Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
IMPACTO URBANO
DE EDIFICAÇÕES
COMPLEXAS:
SALVADOR
2018
1
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
2
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
SALVADOR
2018
3
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
4
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
Salvador, de 2018.
Banca examinadora:
Antônio Pedro Alves de Carvalho ____________________________________________
Doutor em geografia, Instituto de Geociências e Ciências Exatas
Universidade Estadual Paulista
5
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
6
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao Professor Dr. Antônio Pedro Alves de Carvalho pela amizade e pela
contínua colaboração na minha aprendizagem acadêmica, desde o início da
graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo às atividades na Pós-graduação.
Aos Professores desta banca examinadora, Dr. Gilberto Corso e Dr. Fábio Bitencourt,
que além dos seus ensinamentos realizaram grande esforço para compatibilizarem as
suas agendas para a concretização das avaliações deste trabalho.
A Instituição Universidade Federal da Bahia (UFBA), em nome de todos os
professores e técnicos do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo
(PPGAU), por possibilitar o meu desenvolvimento nos campos profissional e
acadêmico. Ressalto a importância do Professor Dr. Arivaldo Amorim, que me
recepcionou muito bem, assim como os demais colegas, no Laboratório em estudos
avançados em Cidade, Arquitetura e Tecnologias Digitais (LCAD). À Faculdade de
Arquitetura, Paisagismo e Urbanismo da Universidade Salvador (UNIFACS), em nome
da Coordenadora Cristiane Sarno, da vice-coordenadora Maria Sacramento e de
todos os professores, por possibilitarem a prática do ensino e o contato com as
matérias-primas da atividade do professor, que são as ideias e as pessoas.
Às instituições colaboradoras que viabilizaram esta atividade de pesquisa,
favorecendo o desenvolvimento de todo o conteúdo demonstrado nesta dissertação,
como o Hospital São Rafael (HSR) e a Companhia de Desenvolvimento Urbano do
Estado da Bahia (CONDER).
Aos amigos e colaboradores, em especial aos arquitetos(as) Doris Vilas Boas, Patrícia
Marins Farias, Lucianne Fialho Batista, Mateus Morbeck, Wagner Farias, Rafael
Câmara, Rafael Cordeiro, João Lúcio Boni, Ethel Pinheiro, Ana Aguiar, Ludmila
Gomes, aos graduandos em arquitetura e urbanismo Daniella Santana e Leanderson
Silva e ao geógrafo Emerson Borges, que contribuíram imensamente na assistência
técnica na produção dos mapas temáticos, na coleta de dados da pesquisa, na
produção das imagens, vídeos e na elaboração da maquete física.
Aos meus pais, José Celino Ferreira Nobre e Nívea Maria Morais Nobre, que cuidam
da minha educação e conduzem a minha formação cultural e ética a muito, sem hesitar
em prestar assistência em todos os momentos de minha existência. As minhas irmãs
Liz Morais Nobre e Ana Tereza Nobre.
À minha família, em nome dos meus avós, tios, primos e demais amigos e colegas,
pelo amor incondicional e compreensão em diversos períodos de ausência durante à
confecção das atividades laborais. Lembrança especial para as tias queridas Maria
das Dores Ferreira Nobre, Maria Ivanilde Ferreira Nobre e Maria Ferreira Nobre e aos
sogros Antônio Nelson Dantas Fontes e Rosélia Moreira Dantas Fontes.
7
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
À minha esposa e filhos, Lise Fontes Nobre, Leon Fontes Nobre e Lucas Fontes
Nobre, por participarem da minha vida, em todos os momentos, me beneficiando com
seus gestos de amor.
8
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
9
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
RESUMO
10
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
NOBRE NETO, José Ferreira. The impact of complex buildings: the case of hospitals
in Salvador-Bahia. 133 f. yl. 2018. Dissertation (Master degree) - Faculty of
Architecture and Urbanism, Federal University of Bahia, Salvador, 2018.
ABSTRACT
11
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
RESUMEN
12
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
LISTA DE FIGURAS
13
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
14
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
LISTA DE GRÁFICOS
15
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
LISTA DE QUADROS
16
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
LISTA DE TABELAS
17
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
18
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
BD Banco de Dados
CA Coeficiente de Aproveitamento
CC Centro Cirúrgico
19
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
HP Hospital Português
HS Hospital do Subúrbio
MS Ministério da Saúde
PM Pista Marginal
20
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
RM Região Metropolitana
21
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
VA Via Arterial
VC Via Coletora
VE Via Expressa
VL Via Local
VP Via de Pedestre
22
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 25
2 IMPACTO URBANO 34
23
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
5 CONCLUSÃO 191
REFERÊNCIAS 199
APÊNDICE 211
ANEXO 214
24
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
1
INTRODUÇÃO
25
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
26
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
27
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
28
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
Percebe-se que a tendência mundial dos aglomerados urbanos é de atrair, cada vez
mais, um maior número de habitantes. A infraestrutura das cidades, por sua vez,
necessita aumentar a sua capacidade para acompanhar este ritmo. É importante
avaliar, portanto, a contribuição das edificações complexas diante destes novos
desafios.
O ambiente construído tem o potencial de gerar benefícios ou criar problemas
urbanos. As estações de metrô e intermodais de veículos, criam uma nova trama de
vias aéreas, subterrâneas e prédios elevados; os shoppings centers, que têm a
capacidade de grande atração de público, modificam o sistema viário do seu entorno
imediato, através da criação de túneis, rotatórias e viadutos; mercados alimentícios,
dinamizam a logística intermunicipal da entrega e a comercialização dos insumos;
centros religiosos e ecumênicos, promovem o encontro dos públicos diversos,
advindos, muitas das vezes, das partes remotas das cidades e dos demais estados;
arenas multiusos, que promovem a atração de elevada capacidade de pessoas
através do segmento de entretenimento e hospitais, que muitas das vezes têm os
consumos de água, energia e de ar condicionado consideráveis, a produção de
resíduos e efluentes de larga escala e o quantitativo populacional flutuante, superior
a de pequenas cidades.
A importância dos hospitais no contexto urbano está associada aos seus impactos
potenciais gerados pela oferta dos serviços de saúde. Com relação aos benefícios,
estes complexos possuem leitos de internação, que atendem as redes de média e alta
complexidade e ofertam elevada quantidade de empregos. Como aspectos negativos
estão associados diretamente a questões ligadas com a sustentabilidade ambiental,
pois são equipamentos de grande consumo de insumos e produção de resíduos.
Estabelecimentos Assistenciais de Saúde (EAS) são equipamentos complexos em
sua natureza. São prédios projetados por uma equipe multidisciplinar e possuem
inúmeras variáveis para a compatibilização entre a arquitetura e as demais disciplinas
complementares, como engenharia estrutural e de instalações hidrossanitárias, de
gases medicinais, cabeamento estruturado e elétrica.
Pesquisas indicam que as edificações hospitalares são prédios que produzem
impactos especialmente sobre o meio ambiente, sobretudo pelo excessivo consumo
de energia. Sahamir e Zakaria (2014, p. 107) apontam, em 2009, que “No Brasil, os
hospitais representam 10,6 por cento do consumo anual total da energia do país.”
Embora os dados sejam relevantes, não representam exatamente o padrão de
consumo da matriz energética brasileira.
Outra relação importante se refere ao sistema de redes que estes equipamentos
estabelecem com as demais unidades de saúde. De acordo com o Cadastro Nacional
de Estabelecimentos de Saúde (CNES), Salvador possuía 3.024 unidades de saúde,
em 2017, considerando todos os tipos de serviços, de baixa, média e alta
complexidade (BRASIL, 2017c).
Deve-se destacar que, em Salvador, no mesmo período citado, a maioria dos leitos é
destinada ao Sistema de Saúde SUS, com 5.997 unidades (63%) sendo os demais o
total de 3.451 unidades (37%). Considerando o total da população para o período, a
proporção geral é de 3,68 leitos por mil habitantes (BRASIL, 2017c). Para a
Associação de Hospitais e Serviços de Saúde do Estado da Bahia (AHSEB, 2014), a
29
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
30
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
Com relação aos aspectos metodológicos, a pesquisa utiliza uma abordagem múltipla.
A intenção principal é de realizar avaliações qualitativas e quantitativas sobre o objeto
de estudo, retroalimentando a pesquisa a partir de observações dos fenômenos
ocorridos e experiências de outros pesquisadores.
A abordagem qualitativa leva em consideração as questões com relação aos
levantamentos dos aspectos visuais. Na abordagem quantitativa, os elementos
urbanos serão analisados por medição dos dados obtidos através do levantamento do
uso do solo urbano. Esta técnica permite verificar a quantidade de estabelecimentos
presentes (comerciais, saúde, serviços e outros) na sua proximidade do hospital e
unidades residenciais existentes ao longo do sistema viário. Isto não exclui a
necessidade de uma interpretação qualitativa, pois a análise do contexto torna-se
importante. Nesse momento foram utilizadas tecnologias digitais para a extração dos
dados da pesquisa. Sobre o zoneamento e a setorização do estudo de caso do
hospital foi utilizado o sistema Building Information Modeling (BIM) e sobre a
localização dos hospitais na cidade foi utilizado o sistema Geographic Information
System (GIS).
A pesquisa foi desenvolvida em três fases. Na primeira, foi realizada a teorização
sobre os impactos urbanos, no capítulo 2. Neste tópico foi realizado o levantamento
do seu conceito por diversos autores, sob a perspectiva de normativas legais. A
segunda fase destina-se à definição sobre edificações complexas e seus impactos,
no capítulo 3. Nesse momento foi realizado o levantamento das metodologias de
análise destes equipamentos. A terceira fase trata da seleção das edificações
hospitalares e a análise do estudo de caso, realizado no capítulo 4, denominado o
Hospital São Rafael.
Foi realizada a revisão da literatura sobre o tema, explicando os conceitos norteadores
a respeito das definições iniciais acerca dos termos, ambiente urbano e impacto
ambiental urbano. Foram elencados os principais teóricos sobre o tema, explicitando
o contexto atual sobre a expansão da construção civil nas cidades, a problemática do
consumo excessivo de materiais e da produção de resíduos desse segmento. Em
seguida, é tratada a legislação pertinente ao assunto, ou seja, é apresentado o
Estatuto da Cidade, o qual promove o planejamento e o ordenamento das cidades.
Por fim, são listadas as consequências dos impactos urbanos em diversas partes do
globo. Com relação aos aspectos positivos, trata-se da criação de cidades cada vez
mais dinâmicas, com múltiplas funções. Os efeitos negativos se referem à
desigualdade social e as questões socioambientais.
Na segunda fase do trabalho, no capítulo 3, foi realizada a conceituação de
edificações complexas e o levantamento das metodologias de análise destes prédios.
Neste tópico são abordados os pensamentos de diferentes autores sobre a
contribuição da arquitetura para a qualidade dos espaços das cidades. Também foram
levantadas as técnicas de análises de projetos complexos. Os procedimentos mais
recentes estão relacionados com a utilização de novas tecnologias, como o conceito
de parametria aplicada ao urbanismo, o geoprocessamento e o sensoriamento
remoto. Em seguida, foram descritas as vantagens das tecnologias digitais para o
planejamento das edificações complexas. O último tópico relacionou os hospitais, sua
escala e a cidade. Esta foi uma tentativa de contextualizar os complexos de saúde no
cenário atual das grandes metrópoles.
31
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
32
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
A análise do impacto urbano na Avenida São Rafael, no bairro São Rafael, foi
realizada a partir dos levantamentos de dados quantitativos sobre a evolução do solo
urbano desta região. Os dados mensurados tratam da quantidade de imóveis
presentes e a relação dos seus usos (comercial, residencial, serviços e outros); o
histórico dos consumos de energia e água do Hospital São Rafael; e o levantamento
do quantitativo de pessoas que transitam diariamente no Hospital São Rafael, quer
seja o público geral (pacientes, acompanhantes e visitantes) ou profissionais de saúde
e outros campos. Para a avaliação do processo de ocupação do solo, foram utilizadas
fotografias aéreas de satélite, disponibilizadas pela CONDER (BAHIA, 2017), e
editadas a partir do sistema ARCGIS 10.4 para plataforma Windows 7. As imagens de
sensoriamento remoto e de recorte temporal dos últimos dez anos permitiram a melhor
compreensão dos fenômenos estudados. As escalas destas representações
possibilitaram a visão com detalhes do objeto de pesquisa.
Através da análise do estudo de caso foi possível verificar aspectos físicos do
complexo hospitalar, como as dimensões da infraestrutura do EAS, a morfologia e a
tipologia arquitetônica, o zoneamento do bairro e o uso e da ocupação do solo da
região. Nesta situação foi utilizado o sistema AutoCAD 2017 para plataforma Windows
7, para gerar os referidos mapas temáticos. Outros aspectos identificados tratam das
dimensões das dinâmicas urbanas, relacionados com as alterações dos aspectos
sociais, econômicos e ambientais.
Foram avaliados os impactos urbanos causados pelo Hospital São Rafael, tratados a
partir dos diagnósticos realizados anteriormente. Estas informações foram
consolidadas a partir de dois quadros. O primeiro deles trata do Relatório de Impacto
de Vizinhança para edificações complexas implantadas no solo urbano. O segundo
quadro revela o Roteiro de verificação de impactos urbanos. Este último faz a
indicação inicial de medidas mitigadoras/ compensatórias das edificações complexas.
Sobre o Centro Administrativo e a Avenida Gal Costa, item 4.7, foi realizado o estudo
investigativo sobre o perfil dessa via, dentro do contexto de evolução urbana da
cidade. Inicialmente são descritas as características gerais do local e é realizada a
sua análise urbana. Em seguida, foi feito o estudo comparativo entre as Avenidas São
Rafael e Gal Costa, no sentido de apresentar as principais relações de semelhança e
diferença entre as vias.
Na conclusão são relacionadas as críticas, positivas e negativas, acerca dos impactos
urbanos produzidos pelo HSR, na Avenida São Rafael. Também são apresentadas as
principais potencialidades e problemáticas dos hospitais nas metrópoles
contemporâneas. São ainda descritas as perspectivas para os novos estudos sobre
os equipamentos complexos, apontando sugestões para futuras pesquisas.
33
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
2
IMPACTO URBANO
HOSPITAL DA BAHIA - HB
FONTE: Elaborado por Rafael Câmara – Arquiteto e urbanista UNIFACS/ Mestrando pela Escola
de Belas Artes UFBA. Acervo do autor.
