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Curso de Administração
Trabalho de Conclusão de Curso
ARTIGO CIENTÍFICO
BRASÍLIA
2020
FILLIPE CRUZ DOS SANTOS CORTES
MARIA EDUARDA DOS SANTOS
BRASÍLIA
2020
FILLIPE CRUZ DOS SANTOS CORTES
MARIA EDUARDA DOS SANTOS
Banca Examinadora
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Orientador: Prof. Me. Romilson Rangel Aiache
____________________________________________________
Examinador: Prof. Dr André Luiz Dutra Fenner
RESUMO
O empreendedorismo digital pode ser conceituado como inovação tecnológica de algo novo ou já existente
objetivando uma contribuição a sociedade e a obtenção de lucro. O Comercio digital ou e-commerce, tem
transformado a relação de compra e potencializado o negócio das micro e pequenas empresas com possibilidade
de alcance de clientes antes inexploráveis. Diante disso, o artigo tem como objetivo geral analisar o
empreendedorismo digital como estratégia de negócios de micro e pequenas empresas. Metodologicamente,
utilizou-se de uma pesquisa de natureza exploratória e com a análise dos dados de forma quantitativa, sendo os
principais autores abordados, Chiavenato e Kotler. O questionário foi aplicado a micro e pequenas empresas, com
atuação de comercialização pela internet. Assim, observa-se que as maiores dificuldades dos empreendedores
digitais na fidelização de seu público alvo está relacionada ao marketing de relacionamento.
LISTA DE GRÁFICOS
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 7
2 EMPREENDEDORISMO .......................................................................................... 8
7 METODOLOGIA .................................................................................................... 24
CONCLUSÃO ........................................................................................................... 42
1 INTRODUÇÃO
A aproximação junto ao cliente merece a atenção dos empresários, a oferta certa, para a
pessoa certa. Ter após a venda a preocupação da visão do cliente sobre essa experiência de
compra do produto ou serviço contratado. Em meio ao cenário atual, o empreendedorismo
digital veio para mudar a forma de comprar.
2 EMPREENDEDORISMO
De acordo com Filion, (1999, apud Pereira e Bernardo, 1999, p. 5). “Há registros da
utilização do termo empreendedorismo desde o século XII, no entanto, apenas no final do século
XVII, passou a designar a criação de projetos e empreendimento”. Reynolds (199, apud
Chiavenato, 2007) vê o termo emergir a partir do século XVIII com a distinção do capitalismo
e o empreendedor, o que abre de forma mais ampla o estudo e conceituação do termo
empreendedorismo.
Pesquisadores atribuem a Cantillon (1755) e Jean-Baptiste Say (1803;1815;1816 apud
Chiavenato, 2007), os primeiros estudos sobre o tema do empreendedorismo, com uma visão
mais voltada para o lado economista e a geração de lucratividade. Dado o início aos estudos,
pensadores econômicos do século XVIII e XIX defendem o liberalismo econômico e a livre
concorrência como uma linha de estudo para o empreendedorismo e logo após incrementariam
a inovação na forma de atuação. Para REYNOLDS, 1997; SCHUMPETER, 1934 apud
CHIAVENATO, 2007, p. 5) “O empreendedorismo tem sido visto como um engenho que
direciona a inovação e promove o desenvolvimento econômico.”
Não existe uma conceituação absoluta sobre o tema que tenha consenso entre os mestres
no assunto, porem as ideias se relacionam e evoluem a partir do desenvolvimento social e
econômico da humanidade.
No Brasil, a Internet teve uma maior expressão a partir da década de 1990, por meio
de incentivos do governo federal, Ministério das Comunicações e do Ministério de
Ciência, Tecnologia e Inovação (MONTEIRO, 2001 apud PEREIRA; BERNARDO,
2016, p. 21).
O comércio via Internet está entre os dez setores empresariais mais atrativos para os
futuros empreendedores. Um dos motivos é o fato de o investimento ser relativamente
mais baixo se comparado à criação de uma empresa física; ao mesmo tempo, deve ser
dada atenção à acirrada concorrência dos grandes varejistas virtuais, pois se a empresa
não conseguir atrair clientes para sua loja virtual dificilmente conseguirá se manter no
mercado (DEGEN, 2009 apud PEREIRA; BERNARDO, 2016, p. 11).
