem
aceita por arqueólogos, historiadores e antropólogos da atualidade, que a

Pré-história do Rio Grande do Norte I: Pesquisas e Pesquisadores 7 e-Tec Brasil


consideram desrespeitosa para com os milhões de índios que aqui habitavam
Inscrições Rupestres no momento em que os colonizadores chegaram (não escrever que nem da
Termo utilizado para nomear inscri-
ções feitas em suportes rochosos,
forma que se escrevia na Europa seria critério para não estar na história?).
podendo ser pintadas (pinturas) ou
gravadas (gravuras).
Mas, voltemos ao Rio Grande do Norte. As pinturas e gravuras rupes-
tres existentes em diversos pontos desse território chamaram a atenção de
Estruturas de Com- viajantes, naturalistas e curiosos desde, pelo menos, a virada do século XVIII
bustão
Trata-se de estruturas de fogueiras, para o século XIX. Um dos
cujos vestígios chegaram até os dias
de hoje por meio de manchas de cin-
primeiros a percorrer as anti-
zas ou de carvões. gas capitanias do Rio Grande,
Paraíba, Pernambuco e Ceará
Enterramentos Grande foi Francisco Correia
Expressão usada pelos arqueólogos Telles de Menezes, um padre,
para denominar os restos de sepul-
tamentos que são encontrados no que fez esse roteiro entre os
subsolo de sítios arqueológicos.
anos de 1789 e 1806. Pro-
curando tesouros escondidos
Cestaria por jesuítas e holandeses,
Artefatos fabricados a partir do uso esse padre andou pelos ser- Figura 1 - Sítio arqueológico Pedra do Letreiro, Currais
de fibra vegetal (palha) Novos-RN
tões e registrou diversos lu-
gares contendo inscrições rupestres, que foram incorporados ao seu livro
Cerâmica
“Lamentação Brasílica”, cujo manuscrito original encontra-se no IHGB.
Artefatos construídos a partir da
queima da argila, geralmente, com
finalidade funcional Posteriormente, entre os anos de 1853 e 1860, um naturalista fran-
cês chamado Louis Jacques Brunet esteve pelos sertões
Indústria Lítica das províncias de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do
Ferramentas e utensílios de pedra,
podendo ser lascados ou polidos.
Norte e Ceará. Além de ter feito anotações sobre ocor-
rências de fósseis, minérios, fauna e flora, constatou a
existência de inscrições gravadas e pintadas em rochas,
de origem indígena, que ele afirmou serem conhecidas
pelas populações que moravam nas suas redondezas
como letreiros. Parte de suas observações sobre esses
letreiros foi remetida ao imperador Dom Pedro II, que
Figura 2 - Louis Jacques havia solicitado um relato sobre a existência dessas ins-
crições. As demais pesquisas de Louis Jacques Brunet, infelizmente, nunca
foram publicadas na íntegra.

Luciano Jacques de Morais, um geólogo que trabalhava como enge-


nheiro de minas para a antiga Inspetoria Federal de Obras contra as Secas
– IFOCS (atual DNOCS), foi outro personagem a andar pelo sertão nordes-
tino e a recolher informações sobre pinturas e gravuras rupestres. Realizou

e-Tec Brasil 8 Curso Técnico Nível Médio Subsequente


importantes pesquisas geológicas no Rio Grande do Norte e Paraíba – con-
sideradas como referência ainda hoje – além de ter apontado a presença de
inscrições, principalmente, no vale do rio Sabugi, durante a década de 1920.
Essas informações foram publicadas no livro “Inscrições Rupestres no Brasil”,
de 1924.

José de Azevêdo Dantas


Ainda na década de 1920, um autodidata natural do sítio Xiquexi-
que, hoje município de Carnaúba dos Dantas (naquela época, pertencen-
te ao município de Acari-RN), de nome José de
Azevêdo Dantas (1890-1929), foi responsável
por uma das mais importantes pesquisas ar-
queológicas de sua época no território norte-
rio-grandense. A sua história de vida é, no mí-
nimo, curiosa. Além da pesquisa arqueológica,
desenvolveu estudos de geografia, história lo-
cal, genealogia e meteorologia. Além disso, era
músico, projetista, desenhista e escrevia jornais
manuscritos que circulavam entre seus conhe-
cidos e parentes, em Carnaúba dos Dantas - à
sua época, ainda uma povoação - e Acari. Tudo
isso sem ter passado em nenhuma escola. Seu
pai era agricultor, criador e pedreiro, enquanto Figura 3 - José de Azevêdo Dantas
que sua mãe, além dos afazeres domésticos, era pintora. Os rudimentos de
escrita e leitura foram aprendidos com os irmãos mais velhos, nas areias do
rio Carnaúba, que corta o sítio Xiquexique.


rupestres situadas nos rios Carnaúba, Acauã e
Figura 4 - Croqui de localização de inscrições

Seridó, feito por José de Azevêdo Dantas.

