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Tema: Nutracêuticos para o emagrecimento na maior idade

A universidade de Washington divulgou um estudo global realizado pelo


Institute for Health Metrics and Evaluation (Instituto de Métricas e Avaliação em
Saúde) mostrando que 2,2 bilhões de pessoas (cerca de 30% da população
mundial) apresentam sobrepeso ou obesidade. O estudo mostra que o aumento da
taxa de obesidade está relacionado com a maior oferta alimentícia em diversos
países, onde a disponibilidade e acessibilidade de produtos com densidade
energética têm aumentado (GBD, 2017).

Segundo dados do governo federal, a obesidade cresceu mais de 60% no


Brasil nos últimos dez anos e já atinge metade da população nacional. No entanto,
as políticas públicas de combate ao sedentarismo ainda são insuficientes para a
minimização desse problema (ATALLA, 2015).

Esse aumento do valor expressivo de brasileiros obesos em uma década,


passando de 11,8% para 18,9% no ano de 2016. Os indicadores relacionados ao
excesso de peso subiram 26,3% em dez anos. Outros valores significativos são da
prevalência de diabete (8,9%) e hipertensão arterial (25,7%) que também cresceram
no País, provavelmente inerentes ao sobrepeso (BRASIL, 2016).

No Amazonas, segundo o relatório da Vigilância de Fatores de Risco e


Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL - faz parte das
ações do Ministério da Saúde para estruturar a vigilância de doenças crônicas não
transmissíveis (DCNT) no país. Entre essas doenças incluem-se diabetes,
obesidade, câncer, entre outros), 56.3% da população adulta tem sobrepeso
(BRASIL, 2016).

Algumas medidas vêm sendo tomadas para combater o sobrepeso, como,


adesão pela atividade física e dietas, mas recentemente vem se demonstrando
como alternativa, o uso dos nutracêuticos (LAMEIRA, 2016).

O termo nutracêutico define-se como uma ampla variedade de alimentos e


componentes alimentícios com apelos médico ou de saúde. Sua ação varia do
suprimento de minerais e vitaminas essenciais até a proteção contra várias doenças
infecciosas (SALGADO, 2016).

O declínio nos níveis de atividade física habitual para o idoso


contribui de maneira significativa para a redução da aptidão funcional e a
manifestação de diversas doenças relacionadas a este processo, trazendo
como consequência a perda da capacidade funcional. Neste sentido, tem
sido enfatizada a prática de exercícios físicos como estratégia de prevenir
as perdas nos componentes da aptidão física funcional e da saúde desta
população (CIVINSKI, MONTIBELLER, DE OLIVEIRA, 2011).

Os nutracêuticos podem ser categorizados de acordo com a fonte alimentar,


mecanismo de ação ou até mesmo de sua natureza química, nas quais se destacam
os: microbianos, isoprenóides, minerais, compostos fenólicos, ácidos graxos poli-
insaturados (ômega 3), carboidratos e derivados (fibras) (SULERIA, 2015).

O ômega 3 também é considerado um ácido graxo poli-insaturados ou


essencial, que pode ser encontrado tanto em formas naturais (animais marinhos)
quanto artificiais (fármacos), sendo um alimento funcional muito importante, pois age
no organismo de várias formas, ajuda a reduzir os danos vasculares, evita a
formação de trombos e aterosclerose, reduz o colesterol total, além de desempenhar
um importante papel nos processos inflamatórios (GUERRA et al., 2014).

Sendo assim, diante dessa alternativa terapêutica, é de estrema importância


ampliar o conhecimento da sua aplicabilidade, para garantir a segurança dos
pacientes. O objetivo desse estudo é avaliar os tipos de nutracêuticos
disponíveis no Brasil que possuem a finalidade de emagrecimento dos
pacientes e comparar os seus efeitos benéficos e indesejados desses
produtos.