O empreendedorismo digital teve seu início com a modalidade de lojas virtuais (e-
commerce) praticado inicialmente por grandes empresas e redes de lojas já estabelecidas no
mercado, porém a micro e pequenas empresas enxergando potencial mercado que a web
proporciona tem fomentado seu faturamento e impulsionado economia.
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internet ao seu lado. O e-commerce é um dos ramos de atividade da atualidade que mais crescem
e movimentam a economia familiar de muitos cidadãos.
Pesquisa realizada pela FGV (2009) apontam que as compras feitas no Brasil em 2008
pela internet foram de 193 bilhões de dólares, comparando com 2007 houve um aumento de
13% no valor das compras.
A tecnologia modifica proximidades e práticas, uma nova tendência de compras surgiu
e as micro e pequenas empresas tem ganhado mercado. A oportunidade de alcançar o que antes
era inatingível, uma vitrine para exposição de sua marca no mundo, uma carteira de cliente
ampla, baixo custo de infraestrutura e mão de obra, autonomia para tomada de decisão e
potencial de lucro. As facilidades e benefícios são inúmeras para o empreendedor digital, é
oferecer por meio da internet produtos e serviços com preços baixos, possibilitando que eles
sejam inseridos na economia de forma igualitária.
Dornelas (2001, apud Teixeira et al. 2011), afirma que o empreendedorismo é capaz de
transformar produtos e serviços em uma fonte de renda lucrativa, onde o empreendedor se torna
um agente de mudanças, enxergando oportunidades onde ninguém havia visto antes e
assumindo riscos mensuráveis.
Uma das vantagens de se ter acesso ao meio digital é que através da internet, os clientes
podem ter acesso as mais variadas opções, além de poderem pesquisar, comparar preços e
atributos de uma empresa para a outra, Podendo assim, fazer a melhor opção.
Para Pereira e Bernardo (2016, apud Oliveira, 2019, p.6) “O empreendedor que deseja
ingressar no meio digital deve ter em mente que precisa assumir riscos para obter vantagem
competitiva em relação aos seus concorrentes”.
O crescimento significativo dos comércios digitais, aumenta a exigência por parte dos
consumidores, pois querem clara especificações do que estão pagando, cumprimento de prazos
e execução, comunicação amigável, responsabilidade social e respeito com a diversidade.
Surgem desafios que será necessário qualificação para enfrenta-los, por isso, está em
constante estudo é essencial, manter-se atualizado sobre o mercado, cenário econômico,
legislação e mudança de comportamento do consumido. Enxergar a possibilidade de inovação
de tendências, buscar aporte financeiro pode ser vital para a manutenção de seu negócio virtual.
As empresas que terão sucesso na próxima década serão aquelas que utilizam
ferramentas digitais para reinventar sua maneira de trabalhar. Essas empresas tomarão
decisões com rapidez, atuarão com eficácia e irão atingir direta e positivamente seus
clientes (GATES, 1999 Apud OLIVEIRA, 2019, p. 4)
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Definem-se as Microempresas como as que obtém receita bruta anual igual ou inferior
a R$ 360.000,00. As que obtém receita bruta anual superior a R$ 360.000,00 e igual
ou inferior a R$ 3.600.000,00, são consideradas Empresas de Pequeno Porte. O
Microempreendedor Individual obtém a receita bruta anual igual ou inferior a R$
81.000,00. (BRASIL, Lei complementar, número 123/2006).
As microempresas são aquelas nas atividades de serviços e comércio com até 9 pessoas
ocupadas, e como pequena empresa as que tinham entre 10 e 49 pessoas ocupadas; na atividade
industrial, são microempresas aquelas com até 19 pessoas ocupadas, e pequenas empresas entre
20 e 99 pessoas ocupadas.
As micro e pequenas, são uma das principais bases da economia brasileira e estão em
constante crescimento, sendo indiscutível seu papel socioeconômico desempenhado. Além de
representarem a maioria dos negócios do país, são detentoras de uma enorme parcela do
faturamento das empresas e retém mais da metade da mão de obra formal, tornando-se os
maiores responsáveis por garantir emprego e renda no Brasil.