Pré-história do Rio Grande do Norte I: Pesquisas e Pesquisadores 9 e-Tec Brasil


Daí por diante manifestou-se nele um desejo de aprofundar-se nas
artes e na literatura. Porém, situações como a
morte prematura da mãe, a seca de 1904 e a

Dantas, com inscrições copiadas do Rochedo


Figura 5 - Manuscrito de José de Azevêdo
desilusão frente a um futuro incerto em ter-
Pinturas, no sítio Xiquexique mos financeiros o fizeram enveredar por vá-
rias ocupações como meio de sobrevivência:
servente de alvenaria, carregador de lenha
e de água, apanhador de algodão, músico,
confeccionador de carimbos e comercian-
te de tecidos em sociedade com um amigo.
Trabalhou, ainda, como empregado no co-
mércio do Coronel Manuel Aleixo de Maria,
em Currais Novos (1912); na construtora do
Açude Gargalheiras, em Acari; no Campo de
Demonstração que fazia medições de estradas, localizado em Macaíba e na
Inspetoria de Obras contra as Secas (IOCS).

José de Azevêdo iniciou suas pesquisas em sítios arqueológicos no


ano de 1924, justamente na localidade Xiquexique, onde residia. Ali, no mês
de setembro, visitou os locais por ele denominados Rochedo Pinturas ou
Talhado das Pinturas, Rochedo
do Xiquexique, Rochedo da
Serra do Xiquexique (3º roche-
do) e Rochedo do Pau d’Arco.
No mês de outubro, visitou o
Riacho do Bojo e o Riacho
do Olho d’Água, onde, assim
como nos pontos percorridos
no Xiquexique, efetuou o re-
gistro dos lugares e a cópia a
olho nu das inscrições. Habitu-
almente também fazia croquis Figura 6 - Croqui de localização de sítios arqueológicos
no Riacho do Bojo, feito por José de Azevêdo Dantas
da região, demonstrando onde
se localizavam os registros rupestres. Nesses últimos cursos d’água registrou
inscrições nos lugares Rochedo do Bojo, Pedra nº 01 (Cachoeira do Bojo),
Pedra nº 02, Pedra nº 03, Pedra nº 04, Cachoeira da Cruz e Grota Funda. Até
então, todas as incursões de José de Azevêdo tinham se dado no território
da Povoação de Carnaúba, pertencente ao município de Acari (hoje, esse
espaço corresponde ao município de Carnaúba dos Dantas).

e-Tec Brasil 10 Curso Técnico Nível Médio Subsequente


Durante o mês de novembro destinou suas atenções para os vizi-
nhos municípios de Parelhas-RN e Picuí-PB, onde visitou, no primeiro, os
Tanques Grandes do Riacho de Santo Antonio e no segundo as Cachoeiras
dos Tanques, da Caiçara do Campo e do Saco do Campo (hoje fazem parte
do município de Frei Martinho-PB),
dos quais suas gravuras foram co-
piadas. Em dezembro voltou para
o município de Acari onde passou
pelo Riacho da Canoa, próximo
ao lugar Pitombeira e depois em
seis pedras no Rio Acauã, perto
do Gargalheira. Novamente conti-
nuou suas viagens indo pelo mu-
nicípio de Picuí, onde visitou a Ca-
choeira do Retiro (hoje, município
de Pedra Lavrada-PB). Ainda em
dezembro esteve pelo Rochedo do
Boqueirão de Parelhas, onde pôde
contemplar e copiar seus grafis-
mos rupestres, assim como nos
pontos anteriores. No mês de ja-
neiro de 1925 visitou várias cacho-
Figura 7 - Croqui de localização de sítios no municí-
eiras no Riacho do Piauí, ainda no pio de Parelhas, feito por José de Azevêdo Dantas
município de Acari, onde copiou
suas gravuras. Com a chegada do inverno nesse ano, suspendeu suas pes-
quisas. Trata-se do momento em que escreveu o texto Indícios de uma Civi-
lização Antiqüíssima, que introduz as cópias dos grafismos rupestres, onde
comenta os pontos visitados e estabelece suas conclusões acerca da origem
e significado das inscrições.

As pesquisas de José de Azevêdo somente reiniciaram em julho de


1926, estendendo-se até o mês de novembro. Durante esse interstício, visi-
tou as gravuras dos Tanques (próximos ao Riacho do Meio) e da Pedra Lavra-
da do Seridó, ambos no município de Jardim do Seridó-RN; as pinturas da
Pedra do Alexandre, do Rochedo da Serra Nova, de dois pontos na Volta do
Rio, além das gravuras da Cachoeira Escondida, próxima ao Riacho Fundo,
ambos os pontos nas circunvizinhanças da Povoação de Carnaúba; as gra-
vuras dos Tanques do Rio Carnaúba, já em município de Acari e as pinturas
da Fazenda Santo Antonio, no município de Campina Grande-PB. O ano de
1927 corresponde ao período em que suas pesquisas mais se intensifica-

Pré-história do Rio Grande do Norte I: Pesquisas e Pesquisadores 11 e-Tec Brasil


ram: entre janeiro e novembro desse ano José de Azevêdo registrou trinta
lugares portando pinturas ou gravuras rupestres, situados, nos dias atuais,
nos municípios de Carnaúba dos Dan-
tas, Parelhas, São Vicente, Santana do
Matos, Currais Novos, Pedra Lavrada e
Campina Grande (os dois últimos, no
estado da Paraíba).