34
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
35
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
36
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
Para Scalco, Pereira e Rigatti (2010), o EIV não tem proporcionado grandes
contribuições para a melhoria do meio ambiente urbano nacional e internacional. Os
autores comentam que as propostas realizadas até então precisam ser aprimoradas
para terem o desempenho referido pela normativa:
Eis o problema: a vasta maioria das cidades está com dificuldades para
acompanhar o ritmo – muitas ficam para trás, incapazes de atender às
demandas de suas populações em expansão. Essas cidades não estão
crescendo verticalmente, ficando mais “inteligentes” ou se beneficiando da
nova economia digital. Muitas delas estão se urbanizando antes mesmo de
se industrializar, fazendo com que os governos, infraestrutura e serviços
tenham dificuldade em acompanhar o ritmo. O resultado é o surgimento de
cidades mais desiguais, empobrecidas e frágeis. (MUGGAH, 2017, p. 2-3)
37
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
O contexto das metrópoles atuais propicia que o solo urbano se torne mais valorizado
e as edificações com tendência a verticalidade. Este estágio de crescimento cada vez
mais acelerado das cidades causa impactos ambientais negativos. As novas
edificações com elevado gabarito dificultam a iluminação e a ventilação natural dos
prédios, reduzindo, por consequência, a qualidade dos espaços urbanos. Pesquisas
apontam que:
Scalco, Pereira e Rigatti (2010) comentam que os métodos para avaliar a iluminação
natural e insolação em meios urbanos são determinados por parâmetros específicos.
A mensuração do impacto deste fenômeno na vizinhança é proposta uma nova
metodologia de análise do meio ambiente urbano, através da simulação
computacional. Ela leva em consideração as questões de gabarito, a organização
espacial das edificações na cidade e a massa construída ou volume dos prédios.
Através da simulação digital os pesquisadores avaliaram se os impactos provocados
pelas edificações, para os critérios de iluminação e ventilação, são positivos,
negativos ou neutros.
Tendo em vista que a Construção Civil é um segmento da cadeia produtiva que
provoca elevados níveis de poluição, é necessário refletir sobre a questão da
sustentabilidade ambiental aplicada as edificações construídas. Percebe-se impactos
das construções desde a fase de planejamento, da execução da obra, da sua
operação e da manutenção.
Com relação a morfologia urbana, o crescimento das cidades propicia, naturalmente,
transformações no seu tecido e o surgimento de equipamentos de grande porte. O
crescimento populacional e o adensamento das edificações são fenômenos que
podem ser mensurados através do planejamento urbano.
Para Celli (2012), a estrutura física da cidade, como o sistema viário e a ocupação
urbana, é diretamente influenciada pelas mudanças socioeconômicas regionais,
estaduais e municipais. A autora aborda o desenvolvimento urbano do município de
Sorocaba, a partir da análise da morfologia local, em períodos determinados, entre as
datas de 1600 a 1700, de 1700 a 1875, de 1875 a 1930, de 1930 a 1954 e de 1954 a
2000. A autora afirma que o estudo da evolução urbana facilita a compreensão da
configuração dos espaços em momentos distintos, tão importante para a definição de
políticas públicas para o desenvolvimento das cidades, sobretudo, com relação a
qualidade ambiental urbana.
Outra forma da leitura das transformações das cidades é através da identificação de
projetos relevantes que produzem impactos significativos. Esses projetos podem
contribuir positivamente para a renovação das cidades, ou seja, eles tendem a
38
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
Correia (2008) demonstra que o impacto produzido pela instalação das indústrias nas
cidades tem provocado um desequilíbrio na infraestrutura. O motivo principal seria a
ocupação das vias urbanas pela movimentação dos estoques através de veículos de
grande porte, saturando o sistema viário e diminuindo a qualidade de vida urbana. A
39
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
40
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
41
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
3
EDIFICAÇÕES COMPLEXAS E SEUS
IMPACTOS
42
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
1
Impacto ambiental: “[...], considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades
físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia
resultante das atividades humanas [...]” (BRASIL, 1986, p. 1)
2
Resíduos da construção civil: São os provenientes de construções, reformas, reparos e demolições
de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como:
tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e
compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações,
fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha. (BRASIL, 2002b,
p. 1)
43
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
De acordo com a Resolução Conama N°.1 (BRASIL, 1986, p. 1), as alterações sobre
o meio ambiente, realizadas por ações antrópicas, podem comprometer:
I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
II - as atividades sociais e econômicas;
III - a biota;
IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
V - a qualidade dos recursos naturais.
44
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
45
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
46
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
Apesar dos valores do consumo energético pela fonte dos hospitais no Brasil serem
muito elevados, apontados por Sahamir e Zakaria (2014), eles também são, acima de
tudo, controversos. Segundo os dados resumidos do Balanço Energético Nacional de
2018, construído a partir da Tabela da Matriz Energética Nacional no ano base de
2017 (BRASIL, 2018a), não existe a fonte segregada do segmento saúde. Neste caso
os dados devem ser extraídos dos setores comercial e/ou público, que é algo que se
apresenta descriminado na planilha. De acordo com a pesquisa, o maior consumo de
energia está relacionado com o setor residencial, que tem o consumo energético de
133.976 Gwh (45%); na segunda posição está o setor comercial, com 90.198 Gwh
(30%); na terceira posição o setor público, com 43.308 Gwh (15%); e, na quarta
posição o setor agropecuário, com 28.736 Gwh (10%).
Tendo em vista o contexto atual de instabilidade climática, diversas organizações,
como a OMS e a Health Care Without Harm, têm se preocupado com o desempenho
das edificações do segmento saúde. A intenção principal destas instituições é difundir
soluções para mitigar os problemas gerados pelos hospitais, desenvolvendo “...
programas para sistemas de saúde que contribuam para reduzir suas próprias
emissões de gases de efeito estufa.” (WHO, 2009, p. 2)
Uma das práticas para tornar estas edificações mais eficientes nos serviços de saúde,
adotadas por diversos países, trata de seguir os princípios da construção ecológica,
também denominado de hospitais verdes. As ações orientam questões de localização
destes equipamentos com relação a proximidade de rotas de transportes público, a
utilização de materiais de construções locais, a inserção de árvores no terreno, a
ventilação natural, os telhados verdes, entre outras soluções. Alguns exemplares de
EAS com práticas sustentáveis são o Changi General Hospital, em Cingapura; o
Changi General Hospital, na Itália; o Hospital National Dos de Mayo, no Peru; o
Grantham Hospital, na China; o Dell Children’s Medical Center, nos Estados Unidos;
o Sambhavna Trust Clinic, na Índia; e o Constance Hospital, na Alemanha. (WHO,
2009, p. 4)
Para Bitencourt (2006, p. 20), o conceito de sustentabilidade nas unidades de saúde
deve ser difundido, com o intuito de “[...] contribuir para melhorar a qualidade de
edificações hospitalares [...]” e realizar a integração com o território das cidades e do
meio ambiente. O autor ressalta que as questões de sustentabilidade devem ser
refletidas desde a sua fase de concepção até a implantação e a manutenção do
empreendimento. A disposição dos hospitais, portanto, deve ser orientada a partir de
critérios que maximizem as características dos terrenos aonde são inseridos, as
47
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
Os responsáveis pela análise dos PGT, EGIV e EGIA solicitarão aos interessados que
solucionem as melhorias e as obras ou serviços públicos para a minimização dos
efeitos dos impactos produzidos. Entre as atividades a serem desenvolvidas estão:
adaptação geométrica do sistema viário do entorno; sinalização viária horizontal e
vertical de regulamentação, advertência, orientação semafórica; adaptação do
sistema viário estrutural inserido na área de influência; complementação ou
implantação do sistema viário e equipamentos necessários à circulação no entorno do
empreendimento ou atividade, para os EGIV e EGIA; implantação de sistema e
equipamentos de apoio ao transporte público, exclusivamente para os EGIV e EGIA;
implantação de sistema e equipamentos de monitoramento e gerenciamento de
48
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
trânsito, exclusivamente para os EGIV e EGIA; mitigação dos impactos apontados nos
estudos.
Outro pressuposto importante é que equipamentos de grande porte são componentes
urbanos que necessitam ser avaliados previamente no tecido das cidades. Segundo
o Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN) estes prédios são denominados
de Polos Geradores de Tráfego (PGT). Para a Instituição “O trânsito resulta das
necessidades de deslocamento das pessoas por motivo de trabalho, de negócios, de
educação, de saúde e de lazer e acontece em função da ocupação do solo pelos
diferentes usos.” (BRASIL, 2001, p. 7). A implantação de novos PGT contribui para a
geração de dinâmicas na economia das cidades, favorecendo ou diminuindo as
condições de circulação e segurança do sistema viário. Entre os principais
equipamentos complexos envolvidos estão os centros comerciais e administrativos,
shopping, universidades, estádios, ginásios de esportes, centros de convenções,
feiras, supermercados, conjuntos habitacionais e hospitais. Segundo avaliação do
DETRAN:
Os pólos geradores de tráfego são empreendimentos de grande porte que
atraem ou produzem grande número de viagens, causando reflexos negativos
na circulação viária em seu entorno imediato e, em certos casos,
prejudicando a acessibilidade de toda a região, além de agravar as condições
de segurança de veículos e pedestres. (BRASIL, 2001, p. 8)
49
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
50
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
a. O uso do BIM
De acordo com MA et al. (2012), a plataforma GIS é uma ferramenta importante para
a análise da simulação do tráfego de pedestres. Ela pode ser utilizada para a situação
de evacuação com conforto, de usuários em edifícios complexos, em casos de riscos
de desastres. Enquadram-se nessa categoria equipamentos como metrôs e o trem
urbano, pois possuem estações de transbordo com diversos acessos de entrada e
saída de pessoas. É importante salientar que a disposição da arquitetura interna
destes prédios, ou seja, o meio ambiente construído, influi diretamente nos fluxos dos
usuários, como o exemplo do posicionamento do arranjo dos seus pilares e demais
barreiras físicas.
Para MA et al. (2012), o recente processo de urbanização das cidades provocou o
adensamento das pessoas nos espaços públicos. Os autores afirmam que na China
pesquisadores avaliam que a circulação das pessoas em zonas densamente
povoadas possui grande impacto urbano. O método utilizado para a análise da
situação neste trabalho avalia as colisões dos pedestres através da simulação
computacional. A ferramenta GIS de análise de projeto auxilia na tomada de decisões
sobre a disposição espacial das barreiras, como a locação dos pilares, das paredes e
a definição de outros espaços (MA et al., 2012).
Outra metodologia de especial interesse para o desenvolvimento de edificações
complexas é a adequação do seu planejamento utilizando o sistema BIM (Building
Information Modeling). De acordo com Davies e Harty (2012), este sistema gera os
desenhos dos projetos das edificações e auxilia no gerenciamento do seu ciclo de
vida. Os autores apresentam um estudo de caso para dois hospitais de grande escala
no Reino Unido. A ideia principal é utilizar tecnologias de representação BIM para
acompanhar obras de novas áreas que irão sofrer reforma e ampliação destas
unidades de saúde.
As razões para o emprego desta tecnologia estão relacionadas com duas causas
principais: a primeira refere-se ao conceito geral dos problemas de projeto e a
segunda às características do projeto do hospital. Os EAS são caracterizados por
possuírem espaços extremamente complexos, com programas completamente
diferenciados, contando com aproximadamente 6.500 ambientes, e com os seus
próprios fluxos de trabalho e equipamentos.
Davies e Harty (2012) afirmam que ocorre uma mudança no modo de projetar das
edificações com o uso do sistema BIM. Esta transformação não diz respeito apenas
ao incremento das novas tecnologias, mas se refere à criação de novos processos de
trabalho para a melhoria do seu gerenciamento, uma vez que a prática do projeto é
automatizada e ocorre a redução dos números de visitas à obra.
Para Dinardo (2014), o sistema BIM produz benefícios para o projeto de edificações
de saúde. Segundo ele, o Palomar Medical Center, desenvolvido pelo escritório de
projetos CO Architects, na Califórnia, é um estudo de caso aonde se utilizou desta
tecnologia. Entre os aspectos positivos, o autor ressalta a economia de tempo e
investimento, no sentido em que permite uma coordenação maior entre as equipes de
trabalho ao longo das fases de desenvolvimento. Os demais aspectos estão
relacionados com a facilidade metodológica para projetos complexos, o auxílio na
detecção de interferências no canteiro de obra, a redução do tempo da execução da
construção, a melhoria da coordenação das ações com as agências estatais, a forma
51
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
b. O CIM e o Urbanismo
De acordo com Cavalcante (2016), o termo parametria significa a variação de valor, a
função em um determinado elemento que gera diversas soluções, sem alterar a
natureza do produto. A parametrização permite a criação das relações entre os
diversos elementos de um sistema para construir um verdadeiro complexo de
elementos em interação.
O sistema City Information Modeling (CIM) utiliza a parametria. Para Cavalcante
(2016), o conceito de parametrização no projeto urbano se refere à criação de um
conjunto de regras e relações que têm como objetivo a estruturação e a organização
do espaço. Através deste sistema de modelagem digital o urbanista se preocupa em
criar e relacionar regras que possibilitam as diversas respostas para o problema,
mesmo em contextos diferentes.
As ferramentas paramétricas se caracterizam por sua diversidade, adaptação e
responsividade, ou seja, reage ou responde de forma esperada ou apropriada em
determinada situação. A evolução do processo digital aplicado ao projeto urbano
permitiu desenvolver duas metodologias diferentes de atuação: a utilização da
parametrização e do projeto baseado em regras. Para Beirão, Mendes e Celani
(2015), ambas metodologias representam novas formas de produção espacial da
cidade, contudo, possuem algumas particularidades, como:
• Parametrização: trata das relações topológicas entre as partes de um edifício ou
plano no caso de projeto urbano, sendo a definição das medidas precisa em uma
fase subsequente do projeto;
• Projeto baseado em regras (rule-based design): define as situações em que
determinado elemento pode ser conectado a outro, e de que maneira isto pode
ocorrer.
52
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
53
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
A eficácia dos sistemas de informação por bancos de dados e simulações digitais está
além das análises dos mapas. Para muitos teóricos a espacialização das informações
contribui para o planejamento urbano na medida em que reforça as estratégias de
controle das cidades, por meio da criação de estratégias ou ações condutoras das
gestões municipal, estadual e federal.
A ideia principal em relação à utilização das ferramentas digitais é de propiciar a
melhoria na qualidade de vida das pessoas, difundindo a informação em tempo real e
auxiliando nas decisões projetuais de modo dinâmico, com a participação dos seus
usuários em conjunto com os profissionais planejadores urbanos.