Uma pesquisa realizada pelo SEBRAE (2019), aponta que no Brasil, os pequenos
negócios representam 99% do total de empresas privadas, ou seja, 14 milhões de
empreendimentos. Esses negócios empregam 55% do total de trabalhadores com carteira
assinada e são responsáveis por 27% do PIB do país.
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Abaixo, uma figura com a estatística de pequenos negócios fornecida pelo Sebrae.
empreendedor, dono do seu próprio negócio, do seu próprio tempo e com investimento inicial
que cabe no seu bolso.
Os empreendedores digitais tem utilizado muitas vezes as redes sociais para se inserir
no mercado. Essa estratégia é aceita desde que seja mapeado se o cliente está inserido nessas
redes, também aborda que por se tratar de redes sociais, o empreendedor tem que está disposto
a se relacionar com seu público alvo e não propriamente só comercializar. Relacionamento é
uma exigência do mercado quando falamos do comercio digital, o retorno rápido, a atualização
constante das mídias digitais e a personalização do atendimento podem definir a conquista do
cliente.
Pesquisa realizada pela PayPal e Big Data Corp (2020), apontam que as redes sociais
são o principal meio adotada por 68,63% do e-commerce com o objetivo de divulgação e
interação com clientes. Sendo que 54,18% utilizam o Facebook, 39,87% o YouTube, 30,45%
o Twitter, 21,16% o Instagram, 4,81% o Pinterest. E não para por aí, foi apurado um
crescimento de 40,07% de lojas virtuais no Brasil de agosto de 2019 até agosto 2020, são mais
de 1,3 milhão de sites de e-commerce. A mesma pesquisa apresenta que 48,06% dos novos
negócios virtuais que surgiram são micro e pequenas empresas, que devido a pandemia tiveram
que se adaptar ou iniciar seu próprio negócio com está estratégia.
O e-commerce torna-se uma grande opção para estabelecer-se no mercado e os
consumidores tem procurado por essas empresas virtuais. É preciso evoluir e buscar
informações sobre esse mercado potencial, conhecer suas atratividades, perspectiva de
crescimento e novos arranjos. Em contra partida, ainda a um número elevado de mortalidade
das micro e pequenas empresas, o que é influenciado pela falta de planejamento do negócio.
Destaca-se ainda o despreparo em analisar o mercado e o consumidor, a falta de atenção no
capital de giro necessário para manter-se no mercado e principalmente não misturar o
faturamento da empresa com a suas finanças pessoais, um erro primário e mais recorrente no
insucesso dos novos negócios.
As micro e pequenas empresas aproveitam desse momento de inserção no mercado
virtual, para evoluírem suas tecnologias e o jeito de comercializarem Pois este é um mercado
promissor de muitas possibilidades, mas que como qualquer negócio precisa de planejamento
sistemático, para manter-se e ganhar mercado.
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4 PLANO DE NEGÓCIO
Nakagawa (2011, apud Pereira; Lopes, 2020), destaca o surgimento do plano de negócio
em 1960 nos Estados Unidos com objetivo de auxiliar as grandes empresas para melhor gestão
dos seus negócios, com isso, as pequenas empresas não conseguiam executar o plano de
negócios pela complexidade do que era proposto. Só em 1970 o conceito de plano de negócios
chega ao Brasil e só no ano 2000 ele ganha destaque junto com o empreendedorismo.
Atualmente todas as empresas são capazes de adotar o plano de negócios de uma maneira mais
flexível e de acesso a todos os segmentos.
Muitos se perguntam por onde começar um novo negócio, a resposta nem sempre é
aceita ou colocada em prática, um negócio deve ser iniciado com o planejamento do negócio.
Pensar antes de agir, conhecer o mercado antes de investir, definir como irá começar e onde
almeja chegar, com uma missão e visão de futuro bem definida o empreendedor saberá o
caminho a seguir.
Antes de iniciar uma empresa é de suma importância reunir várias informações básicas
que serão balizadoras para identifica se seu empreendimento será realmente viável, quais serão
os produtos e serviços oferecidos, quem será a o público alvo, onde se estabelecer e qual será
necessidade de mercado nos produtos e serviços oferecidos. Em outras palavras, o novo
empreendedor deve estar preparado ou previamente preparado para as demandas que surgiram,
muitas empresas terão sérios problemas ou deixarão de existir por falta de planejamento.