MATERIAIS E MÉTODOS

Em relação ao objetivo, essa é uma pesquisa exploratória, que mostra a


preocupação da autora com o tema, ocorrendo este, através de levantamento
bibliográfico (GIL, 2008).

Em relação aos procedimentos, é uma pesquisa bibliográfica (GIL, 2008).

Com esta revisão procura-se identificar na literatura, fontes confiáveis e


recentes para assegurar que as informações aqui relacionadas sobre nutracêuticos
para o emagrecimento na maior idade.

A pesquisa realizada compreendeu o período de janeiro de 2009 a dezembro


de 2017, e optou por realiza-los em bases de periódicos eletrônicas, como: Scielo,
Lilacs, Scholar e PubMed. A opção por esses bancos é devido a sua conceituação e
por possuírem informações de todas as áreas do conhecimento que investiga sobre
a saúde humana.

Optou-se por publicações em português, pois visam melhor interpretação do


autor. Como critérios de elegibilidade, foram selecionados os seguintes descritores:
Alimentos Nutracêuticos, Alimentos Funcionais, nutrição e suplementos,
emagrecimento na maior idade.

Através da analise dos documentos encontrados, foram escolhidos os que


continham informações de acordo com os propósitos da pesquisa, selecionando os
mais atualizados.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os tipos de nutraceuticos

Se define nutracêutico não como uma droga ou um alimento, mas como uma
substância que ocorre de forma natural com efeitos evidentes que beneficiam à
saúde e que façam parte, como ingrediente, de alimentos específicos, alimentos
funcionais ou suplementos alimentares (NASCIMENTO et al, 2018).

Os alimentos e ingredientes funcionais podem ter duas classificações: quanto


à sua fonte, que pode ser vegetal ou animal, ou quanto aos seus benefícios, tendo a
capacidade de atuar nos sistemas gastrointestinal ou cardiovascular, no
metabolismo, como antioxidantes entre outros. (ADRIOLO, 2017).

Um alimento funcional pode ser um alimento natural ou então um alimento


cuja composição tenha sido modificada, que contribui para a manutenção da saúde
e redução do risco de doenças. Segundo a Academy of Nutrition and Dietetics,
existem três classes principais de alimentos funcionais: alimentos convencionais,
alimentos modificados e alimentos sintetizados (SILVA, 2015).

Os alimentos convencionais caracterizam-se por conterem substâncias


bioativas naturais que possuem propriedades funcionais. Frutas e vegetais, como o
tomate, couve ou brócolos são considerados alimentos funcionais, devido à sua
composição elevada de licopeno, luteína e sulforafano, respectivamente (ADA,
2011).
Os alimentos modificados são aqueles que apresentam compostos bioativos
provenientes de métodos de fortificação e enriquecimento, como os ovos e o leite
enriquecidos com ómega-3 e vitamina E (SILVA, 2015).

Os alimentos que são sintetizados como por exemplo os hidratos de carbono


não digeríveis, que fornecem benefícios prebióticos, como os oligossacáridos ou o
amido resistente (CROWE & FRANCIS, 2013).

O MERCADO DE NUTRACEUTICOS

O crescente aumento da obesidade e suas complicações, tais como as


doenças cardiovasculares, acidente vascular cerebral, diabetes, hipertensão,
síndrome metabólica entre outras, externa uma necessidade de uma perspectiva e
tratamento adequado para manter a alimentação e consequentemente a saúde
(SILVA, 2012).

Nos última dez anos, ocorreram estudos que forneceram evidências de que,
um consumo elevado de alimentos de origem vegetal, rico em polifenóis, podem ser
associados com uma menor incidência de doenças cardiovasculares, doenças
neurodegenerativas, e certos tipos de câncer. Desde então, a procura por hábitos
saudáveis, alimentos funcionais e nutracêuticos vêm aumentando cada vez mais
(NASCIMENTO, 2018).