54
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
CIRÚRGICAS
ALTO RISCO
TIPO DE UTI
GESTAÇÃO
GÊNCIA
SALAS
ALTA
G
A
55
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
Continuação
3 Pontos 150 a 10 a 29 - 3 Referência Nível II Entre 05
299 Nível I ou II e 06
4 Pontos 300 ou 30 ou Tipo 4 ou Referência - Acima
mais mais III mais Nível III de 08
56
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
57
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
Continuação
58
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
Machry (2010) acrescenta que são aspectos relevantes a escolha do terreno dos
59
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
60
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
uso das técnicas mais avançadas da construção, como a engenharia naval, beneficiou
o seu desenvolvimento. A utilização da iluminação e da ventilação natural também foi
outro advento importante na concepção destes prédios. Segundo Miquelin (1992):
Dentro desse novo enfoque, as construções hospitalares tem se
tornado cada vez mais complexas e incorporado técnicas e tecnologia
numa velocidade diretamente proporcional aos recursos e nível de
desenvolvimento das sociedades que as tem gerado. (MIQUELIN,
1992, p. 27)
61
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
62
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
63
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
64
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
Nota-se que as questões físicas, ambientais, de trânsito e sociais são os fatores mais
afetados com relação a inserção dos hospitais no solo urbano. É preciso considerar
as diferentes escalas da cidade, como a micro, a meso e a grande, antes da escolha
do seu posicionamento.
Os aspectos positivos com relação à implantação dos complexos hospitalares também
devem ser levados em consideração. Entre as potencialidades geradas pela
existência dos hospitais, podem ser elencadas as questões, como:
• A criação de novas centralidades na cidade, em função da polarização dos usos
e dos serviços em suas proximidades;
• O incremento da infraestrutura urbana, através da urbanização de áreas
periféricas anteriormente precárias;
• A difusão dos sistemas de transportes públicos de massa, influenciando na
mobilidade e na acessibilidade urbana, com a criação de novas linhas de ônibus
e metrô;
• A ampliação da rede de assistência à saúde para a população das cidades e a
sua consequente melhoria da qualidade de vida;
• A atração de novos equipamentos urbanos complementares às suas atividades e
dinamização das funções no tecido urbano, como universidades, centros de
pesquisa, laboratórios, farmácias, centros empresariais, habitações e outros;
• A geração de renda para as comunidades por meio da criação de novas dinâmicas
de economia urbana, nas respectivas escalas local, intermediária e regional.
65
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
4
ESTUDO DE CASO:
O HOSPITAL SÃO RAFAEL
66
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
67
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
As regiões com maior proporção de baixa fragilidade estão na Europa, Ásia e nas
Américas. “As Américas - incluindo as Américas do Norte, Central e do Sul -
apresentam o maior número de cidades com níveis médios de fragilidade (78%) e
apenas 4% com altas taxas de fragilidade.” (BOER; MUGGAH; PATEL, 2016, p. 8). A
média geral da distribuição da fragilidade das cidades nas Américas é de 1,87.
Salvador possui o índice de fragilidade urbana mediano. A cidade estava enquadrada
na classificação de número 2, em 2015, numa pontuação aonde os níveis mais
próximos de zero representam as cidades menos frágeis e as cidades com níveis até
4 pontos são mais frágeis (Figura 02). Nos níveis inferiores da classificação,
encontram-se cidades localizadas no continente africano e países árabes; e, nos
níveis mais elevados estão cidades do Japão, Canadá, Reino Unido, entre outros
países europeus. A Europa possui um índice médio de fragilidade de 1,52, e a Oceania
de 1,20.
68
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
69
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
70
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
71
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
72
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
73
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
3
Índice de Gini: O Índice de Gini, criado pelo matemático italiano Conrado Gini, é um instrumento para
medir o grau de concentração de renda em determinado grupo. Ele aponta a diferença entre os
rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos. Numericamente, varia de zero a um (alguns apresentam
de zero a cem). O valor zero representa a situação de igualdade, ou seja, todos têm a mesma renda.
O valor um (ou cem) está no extremo oposto, isto é, uma só pessoa detém toda a riqueza. Na prática,
o Índice de Gini costuma comparar os 20% mais pobres com os 20% mais ricos. No Relatório de
Desenvolvimento Humano 2004, elaborado pelo Pnud, o Brasil aparece com Índice de 0,591, quase no
final da lista de 127 países. Apenas sete nações apresentam maior concentração de renda.
(WOLFFENBÜTTEL, 2004)
74
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
75
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
O número de nascidos vivos é outro indicador importante. Ele “[...] estabelece o total
de nascidos vivos no município de ocorrência, no ano considerado. A interpretação
geral é que o número de nascidos vivos ocorre segundo município de ocorrência do
parto, no ano considerado.” (BRASIL, 2017a). Em Salvador, o número de nascidos
vivos tem um ponto de elevação em 2000 (46.714 casos), em seguida sofre redução
até o ano de 2005 (40.798 casos) e retorna o seu crescimento até o ano de 2013
(45.561 casos).
Atualmente a RMS apresenta o contínuo avanço do fenômeno da metropolização. Os
dados de Salvador (2018) demonstram que a capital possui os maiores índices com
relação aos municípios vizinhos. A densidade demográfica bruta, que é o número de
habitantes por quilômetro quadrado avançou na cidade nos últimos anos. No recorte
de 1991, 1996, 2000 e 2010, o número de habitantes por quilômetro quadrado era de
6.704, 7.145, 8.036,72 e 8.801,21, respectivamente.
O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) é o “Índice que mede o
desenvolvimento humano de uma unidade geográfica (município). Ele é elaborado
com base em três índices-síntese: longevidade, educação e renda e varia de 0 (pior)
a 1 (melhor).” (SALVADOR, 2018). A tabela 05 aponta o crescimento do IDHM em
Salvador, entre os anos de 1991, 2000 e 2010, com os dados de 0,56, 0,65 e 0,76,
respectivamente. Entre os três períodos consecutivos, o município possuía padrões
mais elevados com relação aos demais da Região Metropolitana de Salvador.
Segunda a pesquisa, apenas Lauro de Freitas e Madre de Deus se aproximam dos
padrões da capital, com os valores de 0,75 e 0,71, em 2010. Esta classificação
demonstra a importância de Salvador para o contexto local e regional.
76
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
Continuação
77
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
Tendo em vista a posição de destaque da capital com relação aos demais municípios
do Estado, a cidade possui novas perspectivas para a sua expansão no cenário atual,
no que se refere ao crescimento populacional, na distribuição da renda, na oferta de
trabalho e na saúde. É importante descrever que esse contexto indica a possibilidade
de transformações na malha urbana, tendo em vista em que há a demanda da criação
de novos equipamentos de infraestrutura.
A legislação municipal de Salvador prevê instrumentos para o planejamento do
território da cidade. Entre estes estão o ordenamento territorial e a gestão ambiental,
que disciplinam o planejamento espacial dos equipamentos complexos.
Especialmente o Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) e o Estudo de Impacto
Ambiental (EIA) são tópicos que promovem a gestão dos impactos urbanístico e
ambiental na cidade.
78
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
79
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
80
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
81
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
terceira maior média, com 16%. Em seguida estão os leitos de outras especialidades
(12%), pediátricos (8%), de hospital dia (8%) e obstétricos (7%).
CLÍNICO
31 AIDS 62 61 1
32 CARDIOLOGIA 177 66 111
33 CLINICA GERAL 1302 1006 296
35 DERMATOLOGIA 4 3 1
36 GERIATRIA 228 216 12
37 HANSENOLOGIA 25 25 0
38 HEMATOLOGIA 23 17 6
40 NEFROUROLOGIA 112 65 47
41 NEONATOLOGIA 95 79 16
42 NEUROLOGIA 78 38 40
Continua
82
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
Continuação
COMPLEMENTAR
66 UNIDADE ISOLAMENTO 60 33 27
74 UTI ADULTO - TIPO I 12 0 12
75 UTI ADULTO - TIPO II 688 347 341
76 UTI ADULTO - TIPO III 140 31 109
77 UTI PEDIATRICA - TIPO I 3 0 3
78 UTI PEDIATRICA - TIPO II 105 62 43
79 UTI PEDIATRICA - TIPO III 4 4 0
80 UTI NEONATAL - TIPO I 15 0 15
81 UTI NEONATAL - TIPO II 184 106 78
82 UTI NEONATAL - TIPO III 10 0 10
83 UTI DE QUEIMADOS 4 4 0
85 UTI CORONARIANA TIPO II - UCO 8 8 0
TIPO II
86 UTI CORONARIANA TIPO III - UCO 21 0 21
TIPO III
92 UNIDADE DE CUIDADOS 123 79 44
INTERMEDIARIOS NEONATAL
CONVENCIONAL
93 UNIDADE DE CUIDADOS 50 38 12
INTERMEDIARIOS NEONATAL
CANGURU
95 UNIDADE DE CUIDADOS 97 52 45
INTERMEDIARIOS ADULTO
TOTAL 1524 764 760
OBSTÉTRICO
10 OBSTETRICIA CIRURGICA 364 232 132
43 OBSTETRICIA CLINICA 284 233 51
TOTAL 648 465 183
PEDIATRICO
45 PEDIATRIA CLINICA 550 433 117
Continua
83
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
Continuação
OUTRAS ESPECIALIDADES
34 CRONICOS 515 485 30
7 PSIQUIATRIA 459 255 204
48 REABILITACAO 112 105 7
49 PNEUMOLOGIA SANITARIA 61 61 0
TOTAL 1147 906 241
HOSPITAL DIA
7 CIRURGICO/DIAGNOSTICO/TERAPEU 615 191 424
TICO
69 AIDS 7 7 0
71 INTERCORRENCIA POS- 5 5 0
TRANSPLANTE
73 SAUDE MENTAL 205 1 204
TOTAL 832 204 628
SUMÁRIO
TOTAL CLÍNICO/CIRÚRGICO 4757 3271 1486
TOTAL GERAL MENOS COMPLEMENTAR 8128 5437 2691
84
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
85
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
O município possuía um total geral de 7.261 leitos, em 2009 (BRASIL, 2017c). São
computados 6.455 leitos, entre as redes pública e a privada, destinados para o
Sistema SUS, contabilizando 89% de todos os leitos da capital. Considerando o total
da população para o período, a proporção geral é de 368 leitos existentes por
habitante.
A predominância dos leitos em Salvador já em 2017 é destinada ao Sistema de Saúde
SUS, com 5.997 unidades (63%) e os leitos não SUS possuem o total de 3.451
unidades (37%), conforme o Gráfico 05. Atualmente os leitos privados têm obtido
valores elevados em função da carência da atenção hospitalar a nível governamental.
Os leitos complementares de internação também devem ser computados. Eles são
“[...] destinados a pacientes que necessitam de assistência especializada exigindo
características especiais, tais como: as unidades de isolamento, isolamento reverso e
as unidades de tratamento intensiva e semi-intensiva.” (BRASIL, 2016, p. 22). A
classificação dos leitos complementares está organizada em Leito de Isolamento,
Leito de Isolamento Reverso, Leito de Cuidados Intensivos (UTI) e Leito de Cuidados
Intermediários (UCI).
O fluxo de clientela determina as formas de demandas do público de pacientes
ingressarem no Sistema de Saúde, quer seja através do Sistema Suplementar de
saúde (particular e/ou convênios) ou através do Sistema Único de Saúde. Ele é
classificado em três modalidades, como o atendimento de demanda espontânea e
referenciada, o atendimento de demanda referenciada e o atendimento de demanda
espontânea (BRASIL, 2017c). O total de casos em Salvador é de 3024 atendimentos,
sendo que a predominância destes fluxos é da rede suplementar de saúde. A parcela
da clientela para o SUS tem o volume de 419 casos, com a contribuição de 327 casos
(7%) para a demanda espontânea e referenciada, 76 casos (25%) para a demanda
referenciada e 16 casos (13%) para a demanda espontânea.
É importante esclarecer que a arrecadação do montante orçamentário do Estado
destinado ao setor saúde compreende, de acordo com a legislação federal, valores
de investimentos fixados periodicamente. A Emenda Constitucional 29/2000 (BRASIL,
2000) assegura a aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos
estaduais proveniente das transferências para as ações e serviços públicos de saúde.
A normativa prevê, desde 2000, a destinação de doze por cento do produto
arrecadado dos impostos do Distrito Federal e dos Estados. No caso dos Municípios,
deve ser destinado à saúde quinze por cento do produto interno bruto arrecadado.
Para o Plano Estadual de Saúde do Governo Estadual (PES) de 2016 a 2019, a
previsão de recursos orçamentários tem estrita relação com o Plano Plurianual 2016-
2019 (PPA), aonde prevê compromissos, metas, iniciativas e previsão de recursos
para o Estado da Bahia (BAHIA, 2016). Através desse documento são definidas
estratégias para apoio aos programas de saúde.
O enquadramento das edificações, conforme a sua homogeneidade, permitiu verificar
a situação a qual estão classificados os hospitais no município, que são grandes
edificações e complexos urbanos. Fisicamente eles se destacam da morfologia
urbana, devido à grande proporção da sua estrutura. Além disso, possuem a
86
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
87
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
88
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
89
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
90
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
como acidentes de trânsito e por outros problemas de violência urbana. Isto quer dizer
que a unidade de saúde se adequa a realidade da região, tendo em vista problemas
de colisões entre veículos ocorridos na BR 324, no acesso a Salvador. Ou seja, o HS
atua com múltiplas dimensões, perpassando pelas escalas local e regional.
Segundo as informações do IBGE (2017), este hospital está enquadrado no distrito de
Periperi. Esta região possui uma população de 83.886 pessoas, o que equivale a
3,13% da população total de Salvador. Já a população do setor aonde está inserida
esta unidade de saúde não chega a 1% do total do distrito. A densidade demográfica
de Periperi é de 1.416,87 habitantes/Km2 e a densidade do setor aonde está inserida
esta unidade de saúde é de 1.416,87 habitantes/Km2, muito abaixo da média em
Salvador. Estas características permitem inferir que a área de inserção do EAS, em
2010, encontra-se rarefeita com relação a densidade demográfica.
O acesso ao Hospital do Subúrbio, no Bairro de Valéria, ocorre principalmente através
da BA-528. A forma de locomoção para a unidade pode ser efetuada a partir de
diversos tipos de modais. O estudo de mobilidade urbana aponta que do trecho do
entroncamento viário de Águas Claras/ BR-324 ao HS possui 4,6 Km. Um fator
relevante para as pessoas que realizam o trecho pelos percursos pedonal e de
bicicleta deve-se a diferença de nível da topografia entre estes dois pontos, que é de
32 metros de altitude, ou seja, enquanto o hospital está na cota de implantação 102
metros acima do nível do mar, a BR-324 está na cota 70 metros.
O bairro de Valéria avançou em adensamento populacional nos últimos 41 anos,
porém ainda possui grande área de recursos naturais. A análise da cronologia dos
avanços do adensamento neste bairro é mostrada através das imagens
georeferenciadas, na Figura 05. Podemos atribuir a configuração atual desta
localidade a dois vetores de expansão ao longo dos últimos anos: a primeira causa é
ao grande fluxo de movimento de pessoas e cargas proporcionado pela BR 324 e a
segunda causa a expansão das zonas habitadas de Periperi e proximidades.