O planejamento é uma relação entre coisas a fazer e o tempo disponível para realizá-
las. Como o passado já se foi e o presente vai andando, é com o futuro que o
planejamento se preocupa. O planejamento pode ser aplicado a qualquer atividade
(CHIAVENATO, 2007, p. 132).
com simplicidade ou com complexidade, da forma que sua empresa e sócios enxergam a
necessidade.
Sabemos que os micros e pequenos empreendedores muitas vezes não dispõe de muitos
recursos financeiros, o que para muitos é equivalente a não ter direito a erro. A realização de
plano de negócios bem elaborado pode atrair recursos de investidores e até recursos bancários
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que devido ao incentivo do governo muitas instituições financeiras tem disponibilizado linhas
de crédito para os empreendedores.
O micro e pequeno empreendedor deve ter a plena consciência da importância de um
plano de negócio completo, nele será desenhando um senário futuro, levando em consideração
experiências passadas e o cenário presente. Desenvolve-lo é dá a importância devida para o que
será sua fonte de renda com uma dimensão das oportunidades e ameaças que surgiram pelo
caminho. A pesar de não ter garantia de sucesso, um dos principais benefício de sua elaboração
a sustentabilidade e longevidade de seu negócio.
5 CONCEITOS DE MARKETING
O marketing está mais presente em nosso cotidiano do que imaginamos, mas engana-se
quem acha que é o mesmo que publicidade e propaganda, pois apesar de estarem interligados,
tem diferentes funções. Afinal o que é o marketing?
Kotler (1998) afirma que normalmente o marketing é visto como a tarefa de criar,
promover e fornecer bens e serviços a clientes. A American Marketing Association, em seu site,
define o marketing como “a atividade de marketing é o conjunto de instituições e processos
para criar, comunicar, entregar e trocar ofertas que tenham valor para os clientes, parceiros e
sociedade como um todo”.
Para Kotler (200, p.25) o marketing se aplica - “como produtos, serviços, experiências,
eventos, pessoas, lugares, propriedades, organizações, ideias e informações”.
Há várias estratégias que são utilizadas na gestão do marketing e uma das mais
conhecidas e aplicadas é o mix de marketing. O “4ps” como popularmente conhecido, foi criado
pelo professor Jerome McCarthy (1960), sendo subdividido em: Produto: relacionado ao que a
empresa comercializa, podendo ser um objeto ou serviço, atendendo as necessidades do cliente
(público alvo) e tendo um valor agregado; Preço é o valor estabelecido para venda, prazos de
pagamento; Praça: refere-se a colocação no mercado, ou seja, quais canais de distribuição (e-
commerce, venda física, região) serão escolhidos; Promoção: são as estratégias de venda
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pessoal, propagandas que alavancarão as vendas. O mix faz parte do planejamento de uma
empresa, auxiliando a delinear o processamento estratégico, atingindo o público alvo, os
fidelizando e mantendo-se competitivo no mercado.
Com a globalização, o mundo está em constante ascensão, e com o marketing não é
diferente. Para Kotler; Setiawan e Hermawan (Sextante,2017), o marketing está na era 4.0, onde
atenção é voltada para a inteligência artificial, ou seja, para a internet e suas conexões, que
moldam nosso comportamento cada vez mais.
Segundo os autores, antes de chegar a fase atual, o marketing passou por outras três
fases, sendo elas: 1.0, onde o foco era voltado para os produtos, as marcas tinham como objetivo
padronizar a produção, reduzindo os custos e vendendo em massa; no 2.0, o foco era a conquista
da preferência dos cliente, atendendo suas necessidades; no 3.0, o enfoque passou a ser as
relações humanas, estabelecendo uma forte conexão com o cliente e mostrando o valor do
produto a vida.
Abaixo uma figura que de forma resumida, explora as fases do marketing.
6 MARKETING DE RELACIONAMENTO
6.2 Fidelização
Os clientes de hoje são mais difíceis de serem fidelizados, tendo em vista que eles são
mais conectados a novidades, ofertas e abordados com mais frequência por concorrentes. Mas
ainda existem aqueles que são presentes e não alteram de fornecedor com facilidade e ainda
intensificam o conceito do marketing de relacionamento, já que indicam as empresas as quais
são fieis a pessoas próximas, de seu ciclo de convívio.