No texto “Indícios de uma Civilização


Antiqüíssima”, escrito em fevereiro de
1925 e que introduz o seu livro com re-
gistros rupestres, José de Azevêdo teve
a humildade de reconhecer que não
foi uma “descoberta” sua a existência
desses locais, já que seus ancestrais e
mesmo as pessoas da região costumei-
ramente falavam de “letras” feitas pela
Figura 8 - Manuscrito de José de Azevêdo
própria natureza ou por Deus ou de
Dantas, com inscrições copiadas do Rochedo antigas figuras dos caboclos. Entretan-
Pinturas, no sítio Xiquexique
to, o citado pesquisador não se deixou
levar por essas opiniões, tampouco pelas que afirmavam serem as pinturas
de origem indígena ou holandesa. Examinando as inscrições dos diversos
pontos visitados no ano de 1924, concluiu que se tratava de vestígios de
uma “civilização” pré-histórica.

Segundo a arqueóloga Gabriela Martin as conclusões de José de Aze-


vêdo se mostraram bastante avançadas para o
seu tempo ou, pelo menos, para os estudos que
se desenvolviam sobre vestígios pré-históricos
no Nordeste. Nos anos 10 e 20, do século XX,
por exemplo, o austríaco Ludovico Schwennha-
gen andou pelos estados do Ceará, Rio Grande
do Norte, Paraíba, Pernambuco e Piauí realizan-
do pesquisas em busca de “perdidas civilizações
mediterrâneas”, tendo concluído que as inscri-
ções rupestres e outros monumentos presentes
no território por ele visitado eram de origem
fenícia. O mais curioso é que, nas suas andan-
Figura 9 - Capa da 5ª. edição do
ças pelo Nordeste, Schwennhagen veio parar na livro “Antiga História do Brasil”, de
região do Seridó, especificamente na cidade de Ludovico Schwennagen

e-Tec Brasil 12 Curso Técnico Nível Médio Subsequente


Acari, aonde chegou a conversar com José de Azevêdo.

O calhamaço de 307 lâminas com o texto “Indícios de uma Civiliza-


ção Antiquíssima” e a cópia das pinturas e gravuras rupestres, após a morte
de José de Azevêdo, foi doado pelo seu irmão mais velho, Mamede de Aze-
vêdo Dantas, ao Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba (IHGPB), onde
permanece até hoje. Uma edição póstuma desse manuscrito, sob o título
“Indícios de uma Civilização Antiquíssima”, foi feita em 1994, através dos
esforços da arqueóloga Gabriela Martin, professora da Universidade Federal
de Pernambuco (UFPE) que, ao conhecer o manuscrito no IHGPB, deu início
a pesquisas na região do Seridó, no princípio da década de 1980. Mas, antes
disso, outras instituições já haviam desenvolvido pesquisas sobre o patrimô-
nio arqueológico potiguar, como veremos adiante.

Pesquisas Acadêmicas
As primeiras iniciativas que conhecemos por parte de instituições
acadêmicas com vistas a documentar os sí-
tios arqueológicos do Rio Grande do Norte
se deram nos anos de 1960, vinculadas ao
Departamento de Antropologia Cultural do
antigo Instituto de Antropologia (hoje, Mu-
seu Câmara Cascudo, vinculado à UFRN).
Como resultado de visitas efetuadas à região
Oeste do estado, Elizabeth Mafra Cabral e
Nássaro A. Souza Nasser publicaram “In-
formação sobre inscrições rupestres no Rio
Grande do Norte” (1964), onde figuram lo-
cais com pinturas e gravuras nos municípios Figura 10 - Fachada da 1ª. sede do
Instituto de Antropologia
de Mossoró, Upanema, Caraúbas, Apodi,
Itaú, Marcelino Vieira, Tenente Ananias, Alexandria e Antonio Martins.

A região do Seridó somente seria percorrida no ano de 1966, quan-


do Oswaldo Câmara de Souza, representante do Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) no estado, empreendeu viagem de
reconhecimento aos sítios arqueológicos do interior. Partindo do município
de Acari e singrando pelas Fazendas Cajueiro e Logradouro, Oswaldo Câ-
mara visitou e registrou as pinturas dos sítios arqueológicos Casa Santa e
Cachoeira do Letreiro, ambos no Riacho do Bojo, em território de Carnaúba
dos Dantas. As fotografias produzidas à época, entretanto, não foram satis-

Pré-história do Rio Grande do Norte I: Pesquisas e Pesquisadores 13 e-Tec Brasil


fatórias para o registro pretendido pelo IPHAN. Novamente esteve em Casa
Santa e em Cachoeira do Letreiro, desta vez em 1971 e em companhia do
Professor Carlos Lyra, o qual cedeu suas melhores imagens fotográficas para
inclusão no levantamento do IPHAN. Este, todavia, somente viria a ser publi-
cado em 1981, sob organização de Oswaldo Câmara de Souza, com o título
de “Acervo do patrimônio histórico e artístico do Rio Grande do Norte”, livro
que traz informações acerca de outros sítios arqueológicos do estado.

Antes, aproximadamente em 1976, o então Instituto de Antropolo-


gia da UFRN deu início a um traba-
lho sistemático de levantamento dos
sítios arqueológicos do interior do
estado do Rio Grande do Norte. Pro-
jeto esse que se estendeu até apro-
ximadamente o ano de 1985, quan-
do, por razões de diversas naturezas,
os pesquisadores foram obrigados a
suspender as atividades, mormente Figura 11 - Imagem do sítio Casa Santa, tomada
pelo Prof. Carlos Lyra em 1971
na região do Seridó, que já se encon-
trava sendo visitada pela equipe do Núcleo de Estudos Arqueológicos (NEA)
da UFPE.

