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PONTÍFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO

MOYSÉS LIMA SANDER

TESTE DE CHAMAS – ANÁLISE ESPECTROSCÓPICA

RIO DE JANEIRO-RJ
2021
MOYSÉS LIMA SANDER
TURMA:33O
MATRÍCULA:2111509

TESTE DE CHAMAS – ANÁLISE ESPECTROSCÓPICA

Professor: Omar Ginoble Pandoli

Rio de Janeiro-RJ
2021
RESUMO

O experimento do teste de chama consiste na utilização de um bico de Bunsen para


o manuseio da transferência de energia em forma de calor com o intuito de excitar
os elétrons de um dado elemento ou de sais, quando os elétrons se excitam ocorre a
absorção da energia vindo do bico de Bunsen, ocasionando em um pulo para a
camada mais externa, e como o elétron busca a estabilidade o elétron irá voltar para
sua orbital na qual estava primariamente, assim liberando a energia em forma de
fóton. Essa radiação emite cores específica de seus respectivos elementos.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Modelos atômicos.........................................................................................6


Figura 2 - Transição entre camadas.............................................................................9
Figura 3 - Forças atuantes no elétron.........................................................................10
Figura 4 - Comprimentos de ondas e suas linhas espectrais.....................................12
Figura 5 - Espectrograma eletromagnético.................................................................13
Figura 6 - Emissão espectral de todos os elementos.................................................14
Figura 7 - Chama do Sr2+............................................................................................14
Figura 8 - Chama do Ca2+...........................................................................................15
Figura 9 - Chama do Na+.............................................................................................15
Figura 10 - Chamas do Ba2+........................................................................................16
Figura 11 - Chama do Cu2+.........................................................................................16
Figura 12 - Chama do K+.............................................................................................16
Figura 13 - Chama do Na+ usando o vidro de cobalto................................................17
Figura 14 - Chama do K+ usando o vidro de cobalto..................................................17
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................7

2. REFERENCIAL TEÓRICO.....................................................................................9

2.1. O átomo de Bohr...............................................................................................9

2.2. Visualização da chama para o observador..................................................12

2.3. Progressão energética dos elementos.........................................................13

2.4. Vidro de Cobalto e suas aplicações..............................................................16

3. CONCLUSÃO.......................................................................................................17

4. BIBLIOGRAFIA....................................................................................................18
1. INTRODUÇÃO
A física e química são as ciências que explicam de forma lógica os fenômenos da
natureza por meio da matemática, com o passar do tempo os estudos sobre a
compreensão do mundo macroscópico e microscópico foi sendo ampliada. Desde a
Grécia antiga pelos filósofos da natureza, que tinham o intuito de explicar a natureza
com os quatro elementos fundamentais, tal conceito foi exposto por Aristóteles.
Depois, na era moderna, Isaac Newton contribuiu para a criação do cálculo integral e
consolidou a maior parte da física clássica que é compreendida atualmente.
Entretanto, as pesquisas não se resumiram apenas ao mundo macroscópico e
passaram a ter uma perspectiva da ordem de 0,1 nanômetro ou 10 -10 metro.
O mundo microscópico é um universo vasto que foi e está sendo desvendado
por inúmeros físicos e químicos dentre eles compõem: John Dalton, J.J. Thomson,
Robert Milikan, Eugen Goldstein, Ernest Rutherford, Max Planck, Niels Bohr, James
Chadwick, Arnold Sommerfeld, De Broglie, Heisenberg, Schrödinger, entre outros.
Segue a evolução dos modelos atômico, conforme ilustra a figura 1:
Figura 1 - Modelos atômicos

Fonte: Muniz, Silas, 2018 - Sinapse

Entretanto, o mundo da física clássica e da física quântica por muito tempo não
se conciliaram, só quando Niels Bohr, utilizando os conhecimentos adquiridos por
Max Planck e considerando a física clássica na mecânica do movimento do elétron
foi capaz de conciliar às duas vertentes da física que antes era impossível. Essa