Para Oliveira (2012), fidelidade significa uma conexão com os produtos e marcas de
uma empresa, é mais do que refazer comprar, é ter o gosto pelo que é ofertado. Segundo Corrêa
e Caon (2012, apud Campos; Santos, 2017 p.6), “conquistar clientes fiéis e retidos é preciso
ofertar um pacote de valor que os torne mais do que meramente satisfeitos”.
Kotler (2000) afirma que os consumidores tem graus de fidelidade variados em relação
a marcas especificas. Podem ser considerados clientes fiéis convictos, quando compram sempre
da mesma marca; clientes fiéis divididos, quando tem mais de uma marca favorita; clientes fiéis
inconstantes, quando alternam suas escolhas de compras; e, clientes infiéis, não que não tem
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preferência por nenhuma marca. A partir desses dados, é possível afirmar que as empresas
precisam estudar melhor seus clientes e perfis, descobrindo as causas que levam os clientes não
convictos a procurarem os concorrentes.
Além de conhecer o público, oferecer cupons de desconto, cartões de fidelidade e
entregando mais do que o cliente espera, como por exemplo brindes, são fatores que despertam
o interesse do público e os incentiva a voltar a comprar.
7 METODOLOGIA
No que se refere a metodologia da pesquisa, esse trabalho tem como foco responder à
pergunta “quais as maiores dificuldades dos micros e pequenos empreendedores na fidelização
de seu publico alvo”, para isso, foi realizada uma pesquisa exploratória.
A primeira parte do trabalho foi uma pesquisa bibliográfica através de livros, artigos,
buscas na internet pelo google acadêmico, afim de aprofundar o assunto e conhecer as
características do empreendedorismo digital, micro e pequenos empreendedores e marketing de
relacionamento.
A segunda parte foi uma pesquisa de campo. Foi aplicado um questionário,
disponibilizado online, através da plataforma Google Forms, para micro e pequenos
empreendedores digitais. Foi composto por vinte e uma questões, sendo duas abertas e
dezenove fechadas, de múltiplas escolhas. As perguntas foram elaboradas através das
características encontradas na revisão de literatura. Esse método foi escolhido por facilitar a
coleta de dados confiáveis e ter um embasamento maior na hora de fazer a análise da pesquisa.
A amostra de pesquisa foi com cem micro e pequenos empresários. Eles tinham que
responder as perguntas que mais se encaixavam com o perfil de seu negócio. Algumas respostas
apresentaram a soma das porcentagens superior a 100%, uma vez que, em algumas perguntas,
podiam ser selecionadas mais de uma alternativa.
Após o encerramento do questionário foi feita a análise dos dados. Foi utilizada a forma
quantitativa. Todas as respostas foram somadas, sendo possível responder os objetivos e
pergunta de pesquisa. Os dados foram inseridos em uma planilha de Excel, convertidos em
números e transformados em gráficos com percentuais.
A conclusão do trabalho foi baseada nas análises, confrontando o referencial teórico da
pesquisa.
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Ao analisar os resultados é possível identificar que mais da metade das empresas são
informais, ou seja, não fazem contribuição de impostos e estão sujeitas a perder suas
mercadorias em caso de fiscalização.
Aproximadamente metade das empresas entrevistadas são novas no mercado. De acordo
com o SEBRAE (2020) nos 9 primeiros meses de 2020, o número de MEIs no Brasil cresceu
14,8% e em todo o ano, foram abertas 1.470.484 novas empresas. Entretanto, apenas 25% tem
mais de cinco anos de mercado, visto que, segundo o SEBRAE (2016), 40% das MPEs
interrompem as atividades antes de completar 2 anos.
Apesar das segmentações serem variadas, é possível concluir que os ramos mais
“tradicionais” são os mais vistos na coleta dos dados, sendo eles: alimentação, saúde/estética e
roupas.
8.1 Análise sobre a comercialização de produtos e/ou serviços das empresas entrevistadas
As perguntas de quatro a sete, procuraram identificar as formas de comercialização de
produtos e/ou serviços dessas empresas.