Durante o período de 1976 e 1985, professores e bolsistas estagiá-


rios do Instituto de Antropologia desenvolveram um importantíssimo traba-
lho de identificação e registro de sítios arqueológicos no interior do estado,
principalmente na região
do Seridó, partindo sem-
pre das informações cole-
tadas entre a população
sobre a existência de le-
treiros, sinais dos índios
e dos caboclos. Trata-se
de um esforço sistemáti-
co e disciplinar ímpar, vez
Figura 12 - Imagem do sítio Casa Santa, tomada pelo Prof.
Carlos Lyra em 1971
que corresponde, em se
tratando do território se-
ridoense, do primeiro registro dos locais com pinturas ou gravuras rupestres
feito após a morte de José de Azevêdo Dantas (1929), excetuada a atividade
do IPHAN relatada anteriormente. Registro esse que foi feito sob a orienta-
ção de diversos arqueólogos, dentre eles os de procedência internacional,

e-Tec Brasil 14 Curso Técnico Nível Médio Subsequente


lotados no Instituto de Antropologia como professores visitantes ou con-
tratados. É o caso dos Professores Nássaro Nasser, Armand François Gaston
Laroche, Tom Miller e Vicente Giancotti Tassone, que se somavam a outros,
inclusive brasileiros.

Figura 13 - Pesquisadores do Instituto de Antropologia em


atividades de campo

Esse levantamento dos sítios arqueológicos tinha como objetivo


principal efetuar um mapa da presença humana pré-histórica a partir dos
diversos locais, no interior do estado, com vestígios perceptíveis (fosse res-
tos arqueológicos, fosse arte rupestre). Carbono-14
No Seridó a equipe procedeu ao registro Três métodos de datação absoluta
são mais citados na literatura arque-
dos seguintes sítios arqueológicos, no ológica, o da Termoluminescência, o
período supracitado: em Carnaúba dos do Urânio/Tório e o do Carbono14.
Este último mensura a atividade resi-
Dantas, os sítios Xiquexique I e II (em dual do carbono radiativo (C14) nos
maio/1978), Pedra do Alexandre, Pote, restos orgânicos de seres vivos, que
decresce regularmente com o tempo,
Serrote do Gavião, Furna dos Caboclos, segundo o arqueólogo André Prous.
As siglas AP (antes do presente) e BP
Casa Santa (25/08/1977), Volta do Rio (before present) são mundialmente
(06/1978) e Criminoso (06/1978); em Figura 14 - Atual fachada do Museu Câmara utilizadas, segundo Gabriela Martin,
Cascudo para indicar as datações através de
Parelhas, os sítios Pedra do Letreiro ou Carbono-14 obtidas a partir do ano
Boqueirão (hoje, Mirador; registrado em 12/10/1978) e Espinheiro; em Cru- de 1950, quando Willard Frank Li-
bby conseguiu a primeira datação de
zeta, os sítios Pedra dos Letreiros e Fazenda Olho d’Água. C14, na Universidade de Chicago.
Em termos didáticos, quando dize-
mos que um determinado vestígio
No ano de 1978, dois estagiários do Instituto de Antropologia, Mau- foi datado em 3 mil AP estamos que-
rendo dizer que sua origem remonta
rina Sampaio de Souza e Osmar Medeiros, fizeram incursões a duas micror- a 3 mil anos antes de 1950. No caso
regiões do estado, o Seridó e o Sertão de Angicos, como parte das atividades das datações que trazem AP ou BP,
costuma-se indicar a margem de erro
do Projeto Inscrições Rupestres do Rio Grande do Norte, implantado pelo (para mais ou para menos) utilizando
o sinal + (ex.: 10.800 + 234 AP)
Programa Bolsa Trabalho/Arte e oriundo de convênio DAC/DAE-MEC/UFRN.
Dos dez sítios registrados, sete encontravam-se no Sertão do Seridó. Em
Carnaúba dos Dantas foram documentados a Fazenda Xiquexique, a Fazen-

Pré-história do Rio Grande do Norte I: Pesquisas e Pesquisadores 15 e-Tec Brasil


da Volta do Rio, a Gruta do Criminoso e o Serrote do Gavião. “Inscrições
Rupestres no Rio Grande do Norte”, publicação do Museu Câmara Cascudo
contendo os resultados dessa incursão ao interior do estado, somente sairia
em 1982, pela Coleção Textos Acadêmicos da UFRN.

Entre os anos de 1985 e 1986, a equipe do Museu Câmara Cascudo


faria importantes pesquisas arqueológicas no interior do estado, coordena-
das pelo Prof. Armand François Gaston Laroche e financiadas pelo Conse-
lho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A equipe
identificou sítios arqueológicos – com registros rupestres e outros com ma-
terial lítico e cerâmico – nos municípios de São Tomé, Carnaúba dos Dantas,
Santa Cruz, Acari, Lajes Pintadas, Currais novos, Parelhas, Lajes, Caiçara do
Rio dos Ventos, São Rafael e Martins. Por essa época, pesquisadores do NEA
da UFPE já estavam desenvolvendo pesquisas na região do Seridó.