Em 1976 a predominância da extensão territorial urbana do bairro Valéria era de áreas
verdes com pouca interferência humana e a Bacia do Cobre, no Parque São
Bartolomeu. Existiam os primeiros traçados do sistema viário, embora sem
pavimentação. As ocupações até o momento ora tangenciavam a BR 324, ora
estavam próximas a Baía de Todos os Santos, com edificações residenciais
unifamiliares com baixo pavimento, em Periperi.
A partir de 1980 percebe-se grande expansão das novas nucleações urbanas,
ocupando zonas muito próximas da reserva ambiental existente. Em seguida, são
definidos novos traçados viários internos em Valéria e Periperi, aonde é percebido o
contínuo avanço das moradias em direção as áreas verdes. A área de futura inserção
do Hospital do Subúrbio se mantém intacta.
Em 1989 há uma distinção muito nítida entre as ocupações e as áreas verdes limitadas
ao novo padrão, porém não estão evidenciadas as moradias subnormais. Já em 1992
todo o trecho da BR 324 possui seu território demarcado por construções de grande
porte, ou seja, a rodovia tem o seu padrão de utilização de trânsito e usos comerciais
e de serviços. É nesta mesma época que ocorre o início da movimentação de terras
no local de inserção do HS.
91
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
1976
92
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
1980
93
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
1989
94
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
2006
95
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
2010
96
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
97
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
98
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
99
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
Continuação
100
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
desde 1974 e teve sucessivas ampliações da sua infraestrutura física. Além disso, o
complexo de saúde contribuiu para a expansão do seu entorno imediato, assim como
a promoção de postos de trabalho para grande parcela da população.
Os dados qualitativos da unidade de saúde o caracterizam como hospital geral de
porte especial, com 415 leitos, o que representa 7,7% dos leitos dos hospitais dessa
mesma categoria. As informações gerais do objeto da pesquisa foram coletadas a
partir de visitas programadas, fotos aéreas e observações realizadas no seu terreno
e vizinhança.
Os dados quantitativos, como índices, tabelas e projeções, foram extraídos a partir
das bases de dados de Instituições Municipais, Estaduais e Nacionais, como a
Prefeitura Municipal de Salvador, a CONDER, a Secretaria de Saúde do Estado, o
CNES (BRASIL, 2017c), o IBGE (BRASIL, 2011) e o Atlas Brasil (ATLAS BRASIL,
2017).
Os parâmetros adotados para a análise das características da evolução do território
na circunvizinhança do HSR, ao longo da Avenida São Rafael, localizada no bairro de
São Rafael (Figura 06), foram distribuídos em dez tópicos. Estes itens estão
relacionados diretamente com os parâmetros para as análises dos Estudos de
Impactos Ambientais (EIA) de edificações complexas, preconizado pela legislação
PPDU de Salvador, de 2016 (SALVADOR, 2016b).
Os itens relacionados são:
I. Localização do terreno do EAS;
II. Perfil do empreendimento;
III. Características do hospital;
IV. Características físicas e naturais da região;
V. Evolução física urbana;
VI. Uso e ocupação do solo;
VII. Infraestrutura;
VIII. Demografia;
IX. Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM);
X. Mobilidade urbana.
101
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
102
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
103
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
Piedade. Tendo se interessado pelo assunto, Frei Benjamim levou Luigi Verzé
e sua comitiva para conversar com o Cardeal Dom Avelar Brandão Vilela e os
então governantes locais. O Frei tratou de garantir um bom terreno para o
Hospital, na Estrada de São Marcos, por se tratar de um local próximo a
comunidades carentes, convencendo a comitiva das vantagens e da
necessidade de trazer a instituição para a capital baiana. A comitiva prosseguiu
viagem para o Norte do país em visita a outros estados, e, depois de algum
tempo, veio a confirmação de Milão: o Hospital São Rafael viria mesmo para
Salvador.
A história – No dia 6 de agosto de 1974, a Entidade Monte Tabor é construída
e, em 15 de março de 1980, são inaugurados a primeira sede, bem mais
simples que a atual, e o Laboratório de Patologia Clínica e Toxicologia
Ocupacional, seguindo à filosofia das instituições italianas Monte Tabor e
Fondazione Centro S. Raffaele dele Monte Tabor, atendendo, inclusive, o Pólo
Petroquímico da Bahia. A partir daí, o Monte Tabor cresceu, construindo o
ambulatório e um posto médico no bairro de São Marcos, e posteriormente o
Hospital São Rafael. (INOVAR H, 2018)
104
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
105
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
Acesso principal para a Avenida São Rafael, através da Avenida Luís Viana
(Paralela).
106
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
107
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
COMPLEMENTAR 68 19
95 - UNIDADE DE CUIDADOS 16 0
INTERMEDIARIOS ADULTO
76 - UTI ADULTO - TIPO III 34 10
79 - UTI PEDIATRICA - TIPO III 4 4
78 - UTI PEDIATRICA - TIPO II 4 2
75 - UTI ADULTO - TIPO II 10 3
108
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
Continuação
04 - ENDOCRINOLOGIA 4 0
06 - GINECOLOGIA 4 0
09 - NEUROCIRURGIA 15 2
12 - ONCOLOGIA 20 6
03 - CIRURGIA GERAL 14 1
05 - GASTROENTEROLOGIA 4 0
01 - BUCO MAXILO FACIAL 4 0
11 - OFTALMOLOGIA 8 1
08 - NEFROLOGIAUROLOGIA 12 1
ESPECIALIDADE - CLÍNICO 73 20
32 - CARDIOLOGIA 4 0
33 - CLINICA GERAL 10 4
38 - HEMATOLOGIA 1 0
40 - NEFROUROLOGIA 16 2
42 - NEUROLOGIA 4 0
46 - PNEUMOLOGIA 4 0
44 - ONCOLOGIA 34 14
HOSPITAL DIA 37 6
07 - 37 6
CIRURGICO/DIAGNOSTICO/TERAPEUTICO
PEDIÁTRICO 48 5
45 - PEDIATRIA CLINICA 30 5
68 - PEDIATRIA CIRURGICA 18 0
TOTAL 352 63
109
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
110
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
Continuação
ATIVIDADES DADOS
ESPECIFICAÇÃO DAS ATIVIDADES
DIAS DE FUNCIONAMENTO Todos os dias da semana
HORÁRIOS DE FUNCIONAMENTO 24h
ESTRUTURA UNIDADES
SALAS DE CIRURGIA 12
PACIENTES ATENDIDOS/ DIA 2.000
ESPECIALIDADES MÉDICAS 47
NÚMERO DE PRÉDIOS 03
SALAS PARA PROCEDIMENTOS 02
HEMODINÂMICOS
NÚMERO DE COLABORADORES Superior a 3.000
NÚMERO DE CONSULTÓRIOS MÉDICOS 88
(CENTRO MÉDICO DIAGNÓSTICO)
NÚMERO DE LEITOS DE INTERNAÇÃO 415
NÚMERO DE LEITOS DA UNIDADE DE 22 leitos de
EMERGÊNCIA observação/ 05
pediátricos
NÚMERO DE LEITOS DE TERAPIA 68
INTENSIVA E SEMI-INTENSIVA
111
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
112
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
113
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
4 Definições:
I - águas doces: águas com salinidade igual ou inferior a 0,5 ‰;
II - águas salobras: águas com salinidade superior a 0,5 ‰ e inferior a 30 ‰;
III - águas salinas: águas com salinidade igual ou superior a 30 ‰. (BRASIL, 2005, p. 1-2)
Classificação das águas doce tipo III - classe 2: águas que podem ser destinadas:
a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional;
b) à proteção das comunidades aquáticas;
c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução
CONAMA no 274, de 2000;
d) à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os
quais o público possa vir a ter contato direto; e
e) à aqüicultura e à atividade de pesca. (BRASIL, 2005, p. 4)
114
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
Com relação a energia da unidade de saúde são consumidos 1.360.800 Kw/h através
do sistema de geradores5, sendo que o montante de cerca de 70% desse percentual
está destinado para o sistema de refrigeração. O sistema de climatização abastece
todo o complexo por meio dos equipamentos com resfriamento com água gelada. A
energia residual desse equipamento é gerada a partir do sistema de bombas
trocadoras de calor, aonde pode ser acumulada e reaproveitada em outro sistema que
demande.
Na cobertura das edificações existe um sistema de coleta de energia a partir de
painéis solares, associado com boiler de acumulação, que é destinado para o
aquecimento da água que se destina para os quartos de internação. A ideia principal
é de assegurar o princípio da sustentabilidade, no sentido de que a água aquecida
pode ser reutilizada. A energia renovável representa uma economia para o
empreendimento de 13.500 Kw/ano, enquanto que o consumo de energia total do
empreendimento representa 1.360.800 Kw/h.
O consumo de água potável da unidade representa 12.705 M3/mês. Este sistema de
abastecimento é servido por duas fontes principais. É realizada pela Empresa Baiana
de Abastecimento e Saneamento (EMBASA) ou está associada com a água potável
dos poços artesianos, localizada dentro do próprio terreno da unidade de saúde. O
recurso hídrico advindo do lençol freático possui estação de tratamento própria,
representando o montante de 30% do total da água consumida pelo HSR. A estimativa
é que este valor aumente nos próximos anos com a perfuração de novos poços.
5 Grupo motor gerador (GMG): Consiste em um motor diesel acoplado a um alternador síncrono
trifásico, montado sobre uma base comum. (BRASIL, 2001, p. 2)
115
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
Os acessos ao bairro São Rafael ocorrem através de três vias. A primeira delas é a
Avenida São Rafael, uma via de classificação coletora que se inicia através da via de
hierarquia expressa, a Avenida Luís Viana (Paralela) localizada no quadrante Leste
da cidade. O outro acesso é realizado a partir da Rua São Marcos, que tem conexão
com a BR 324 através da ligação com a Avenida Aliomar Baleeiro, no quadrante
Oeste. E, o terceiro acesso, pode ser realizado a partir da Avenida Maria Lúcia, sentido
Cajazeiras-São Marcos pela Via Regional, no quadrante Norte.
Como características físicas gerais, o bairro apresenta grande potencial de áreas
verdes, classificadas como áreas de preservação ambiental, aonde demonstram a
presença da Mata Atlântica e do Sistema de Áreas de Valor Ambiental e Cultural. O
116
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
117
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
118
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
119
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
120
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
121
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
122
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
123
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
124
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
125
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
126
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
127
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
128
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
129
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
HABITAÇÃO
2010 2000
90,72
% da população em domicílios com coleta de lixo
95,48
99,57
% da população em domicílios com energia elétrica
99,84
95,82
% da população em domicílios com água encanada
90,03
b. Demografia
De acordo com a sinopse por setores censitários do IBGE (BRASIL, 2017), em 2010,
o Hospital São Rafael está enquadrado no distrito ou subdistrito de Pirajá, no setor
censitário São Rafael, em Salvador, Bahia.
De acordo com os dados resumidos apontados na Tabela 13, o distrito de Pirajá
possui uma população de 395.411 pessoas, o que equivale a 14,77% da população
total do município. Já a população do setor censitário São Rafael abrange cerca de
0,40% do total do distrito de Pirajá. A densidade demográfica de Pirajá é de 10.904,05
habitantes/Km2, superior à média de Salvador que é de 3.859,35 habitantes/Km2,
enquanto que a densidade do setor censitário estudado é de 865,26 habitantes/Km2.
Atribui-se o valor elevado da densidade da região devido as concentrações
populacionais nos setores censitários de São Marcos e Pirajá, com características
similares nas regiões localizadas no “miolo” de Salvador. O baixo valor da densidade
em São Rafael está relacionado à existência das grandes áreas de preservação
6
Apesar de ter havido um decréscimo no indicador na porcentagem em domicílios com coleta de lixo
em São Rafael de 2000 para 2010, o Sistema de Informação Municipal de Salvador (SIM) aponta que
houve uma evolução no indicador Domicílio Particular Permanente com Coleta Adequada de Resíduos
Sólidos de 36,43%, em 2010 (SALVADOR, 2018a). A proporção deste mesmo indicador em 2000 foi
de 93,42% e em 2010 de 96,65%. Dessa maneira, há cerca inconsistência entre os dados extraídos do
Atlas Brasil (2017), na medida em que a Prefeitura Municipal de Salvador (PMS) informa que para o
município a coleta aumentou no período verificado.
130
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
131
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
132
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
133
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
134
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
e. Mobilidade urbana
As Pesquisas Origem e Destino Domiciliar (BAHIA, 2012a) apontam que as
características das viagens ocorrem com maior predominância através do modal a pé,
em 35,3% dos casos, com 2.097.843 viagens. A seguir estão os modais ônibus
municipais e direção por automóveis, com 31,5% (1.873.028 casos) e 13,5% (80.172
casos) das viagens.
Os demais modais possuem participações menores com o somatório total de 19,7%
e incluem as modalidades de passageiro de automóvel, ônibus intermunicipais,
transporte escolar, ônibus fretado, moto, lotação/van/perua, táxi, bicicleta, mototáxi e
outros.
Com relação as características das viagens por flutuação horária há a presença de
quatro picos diários, motivados principalmente por razões de estudo e de trabalho. O
primeiro no início da manhã, às 6:00h; o segundo no horário de almoço, às 12:00h; o
terceiro no final da tarde, às 17:30h; e o quarto à noite, às 22:00h.
O índice de mobilidade possui relação direta com o padrão econômico dos grupos
sociais. A classe “A” atinge 2,40 viagens/pessoa/dia, enquanto a classe E tem a
mobilidade de 1,44 viagens/pessoa/dia. A média do índice de mobilidade de Salvador
é de 1,65 viagens/pessoa/dia.
A taxa de motorização de Salvador, ou seja, o total de automóveis por mil habitantes
é a segunda maior da Região Metropolitana, com 105,2%, enquanto Lauro de Freitas
está na primeira colocação, com 113,7% (BAHIA, 2012a, p. 31)). Na sequência
decrescente estão os municípios de Dias D`Ávila, Camaçari, Simões Filho, Candeias,
Pojuca, Vera Cruz, Mata de São João, São Sebastião do Passé, São Francisco do
Conde, Itaparica e Madre de Deus.
135
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
136
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
Com relação ao transporte público existentes para o bairro São Marcos e adjacências,
o itinerário é realizado através da conexão com a avenida São Rafael, contando com
sessenta linhas de ônibus (SALVADOR, 2018). Para a localidade, os horários dos
transportes variam de 4:45h da manhã às 23:30h da noite, nos dias úteis. Nos finais
de semana, sábado e domingo, a oferta é diminuída em quantidade e horários,
compreendendo o período de 4:45h às 21:31.
137
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
É possível afirmar que o EAS contribui diretamente sobre o potencial impacto negativo
no trânsito desta localidade. Um dos fatores relaciona-se com o elevado número de
funcionários do empreendimento, com aproximadamente 2.467 profissionais da área
de saúde cadastrados, excluídos os que atuam nas áreas de apoio técnico e logístico.
Outro fator relevante refere-se à quantidade de pacientes.