Na pergunta quatro, as empresas entrevistadas foram questionadas se utilizam a internet
como estratégia para comercializar seus produtos e/ou serviços. Obteve-se como resposta que
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noventa e cinco (95%) das empresas utilizam essa ferramenta como forma de comercialização
e apenas cinco (5%) não.
Abaixo o gráfico gerado através das respostas:
Uma vez que apenas 57% dos entrevistados responderam que “não” para a pergunta
anterior, a questão seis foi voltada a esses empresários, perguntando qual a outra forma de
comercialização que eles utilizam. As respostas obtidas foram: 32 (57,1%) venda direta; 15
(26,8%) loja física; 9 (16,1%) exposições; totalizando 57 respostas.
Abaixo gráfico com respostas obtidas na pesquisa:
Por último, na questão sete foi indagado qual/quais veículo(s) digitais as empresas
utilizam para comercializar seus produtos e/ou serviços, essa, nessa questão era possível
assinalar mais de uma opção. As respostas foram: 83% utilizam o WhatsApp; 69% o Facebook;
80% o Instagram; 22% site próprio; 21% plataformas de market place; e, 6% aplicativos de
entrega rápida, como o Ifood.
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Após processar e analisar os dados obtidos, podemos concluir que nem todos os MPES
entrevistados utilizam a internet como a única forma de comercialização, optando por outras
formas de venda e expansão do negócio. Para micro e pequenos empreendedores, a venda direta
é um dos carros chefes para o funcionamento das empresas, possibilitando expansão do negócio
com um contato mais humanizado.
O que chama atenção é o resultado dos veículos digitais para a comercialização dos
serviços, pois, as redes sociais lideram o ranking com um total de 80% das respostas.
Conclui-se que as redes são fortes aliadas para o impulsionamento das vendas, por
facilitar a interação com os clientes e a divulgação em massa dos produtos/serviços. Dos
entrevistados, mais de 80% utilizam as redes sociais e apenas 22% possuem site próprio.
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Na décima pergunta, o foco era descobrir como as empresas identificam a satisfação dos
clientes após adquirirem um produto e/ou serviço. 46% informaram que é identificada na pós-
venda; 21% através de comentário/avaliação pela internet; 15% por pesquisa de satisfação e
18% não identificam.
Gráfico contendo as respostas abaixo:
Como desdobramento da pergunta anterior, a décima primeira pergunta foi voltada aos
que aplicam pesquisa de satisfação. Foi questionado se alguma atitude é tomada referente ao
retorno negativo dos clientes, 59% disseram que sim e 41% que não.
Abaixo o gráfico com os dados obtidos:
A décima segunda pergunta, foi aplicada diretamente aos que responderam que “sim”
ao questionamento anterior. A pergunta foi aberta e indagava quais as ações são tomadas pelos
MPES após recebimento do retorno negativo. Após a análise dos dados, as respostas obtidas
foram: 69% afirmaram procurar solucionar o problema ou a insatisfação do cliente; 7%
oferecem desconto na próxima compra; 5% nunca tiveram um retorno negativo; e, 19% não
responderam.
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Para aprimorar a pesquisa, duas perguntas foram voltadas para identificação de clientes.
A décima terceira pergunta questionava se a empresa possui algum monitoramento de novos
clientes. As respostas obtidas foram: 58% sim e 42% não.
Abaixo o gráfico das respostas:
Como complemento da pergunta anterior, a décima quarta foi direcionada aos que fazem
o monitoramento de seus clientes. Foi perguntado qual o percentual de clientes que já
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realizaram mais de três compras. As respostas obtidas foram: 36,9% afirmaram que de 0 a 20%
de seus clientes já fizeram mais de 3 compras; 32,3% declararam que cerca 30% a 50%; 24,6%
informaram que de 60% a 70%, e, apenas 6,2% dos entrevistados informaram que 80 a 90% já
efetuaram mais de três compras.
A décima quinta pergunta buscava identificar quais formas os clientes interagem com a
empresa.
Os entrevistados podiam marcar mais de uma opção das sugeridas. Após análise dos
dados, pode-se concluir que 82% dos clientes interagem por redes sociais; 53% por e-
mail/telefone; 15% por aplicativos de entrega rápida; 19% pelo site da empresa.
