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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAMETRO

CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM

LUDMILLA JESSICA QUEIROZ GOMES


MARIA AUXILIADORA CAMPOS FROTA

ASSISTÊNCIA DA ENFERMAGEM AO PÉ DIABETICO NA


ATENÇÃO PRIMÁRIA

MANAUS
2021
LUDMILLA JESSICA QUEIROZ GOMES

MARIA AUXILIADORA CAMPOS FROTA

ASSISTÊNCIA DA ENFERMAGEM AO PÉ DIABETICO NA ATENÇÃO


PRIMÁRIA

Trabalho apresentado a disciplina de


TCC I do curso BACHARELADO EM
ENFERMAGEM, do Centro
Universitário FAMETRO como
requisito parcial à obtenção dotítulo de
Bacharel em Enfermagem.
Orientadora: Profª Graciana de Souza
Lopes

MANAUS
2021
SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO 4

2.JUSTIFICATIVA 6

3.OBJETIVOS 7

3.1.Objetivo geral 7

3.2.Objetivos específicos 7

4.REFERENCIAL TEORICO 8

4.1.Breve Historico da Diabetes 8

4.2. Conceito 8

4.3. Diabetes e o SUS 9

REFERÊNCIAS 11
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1.INTRODUÇÃO

A diabetes mellitus (DM) é uma das doenças crônicas mais prevalentes em


nível global, apresentando forte impacto na morbidade dos indivíduos, que é
decorrente de complicações agudas e crônicas e da alta taxa de hospitalizações e de
mortalidade, gerando significativos danos econômicos e sociais. O pé diabético está
entre as mais frequentes complicações da DM e suas consequências podem levar a
traumas consideraveis para a vida do paciente, pois envolve desde feridas crônicas
podendo levar, inclusive, a amputações de membros inferiores (SOUZA et al, 2017).

O exame periódico dos pés propicia a identificação precoce e o tratamento


oportuno das alterações encontradas, possibilitando a prevenção de um número
expressivo de complicações do pé diabético. O enfermeiro desempenha função
indispensável na avaliação periodica e continua dos pés e na identificação precoce
dos fatores de risco, proporcionando a redução de úlcera e amputações (FEITOSA,
2017).

Essa avaliação deverá ser associada à história clínica do paciente,


investigando a ocorrência de lesões ou amputações prévias, e à observação se há
incapacidade do paciente para realizar o autocuidado com os pés (MARQUES et al,
2013).

A investigação científica acerca do conhecimento do enfermeiro quanto à


prevenção do pé diabético é de grande importância, porque permite identificar a
qualidade da assistência prestada, além de proporcionar a reformulação de
estratégias para evitar complicações por DM. Diante disso, o estudo teve como
objetivo sistematizar o conhecimento do enfermeiro sobre a prevenção do pé diabético
(SANTOS, 2016).

É de difícil aceitação e que leva transformações na vida da pessoa, uma vez


que exige mudanças de hábitos de vida e pode levar a sérias complicações como,
cegueira, insuficiência renal, amputação e a neuropatia diabética periférica que é a
complicação mais frequente e quando associado a vasculopatia nos membros
inferiores, o “pé diabético” que segundo o consenso internacional, representam a
maior parte de amputações das extremidades inferiores, cerca de 40 a 70% estão
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relacionadas a diabetes melitus ( MANTOVANI, 2013).

O diabetes melitus constitui o grupo das doenças crônicas responsável pela


principal causas de morte no mundo e é considerado um dos problemas de saúde de
maior magnitude. Nesse sentido, pesquisas nacionais e internacionais têm discutido
ações que possam ajudar a controlar o avanço dessa doença e de suas complicações
que muitas vezes são consequenciais de uma assistência que não considera as
especificidades da cronicidade, com modelos assistenciais inadequados e voltados
para a cura das doenças, presente na lógica do modelo biomédico (MAMEDE, 2017).