08:00 horas – Trânsico RÁPIDO/ MODERADO 12:00 horas – Trânsico MODERADO/ LENTO
Continua
138
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
Continuação
139
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
possuem fácil acessibilidade à Avenida São Rafael, após o seu entroncamento viário,
localizado na extremidade leste do bairro São Rafael.
Segundo as informações do Plano de Mobilidade Urbana Sustentável de Salvador
(SALVADOR, 2017, p. 8), fatores contribuem para a dificuldade de acesso e
mobilidade na cidade.
Entre os problemas principais de acesso e locomoção urbana estão a desigualdade
da mobilidade socioespacial, que ocorre quando existem graves diferenças entre os
padrões sociais distribuídos na cidade e há um conflito de tráfego de acordo com os
interesse público e privado; outro aspecto relaciona-se com a topografia/ morfologia
acidentada, quando há regiões com elevados desníveis; deficiências à micro
acessibilidade, como carência de pontos de ônibus, vias pavimentadas nas áreas de
habitação subnormais e escadarias em locais de difícil acesso; a precariedade da
infraestrutura de suporte ao transporte ativo, no caso de regiões aonde não existem
estações de ônibus ou de metrô; além de outros quesitos técnicas.
140
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
Continuação
141
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
142
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
143
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
144
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
FONTE: Elaboração do autor baseado em CCR Metrô Bahia (2018); OAS (2018); Brasil (2018); Bahia
(2018b); Hospital São Rafael (2018a); Esporte Clube Vitória (2018). Fotos de Mateus Morbeck (2018).
145
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
146
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
d. Sistema Viário
A análise do mapa do sistema viário e mobilidade da Avenida São Rafael, em 2018,
aponta a hierarquia viária, o funcionamento dos transportes e os deslocamentos das
pessoas nesta localidade (Figura 22).
O acesso principal para a Avenida São Rafael, de hierarquia viária arterial, ocorre a
partir da Avenida Luís Viana, uma via expressa. A partir dessa via são derivadas as
vias coletoras existentes, como a Estrada da Muriçoca, a Rua São Marcos, a Avenida
Maria Lúcia e a Travessa do Mandu. Em seguida, derivam-se as demais vias locais
que conduzem para o interior do bairro São Rafael.
É importante mencionar que a Travessa do Mandu, via de caráter coletora, realiza a
conexão entre a Avenida São Rafael, região elevada do morro, e a Avenida Gal Costa,
região de vale. Segundo o novo PDDU de Salvador, de 2016, a Avenida Gal Costa
adquire a função estratégica de conectar as vias Luís Viana e a BR 324. Atualmente
ela possui ao longo do seu trajeto edificações de uso industrial, comercial e
residencial.
A segunda forma de acesso à Avenida São Rafael pode ocorrer a partir da Rua São
Marcos. Esta via possibilita a conexão com os bairros São Marcos e Pau da Lima. A
terceira forma de acesso é viabilizada através da Avenida Maria Lúcia, a qual permite
a comunicação com os bairros Novo Marotinho, Sete de Abril e Castelo Branco.
Com relação as vias mencionadas, a análise geral realizada permite verificar que a
Avenida São Rafael é a via de maior complexidade urbana da região. No quisito
mobilidade, somente no bairro São Rafael, foram detectados dez pontos de ônibus
distribuídos nos dois sentidos da avenida. Os pontos estão localizados próximos dos
equipamentos de grande porte.
Com relação ao aspecto da acessibilidade à região, percebe-se que existem
possibilidades de modais diferentes, como através do carro, ônibus, metrô e na forma
pedonal. No entroncamento viário entre a Avenida Luís Viana e a Avenida São Rafael
existem uma estação de transbordo de ônibus, uma estação de metrô integrada com
outros modais e o complexo de passarelas, que realizam as conexões do público com
esses conjuntos de prédios.
147
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
148
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
e. Gestão Ambiental
Gestão ambiental da Avenida São Rafael, em 2018 (Figuras 23 e 24). Os impactos
negativos referem-se à recente transformação dessa região.
Os principais fatores do acelerado processo de urbanização no bairro relacionam-se
ao avanço das construções subnormais, localizadas em terrenos com elevada
declividade. Nestes casos, inexiste a assistência técnica especializada para a sua
construção e não estão associados aos sistemas de infraestrutura urbana, como
iluminação, vias, hidrossanitário, contenção, paisagismo e outros aspectos.
Outros fatores não menos importantes na configuração atual do bairro São Rafael
devem-se à criação de condomínios privados horizontais/verticais e populares, com
elevado grau de devastação das áreas verdes existentes e modificação agressiva do
terreno natural por meio de taludes bastante inclinados e a implantação de
equipamentos de grande porte, com elevado potencial de atração de público ao longo
da Avenida, propiciando a saturação das vias, gerando congestionamentos e a
existência de pontos de conflito entre os pedestres e os veículos.
149
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
150
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
151
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
152
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
porte, diante das escalas da Avenida São Rafael e do bairro São Marcos, apresentado
no Quadro 01.
Sobretudo no diagnóstico dos aspectos naturais, é verificado que o relevo nas
proximidades do HSR sofreu grandes transformações, devido às atividades de cortes
e aterros no terreno. Este fenômeno deve-se a criação de diversos condomínios
horizontais e do avanço das habitações subnormais no território, da supressão da
massa vegetal existente e da degradação dos seus recursos hídricos. Por este motivo,
o ambiente construído precisa ampliar sua infraestrutura urbana, como abastecimento
de energia, sistema de iluminação, esgotamento sanitário e outros, para o
atendimento dos novos domicílios.
A observação do parâmetro social no bairro São Rafael informa sobre avanços
positivos adquiridos para a região, nos últimos dez anos, como o crescimento
populacional e o aumento do perfil econômico dos habitantes desta localidade. Esta
situação não implica necessariamente na melhoria da qualidade de vida das pessoas.
Foi observado que o adensamento populacional compromete a mobilidade dos
habitantes através, principalmente, da saturação das vias locais. A expansão da
quantidade de empreendimentos na Avenida São Rafael também é observada.
Através de períodos sucessivos, verifica-se que este processo altera as dinâmicas
econômicas da região, estimulando os usos de equipamentos comerciais e de serviço.
A partir da análise da evolução física do HSR, em comparação com o desenvolvimento
da região, é possível identificar problemas existentes e apontar os impactos urbanos
e ambientais produzidos por este equipamento. A implantação desta unidade de
saúde possui certa relevância na medida em que impulsionou o desenvolvimento
deste território, tendo em vista o dimensionamento dos seus serviços oferecidos, o
público atendido, a quantidade de profissionais existentes envolvidos, o consumo dos
insumos necessários ao seu funcionamento (energia, gases, água e climatização) e a
produção de resíduos (efluentes e poluição).
As problemáticas diagnosticadas são discutidas em três níveis de escalas: a. micro,
ou localizada nos limites do terreno do empreendimento; b. intermediária, com relação
a análise da interferência no nível do bairro; e c. macro, com relação aos níveis da
cidade e aspectos inter-regionais. A ideia principal é de serem verificados a maior
quantidade possível dos níveis de impactos gerados pelo equipamento.
A fase 2 da pesquisa utiliza os indicadores do diagnóstico realizado anteriormente, na
fase 1, para avançar com a análise do desempenho do HSR. Nesse momento são
traçados dois tipos de avaliações do EAS. A primeira avaliação apresenta o Relatório
de Impacto de Vizinhança (RIV) para edificações complexas instaladas no solo
urbano, com a definição dos impactos do Hospital e os urbanos. A segunda avaliação
aponta a determinação de soluções para os problemas gerais, que é o Roteiro de
verificação de impactos urbanos e identificação de medidas mitigadoras/
compensatórias para edificações complexas.
153
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
154
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
7
Prefeituras Bairro: As Prefeituras Bairro, instituídas pelo art. 13 da Lei nº 8.376, de 21 de dezembro
de 2012, têm como finalidade de promover nas respectivas áreas de competência em articulação com
as secretarias e entidade da administração municipal a execução dos serviços públicos, inclusive a
fiscalização, a manutenção urbana e o atendimento ao cidadão, bem como assegurar a participação
da comunidade na gestão pública, devendo contar com sistema interligado de informações sobre os
serviços prestados pelos diferentes órgãos municipais, facilitando o atendimento e o acesso
regionalizado dos serviços municipais prestados à população. (SALVADOR, 2016b, p. 191)
155
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
8
O setor censitário: É a unidade territorial estabelecida para fins de controle cadastral, formado por
área contínua, situada em um único quadro urbano ou rural, com dimensão e número de domicílios que
permitam o levantamento por um recenseador. Assim sendo, cada recenseador procederá à coleta de
informações tendo como meta a cobertura do setor censitário que lhe é designado. (BRASIL, 2017b)
156
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
Apesar do aspecto negativo representado por este índice, constata-se que houve uma
evolução dos indicadores de infraestrutura da habitação no bairro pesquisado. O
fenômeno é marcado pela porcentagem da população em domicílios com água
encanada, representada pela margem de 95,82%, de energia elétrica por 99,57% e
de coleta de lixo por 90,72%.
Em São Marcos, bairro vizinho, o IDHM mensurado foi de 0,633, ocupando a
classificação de 249°, medida entre os 401 bairros de Salvador, no censo de 2010
(ATLAS BRASIL, 2017). A população aferida no período foi de 58.892 habitantes,
numa área de 2.747,4 km2, com a densidade demográfica de 21.435,85
habitantes/Km2. Utilizando como amostra o setor censitário, localizado ao longo da
Avenida Maria Lúcia, no interior do bairro São Marcos, é identificada a densidade
populacional de 37.491,48 habitantes/Km2, numa área com 1.375 pessoas residentes,
com 479 domicílios particulares e coletivos (BRASIL, 2017). Este exemplo supera a
média dos índices existentes em suas proximidades, demonstrando ser um local com
elevada densidade, em estágio precário de urbanização.
Avaliando as médias dos parâmetros de São Marcos comparadas com as de São
Rafael, percebe-se um número superior em 35 vezes a quantidade de habitantes e
densidade maior em 5,5 vezes, numa área de dimensões similares. A relação entre
estes bairros revela uma diferença significativa entre os aspectos sócio demográficos
dos setores censitários presentes no mesmo distrito, em Pirajá.
A elevada densidade de São Marcos está associada a evolução do seu crescimento
de modo desordenado, por meio de habitações subnormais, iniciado a partir da
década de 1970. Além disso, há carência de infraestruturas nesta localidade,
relacionadas com equipamentos de saúde, habitação, transporte, educação, trabalho
e alimentação. Este cenário reflete o seu posicionamento entre os piores índices de
qualidade de vida da cidade.
São Rafael avançou com o crescimento populacional nos últimos anos, embora
possuindo uma área com restrições legais, como áreas de reserva e proteção
ambiental, que restringem o avanço sobre a sua ocupação territorial.
157
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
9
ZCMu: As ZCMu são porções do território que concentram atividades administrativas, financeiras, de
prestação de serviços diversificados, atividades comerciais diversificadas, de âmbito municipal e
regional, bem como uso residencial, geralmente instaladas em áreas com fácil acessibilidade por vias
estruturais e por transporte coletivo de passageiro de média e alta capacidade, classificando-se em: I.
ZCMu-1, Zona Centralidade Municipal 1; II. ZCMu-2, Zona Centralidade Municipal. (SALVADOR,
2016b, p. 91)
158
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
10
Ocupação do “Miolo”: A ocupação desta porção da cidade, compreendida entre a BR-324 e a Av.
Luís Viana (Paralela) se deu por meio de três processos: inicialmente com o loteamento de porções
edificáveis para construção de conjuntos habitacionais financiados pelo BNH tendo como público alvo,
a população da classe média-baixa. Houveram também loteamentos destinados a habitações
populares da classe baixa e, por fim, uma série de invasões em áreas de encostas, não edificáveis,
ocupando terrenos de intensa declividade e de difícil ocupação, originando porções de habitação
precária, carente de equipamentos públicos e com problemas de acesso aos serviços urbanos.
(SALVADOR, 2017, p. 15)
159
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
Os estudos de locomoção urbana apontam para a região do “Miolo” como uma área
que, de acordo com a sua evolução histórica, é carente de infraestrutura urbana, com
alta concentração de pobreza e segregação socioespacial. Associados a esses
fatores há problemas de acesso ao sistema viário e de transportes públicos.
A existência de problemas estruturais na região pode ser comprovada ao serem
analisados os dados de distribuição de riquezas da Unidade de Desenvolvimento
Humano (UDH) do setor censitário de São Rafael (ATLAS BRASIL, 2017). A renda
per capita dos habitantes dessa localidade tem evoluído de 2000 (R$ 200,73) para
2010 (R$ 328,08), muito embora continue com valores abaixo da média de Salvador,
que foi de R$ 973,00, em 2017. A concentração dos habitantes extremamente pobres
e pobres também tem reduzido no mesmo período avaliado, porém, apresenta valores
elevados para a capital. O Índice de Gini demonstra uma situação de desequilíbrio
social, aonde cerca de 50% dos habitantes da região estão em situação de pobreza
com relação aos mais ricos, conforme Tabela 20.
V - A valorização imobiliária;
O investimento na infraestrutura de locomoção e mobilidade urbana é um dos fatores
para a valorização imobiliária e do solo urbano. A conectividade da malha viária de
11
Pessoas pobres: Com renda domiciliar per capita inferior a R$ 140,00 (a preço de agosto de
2010). (ATLAS BRASIL, 2017).
12
Índice de Gini: É um instrumento usado para medir o grau de concentração de renda. Ele aponta a
diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos. Numericamente, varia de 0 a i,
sendo que 0 representa a situação de total igualdade, ou seja, todos têm a mesma renda, e o valor 1
significa completa desigualdade de renda, ou seja, se uma só pessoa detém toda a renda do lugar.
(ATLAS BRASIL, 2017).
160
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
Esta expansão deu-se, entre outros fatores, pela implantação dos quatro eixos
viários estruturantes da cidade: Av. Afrânio Peixoto (Av. Suburbana), BR-324,
Av. Luis Viana Filho (Av. Paralela) e Av. Otávio Mangabeira (na Orla Atlântica).
(SALVADOR, 2017, p. 67)
A criação dessa via expressa, bem como de outros eixos viários, como da Avenida
Afrânio Peixoto (Suburbana), a BR 324 e a Avenida Otávio Mangabeira (na Orla
Atlântica), favoreceu a consolidação da malha viária da capital, tanto por vias de
“fundo de vale” como em vias de “cumeada” (SALVADOR, 2017).
A partir do PDDU de 2016, a Avenida Luís Viana tornou-se um novo vetor de expansão
da cidade, classificada como Centralidade Metropolitana (ZCMe) Avenida Luís Viana/
Avenida 29 de Março13. A partir da sua evolução física foi implantado um novo sistema
de transporte de massa, com a criação recente do metrô e a sua respectiva
infraestrutura de apoio, como as estações de transbordo e as passarelas de pedestre.