NEA da UFPE e Fundação Seridó


A partir do início da década de 1980 o NEA da UFPE, encabeçado
pela Professora Gabriela Martin, iniciou pesquisas na região seridoense, con-
comitantemente às desenvolvidas pela UFRN. Essas pesquisas, todavia, não
surgiram do nada. A
pista para que a co-
munidade científica
fora do território po-
tiguar soubesse da
existência dos sítios
arqueológicos do Se-
ridó foi, justamente,
o manuscrito de José
de Azevêdo Dantas,
guardado no IHGPB,
em João Pessoa. Ao
Figura 15 - Sítio arqueológico Mirador de Parelhas conhecer a obra de
José de Azevêdo em
uma visita ao IHGPB, Gabriela Martin decidiu conhecer os municípios de
Carnaúba dos Dantas e Parelhas e qual foi sua surpresa ao constatar a vera-
cidade do documento.

As constantes visitas da equipe do NEA a Carnaúba dos Dantas e


a Parelhas, além de comprovarem a autenticidade dos Indícios de uma Ci-

e-Tec Brasil 16 Curso Técnico Nível Médio Subsequente


vilização Antiquíssima, puderam atestar a presença em massa de registros
rupestres pertencentes à grande Tradição Nordeste, já identificada por Niè-
de Guidon na Serra da Capivara, no Piauí. Esses registros foram agrupados
numa subcategoria, a Subtradição Seridó.

Um dos primeiros sítios arqueológicos a ser escavado, ainda nos prin-


cípios da década de 1980, foi o Mirador – localizado no município de Pa-
relhas, de onde foram exumados restos de enterramentos de crianças, par-
cialmente incinerados, mobiliário fúnebre composto de contas de colar de
osso e de conchas marinhas, algumas lascas de quartzo sem retoque e uma
de sílex finamente retocada. A escavação não teve continuidade pois a área
do sítio foi depredada por moradores locais. Porém, foi obtida uma datação
a partir de Carbono-14 (C-14) proveniente dos sepultamentos infantis, de
9410 + 100 AP.

A partir dos resultados dessa escavação, a arqueóloga Gabriela Mar-


tin afirmou que a população pré-histórica que habitava o que hoje chama-
mos de Seridó se tratava de grupos de caçadores-coletores que já deveriam
estar na região há pelo menos 10 mil anos atrás.

A partir do mês de novembro de 1990 foram realizadas escavações


no sítio Pedra do Alexandre, em Carnaúba dos Dantas, que, ao final, cons-
tataram a presença de material lítico, fogueiras, enterramentos, restos de
fauna e, em menor quantidade,
fragmentos cerâmicos. A Pedra do
Alexandre também possui pintu-
ras rupestres da Tradição Nordeste
e Subtradição Seridó, embora em
estado avançado de degradação.
Em artigo publicado em 1996, Ga-
briela Martin apresentou os resul-
tados da escavação, onde aponta Figura 16 - Sítio arqueológico Pedra do Alexandre,
para a importância do abrigo en- Carnaúba dos Dantas

quanto cemitério pré-histórico utilizado por longos períodos, já que suas


datações mais recuadas são de 9400 AP e as mais próximas de 2620 AP.

Em 1996, em decorrência das constantes pesquisas arqueológicas


e de ações de educação patrimonial realizadas na região, arqueólogos, his-
toriadores e outros cientistas e parte das autoridades locais, criaram a Fun-
dação Seridó, com sede social em Carnaúba dos Dantas. Trata-se de uma

Pré-história do Rio Grande do Norte I: Pesquisas e Pesquisadores 17 e-Tec Brasil


entidade civil de direito privado, de caráter científico e cultural, sem fins
lucrativos e de interesse público, presidida ainda hoje pela Profª. Gabriela
Martin, cujo objetivo é o de desenvolver projetos de pesquisa científica mul-
tidisciplinar na região do Seridó, primando pela preservação e divulgação do
seu patrimônio cultural arqueológico.

A partir do ano de 2001 a Fundação Seridó empreendeu uma políti-


ca de expansão das suas pesquisas por outras cidades da região do Seridó.
Nesse sentido, os municípios de Parelhas, Currais Novos e Cerro Corá foram
objeto da atenção dos pesquisadores, no intuito de buscar em seus territó-
rios vestígios do passado pré-histórico da região. No município de Parelhas
foram estudados e escavados os sítios Pedra do Vem-Vem, Olho d’Água das
Gatas e Pedra do Chinelo, ambos com pinturas da Tradição Nordeste e Sub-
tradição Seridó. Do segundo foi obtida uma datação de C-14 de 208 + 26 BP
para carvão de uma fogueira associada a restos de material lítico, enquanto
que para a Pedra do Chinelo a datação obtida pelo mesmo método para
ossos humanos foi de 1991 + 28 BP, segundo a arqueóloga Irma Asón Vidal.
Vem-Vem, Olho d’Água das Gatas e Pedra do Chinelo, também, são sítios
que apresentaram fragmentos de cerâmica nos seus subsolos.