Segundo o grupo internacional sobre o pé diabético, intitula-se pé diabético a


presença de infecção, ulceração, destruição de tecidos associados a anormalidades
neurológicas e a vários graus de doença vascular periférica em portadores de
diabetes. A neuropatia periférica é uma doença crônica, pérfida, que costumeiramente
atinge as partes mais distais dos nervos, principalmente os nervos dos membros
inferiores, podendo afetar bilateralmente os pés e evoluir para o centro dos mesmos
(MACÊDO, 2016).

Com alterações sensoriais, motora e autonômica periférica as complicações


aumentam. Devido às alterações sensoriais ocorre que os pés perdem a sensibilidade
tornando incapazes de perceber quando estão sendo pressionados de forma a causar
danos. As alterações motoras levam a atrofia, prejudicando a musculatura intrínseca
dos membros inferiores, com o excesso de peso nas regiões dos ossos metatarsos
podendo ocorrer lesões e traumas (TAVARES et al., 2014)

De acordo com o Manual do Pé Diabético (BRASIL, 2016), 5% dos indivíduos


diagnosticados com DM há menos de dez anos e 5,8% daqueles que receberam o
diagnóstico há mais de dez anos apresentam feridas nos pés e ainda 0,7% e 2,4%
dos mesmos respectivamente sofreram amputação. Este número é bastante
significativo em vista do impacto e irreversibilidade de tal procedimento.
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2.JUSTIFICATIVA

As complicações crônicas do diabetes mellitus impactam diretamente na


qualidade de vida de seus portadores, pelas suas repercussões sociais e econômicas
podendo levar à morte prematura, absenteísmo e incapacidade para o trabalho, como
também pelos elevados custos associada ao controle e ao tratamento dessas
complicações (ALMEIDA et al, 2017).

Cabe destacar que a falta do controle glicêmico e pressórico são os principais


fatores de risco para o desenvolvimento de complicações crônicas do DM. Estas
últimas podem ser prevenidas através de ações educativas em saúde desenvolvidas
pelo enfermeiro junto ao cliente com o objetivo de favorecer o desenvolvimento de
competência para o autocuidado e também de mudanças no estilo de vida do portador
de diabetes mellitus.

Destacamos ainda que, a equipe multiprofissional deve ser capacitada para o


atendimento integral do portador de diabetes, envolvendo toda a família no
acompanhamento do mesmo, considerando que a doença não afeta apenas o
portador, mas também todo o contexto familiar. Desse modo, é importante que o
profissional de saúde esteja capacitado para orientar e apoiar o portador de diabetes
considerando a sua singularidade (RAUBER, 2015).

Este estudo tem a importância de reunir as condutas praticadas pela equipe de


enfermagem durante o cuidado com o Pé diabetico para que se possa ter em mãos
as melhores condutas que se pode ter.
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3.OBJETIVOS

3.1.Objetivo geral

Identificar as condutas do enfermeiro na assistência ao paciente com pé


diabético

3.2.Objetivos específicos

Reunir informações sobre a conduta dos enfermeiros no tratamento e cuidados


do pé diabetico.

Observar as últimas publicações a cerca do pé diabetico.


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4.REFERENCIAL TEORICO

4.1.Breve Historico da Diabetes

A história do diabetes remonta a séculos. A primeira referência que temos da


doença foi por meio do papiro de Erbers que consistia em um documento médico
egípcio, descoberto pelo alemão Gerg Ebers em 1872. Neste documento, descrevia-
se uma doença que tinha como característica uma emissão frequente e abundante de
urina (GOMES, 2015).

Provavelmente este antigo documento era de 1.500 anos antes de Cristo.


Entretanto, foi na Grécia Antiga, já na Era Cristã, que surgiu o nome “diabetes”, dado
por Arateus. O que significa diabetes? Este nome deriva de uma semelhança entre a
poliúria, sintoma característico da doença e a drenagem de água através de um sifão
(NOLAN, 2012).