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aquisição não remodelou o modelo atômico como foi criada outras áreas na física e
da química, como por exemplo a área da espectroscopia, que foi capaz não só de
expressar os elementos em forma de linhas do espectro visível, que representam
cada elemento, como, a descoberto de cinco novos elementos, sendo estes o hélio,
presente na superfície do Sol. Césio, Rubídio, Tálio e índio foram descobertos pelo
químico, Bunsen, e pelo físico, Kirchhoff, por meio da análise de sais alcalinos e sais
puros. A espectroscopia não só é útil para determinar elementos perto como a
distância, a análise espectroscópica é muito usada no meio da astrofísica para
determinar a composição de estrelas e de planetas.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO
O referencial teórico será estruturado seguindo os seguintes tópicos: O átomo
de Bohr, Visualização da chama para o observador, Progressão energética dos
elementos, Vidro de Cobalto e suas aplicações.
2.1. O átomo de Bohr
O modelo atomístico de Niels Bohr foi estabelecido para explicar os
paradoxos do modelo de Rutherford e os fundamentos da Física Clássica. De
modo a de explicar a mecânica do elétron na eletrosfera, Bohr desenvolveu
quatro postulados. O primeiro postulado foi criado para que não houvesse um
colapso da matéria, pois seguindo os conceitos da Física Clássica, toda carga
elétrica em movimento acelerado deve emitir energia.
Devido a isso, os elétrons iriam ter suas energias diminuídas continuamente
devido à atração do núcleo e mais cedo ou mais tarde o elétron iria se colapsar
com o núcleo. Dito isto, o primeiro postulado foi chamado, postulado dos níveis
de energia, em que consistia, que os elétrons só podem orbitar ao redor do
núcleo em orbitais circulares de raios predefinidos. Em que, para cada raio
desses, há uma energia relacionada, ou seja, dentro de uma órbita os elétrons
são realizam absorção ou emissão de energia. Outra explicação para esse
fenômeno é que os elétrons só podiam se mover em órbitas circulares somente
se o comprimento de sua órbita for igual a um número inteiro de comprimentos
de onda de De Broglie. Portanto, a condição foi feita, seguindo a equação:

Comprimento de onda de De Broglie:


h 4 πεr
e
λ=
m √ (1)
Em que λ, h, e, ε e m são, respectivamente, o comprimento da onda,
constante de Planck, carga do elétron, constante eletrostática e a massa do
elétron.
nλ=2πrn (2)

Na qual n, λ, e rn são, respectivamente, o número quântico da órbita,


comprimento de onda de De Broglie e o raio da órbita que contém n
comprimentos de onda de De Broglie.
Substituindo a equação 1 em 2:

8
n2 h2 ε
Rn= (3)
πme 2

As análises feitas por Bohr foram realizadas apenas para o átomo mais
simples existente, o átomo de hidrogênio, com sua configuração eletrônica
definida pelo diagrama de Pauli como, 1s 1, sendo seu número quântico principal,
ou camada, ou órbita, sendo igual a 1. Logo utilizando a equação 3, o raio da
órbita do hidrogênio vale r1=5,292.10-11m. Para os demais raios possíveis, segue
a equação:

rn=n2 . r 1 (4)

O segundo postulado de Bohr, postulado das transições de energia, exprime


que os elétrons só podem transitar de camadas, órbitas, caso lhes forem
expostos uma quantidade de energia, essa quantidade de energia foi classificada
por “quantum” por Max Planck (fóton na literatura), um dos pioneiros da
mecânica quântica. A transição entre camadas também foi denominada como o
salto quântico do elétrico, proveniente da palavra “quantum”. Quando o elétron
absorve energia ele realiza o salto quântico para uma camada mais externa e
quando ele retorna para sua camada ele libera energia, ou um fóton, emitindo
uma cor do elemento. Conforme segue a ilustração da figura 2.
Figura 2 - Transição entre camadas

Fonte: VALADARES, 2005, p.5.

9
Segundo o modelo de Bohr, os níveis de menor raio apresentam menor
energia e os níveis de maior raio apresentam maior energia. Isto ocorre visto
que, conforme ilustra a figura 2 do átomo de hidrogênio:
Figura 3 - Forças atuantes no elétron

Fonte: Prof Garcia Lima, Antonio Guilherme

Assumindo que a órbita é circular como Bohr já mencionou, implica que o


elétron quando em movimento ocorre uma atração do núcleo, sendo assim a
força centrípeta do movimento tem que ser igual à força elétrica entre o próton e
o elétron. Segue nas equações abaixo:
m v2 1 e2
Fel=Fcp → = (5)
r 4 πε r 2
Logo a velocidade do elétron vale, portanto:
e2 (6)
v=
√ 4 πεmr
A energia mecânica total do elétron será a soma da energia cinética com a
energia potencial elétrica, que vale:
m v2 e2
Ec= e E p= (7)
2 4 πrε

Substituindo a equação 5 em 6 e somando, implica:


−e 2
E= (8)
8 πεr

10
Assim, conforme segue a equação da energia do elétron em função do raio,
percebe-se que quanto maior o raio maior será a energia.
Logo, para descobrir a energia total do elétron, basta substituir a equação 3
na equação 8, pois como os possíveis raios para os elétrons em órbita só
assumem determinados valores, implica em:
−m e 4 (9)
E= 2 2 2
8ε h n
Como as grandezas m, e, ε e h são todas constante foi dado uma única
constante para a equação sendo a constante, E 1. Logo:
E1
E= (10)
n2
Implicitamente observando a equação 10 é possível notar que, quando o
elétron está em sua orbital ele exprime uma energia, quando ele é exposto a uma
energia externa o átomo se torna excitado pulando de órbita e voltando para sua
órbita de origem. Essa variação de energia será proporcional a dois valores
inteiros n e m, de suas órbitas. Logo a variação de energia é expressa como:
1 1
ΔE=E 1
( −
n2 m2 ) (11)

2.2. Visualização da chama para o observador


Sabe-se que a velocidade da luz é dada pelo produto de seu comprimento
pela frequência:
c= λf (12)
Em que c, λ, f são, respectivamente, a velocidade da luz no vácuo,
comprimento de onda da luz e a frequência da luz.
Correlacionando a velocidade da luz com a energia proveniente da equação
de Planck:
E=hf (13)

Na qual E, h e f, são respectivamente, a energia, a constante de Planck


e a frequência. Substituindo a equação 8 na equação 9, temos:
hc
E= (14)
λ
Como a conservação da energia tem que ser mantida, isso implica que
a energia cedida ou recebida do elétron é igual a variação de energia do
elétron, ou seja, basta substituir a equação 14 na 11. Resultando:

11
1 −E 1
= ¿)
λ ch (15)

Logo, é possível determinar qualquer comprimento de onda


proveniente do salto de um elétron entre duas camadas pré-definidas.
Resultando na energia de cada elemento utilizando a equação 13. Conforme
segue a figura 4, os comprimentos de ondas de diversos elementos.

Figura 4 - Comprimentos de ondas e suas linhas espectrais

Fonte: Química Geral 1, USP, 2014

Como o comprimento de onda é inversamente proporcional à energia,


podemos concluir que quanto maior é o comprimento que uma luz emite
menor é sua energia, analogamente para de menor comprimento de onda.

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Para cada cor no espectro visível possui um comprimento de onda, conforme
ilustra a figura 4:
Figura 5 - Espectrograma eletromagnético

Fonte: UC Davis ChemWiki, CC-BY-NC-AS 3.0

Visto o espectro visível é possível determinar a energia de um


elemento através do teste de chama do próprio, a labareda da chama indicará
ao observador a energia do elemento.
Como já visto, quando ocorre a estabilização do elétron após uma
excitação prévia acarreta uma emissão de luz eletromagnética. Como o ser
humano só consegue ver o espectro visível, o observador só irá enxergar a
cor no espectro visível. A figura 5 ilustra o espectro de cada um dos
elementos químicos:

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Figura 6 - Emissão espectral de todos os elementos

Fonte: Tabela Periódica.org

2.3. Progressão energética dos elementos


A análise será feita a partir dos elementos: sódio, potássio, cálcio, bário,
estrôncio e o cobre. Utilizando o bico de Bunsen para transferir energia através de
calor para os elementos, ocorrerá uma excitação dos elétrons devido à absorção de
energia e quando o átomo voltar a se estabilizar ele emitirá um fóton.
Em ordem energética, o estrôncio possui o maior comprimento de onda,
analogamente sua energia será a maior dentre os demais elementos, ilustrado na
figura 6:
Figura 7 - Chama do Sr2+

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Como a coloração de sua chama é um vermelho bem forte, vermelho
carmesim, sua energia é a melhor dentre todos.
Em sua sequência vem o cálcio, sua coloração alaranjada faz com que ele
seja mais energético que o estrôncio, como segue na figura 7:
Figura 8 - Chama do Ca2+

Na ordem crescente energética o sódio é maior que o estrôncio e o cálcio,


devido sua chama de cor amarela intensa, conforme a figura 8:
Figura 9 - Chama do Na+

Logo em seguida vem o bário com uma coloração esverdeada, o bário tem
sua particularidade, pois até atingir uma estabilidade energética sua chama tem
coloração avermelhada. Chama vermelha e chama esverdeada, como ilustra a figura
9:

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Figura 10 - Chamas do Ba2+

O cobre é um dos elementos que possui a segunda maior energia dentre os


seis elementos, tendo uma coloração verde forte. Conforme ilustra a figura 10:
Figura 11 - Chama do Cu2+