Figura 17 - Área arqueológica do Seridó, delimitada pelos estudos do NEA/UFPE

e-Tec Brasil 18 Curso Técnico Nível Médio Subsequente


Na zona rural de Currais Novos, mais especificamente na região ba-
nhada pelo rio Totoró, a Fundação Seridó identificou cinco sítios arqueoló-
gicos: Pedra do Letreiro, Pedra da Lagoa do Santo, Pedra Furada do Totoró,
Pedra Grande e Pedra dos Namorados e no município de Cerro Corá os sítios
Pedra da Gameleira e Toca
de Zé Brás, também com
pinturas rupestres. Enquan-
to isso, em Carnaúba dos
Dantas, foi realizada a esca-
vação do sítio Casa de Pedra
(a partir de março de 2003),
próximo à Comunidade
Garrotes, abrigo sob rocha
em micaxisto com gravuras
Figura 18 - Sítio arqueológico Toca de Zé Braz, Cerro Corá
e pinturas rupestres, cujo
resultado foi a presença de
fogueiras, material lítico (lascado e polido), restos de ossos de fauna, óxido
de ferro e fragmentos de cerâmica, segundo o arqueólogo Mauro Alexandre
Farias Fontes.

Nos últimos anos, a Fundação Seridó e o NEA/UFPE têm desen-


volvido pesquisas em sítios arqueológicos como Pedra da Unha, Furna do
Umbuzeiro, Furna do Mateus, Riacho das Relíquias e Casa dos Fogueteiros,
ambos em Carnaúba dos Dantas, que apresentam evidências de ocupações
pré-históricas. Bem como nos sítios Fazenda Carnaúba de Baixo, no mesmo
município, e Fazenda Picos de Cima, no município de Acari, que apresentam
testemunhos da cultura material de antigas fazendas coloniais da região.

Dois sítios arqueológicos importantes vêm sendo escavados, atual-


mente, pela Fundação Seridó e NEA/UFPE. O primeiro é o Baixa do Umbu-
zeiro, situado na Comunidade Lajêdo, em Carnaúba dos Dantas. Trata-se
de sítio a céu aberto, próximo à Furna do Umbuzeiro, onde foi evidenciado
estruturas de combustão, fragmentos cerâmicos e material lítico (lascado e
polido). O outro é o sítio Aldeia da Serra da Macaguá, situado no alto da
Serra de Santana, município de Tenente Laurentino Cruz. Também é um sítio
a céu aberto, com a peculiaridade de conter fragmentos de cerâmica tupi-
nambá, tembetás e estruturas de combustão.

Pré-história do Rio Grande do Norte I: Pesquisas e Pesquisadores 19 e-Tec Brasil


Pesquisas arqueológicas hoje
Nos dias de hoje, diversas instituições, professores e pesquisadores
da UFRN e UERN, de forma isolada ou junto a grupos de pesquisa, realizam
Figura 08 - “Um Outro Nordeste” pesquisas arqueológicas no Rio Grande do Norte, além da Fundação Seridó
(Capa)
e NEA/UFPE.

O Museu Câmara Cascudo (MCC), já referido anteriormente, man-


tém um Departamento de Arqueologia, coordenado pelo arqueólogo Luiz
Dutra de Souza Neto, que desenvolve mapeamento e estudo dos sítios ar-
queológicos do território norte-rio-grandense, além de ser depositário do
acervo coletado por diferentes pesquisadores em mais de quarenta anos de
pesquisas, desde a fundação do antigo Instituto de Antropologia.

A Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN), no Depar-


tamento de História situado em Mossoró, mantém um Núcleo de Estudos
Arqueológicos (NEA) que tem contribuído de maneira significativa para o
conhecimento da Pré-história das regiões Oeste e Central do estado. Coor-
denado pelo arqueólogo Valdeci dos Santos Júnior, o NEA da UERN mantém,
ainda, o Laboratório de Arqueologia O Homem Potiguar (LAHP).

Em 1994 foi criado, no Campus da UFRN, o Laboratório de Arqueo-


logia (LARq), vinculado ao Departamento de História do Centro de Ciências
Humanas, Letras e Artes
(CCHLA), com o objetivo
inicial de incentivar as pes-
quisas sobre o rico poten-
cial do estado, formando
pesquisadores nessa área. O
LARq realizou pesquisas em
arqueologia pré-histórica e
histórica em várias áreas do
Rio Grande do Norte, con-
veniado com instituições
públicas e privadas como o
IPHAN/RN, a Fundação José
Augusto e o NEA/UFPE.
Figura 19 - Artefatos líticos do sítio Serrote dos Caboclos, Com a criação do Núcleo de
município de Pedro Avelino, pesquisado pelo MCC-UFRN
Estudos Históricos, Arqueo-
lógicos e de Documentação (NEHAD), o LARq foi convertido na Divisão de
Arqueologia, que redireciona seus trabalhos, nos dias de hoje, para a ar-

e-Tec Brasil 20 Curso Técnico Nível Médio Subsequente


queologia histórica, estando sob a responsabilidade do arqueólogo Roberto
Airon Silva, professor da UFRN.

Exercícios
1 – Considere as afirmações abaixo:

I – Durante os séculos XVIII e XIX o território que hoje forma o esta-


do do Rio Grande do Norte foi visitado por importantes viajantes,
naturalistas e curiosos, que, em seus relatos, anotaram a presença
de inscrições rupestres. Estamos nos referindo ao padre Francisco
Telles Correia de Menezes, a Louis Jacques Brunet, a Luciano Jac-
ques de Morais e José de Azevêdo Dantas.

