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[...] os familiares vão se perguntar: “por que meu ente querido, meu
familiar se matou? Não fizemos aquilo que deveríamos? Não
soubemos ver o sofrimento dele, não soubemos acudir”? Os familiares
podem ficar indignados, irados pelo falecido ter feito o que fez. “Como
é que ele fez isso? Por que ele fez isso com a gente? Qual foi o
motivo? Não pensou como a gente ia sofrer”?
No que diz respeito ao luto por perdas de filho frente ao suicídio, essa se trata
de uma experiencia mais desorganizadora que o ser humano pode sofrer, além de
apresentar o confronto com a finitude da própria existência e um senso de nexo
temporal invertido, uma vez que supostamente os pais deveriam morrer antes dos
filhos. Para pais que perdem seus filhos, há a quebra de expectativas e fantasias a
respeito do crescimento do filho, essas que são projetadas na gravidez e duram o
resto da vida, isso se torna a principal característica em relação a outras
experiencias do luto (FREITAS & MICHEL, 2015; MEIJ et al., 2008).