A expectativa de vida das pessoas vem aumentando com o passar dos anos e
ao mesmo tempo que aumenta a incidência das DCNT, como diabetes, hipertensão,
câncer, entre outras. Estudos indicam que os alimentos têm um impacto direto na
saúde do indivíduo. Sabe-se, que a dieta possui um papel fundamental na melhora
da resposta imunológica, no retardo do envelhecimento e na prevenção de inúmeras
doenças (MAGRONE et al., 2015).

Devido a esses estudos e a divulgação dos resultas a população vem


aderindo hábitos alimentares mais saudáveis, buscando cada vez mais um equilíbrio
alimentar. Foi à busca por essa alimentação equilibrada que provocou o interesse
por alguns alimentos que, além de fornecer as necessidades básicas do organismo,
também previnem algumas doenças. Estudos mostram a evidência científica sobre a
eficiência dos alimentos funcionais e dos nutracêuticos (VIDAL, 2012).

A aceitação de padrões alimentares com altos níveis de gorduras e altas


ingestões de açúcares desenvolvem um maior risco de morte, visto que aumentam
os riscos das doenças cardiovasculares. Assim, os brasileiros passam a praticar
hábitos mais saudáveis aumentando a ingesta de frutas, grãos integrais, peixes,
aves e legumes e diminuindo o consumo de frituras e carne vermelha (TEIXEIRA,
2014).

E foram nessas mudanças de hábitos que os alimentos funcionais passaram


a interagir, integrados a uma alimentação balanceada e consumidos de maneira
correta. Além do mais, vários estudos epidemiológicos sugerem que o uso de
nutracêuticos seria benéfico na redução do risco de diversas doenças crônicas não
transmissíveis- DCNT(VIDAL,2011).

Existem relatos que muitas pessoas pensam que ser magro é o essencial
para uma vida saudável, e por isso buscam pelo corpo ideal, porém, na maioria das
vezes desejam resultados imediatos buscando por medicamentos que proporcionam
esses efeitos sem pensar que estes podem ocasionar riscos à saúde (VIEIRA,
2015).

Portanto, há uma necessidade considerável de terapêutica segura para


reduzir o risco de obesidade, com isso a gama de produtos nutracêuticos compostos
com benefícios potenciais para pacientes obesos está se expandindo cada vez mais
(KIM,2011)

Os alimentos funcionais são grandes aliados na promoção da saúde,


existindo um forte interesse na expansão de estudos científicos para os tornar mais
ricos e eficazes, incorporando ingredientes e/ou substâncias potencialmente ativas,
de forma a produzirem os efeitos adequados. O mercado dos alimentos funcionais
tem aumentado ao longo dos últimos anos, assim como o interesse das pessoas
pela sua saúde, bem-estar e esperança de vida. O sucesso dos alimentos funcionais
depende do gosto de cada indivíduo, da conveniência, da forma convencional de
alimento e do preço (SILVA, 2015).

Nos dias de hoje, os consumidores procuram alimentos que aumentem a


energia, promovam a saúde intestinal, controlem o peso, estimulem o sistema
imunitário e melhorem a função cerebral, entre outros. A falta de enquadramento
legal e de regulamentação sobre alimentos funcionais poderá ter influência na
atitude do consumidor face a estes produtos, nomeadamente no caso da população
mais idosa (NASCIMENTO, 2018).
De facto, e uma vez que a população europeia está cada vez mais
envelhecida, o mercado dos alimentos funcionais poderá direcionar-se cada vez
mais para esta faixa etária, tendo, no entanto, que apostar também numa forma
mais simples e eficaz de informar os adultos mais velhos sobre as indicações e as
vantagens do consumo deste tipo de produto.

Referências

ATALLA, M. A dieta ideal: Sem mitos, sem milagres, sem terrorismo. Editora
Paralela, 2015.

BRASIL, VIGITEL. Hábitos dos brasileiros impactam no crescimento da obesidade e


aumenta prevalência de diabetes e hipertensão. 2016.

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alimentaria y nutricional. Sistemas alimentarios sostenibles para poner fin al hambre
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