II – José de Azevêdo Dantas, natural da região do Seridó, foi, de


longe, um dos mais importantes pesquisadores do Rio Grande
do Norte, na primeira metade do século XX, por ter feito um im-
portante registro das pinturas e gravuras de sítios arqueológicos
norte-rio-grandenses e mesmo paraibanos, apesar de não ter for-
mação acadêmica.

III – Na década de 1960, despontou o Instituto de Antropologia da


UFRN – anos mais tarde, renomeado de Museu Câmara Cascudo
– como centro de pesquisa responsável pelas primeiras iniciativas
acadêmicas no que diz respeito ao registro do patrimônio arqueo-
lógico potiguar.

IV – O IPHAN, nas décadas de 1970 e 1980, realizou trabalhos de


registro de sítios arqueológicos em todo o estado do Rio Grande
do Norte, seguido de seu tombamento por meio de lei específica.

V – A região do Seridó potiguar é objeto de pesquisas por parte do


NEA da UFPE desde a década de 1980, tendo sido constatado, nes-
se espaço, a presença de sociedades de caçadores-coletores desde,
pelo menos, 9 mil anos atrás. Sociedades essas que, além de sua
cultura material (enterramentos, ferramentas líticas, cerâmicas)
presente no subsolo de vários sítios arqueológicos, nos legou um
importante conjunto de pinturas e gravuras rupestres.

Com base no que foi afirmado, marque a alternativa que corresponde

Pré-história do Rio Grande do Norte I: Pesquisas e Pesquisadores 21 e-Tec Brasil


ao conteúdo que foi discutido nessa aula:

( ) O item I está correto.

( ) O item III não está correto.

( ) Os itens II, III e V estão corretos.

( ) Os itens I e IV não estão corretos.

( ) Todos os itens estão corretos.

2. O Rio Grande do Norte foi palco de estudos arqueológicos por parte de


diversas instituições de ensino e pesquisa, a partir da década de 1960. Ob-
servando o que foi comentado nessa aula, relacione as instituições com os
nomes de seus respectivos pesquisadores. Utilize, para tanto, a correspon-
dência das letras minúsculas (instituições) com os nomes dos pesquisadores:

(a) Instituto de Antropologia/MCC-UFRN

(b) IPHAN

(c) NEA/UFPE

(d) NEA/UERN

( ) Armand François Gaston Laroche

( ) Elizabeth Mafra Cabral

( ) Gabriela Martin

( ) Irma Asón Vidal

( ) Luiz Dutra de Souza Neto

( ) Maurina Sampaio de Souza

( ) Mauro Alexandre Farias Fontes

e-Tec Brasil 22 Curso Técnico Nível Médio Subsequente


( ) Nássaro Nasser

( ) Osmar Medeiros

( ) Roberto Airon Silva

( ) Tom Miller

( ) Valdeci dos Santos Júnior

( ) Vicente Giancotti Tassone

Atividades
O estado do Rio Grande do Norte é conhecido pela diversidade e
expressividade do seu patrimônio arqueológico. No seu município ou região
existe algum sítio arqueológico? Se sim, como ele é conhecido? Onde se
localiza? Quem foi o primeiro pesquisador a apontar a sua existência? Esse
sítio já foi estudado por alguma instituição de ensino ou pesquisa? Reúna
essas informações e elabore uma dissertação sobre o tema.

Resumindo
Nesta aula, você iniciou o estudo da Pré-história do Rio Grande do
Norte. Foi discutido o conceito de Pré-história e suas ambigüidades, bem
como, fez-se uma abordagem sobre os primeiros pesquisadores a interessar-
se em registrar o patrimônio arqueológico potiguar, para, em seguida, se dis-
correr sobre as pesquisas científicas feitas no estado sobre o nosso passado
pré-histórico pelo MCC-UFRN, IPHAN, NEA-UFPE e Fundação Seridó.

Auto-avaliação
Em seu caderno, responda à seguinte pergunta: Como guia de turis-
mo, qual a importância que devo dar às pesquisas arqueológicas desenvolvi-
das no meu estado?

Pré-história do Rio Grande do Norte I: Pesquisas e Pesquisadores 23 e-Tec Brasil


Espaço do aluno
O que você gostaria de ter visto nessa segunda aula que não foi abordado?