Durante o primeiro século, a doença era frequentemente mencionada em vários


povos, como os hindus e árabes, e já se associava que a urina dos pacientes com
diabetes era adocicada. Avicena, médico árabe, foi o primeiro a relacionar a doença
a algumas complicações, como a gangrena diabética e a perda da função sexual.

Do século XV ao século XIX surgiram vários experimentos que permitiram


distinguir a doença do diabetes insipidus, o que resultou na adição do nome mellitus
e no fato de estabelecer-se que o açúcar na urina dos pacientes com diabetes era
semelhante ao encontrado na uva, o que, por sua vez, originou o nome “glicose”.

O século XIX foi de grande impulso nas pesquisas relacionadas à doença,


como introdução da dieta como terapia, cuja recomendação inicial era que fosse rica
em hidratos de carbono (HC), macronutrientes enfaticamente restritos por Bouchardat
mais tarde, no final do século XIX.

Bouchardt foi quem introduziu um método de determinar a perda de açúcar


(glicose) pela urina, que diminuía com o tratamento de dieta restrita. À semelhança do
que ocorre hoje, nesta época surgiram várias dietas milagrosas para tratar o diabetes,
como a dieta da aveia, descrita por Von Nororden em 1895 (GOMES, 2015).

4.2. Conceito

Diabetes Mellitus é um grande problema que vem crescendo cada vez mais,
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estima-se que o número de afetados cresceu cerca de 61,8% nos últimos dez anos.
Por isso é tão importante temos conhecimento sobre o que é Diabetes Mellitus, que é
uma doença metabólica caracterizada pelos níveis elevados de glicose no sangue e
na urina, além de alterações na secreção de insulina, ou resistência do corpo diante
a mesma(LOPES, 2019).

A Diabetes pode ser classificada com Tipo I, II e gestacional. Sendo a Tipo II a


mais comum, atingindo cerca de 90% dos diabéticos, é caracterizada pela resistência
a insulina o que causa uma secreção inadequada da mesma. Já o Tipo I tem como
principal característica o fato de ser auto-imune, ou seja, o organismo ataca suas
próprias células, mas especificamente as células que produzem a insula. E a Diabetes
Gestacional é aquela que pode ser adquirida na gestação, ocorre por conta da
elevação dos hormônios (NOLAN, 2012).

Como enfermeiros, temos grandes responsabilidades com um paciente de


diabetes, precisamos o acompanhar de perto, para exercer nossa função de não só
cuidar do portador de diabetes, mas também o educar de acordo com o cuidado que
ele precisa, de modo que ele consiga ter uma melhor qualidade de vida e consiga ser
independente.

4.3. Diabetes e o SUS

As diretrizes da promoção da saúde foram inseridas na Constituição Federal


de 1988 e na Lei Orgânica de Saúde de 1990, a “Política Nacional de Promoção da
Saúde” (PNPS) só se tornou realidade em 2006, tendo sido revisada e aprovada pela
Comissão Intergestora Tripartite (CIT) e pelo Conselho Nacional de Saúde em 2014,
reconhecendo a importância dos condicionantes e determinantes sociais da saúde no
processo saúde-doença e tendo como pressupostos a intersetorialidade e a criação
de redes de corresponsabilidade que buscam a melhoria da qualidade de vida
(MALTA, 2018).

Decorridos trinta anos do Sistema Único de Saúde (SUS), torna-se importante


um balanço crítico dos resultados da PNPS, assim, o trabalho atual visa analisar os
avanços e os desafios da implementação da PNPS quanto às suas agendas
prioritárias e apontar aspectos críticos para sua sustentabilidade em tempos de crises
(MALTA, 2018).
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O programa Estratégia da Saúde da Família foi criado com o objetivo de


atender de forma mais humanizada os pacientes e possuir um vínculo maior entre os
profissionais e o usuário, é possível observar a desproporção entre oferta, capacidade
e demanda, afetando diretamente a qualidade do atendimento prestado. Além de que
o encaminhamento da paciente a uma unidade especializada e desvinculação desta
com sua unidade de origem, ocasiona um sério problema de inexistência do plano de
cuidado originado pela perda do vínculo nesse processo (LOPES, 2019).