Entre os principais impactos deste novo zoneamento estão o aumento do gabarito das
edificações, a partir da criação de novos empreendimentos residenciais; a
adensamento urbano, com a presença de edificações de usos diversos; e a supressão
das áreas verdes, com o surgimento dos novos loteamentos.
13
ZCMe: São porções do território contidas em sua maioria na macroárea de integração metropolitana
e parte na macroárea de urbanização 87 consolidada, apresentando características multifuncionais,
para as quais convergem e se articulam os principais fluxos de integração dos demais municípios da
Região Metropolitana de Salvador e de outros Estados com o Município de Salvador... (SALVADOR,
2016b, p. 87-87)
161
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
162
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
163
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
164
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
165
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
14
Plano Diretor Hospitalar: O Plano Diretor deve conter a visão global e integrada de todos os
elementos que incidem no funcionamento de um hospital, e não deve se limitar à análise espacial,
aspecto no qual se centrará o resultado, senão que deve incluir os aspectos sócio-econômicos,
tecnológicos, assistenciais, administrativos e do entorno geográfico. Essa análise serve para guiar as
discussões, decisões, necessidades programáticas e fases de implementação, e deve alcançar futuras
ampliações e reformas. (LEMOS, 2014, p. 59)
166
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
De acordo com Lamas (2014), as formas urbanas podem ser estudadas em múltiplas
dimensões. A unidade de saúde pesquisada contribui para a transformação do
ambiente urbano, em escalas distintas.
Na primeira situação, as análises ocorrem em relação à microescala, ou seja, no nível
do próprio terreno do HSR. Nesta situação podem ser verificados aspectos de
conservação das áreas construídas e natural, os fluxos de serviços internos, de
profissionais e a poluição gerada pelo empreendimento.
Com relação ao local, ocorrem diversos tipos de poluição, como por exemplo, ruídos
sonoros produzidos pelo grupo gerador; a poluição atmosférica, produzida através dos
veículos transitando no estacionamento e nas vias do bairro; a contaminação do lençol
freático, a partir da perfuração dos poços artesianos. Com relação ao aspecto
construtivo, há a forte tendência de ampliação da unidade e a redução das áreas
permeáveis do terreno.
Quanto à escala intermediária, as análises urbanas adquirem maior dimensão, se
aproximando da relação do lote do empreendimento e o bairro aonde está inserido.
Neste nível é possível avaliar as condicionantes de ventilação, iluminação, saturação
do trânsito, mobilidade e acessibilidade.
Na relação entre o complexo hospitalar e os setores censitários dentro do mesmo
distrito que está inserido o bairro São Rafael, que é Pirajá são avaliados parâmetros
urbanísticos entre as localidades vizinhas, como as características gerais do território,
IDHM, demografia, saúde, educação, renda, trabalho, habitação e vulnerabilidade
social. A mobilidade na região também enfrenta grave problema pela saturação das
vias locais e a existência de pontos de conflito, entre veículos e pedestres.
O HSR também contribui para o crescimento da densidade populacional do bairro
através do impulsionamento das novas construções, como dos condomínios
residenciais e equipamentos de atividades comerciais
167
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
168
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
Uma medida necessária seria a criação de baias para paradas de veículos ao longo
das faixas de rolagens, juntos aos estabelecimentos de maior atratividade de público.
Nos pontos de conflito entre pedestres e veículos, as sinalizações urbanas podem ser
reforçadas, com identificação nas pistas, trafic calming e novos semáforos.
Outra solução para viabilizar o melhor deslocamento dos usuários no sistema viário
da região, seria criar novas vias transversais, ao longo da Avenida São Rafael. A
intensão seria de viabilizar novas vias de caráter coletora, com o intuito de facilitar o
trânsito local e conduzir o fluxo de veículos para as vias arteriais e expressas. De certo
modo, o Plano Diretor de Salvador de 2016 (SALVADOR, 2016b) adota o conjunto
dessas ações no novo planejamento para o local. O Governo do Estado da Bahia
também tem avançado o nível de investimentos, sobretudo com a implementação de
novas obras no sistema viário. São exemplos recentes a ampliação da Avenida Gal
Costa e articulação com a BR 324, a ampliação da Rua Artêmio Castro Valente e
conexão com a Avenida Mário Sérgio Pontes de Paiva. Os dois casos possuem
conexão com a Avenida Luís Viana.
Com relação aos recursos naturais, é necessário preservar as áreas existentes com
vegetação natural, para manter as zonas de preservação ambiental. Conter o avanço
das construções desordenadas e de novos empreendimentos de grande porte deve
ser uma ação prioritária para se estabelecer a qualidade de vida dos moradores da
região. A criação de áreas de recreação e lazer para os seus habitantes também é
fundamental, sob o aspecto da saúde mental e higiene.
Com relação ao nível da escala do HSR, é importante manter o controle e o
planejamento de toda a infraestrutura interna, sobretudo, através do instrumento do
Plano Diretor Hospitalar (HOSPITAL SÃO RAFAEL, 2018). Esta ação pode assegurar
uma maior eficiência do complexo, evitando trabalhos desnecessários, que podem
elevar os investimentos do hospital, inclusive com o aumento da demanda de insumos
(energia, gases e água) e a produção de resíduos em elevados níveis. Nesse sentido,
as estratégias básicas do empreendimento devem seguir os critérios de
sustentabilidade em unidades de saúde, como a escolha dos materiais construtivos
duradouros, de fácil manutenção e de boa qualidade, bem como a utilização dos
espaços internos sob o princípio da flexibilidade e racionalidade funcional
(BITENCOURT, 2006).
Para o atendimento das novas demandas de ampliação do HSR é necessário haver
uma articulação maior com as instituições públicas, como as secretarias estadual e
municipal de mobilidade urbana, para regular e compatibilizar a logística da operação
da infraestrutura de transportes urbanos, a Avenida São Rafael. É importante verificar
com atenção o contexto do público usuário do equipamento de saúde e dos demais
equipamentos de grande porte da região. A ideia principal é de criar linhas de ônibus
que realizem as conexões com os terminais de transporte de massa mais próximos,
também denominadas de linhas de integração urbana, para atrair os habitantes que
estão mais distantes destes equipamentos (CITTATI, 2018).
Esta ação visaria reduzir a quantidade de veículos autônomos nas vias públicas
arteriais, como a Avenida São Rafael e Gal Costa, proporcionando a melhoria do seu
169
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
170
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
Continua
15
PAV – Pavilhão da Mata Atlântica: “O Pavilhão da Mata Atlântica faz parte do projeto de
requalificação do Jardim Botânico de Salvador que abrange em seu total uma área de 160.000 m2
buscando integrar o equilíbrio na relação entre homem e natureza em um espaço predominantemente
de Mata Atlântica. O pavilhão surge como um complemento às edificações de caráter científico voltadas
ao estudo, manutenção e conservação da Mata Atlântica. [...]” (URBAN RECYCLE, 2014).
16
Mortalidade infantil: A mortalidade infantil (mortalidade de crianças com menos de um ano) na UDH
é de 30,9 óbitos por mil nascidos vivos, em 2010. As taxas de mortalidade do município e da região
metropolitana são de 14,9 e 16,2 óbitos por mil nascidos vivos, respectivamente, para o mesmo ano.
(ATLAS BRASIL, 2017).
171
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
Continuação
Continua
17
Parcelamento do solo: A lei de parcelamento do solo urbano, preconizada pelo Estatuto da Cidade
e presente na Constituição Federal Brasileira, estabelece condições para a adequação dos terrenos
das construções. Os principais parâmetros devem atender que as construções não podem estar em
terrenos alagadiços e sujeitos a inundações, antes de tomadas as providências para assegurar o
escoamento das águas; em terrenos que tenham sido aterrados com material nocivo à saúde pública,
sem que sejam previamente saneados; em terrenos que tenham declividade igual ou superior a 30%
(trinta por cento), salvo se atendidas exigências específicas das autoridades competentes; em terrenos
onde as condições geológicas não aconselham a edificação; em áreas de preservação ecológica ou
naquelas onde a poluição impeça condições sanitárias suportáveis, até a sua correção. (BRASIL, 1979)
18
O manual técnico de arborização urbana de salvador com espécies nativas da mata atlântica prevê
soluções para espaços e ambiente para arborização, como calçadas de vias públicas, em ruas e
avenidas. (SALVADOR, 2017b).
172
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
Continuação
Continua
173
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
Continuação
2.6 Conflito/ expansão das unidades Planejamento Definição das áreas de risco e
residenciais subnormais. urbano. proibição do crescimento.
2.7 Conflito/ implantação de novas vias Planejamento Redução de áreas verdes, de lazer
e ampliação da malha urbana. urbano. e de convivências no bairro.
3 EMPREENDIMENTO HOSPITAL
3.1 Conflito/ ampliação das áreas para Mobilidade Criação de passarela elevada para
estacionamentos na região exterior urbana e conexão entre o estacionamento e o
ao empreendimento e desconforto segurança. hospital.
para os usuários na travessia da via
principal.
Continua
19
Zonas de Especial Interesse Social: Segundo o PDDU de Salvador, de 2016, as categorias das
ZEIS são subdividas em:
I - ZEIS-1: assentamentos precários – favelas, loteamentos irregulares e conjuntos habitacionais
irregulares;
II - ZEIS-2: edificação ou conjunto de edificações deterioradas, desocupadas ou ocupadas,
predominantemente, sob a forma de cortiços, habitações coletivas, vilas ou filas de casas;
III - ZEIS-3: compreende terrenos não edificados, subutilizados ou não utilizados;
IV - ZEIS-4: assentamentos precários, ocupados por população de baixa renda, inseridos em APA ou
APRN;
V - ZEIS-5: assentamentos ocupados por comunidades quilombolas e comunidades tradicionais,
especialmente aquelas vinculadas à pesca e mariscagem. (SALVADOR, 2016b, p.35)
174
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
Continuação
20
Água de reúso
Água residuária, que se encontra dentro dos padrões exigidos para sua utilização nas modalidades
pretendidas. (BRASIL, 2005, p. 1)
21
Classes e parâmetros para os esgotos
Classe 1 – lavagem de veículos e outros usos que requerem o contato direto do usuário com a água,
com possível aspiração de aerossóis pelo operador incluído chafarizes;
Classe 2 – lavagens de pisos, calçadas e irrigação de jardins, manutenção de lagos e canais para fins
paisagísticos, excetos chafarizes;
Classe 3 – reúso nas descargas de vasos sanitários;
Classe 4 – reúso nos pomares, cereais, forragens, pastagens para gados e outros cultivos através de
escoamento superficial ou por sistema de irrigação pontual. (ABNT, 1997, p. 22)
175
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
A Avenida Gal Costa é uma via possui limites físicos com o bairro São Rafael, o Centro
Administrativo da Bahia (CAB), Sussuarana, Nova Sussuarana e Pau da Lima. Ela
inicia a partir da via expressa Avenida Luís Viana (Paralela), em entroncamento viário
com a Avenida são Rafael, e se estende até Pirajá, no acesso à BR 324.
A construção da avenida Gal Costa iniciou-se na década de 2000, após a
consolidação dos bairros vizinhos. A via teve uma recente ampliação do seu sistema
viário, em 2017, após a vigência do novo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano
de Salvador (PDDU), em 2016 (SALVADOR, 2016b). As obras de infraestrutura
envolveram a macrodrenagem das nascentes dos Rios Cachoeirinha e Pituaçu, a
movimentação de terra para a estabilização da via, contenção de encostas, trevo
viário, criação de passeios, sistema de iluminação e energia elétrica.
A partir do novo planejamento da cidade, essa região caracteriza-se como um vetor
de crescimento urbano. Ocorre, a partir deste novo panorama, a ampliação dos
gabaritos das edificações circunvizinhas e a implementação de um novo sistema de
veículos de massa, como o metrô e a estação de transbordo de Pituaçu.
Consequentemente, a Avenida Gal Costa adquire maior relevância, pois cumpre a
função de via de conexão com a BR 324, caracterizado como outro vetor de
crescimento de Salvador. Neste sentido, a Avenida Gal Costa funciona como via de
interligação entre a Avenida Paralela e a Rua do Porto Rico e a Rua da Indonésia, no
bairro Jardim Santo Inácio. Essa área está consolidada como região fabril da cidade.
Nesse mesmo período foi realizado o recente sistema de complexo viário e a nova
Estação de Metrô de Pirajá.
Para Santos (2010), o Centro Administrativo da Bahia é um bairro de forte influência
para as transformações ao longo da Avenida Gal Costa. Desde a década de 1970, o
local funciona como polarizador de fluxos da cidade:
O Centro Administrativo da Bahia - CAB é um bairro de uso
predominantemente institucional, onde se localiza a maior parte das
secretarias e órgãos de Governo do Estado da Bahia, como a
Assembléia Legislativa e o Tribunal de Justiça. Em suas imediações
passa o Rio Pituaçu.
O CAB foi inaugurado em 1973, em uma área cuja maioria das terras
pertencia a Adilson Ataíde da Fonseca. Segundo Ivan Barbosa,
engenheiro civil, coordenador de fiscalização e supervisor geral das
obras de edificação do CAB, a implantação do Centro Administrativo
na Avenida Luiz Viana Filho, mais conhecida como Avenida Paralela
justificou-se na década de setenta, porque o Centro da Cidade dava
sinais de fadiga.
A expansão em direção ao “Miolo” de Salvador era o movimento
natural. A Paralela, com apenas uma pista, colocava a possibilidade
de polarização e crescimento da cidade em direção ao Norte.
(SANTOS, 2010, p. 197)
Santos (2010) alerta que o Centro Administrativo e as demais regiões próximas devem
ser planejados com cuidado, pois é uma região que não possibilita a permeabilidade
urbana, ou seja, possui uso restrito institucional e não se integra com o restante da
176
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
cidade. Além disso, a região possui elevada saturação das vias com grandes níveis
de congestionamento.
O fato da Avenida Gal Costa possuir proximidade com o CAB, impulsionou o avanço
das construções ao longo da via, tanto pela sua proximidade, quanto pela atratividade
de empregos para os seus habitantes. Os relatos históricos apontam que este território
sempre foi uma região de certo modo marginalizada, pois o seu terreno se encontra
numa topografia de vale, entre morros, com a presença de exuberante vegetação.
Santos (2010) aponta que os primeiros moradores utilizavam dos recursos naturais
em abundância para as práticas de pesca e lavagem de roupas nas nascentes dos
rios locais, a partir da década de 1970.