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Após a exposição dos dados constatou-se que a dificuldade mais apontada para a
fidelização de clientes é a concorrência. Esse fator ocorre pois o comércio digital auxilia a
inserção de MPES no mercado, mas por suas facilidades, acirra a competitividade entre as
empresas e, consequentemente, a conquista de clientes fiéis, já que eles possuem um maior
poder de escolha.
Para marketing de relacionamento, é essencial conhecer seu público. Embora 28% dos
entrevistados alegam que essa é uma das maiores dificuldades enfrentadas, mais de 80% deles
utilizam alguma das ferramentas de relacionamento com o cliente, o mais explorado, é o
atendimento personalizado.
Para a fidelizar o público, é necessário agradá-lo e distingui-lo. Diante da pesquisa, foi
detectado que apenas 18% não identificam se o cliente ficou satisfeito com a sua aquisição.
51% tomam ação referente aos retornos negativos, tomando iniciativas para solucionar as
insatisfações ou problemas relatados pelos consumidores e mesmo com o feedback negativo, o
cliente fica satisfeito ao perceber o zelo das empresas ao tentar acertar.
Quando dito que é necessário conhecer o cliente, essa é uma das formas de demonstrar
um domínio sobre seu público alvo e saber fazer um atendimento mais humanizado. Através
do questionário, foi identificado que 58% das empresas realizam o monitoramento de seus
clientes. 32,3% alegam que de 30 a 50% de sua cartela de clientes, já efetuou mais de três
compras. Isso é um bom sinal, pois indica que a empresa está sabendo fazer a manutenção de
seus clientes, conquistando cada vez mais a confiança deles e fazendo com que aumente anseio
de compras.
Gráfico 20 - Treinamentos/Consultorias.
CONCLUSÃO
Na amostra coletada, foi possível concluir que mais de 80% dos entrevistados utilizam
o atendimento personalizado para interagir e consequentemente fidelizar seus clientes. Para
Borin (2018, p.1) “Quem realiza um atendimento personalizado tem a oportunidade de prever
as dúvidas do consumidor e oferecer soluções antecipadas, o que costuma surpreender e
melhorar a experiência de compra do cliente.”
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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operações e de satisfação dos clientes. 2. ed. Atlas, f. 240, 2012. 479 p.
FAUSTINO, Paulo. Marketing Digital na Prática: Como criar do zero uma estratégia de
marketing digital para promover negócios ou produtos. DVS Editora, v. 3,
f. 172, 2019. 344 p.
FEITOSA, Alessandro. Número de lojas virtuais cresce 40% em 2020 com empurrão da
pandemia. G1. 2020. 2 p. Disponível em:
https://g1.globo.com/economia/tecnologia/noticia/2020/08/26/numero-de-lojas-virtuais-
cresce-40-por-cento-em-2020-com-empurrao-da-pandemia.ghtml.
G1, Faturamento de lojas online no Brasil cresce 47% no 1º semestre de 2020, maior alta
em 20 anos. G1. 2020. 2 p. Disponível em:
https://g1.globo.com/economia/tecnologia/noticia/2020/08/28/faturamento-de-lojas-online-
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KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de marketing, f. 375. 2004. 750 p.
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TORRES, Cláudio. A Bíblia do Marketing Digital. Novatec Editora, f. 200, 2010. 400 p.
Uma análise exploratória do cenário de empresas brasileiras. Disponível em: Acesso em: 1
nov. 2020.
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APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO
( ) Raramente
17- O que você avalia como vantagem para o empreendedor digital
( ) Custo baixo
( ) Flexibilidade de horário
( ) Ambiente de trabalho
( ) Divulgação em massa
18- E o que você avalia como desvantagem para o empreendedorismo digital?
( ) Margem de lucro baixa
( ) Dificuldade de relacionar-se com o cliente
( ) Ambiente de trabalho
( ) Alta concorrência
19- O responsável pela empresa já participou de algum treinamento ou consultoria sobre
alguns dos assuntos abaixo? (Pode marcar mais de uma opção)
( ) Marketing e vendas
( ) Plano de negócios
( ) Empreendedorismo
( ) Finanças
( ) Nunca participei