O último elemento é o maior dentre os seis é o potássio com uma coloração


violeta. Como ilustra a figura 11:
Figura 12 - Chama do K+

2.4. Vidro de Cobalto e suas aplicações


Caso seja necessária uma análise de uma substância que esteja contaminada
com íon de sódio, a cor amarela do sódio é muito intensa e irá prejudicar a
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visualização da chama, a função do vidro de cobalto é filtrar a cor amarela
proveniente dos íons de sódio. Utilizando o vidro de cobalto a chama será
representada conforme a figura 12:
Figura 13 - Chama do Na+ usando o vidro de cobalto

Como a função do vidro de cobalto é filtrar a coloração dos íons de sódio,


ocorrerá a visualização de uma chama azul, devido à coloração do vidro de cobalto.
Como já visto a chama do potássio possui uma coloração violeta, com o uso
de um vidro de cobalto a chama do potássio possui uma visualização mais intensa.
Como ilustra a figura 13:
Figura 14 - Chama do K+ usando o vidro de cobalto

Todos as análises foram feitas por intermédio do VirtualLab na bancada de


inorgânica.

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3. CONCLUSÃO

A espectroscopia foi um avanço enorme para o desenvolvimento tecnológico em


diversas áreas da ciência, sendo ela espacial, industrial ou teórica. Sendo capaz de
catalogar cada substância até agora encontrada e pode de realizar experimento a
enormes distâncias. Todos os experimentos do teste de chamas foram realizados no
VirtualLab, sendo apresentados a chama de íon metálicos como Sr 2+, Na+, K+, Cu2+,
Ba2+ e o Ca2+. Bem como a visualização do filtro de vidro de cobalto para uma
análise filtrando os íons de sódio metálico.

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4. BIBLIOGRAFIA
Muniz, Silas. A evolução dos modelos atômicos. Disponível em:<
https://emsinapse.wordpress.com/2018/11/04/a-evolucao-dos-modelos-atomicos/>.
Acesso em: 19 de abr. 2021.
JULIO DANTAS LAGOS. Análise elementar por via seca. Disponível em:<
https://gqj.spq.pt/chemrus/Teste%20Chama-Julio%20Dantas%20Lagos.pdf>.
Acesso em: 16 abr. 2021.
IFRS. As aplicações da Física Quântica no cotidiano: uma análise dos livros de
Física do Ensino Médio. Disponível em:<
https://memoria.ifrn.edu.br/bitstream/handle/1044/1733/TCC%20%20JO%C3%83O
%20VICTOR.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 18 de abr. 2021.
UERJ, Garcia Lima, Antonio Guilherme. Átomos. Disponível em:<
https://www.antonioguilherme.web.br.com/blog/materiais-eletricos-e-
magneticos/estrutura-da-materia/atomos/>. Acesso em: 19 de abr. 2021.
USP. EXPERIÊNCIA 5 – ESPECTRO ATÔMICOS. Disponível
em:<http://www.iq.usp.br/fmvichi/html/EXP%205.pdf>. Acesso em:21 abr.2021
UFPR. Experimento Estrutura atômica: Teste da chama e Luminescência.
Disponível em:< http://www.quimica.ufpr.br/paginas/quimica-na-pratica/wp-
content/uploads/sites/35/2020/08/chama_Lumin.pdf>. Acesso em:19 de abr. 2021.
M. de Lime, Geraldo; C. A. Barbosa, Luiz; A. L. Filgueiras, Carlos. ORIGENS E
CONSEQUÊNCIAS DA TABELA PERIÓDICA, A MAIS CONCISA ENCICLOPÉDIA
CRIADA PELO SER HUMANO. Scielo, 2019.
Khan Academy. Luz: ondas eletromagnéticas, espectro eletromagnético e
fótons. Disponível em:< https://pt.khanacademy.org/science/physics/light-
waves/introduction-to-light-waves/a/light-and-the-electromagnetic-spectrum>. Acesso
em: 19 de abr. 2021.
TABELAPERIÓDICA.ORG. Tabela periódica com espectros de emissão atômica
dos elementos. Disponível em:< https://www.tabelaperiodica.org/tabela-periodica-
com-espectros-de-emissao-atomica-dos-elementos/>. Acesso em: 19 de abr. 2021.

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ASTRONOO. Tamanho dos atomos. Disponível em:<
http://www.astronoo.com/pt/artigos/tamanho-dos-atomos.html>. Acesso em: 19 de
abr. 2021.

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