Segundo o Painel de Informações dos Dados Socioeconômicos por Bairros e
Prefeituras-Bairro de Salvador (BAHIA, 2016b), o Centro Administrativo está situado
na Prefeitura-Bairro VIII Cabula/ Tancredo Neves. Essa macro zona tem a área de
25.727 km2 e 374.013 habitantes, em 2010. Ela é formada por 22 bairros: Arenoso,
Arraial do Retiro, Barreiras, Beiru/Tancredo Neves, Cabula, Cabula VI, Calabetão,
Centro Administrativo da Bahia, Doron, Engomadeira, Granjas Rurais Presidente
Vargas, Jardim Santo Inácio, Mata Escura, Narandiba, Nova Sussuarana, Novo
Horizonte, Pernambués, Resgate, Saboeiro, São Gonçalo, Saramandaia e
Sussuarana.
O CAB está entre os bairros de menor densidade demográfica da sua vizinhança, com
a faixa até 69 habitantes/ha. Com relação a quantidade de domicílios, não há
ocorrências na região, pois ele está enquadrado em bairro de uso restrito institucional.
A zona preserva áreas verdes e, distribuído na sua Prefeitura Bairro, há a ocorrência
de 35 ZEIS. Este dado constata a fragilidade do tecido social urbano existente nesta
parte de cidade.
177
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
178
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
a. Uso
A análise do uso do solo no entorno imediato da Avenida Gal Costa, em 2018, permite
evidenciar que a região possui atividades predominantemente residenciais,
constatado através da presença de condomínios habitacionais privados de padrão
horizontal e habitações subnormais (Figura 26).
As edificações de uso religioso possuem um número expressivo na região, totalizando
vinte e três unidades. Os usos comercial, de serviço e misto têm a presença menos
significativa no local e estão distribuídos no interior do bairro Sussuarana, nas vias
locais. Além disso, a Avenida Gal Costa é um dos limites físicos do Centro
Administrativo da Bahia, aonde estão concentrados em edificações de caráter
institucional.
179
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
180
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
c. Gabaritos
A análise de gabaritos da Avenida Gal Costa aponta para uma grande diversidade
(Figura 28). As construções subnormais com gabarito de dois a quatro pavimentos
concentram-se em Sussuarana, ao longo da Rua Rubens Zardival; em São Marcos
predominam conjuntos habitacionais residenciais nas faixas de dois a quatro
pavimentos e acima de oito pavimentos; as edificações de caráter institucional do
Centro Administrativo da Bahia possuem de cinco a seis pavimentos. Ao longo da
Avenida Gal Gosta as edificações são predominantemente baixas, na faixa de um a
dois pavimentos. Nesta via não há a presença de edificações de grande porte no
segmento entre o acesso da Avenida Luís Viana ao acesso do bairro Pau da Lima. No
trecho do início do bairro Pau da Lima até as proximidades do acesso a BR 324, na
conexão com a Rua do Porto Rico, são apresentadas construções de uso industrial,
com tipologia de galpões, com gabarito estimado até quinze metros de altura, e
construções pavilhonares pertencentes ao Batalhão de Guardas da Polícia Militar da
Bahia e a Penitenciária Lemos de Brito.
181
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
182
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
183
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
expressa, a Avenida Luís Viana. Foram detectadas 12 paradas de ônibus que realizam
a acessibilidade do público nos bairros referidos.
Já a Avenida Gal Costa possui características distintas, pois tem o uso das edificações
em suas proximidades predominantemente residencial. Possui 4 equipamentos
urbanos de grande capacidade de público, sendo o conjunto das edificações do
Centro Administrativo de elevada importância. Além disso, as edificações ao longo da
via atingem o gabarito de até 4 pavimentos. A Avenida Gal Costa também está
classificada como via arterial e foram detectados 4 pontos de ônibus no trecho em
estudo.
Foi percebido que a Avenida São Rafael possui um caráter de maior dinamicidade
urbana com relação a Avenida Gal Costa, pois agrega uma quantidade maior de
atividades de comércio e serviços. Ela também tem o potencial de maior atratividade
de pessoas, devido ao conjunto de equipamentos urbanos em suas proximidades, de
caráter público e privado. Além disso, esta via permite maior acessibilidade do público
da região e de outras partes da cidade, já que há uma quantidade relativamente maior
de pontos de ônibus ao longo do seu percurso.
A Avenida Gal Costa é uma via que permite menor locomoção e acessibilidade urbana
para os seus usuários. Além de estar situada numa região de topografia em região de
vale, ou seja, entre morros, ela possui baixa. Este fator ocorre devido à presença de
áreas verdes e ao curso d`água natural dos rios existentes, que funcionam como
obstáculos à via transitável de veículos e de pedestres. Este dado constata-se a partir
da existência da menor quantidade de equipamentos urbanos ao longo do seu
percurso, bem como um menor número de pontos de ônibus e a dificuldade de acesso
dos moradores à própria via.
Constata-se, portanto, que o HSR é um empreendimento importante para o
impulsionamento do desenvolvimento local, no sentido de que contribuiu desde o
primeiro momento, para a evolução dos setores censitários no entorno imediato da
Avenida São Rafael. O EAS possibilitou que a infraestrutura urbana22 avançasse até
a região, muito embora houvesse impactos ambientais significativos com a expansão
da malha urbana dos bairros São Rafael e São Marcos, como as grandes
movimentações na topografia devido as construções de usos diversificados. Outro
impacto considerável ocorre no sistema viário, pois é uma via de grande tráfego de
veículos ao longo do dia. Além disso, tem grande impacto econômico, devido a sua
capacidade de atração de novos investimentos, como os equipamentos de grande
porte.
22
Infraestrutura urbana: “O espaço urbano não se constitui apenas pela tradicional combinação de
áreas edificadas e áreas livres, intimamente relacionadas entre si ou fragmentadas e desarticuladas
entre si ou fragmentadas e desarticuladas, conforme o caso. Do espaço urbano também fazem parte
as redes de infraestrutura que possibilita seu uso e de acordo com sua concepção, se transforma em
elemento de associação entre a forma, a função e a estrutura.” (MASCARÓ, 2013, p. 13)
Secundo Mascaró (2013), classificam-se como sistemas de redes de infraestrutura urbana, segundo
sua função, os sistemas viário, sanitário, energético e de comunicações.
184
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
A Figura 30 ilustra a implantação das Avenidas São Rafael e Gal Costa na morfologia
de Salvador. As duas avenidas possuem a mesma hierarquia de via arterial, portanto,
possuem a mesmo grau de importância quanto à classificação do sistema viário. 23
23
Via Arterial: Art. 203. A infraestrutura viária do Município orienta-se pela definição de uma rede
hierarquizada de vias, abrangendo todo o território municipal, compatibilizada com o Código de Trânsito
Brasileiro (CTB) e adequada às características físicas e funcionais das vias existentes, ou planejadas,
compreendendo duas categorias:
185
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
Elas fazem parte da Rede Viária Estrutural (RVE), no entanto as suas características
são bastante distintas, conforme apontado anteriormente.
A Figura 31 indica que as seções transversais típicas do sistema viário ao longo das
Avenidas São Rafael (Seções 1.1, 1.2 e 1.3) e Gal Costa (Seções 2.1, 2.2 e 2.3)
sofrem variações. A comparação entre elas permite uma melhor visualização sobre o
grau de importância das vias e comunicação entre as demais regiões da cidade.
Na primeira situação, considerando o percurso da Avenida São Rafael, percebe-se
que a via possui variações de 13 metros a 26 metros, incluindo as pistas de rolamento
com as faixas dos dois sentidos, canteiros e passeios. No ponto em frente ao Centro
Educacional São Rafael (Seção 1.3), nas proximidades do posto de combustível
Menor Preço, a caixa de rua é de 8,71 m, com apenas 02 faixas de rolamento. No
trevo viário de acesso ao Conjunto Recanto das Ilhas (Seção 1.2), a via é duplicada
com dimensão de 10,29 metros e 06 faixas de rolamento. Enquanto no ponto em frente
ao estacionamento externo do HSR a dimensão da caixa de rua é de 8,71 m, com 02
vias e 04 faixas de rolamento. Ou seja, há uma redução da via na proximidade de um
equipamento de grande porte, que é o hospital, causando um ponto de conflito no
tráfego de veículos nesta região.
Na segunda situação, considerando o percurso da Avenida Gal Costa, visualiza-se
que a nível de hierarquia viária, a pista possui menor grau de importância com relação
à anterior. No ponto de proximidade com a Estação de integração de ônibus de
Pituaçu (Seção 2.1) possui 02 pistas com três faixas de rolamento, com caixas de rua
variando de 5m a 9 m. No ponto anterior ao trevo viário (seção 2.2), sentido bairro Pau
da Lima, a pista é única, com 02 faixas de rolagem e dimensão aproximada da caixa
de rua de 9 m. E no ponto posterior ao trevo viário (seção 2.3), em zona de grande
adensamento de habitação subnormal, a via adquire a caixa de rua de dimensão 8,71
m.
A interpretação dessa leitura infere que a Avenida Gal Costa tem um caráter maior de
via de conexão rápida entre os bairros São Rafael e Pau Miúdo, enquanto que a
Avenida São Rafael tem um potencial de maior capilaridade de público e irradiação
de vias locais para o interior do bairro. Esta constatação pode ser demonstrada pela
Avenida São Rafael possuir maior quantidade com as suas faixas de rolagem,
conexões rodoviárias e vias locais.
Via Arterial I (VA-I), com a função principal de interligar as diversas regiões do Município, promovendo
ligações intraurbanas de média distância, articulando-se com as vias expressas e arteriais e com outras
de categoria inferior, contando com faixas de tráfego segregadas para o transporte coletivo, que terão
prioridade sobre qualquer outro uso projetado ou existente na área destinada à sua implantação;
(SALVADOR, 2016b, p. 104)
186
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
187
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
Seção 1.2 - Avenida São Rafael/ no trevo viário de acesso ao Conjunto Recando
das Ilhas, na Avenida Oceano Pacífico.
Seção 1.3 - Avenida São Rafael/ em frente ao Centro Educacional São Rafael.
188
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
Seção 2.1 - Avenida Gal Costa/ área de vegetação de grande porte nas
proximidades com a Estação de integração de ônibus de Pituaçu.
Seção 2.2 - Avenida Gal Costa/ área de habitação subnormal, anterior ao trevo
viário, sentido bairro Pau da Lima.
189
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
Seção 2.3 – Avenida Gal Costa/ área de habitação subnormal, após trevo viário,
sentido bairro Pau da Lima.
190
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
5
CONCLUSÃO
HOSPITAL DO SUBÚRBIO - HS
FONTE: Elaborado por Rafael Câmara – Arquiteto e urbanista UNIFACS/ Mestrando pela Escola
de Belas Artes UFBA. Acervo do autor.
191
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
192
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
193
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
Saúde (R.S.S.) e efluentes, que precisam ser tratados anterior a sua fase de
lançamento no corpo hídrico natural, que é o rio Passa Vaca. De acordo com a
unidade de saúde, os efluentes gerados atingem o valor médio de 10.164 M3/mês,
em 2018. A eliminação desses resíduos líquidos amplia a necessidade das medições
e dos monitoramentos periódicos pelos órgãos ambientais competentes, no nível de
qualidade das águas desta fonte contaminadora. Por conseguinte, os efeitos
prejudiciais dessa situação, a longo prazo, podem contribuir para aumentar a poluição
do Rio Passa Vaca em Salvador e contaminar as reservas de água potável no subsolo
da sua bacia hídrica (SANTOS, 2010). A ampliação do sistema de abastecimento das
águas desse EAS, através da perfuração dos poços artesianos particulares, também
pode refletir, de curto a longo prazo de tempo, na poluição das reservas naturais de
água existentes no subsolo.
A demanda crescente de insumos para o funcionamento desse complexo hospitalar,
como energia, gases e água, necessita de uma avaliação do desempenho dos
sistemas de instalações e máquinas, para se atingir a redução dos investimentos do
empreendimento. De acordo com os dados do relatório apresentado pelo Hospital São
Rafael (2018), o consumo de energia limpa, através de placas solares foi de 13.500
Kw/ano, o consumo por geradores em ponta foi de 1.360.800 Kw/h, a produção de
resíduos gerados foi de 810.529 Kg/mês (100%) e o volume de resíduos reciclados
foi de 76.799 Kg/mês (9,48%). A ideia principal do hospital é que a utilização de
soluções sustentáveis possa viabilizar práticas mais benéficas para a edificação.
Apesar disso, novas alternativas, como o sistema de cogeração de energia, aonde o
excedente de produção pode ser encaminhado para a rede geral de distribuição, pode
ser uma hipótese viável para suprir, em partes, a energia da do bairro.
As principais alterações no bairro São Rafael podem ser descritas pelos impactos da
alteração da paisagem, alterações dos usos na região, modificações na base
econômica local, aumento da receita municipal, redução do índice de vulnerabilidade
social, aumento populacional, desenvolvimento do comércio, melhoria nos serviços
de saúde e educação, controle da poluição em diversos meios naturais, segregação
social, sobrecarga na infraestrutura urbana, carência de áreas de lazer e convivência.
O estudo comparativo entre as Avenidas São Rafael e Gal Costa marcantes
diferenças. Com relação as análises urbanas apresentadas sobre a Avenida São
Rafael, esta via municipal apresenta características distintas de algumas vias
próximas. É perceptível a ampliação da quantidade de construções na região, o
crescimento do seu parque de infraestrutura, com novos equipamentos de usos
comerciais e de serviços, bem como a modificação do sistema de transportes no seu
entorno imediato. Estes fatores favorecem, por sua vez, o adensamento populacional
do bairro, modificando a qualidade de vida dos moradores locais.
A Avenida Gal Costa adquire maior importância para a dimensão da cidade, a partir
do ano de 2016, com a vigência do novo Plano Diretor de Salvador. Antes funcionava
apenas como via de ligação para o bairro de Pirajá, com classificação hierárquica de
via local. Atualmente, faz parte de um novo sistema viário de integração, por
multimodais, como ônibus, metrô e veículos, entre as duas vias expressas da cidade,
a Avenida Luís Viana Filho e a BR 324. Nesse sentido, as edificações vizinhas, ao
longo da Avenida Gal Costa, estão passando por modificações dos usos residencial
para comércio e serviços. Além disso, há a incorporação de novos condomínios
residenciais verticais. É importante mencionar que essa via possui poucos
194
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
equipamentos urbanos de grande porte com acesso direto a mesma, como o Batalhão
da Polícia Militar e a Penitenciária Lemos de Brito. Ambos são complexos urbanos de
característica não permeáveis para a cidade. Além disso, as construções na Avenida
Gal Costa não têm acessibilidade facilitada e os indicadores sociais e demográficos
das proximidades apontam elevados índices de fragilidade urbana.