Entrando na Rede

Museu Câmara Cascudo


http://www.mcc.ufrn.br/wordpress/

Sociedade de Arqueologia Brasileira - SAB


http://www.sabnet.com.br/

Mneme. Dossiê Arqueologias Brasileiras


http://www.cerescaico.ufrn.br/mneme/anteriores/sumario13.htm

Mneme. Dossiê Arqueologia e Patrimônio no RN


http://www.cerescaico.ufrn.br/mneme/anteriores/sumario23.htm

Programa de Pós-Graduação em Arqueologia – UFPE


http://www.ufpe.br/arqueologia/index.html

e-Tec Brasil 24 Curso Técnico Nível Médio Subsequente


Referências
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Parelhas, Rio Grande do Norte. Primeiros resultados. Clio Arqueológica. Recife, v. 1, n. 15,
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Créditos das ilustrações


Figura 1. Fortaleza dos Reis magos. Foto: Alex Uchôa. Disponível em: <http://www.
panoramio.com/photo/2366274>. Acesso: 25 mar 2010.
Figura 2. Sítio arqueológico Pedra do Letreiro, Currais Novos-RN. Foto: Helder Macedo.
Figura 3. Louis Jacques Brunet. Capa do livro ROSADO, Vingt-Un; CAMPOS E SILVA,
Antônio. Louis Jacques Brunet: naturalista viajante. 2.ed. Mossoró: Fundação Guimarães
Duque/Fundação Vingt-Un Rosado, 2001.
Figura 4. José de Azevêdo Dantas. Acervo do Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba,
João Pessoa, PB.
Figura 5. Croqui de localização de inscrições rupestres situadas nos rios Carnaúba, Acauã
e Seridó, feito por José de Azevêdo Dantas. Integra o manuscrito DANTAS, José de Azevêdo.
Inscripções lapidares no municipio de Picuhy. [S. l.], [S. d.]. 12 p. (cópia do original do
Arquivo Particular de Carlos José Archanjo).
Figura 6. Manuscrito de José de Azevêdo Dantas, com inscrições copiadas do Rochedo
Pinturas, no sítio Xiquexique. Acervo do Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba, João
Pessoa, PB.

Pré-história do Rio Grande do Norte I: Pesquisas e Pesquisadores 27 e-Tec Brasil


Figura 7. Croqui de localização de sítios arqueológicos no Riacho do Bojo, feito por José
de Azevêdo Dantas. Integra o manuscrito DANTAS, José de Azevêdo. Inscripções lapidares
no municipio de Picuhy. [S. l.], [S. d.]. 12 p. (cópia do original do Arquivo Particular de
Carlos José Archanjo).
Figura 8. Croqui de localização de sítios no município de Parelhas, feito por José de
Azevêdo Dantas. Integra o livro DANTAS, José de Azevêdo. Indícios de uma civilização
antiqüíssima. João Pessoa: Governo do Estado/Secretaria de Educação e Cultura/Fundação
Casa de José Américo/IHGPB/A União, 1994 (Biblioteca Paraibana, n. XI). 316 p.
Figura 9. Manuscrito de José de Azevêdo Dantas, com inscrições copiadas do Rochedo
Pinturas, no sítio Xiquexique. Acervo do Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba, João
Pessoa, PB.
Figura 10. Capa da 5ª. edição do livro “Antiga História do Brasil”, de Ludovico Schwennagen
(a primeira edição é de 1928).
Figura 11. Fachada da 1ª. sede do Instituto de Antropologia. Acervo do MCC. Disponível
em: <http://www.mcc.ufrn.br/wordpress/?cat=33>. Acesso: 25 mar 2010.
Figura 12. Imagem do sítio Casa Santa, tomada pelo Prof. Carlos Lyra em 1971. Integra o
livro SOUZA, Oswaldo Câmara de. Acervo do Patrimônio histórico e artístico do Rio Grande
do Norte. Natal: IPHAN, 1981.
Figura 13. Imagem do sítio Casa Santa, tomada pelo Prof. Carlos Lyra em 1971. SOUZA,
Oswaldo Câmara de. Acervo do Patrimônio histórico e artístico do Rio Grande do Norte.
Natal: IPHAN, 1981.
Figura 14. Pesquisadores do Instituto de Antropologia em atividades de campo. Acervo do
MCC. Disponível em: <http://www.mcc.ufrn.br/wordpress/?cat=33>. Acesso: 25 mar
2010.
Figura 15. Atual fachada do Museu Câmara Cascudo. Acervo da UFRN. Disponível em:
<http://www.50anos.ufrn.br/space_memories/view/18>. Acesso: 25 mar 2010.
Figura 16. Sítio arqueológico Mirador de Parelhas. Foto: Helder Macedo
Figura 17. Sítio arqueológico Pedra do Alexandre, Carnaúba dos Dantas. Foto: Sidney
Santos da Silva.
Figura 18. Área arqueológica do Seridó, delimitada pelos estudos do NEA/UFPE. Integra o
artigo MARTIN, Gabriela. Fronteiras estilísticas e culturais na arte rupestre da área
arqueológica do Seridó (RN, PB). Clio Arqueológica. Recife, v. 1, n. 16, p. 11-32, 2003.
Figura 19. Sítio arqueológico Toca de Zé Braz, Cerro Corá. Foto: Valdeci dos Santos Júnior.
Disponível em: <http://brebote.blogspot.com/2007_09_01_archive.html>. Acesso: 25
mar 2010.
Figura 20. Artefatos líticos do sítio Serrote dos Caboclos, município de Pedro Avelino,
pesquisado pelo MCC-UFRN. Integra o artigo SOUSA NETO, Luiz Dutra de; BERTRAND,
Daniel; SABINO, Ana Amélia de Brito. Análise da coleção lítica do sítio arqueológico Serrote
dos Caboclos, município de Pedro Avelino/RN. Mneme – Revista de Humanidades, v. 7, n,
16, p. 251-75, 2005.

e-Tec Brasil 28 Curso Técnico Nível Médio Subsequente

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