É possível observar que é necessário um esforço conjunto das diferentes


instâncias para a organização do sistema de atendimento e a criação de protocolos
adequados que sejam eficazes para um atendimento mais ágil e com qualidade. Por
fim, pode-se observar que os desafios do enfermeiro atuantes na atenção primária,
em relação a Diabetes Mellitus, são complexos e envolvem diretamente a situação
política e financeira da cidade. Além de estar relacionada também com o vínculo do
enfermeiro com os usuários da sua unidade e o interesse pessoal pelo
desenvolvimento contínuo de conhecimento. (LOPES, 2019).
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REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Larissa Reis et al. Conhecimento e prática do autocuidado com os pés


das pessoas com diabetes mellitus. 2017.
FEITOSA, Maria Nivania Livramento et al. Assistência de enfermagem na atenção
primária ao paciente com risco potencial de desenvolver pé diabético: Uma revisão
bibliográfica. Revista Uningá, v. 54, n. 1, 2017.
GOMES, Marilia. Diabetes: recordando uma história. Revista Hospital
Universitário Pedro Ernesto (TÍTULO NÃO-CORRENTE), v. 14, n. 4, 2015.
HIPERGLICEMIA INTERMÉDIA, Prevalência. Diabetes: factos e números 2016,
2017 e 2018. Revista Portuguesa de Diabetes, v. 15, n. 1, p. 19-27, 2020.
LOPES, Daniela Gonsalves et al. Desafios do enfermeiro frente à diabetes mellitus
gestacional na atenção primária do SUS. Ciência & Inovação, v. 4, n. 1, 2019.
MACÊDO, Paulo Ayslen Nascimento de et al. Capacitação para enfermeiros no
cuidado ao pé diabético na atenção primária em saúde. 2016.
MALTA, Deborah Carvalho et al. O SUS e a Política Nacional de Promoção da
Saúde: perspectiva resultados, avanços e desafios em tempos de crise. Ciência &
Saúde Coletiva, v. 23, p. 1799-1809, 2018.
MAMEDE, Paola Lopes. Estratégias de avaliação em saúde voltadas às condições
crônicas no contexto da atenção primária: uma revisão integrativa. 2017.

MARQUES, Gardênia Ingrid Leal et al. PÉ DIABÉTICO: CONDUTAS DO


ENFERMEIRO. Revista Enfermagem Contemporânea, v. 2, n. 2, 2013.

MANTOVANI, Alessandra Madia. Parâmetros da marcha, pressões plantares e


equilíbrio corporal de diabéticos neuropatas e vasculopatas, com o uso de palmilhas.
2013.
NASCIMENTO, Danielle Mateus et al. CONCEITO, CLASSIFICAÇÕES E OS
DEVIDOS CUIDADOS DA DIABETES MELLITUS. Mostra Interdisciplinar do
curso de Enfermagem, v. 4, n. 1, 2019.
NOLAN JJ, Faerch K. Estimationg insulin sensitivity and beta cell function:
perspectives from the modern pandenies of obesity and type 2 diabets. Diabetologia.
2012.
RAUBER, Marlene. DIABETES MELLITUS 2: Impacto Psicológico No Paciente
Portador da Doença. 2015.
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SANTOS, Rafaela Ramos. Ações de enfermagem a portadores de pé diabético


atendidos na atenção básica em um município do recôncavo baiano. 2016.

SOUSA, Luana Savana Nascimento et al. Conhecimento do enfermeiro sobre a


prevenção do pé diabético: revisão integrativa da literatura. Revista Brasileira em
Promoção da Saúde, v. 30, n. 3, 2017.

TAVARES, Angela Maria Vicente et al. Estratégias para o cuidado da pessoa com
doença crônica: diabetes mellitus. 2013.

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