Em contraposição ao cenário da via anterior, é importante destacar que os usos ao
longo da Avenida São Rafael demonstram uma região com grande dinâmica urbana,
caracterizada pela diversidade de edificações, de usos de serviço, comércio,
habitação, institucional, misto e saúde. Os gabaritos dos prédios existentes nessa
mesma área variam de um a dez pavimentos, sendo que as construções anteriores a
década de 2000 possuíam até cinco pavimentos. Esta relação das alturas das
edificações tem repercussão direta com o cone de aproximação dos aviões para o
aeroporto, aonde não permite prédios maiores que quinze pavimentos nesta área. No
entanto, é possível visualizar que há um nítido avanço de novos empreendimentos,
de forma acelerada. Este fenômeno demonstra a configuração de uma nova
morfologia urbana, através de prédios verticais e horizontais, que vem modificando a
paisagem local.
Com relação as discussões gerais sobre os hospitais, esses equipamentos complexos
acarretam, de modo geral, problemas e potencialidades no território das metrópoles.
De acordo com a análise do contexto das cidades contemporâneas, pode-se explicitar,
a respeito da implantação dos grandes complexos hospitalares, sobretudo em
Salvador, que é necessário uma avaliação abrangente sobre vários aspectos. Os
principais requisitos referem-se as normativas legais, as leis sanitárias, a análise do
contexto da sua territorialidade, o perfil do público da região e outras questões não
menos importantes.
São tópicos importantes a respeito da inserção dos Estabelecimentos Assistenciais
de Saúde, em específico o caso dos hospitais nos grandes centros urbanos, as
questões associadas com a legislação vigente, as suas tipologias, o seu porte, a sua
complexidade, a sua classificação, o trânsito e locomoção, as suas metodologias de
planejamento, os níveis de atendimento, a sua implantação e a sua hierarquia.
Segundo o Estatuto das Cidades (BRASIL, 1979), estabelecido pela Constituição
Federal de 1988, os hospitais são equipamentos complexos, cuja viabilidade da
implantação do seu projeto arquitetônico nos territórios das cidades necessita da
consulta de normativas federais, como o Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV). As
análises do empreendimento devem ter atenção com relação aos parâmetros de
adensamento populacional, equipamentos urbanos e comunitários, uso e ocupação
do solo, valorização imobiliária, geração de tráfego e demanda por transporte público,
ventilação e iluminação, paisagem urbana e patrimônio natural e cultural;
Os hospitais podem ser considerados como Grandes Projetos Urbanos (GPU), que
são elementos transformadores do espaço das cidades e que produzem impactos de
forma direta ou indireta. Por sua vez, os GPU podem modificar a morfologia urbana,
com relação ao seu tecido e a paisagem, bem como afetar a economia local,
alterando, por conseguinte, os indicadores do Índice do Desenvolvimento Humano
(IDH) da população sob sua influência;
Complexos de saúde possuem características particulares com relação às demais
tipologias de edificações. Predomina a diversidade entre os tipos de usuários e a
195
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
196
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
197
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
198
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
6
REFERÊNCIAS
199
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
200
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
201
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
<file:///C:/Users/Master/Downloads/HOSPITAIS_SUSTENTAVEIS_Um_componente
_de.pdf>. Acesso em: 18 jun. 2017.
BOER, John de; MUGGAH, Robert; PATEL, Ronak. Conceptualizing City Fragility
and Resilience. 5. ed. Japan: United Nations University Centre For Policy Research,
2016. 25 p. Disponível em:
<http://collections.unu.edu/eserv/UNU:5852/ConceptualizingCityFragilityandResilienc
e.pdf>. Acesso em: 28 maio 2018.
BRASIL. Lei nº 6766, de 19 de dezembro de 1979. Dispõe sobre o Parcelamento
do Solo Urbano e dá outras Providências. Brasília, BR, 20 dez. 1979. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6766.htm>. Acesso em: 15 jul. 2018.
______. Resolução nº 1, de 23 de janeiro de 1986. Dispõe sobre critérios básicos e
diretrizes gerais para a avaliação de impacto ambiental. Conselho Nacional do
Meio Ambiente - Conama. Brasília, BR, 17 fev. 1986. Seção 1, p. 1-4. Disponível
em:
<http://www.mma.gov.br/port/conama/legislacao/CONAMA_RES_CONS_1986_001.
pdf>. Acesso em: 17 jul. 2018.
______. Presidência da República. Emenda constitucional N°. 29, de 13 de
setembro de 2000. Altera os arts. 34, 35, 156, 160, 167 e 198 da Constituição
Federal e acrescenta artigo ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias,
para assegurar os recursos mínimos para o financiamento das ações e serviços
públicos de saúde. Brasília: Presidência da República, 2000. Disponível em:
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc29.htm>.
Acesso em: 17 jun. 2017.
______. Congresso Nacional. Lei 10.257: Estatuto da Cidade, de 10 de julho de
2001. Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes
gerais da política urbana e dá outras providências. Brasília: Congresso Nacional,
2001. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10257.htm>. Acesso em: 18
nov. 2017.
______. Departamento Nacional de Trânsito. Manual de procedimentos para o
tratamento de pólos geradores de tráfego. Brasília: DENATRAN/FGV, 2001.
Disponível em:
<http://braganca.sp.gov.br/uploads/files/2017/PolosGeradores_DENATRAN_EIV_RI
V_2C.pdf>. Acesso em: 16 fev. 2018.
______. Portaria nº 2.224, de 5 de dezembro de 2002. Sistema de Classificação
Hospitalar do Sistema Único de Saúde. Brasília, BR, Ministério da Saúde. 2002a.
Disponível em: <http://www.husm.ufsm.br/janela/legislacoes/sus/sus/portaria-no-
2224-de-5-de-dezembro-de-2002.pdf>. Acesso em: 29 maio 2018.
______. Resolução nº 307, de 5 de julho de 2002. Estabelece diretrizes, critérios e
procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. Conselho
Nacional do Meio Ambiente - Conama. Brasília, BR, 17 jul. 2002b. Seção 1, p. 1-4.
Disponível em:
<http://www.mma.gov.br/port/conama/legislacao/CONAMA_RES_CONS_1986_001.
pdf>. Acesso em: 17 jul. 2018.
202
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
203
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
<http://epe.gov.br/pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/balanco-energetico-
nacional-2018>. Acesso em: 1 dez. 2018.
______. Semira Adler Vainsencher. Fundação Joaquim
Nabuco. CHESF: Companhia Hidro Elétrica do São Francisco, 2018b. Disponível
em:
<http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=a
rticle&id=524>. Acesso em: 18 jul. 2018.
CAMPOS, Ricardo Bruna Cunha. Sociedades Complexas: indivíduo, cultura e o
individualismo. Caos: Revista Eletrônica de Ciências Sociais, Paraíba, v. 1, n. 7, p.8-
22, jul. 2004. Disponível em: <http://www.cchla.ufpb.br/caos/ricardocampos.pdf>.
Acesso em: 14 nov. 2015.
CARVALHO, Antônio Pedro Alves de. Introdução à arquitetura hospitalar.
Salvador, BA: UFBA, FA, GEA-hosp, 2014.
CARVALHO, Inaiá Maria Moreira de, et al. Metrópoles na atualidade brasileira:
transformações, tensões e desafios na Região Metropolitana de Salvador. Salvador:
EDUFBA, 2014.
CARVALHO, Inaiá Maria Moreira de; PEREIRA, Gilberto Corso. Salvador, uma
metrópole em transformação. In: CARVALHO, Inaiá; PEREIRA Gilberto Corso (Org.).
Salvador: Transformações na ordem urbana. Rio de Janeiro: Letra Capital, 2014.
Disponível em:
<http://www.observatoriodasmetropoles.net/images/abook_file/serie_ordemurbana_s
alvador.pdf>. Acesso em: 17 jun. 2016.
CAVALCANTE, Teane da Silveira. Método paramétrico aplicado ao planejamento
urbano. In: ENANPARQ - Porto Alegre: IV ENANPARQ - Encontro da Associação
Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo. Anais... Porto
Alegre: 2016. Disponível em:
<https://enanparq2016.wordpress.com/principal/anais/>. Acesso em: 05 fev. 2017.
CCR METRÔ BAHIA (Bahia). Linha 2: Estação Pituaçu. Disponível em:
<http://www.ccrmetrobahia.com.br/linha-2/estacoes/estacao-
pituacu?stationid=10331>. Acesso em: 18 jul. 2018.
CELLI, Andressa. Evolução urbana de Sorocaba. Dissertação (Mestrado) –
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, São Paulo, 2012. Disponível em:
<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16139/tde-27072012-141358/pt-
br.php>. Acesso em: 14 ago. 2017.
CITTATI (São Paulo) (Ed.). Cittamobi. 2018. Elaborado por Luiz Eduardo Porto.
Disponível em: <https://www.cittamobi.com.br/home/mapa/>. Acesso em: 6 jun.
2018.
CORÁ, Mariana Jundurian. Impactos do Pré-sal no uso e ocupação do solo de
Caraguatatuba, SP. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013. Disponível em:
<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16139/tde-04072013-164000/en.php>.
Acesso em: 14 ago. 2017.
CORRÊA, Luciana Reis Carpanez. Os Hospitais de Pequeno Porte do Sistema
Único de Saúde Brasileiro e a Segurança do Paciente. 2009. 126 f. Dissertação
204
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
205
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
<https://www.archdaily.com.br/br/763172/mapas-a-urbanizacao-no-mundo-entre-
1950-e-2030>. Acesso em: 30 set. 2018.
GHIONE, Roberto. Contrariedade e complicação. Vitruvius, São Paulo, v. 12, jul.
2013. Disponível em:
<http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/resenhasonline/12.141/4885>. Acesso
em: 7 fev. 2016.
GÓES, Ronald de. Manual prático de arquitetura hospitalar. São Paulo, Edgard
Blucher, 2004.
GOOGLE MAPS for Windows 10: Google LCC, 2017. Disponível em:
<https://maps.google.com/>. Acesso em: 15 nov. 2017.
GRICOLON, A. B. Impactos dos Padrões de Crescimento Espacial e de
Transportes no Entorno de Pólos Geradores de Viagens. Dissertação (Mestrado)
– Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos,
2007.
HSR - HOSPITAL SÃO RAFAEL. Hospital São Rafael: Histórico. 2018a. Disponível
em: <http://portalhsr.com.br/historico/>. Acesso em: 12 fev. 2018.
HSR - HOSPITAL SÃO RAFAEL. Hospital São Rafael: depoimento [mai. 2018].
Entrevistadores: J. F. Nobre Neto. Salvador: ARQSAÚDE-BA, 2018b. Folhas com
anotações. Entrevista concedida aos membros do grupo de pesquisa
ARQSAÚDE/PPGAU/UFBA.
IGARAPÉ INSTITUTE. Fragile Cities. Rio de Janeiro, 2017. Disponível em:
<http://fragilecities.igarape.org.br/>. Acesso em: 20 nov. 2017.
INOVAR H (Salvador). Escola de Administração da Ufba. Hospital São Rafael.
2018. Disponível em: <http://www.inovarh.ufba/instituicoes/18>. Acesso em: 28 maio
2018.
KOWALTOWSKI et al. O processo de projeto em arquitetura. – São Paulo: Oficina
de textos, 2011.
LAMAS, José Manoel Ressano Garcia. Morfologia urbana e desenho da cidade.
7ª. Ed., Fundação Calouste Gulbenkian, 2014.
LAWSON, Bryan. How Designers Think: The Design Process Desmytified. 4ª. Ed.,
2005.
LEMOS, Jonas Badermann de. Planos Diretores para Estabelecimentos Assistenciais
de Saúde. In: BITENCOURT, F.; COSTEIRA, E. (Org.). Arquitetura e engenharia
hospitalar: Planejamentos, projetos e perspectivas. Rio de Janeiro: Rio Books, 2014.
p. 55-71.
MA, J. et al. Modeling pedestrian space in complex building for efficient pedestrian
traffic simulation. Automation In Construction, [s.l.], v. 30, p.25-36, mar. 2013.
Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.autcon.2012.11.032. Disponível em:
<http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0926580512002270>. Acesso em:
7 fev. 2016.
MACHADO, Daiane Borges; SANTOS, Darci Neves dos. Suicídio no Brasil, de 2000
a 2012. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, [s.l.], v. 64, n. 1, p.45-54, mar. 2015.
206
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
207
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
208
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
209
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
UNEP. Sustainable building and construction: facts and figures. Industry And
Environment, London, p.5-8, abr. 2003. Disponível em:
<http://www.uneptie.org/media/review/vol26no2-3/005-098.pdf>. Acesso em: 28 nov.
2017.
URBAN RECYCLE (Salvador). PAV - Pavilhão da Mata Atlântica: Requalificação
do Jardim Botânico de Salvador. 2014. Disponível em:
<http://urbanrecycle.com.br/portfolio/pav/>. Acesso em: 15 jul. 2018.
VIEIRA, Elvis José. Grandes projetos urbanos e a transformação da forma
urbana na cidade contemporânea: Operação Urbana Orla Ferroviária de Suzano.
Tese (doutorado) – São Paulo, 2012. Disponível em:
<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16139/tde-15052013-135626/pt-
br.php>. Acesso em: 14 ago. 2017.
VILAS NOVAS, Grasiella Drumond Bowen. Os impactos das transformações
econômicas no território local: estudo de caso da Região Metropolitana da
Grande Vitória. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, São
Paulo, 2009. Disponível em:
<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16139/tde-16032010-104428/pt-
br.php>. Acesso em: 14 ago. 2017.
VILLAÇA, F. Plano diretor: modernismo x pós-modernismo. USP, 1993. Disponível
em:<www.usp.br/fau/fau/galeria/paginas/index.html>. Acesso em: 15 ago. 2016.
XU, Xung et al. From Building Information Modeling to City Information Modeling.
Itcom, Journal of Information Modeling to city Information modeling, Huazhong, v.
19, set. 2014. Disponível em:
<http://www.itcon.org/data/works/att/2014_17.content.02130.pdf>. Acesso em: 28
fev. 2016.
WHO - WORLD HEALTH ORGANIZATION. Healthy Hospitals - Healthy Planet -
Healthy People: Addressing climate change in health care settings. [s.l.]: World
Health Organization, 2009. 32 p. Disponível em:
<http://www.who.int/globalchange/publications/climatefootprint_report.pdf?ua=1>.
Acesso em: 18 jul. 2018.
WOLFFENBÜTTEL, Andrea (Brasil). Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. O
que é?: Índice de Gini. 2004. Disponível em:
<http://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&id=2048:catid=28&
Itemid=23>. Acesso em: 19 jul. 2018.
210
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
APÊNDICE
211
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
Local da entrevista:
Data: Início: h Término: h
N°. da entrevista:
I.IDENTIFICAÇÃO
1. Nome (iniciais):
2. Idade:
3. Profissão:
4. Cursos realizados (especificar área):
- Capacitação/ Aperfeiçoamento:
- Especialização:
- Mestrado:
- Outros:
5. Tempo de atuação na profissão:
6. Tempo de atuação na Instituição:
212
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
213
IMPACTO URBANO DE EDIFICAÇÕES COMPLEXAS: O CASO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL EM SALVADOR-BA
ANEXO
214