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Fisi06 • Laboratório de Física B •2021

Relatório - Aula prática 5

Capacitores de Placas Paralelas

ANDRÉ BOSSANELI DE NADAI1


Matrícula : 35098, Curso: EMO
LETÍCIA LORENA CORGOSINHO ABREU2
Matrícula : 2018002920, Curso: ECA
MARCELO RAMOS JUNIOR3
Matrícula : 2016000990 Curso: EME
NORTON MAGNO LISBOA XAVIER4
Matrícula : 2018007604, Curso: EME
RODRIGO ACHKAR PEREIRA5
Matrícula : 33412, Curso: EMO
WELINGTON DE SOUZA SOARES6
Matrícula : 2018011616, Curso: EME

RESUMO: O experimento prático buscou analisar o comportamento da capacitância em função


das placas sob efeito de diferentes distâncias e a relação da capacitância e a largura do isolante
entre placas. O experimento teve como objetivo observar a variação de tensão e corrente quando
passados por um processo de carga e descarga.

Palavras-chave: Capacitância, Circuito, Placas.

1
Universidade Federal de Itajubá. Itabira, MG, Brasil. <andrebossaneli@unifei.edu.br>
2
Universidade Federal de Itajubá. Itabira, MG, Brasil. <leticialorenaabreu@unifei.edu.br>
3
Universidade Federal de Itajubá. Itabira, MG, Brasil. <tankernja@gmail.com>
4
Universidade Federal de Itajubá. Itabira, MG, Brasil. <nortonxavier@unifei.edu.br>
5
Universidade Federal de Itajubá. Itabira, MG, Brasil. <rodrigoachkar@gmail.com>
6
Universidade Federal de Itajubá. Itabira, MG, Brasil. <welingtonwss26@gmail.com>
2
INTRODUÇÃO

Um capacitor possui a propriedade de armazenar uma grande quantidade de carga elétrica,


se os corpos condutores forem separados por uma distância não muito grande. Segundo Rosa
(2016), o capacitor guarda a energia, na forma de energia potencial, como se estivesse guardando
energia no ato de comprimir um gás, esticar a corda e levantar um livro. Neste caso, aplicamos
essa propriedade no campo elétrico.

A unidade da capacitância é coulomb por volt, chamada farad (F) em homenagem ao


pesquisador Michael Faraday. Como na maioria dos casos a unidade é muito grande acaba-se por
utilizar µF, nF, pF.

De acordo com Diniz (2018), para o capacitor ser eletrizado, uma armadura é ligada a um
polo positivo de gerador eletriza-se positivamente e a outra ligada ao polo negativo, eletriza-se
negativamente. Após o capacitor estar eletrizado, suas armaduras demonstram cargas elétricas de
mesmo valor absoluto, com sinais opostos, +Q e Q. Entre as armaduras do capacitor, existe um
meio não condutor (isolante) chamado dielétrico.

O uso dos dielétricos tem várias vantagens, por exemplo usar dois capacitores bastante
próximos sem que exista risco de os mesmos entrarem em contato.

Toda substância submetida a um campo elétrico com grande intensidade pode se tornar
um condutor, por exemplo, quando o ar é usado como agente isolante e é submetido a um campo
elétrico muito intenso o mesmo torna-se um condutor.

A ideia de que o próprio campo elétrico é local onde a energia é armazenada está
embasada na teoria das ondas eletromagnéticas e do estudo da natureza da luz. Buscaremos
apresentar nesse relatório uma análise sobre capacitores e placas planas

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OBJETIVO

Observar como varia a tensão e a corrente em um capacitor quando este é submetido


a um processo de carga e descarga em um circuito RC.

Verificar a relação entre Capacitância e a largura do isolante entre as placas paralelas


condutoras e observar a energia armazenada.

MATERIAIS UTILIZADOS

● No laboratório:
○ 2 multímetros;
○ 1 capacitor de 1000 μF;
○ 1 fonte de corrente contínua de baixa tensão;
○ fios conectores;
○ 1 resistor;
○ 1 cronômetro.
● Em RTE:
Simulador disponível em: https:phet.colorado.edu/en/simulatio/capacitor-lab-
basics.

Figura 1: Circuito utilizado para carregar e descarregar um capacitor.

Fonte: PERUZZO, 2013

PROCEDIMENTOS PRÁTICOS

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Para a coleta de dados do experimento é necessário realizar os seguintes passos:

1. Montar o circuito como indicado na Figura 1.

2. Fechar o circuito e marcar o tempo que a tensão demora para elevar-se até 2 V.

3. Descarregar o capacitor

4. Fechar o circuito e marcar o tempo que a tensão demora para subir até 4 V

5. Esperar carregar totalmente o capacitor e fechar o circuito em B

6. Repetir os procedimentos aumentando 2V para cada carregamento até alcançar


24V.

7. Anotar numa tabela os valores da tensão em função do tempo e traçar um gráfico.

8. Deduzir as equações de carga e descarga dos capacitores

9. Utilizar o simulador variando as distâncias entre as placas e observar os valores de


capacitância.

10. Montar uma tabela e plotar um gráfico com valor da capacitância em relação à
distância.

11. Aumentar e diminuir a área das placas do capacitor e traçar um gráfico.

12. Aumentar e diminuir a voltagem da bateria.

13. Observar o brilho da lâmpada quando a chave fecha o circuito com a lâmpada.

RESULTADOS E ANÁLISE DE DADOS

Coleta de dados

Após realizados os sete primeiros passos dos procedimentos práticos, os dados


referente aos valores de tensão e tempo para o carregamento do capacitor foram coletado por
Peruzzo(2013) e encontram-se disponíveis na tabela X1 abaixo:

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Tabela X1: Valores de Tensão x Tempo para o carregamento de um capacitor.

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Tendo os dados da tabela acima em mãos, foi construído o gráfico representado pela
Figura Y1, em que está contida a relação entre tempo e tensão para o carregamento de um
capacitor.

Figura Y1: Relação entre tensão e tempo para o carregamento de um capacitor.

Fonte: Os autores, 2021.

Para melhor entendimento do carregamento do capacitor demonstrado na Figura Y1,


pode-se observar a dedução das equações de carregamento e descarregamento do capacitor
utilizando equações diferenciais de primeira ordem.

Para a dedução das fórmulas relacionadas ao carregamento do capacitor, é necessário


observar a Figura X2 abaixo, em que está representado um circuito em que está contido um
resistor e um capacitor em série. Para o circuito de carga, a chave encontra-se na posição 1:

Figura X2: Circuito de Carga do Capacitor.

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Fonte: Os autores, 2021.

Sabe-se que a queda de tensão no resistor é dada pela Equação (1):

U R=R∗I (1)

Em que R é o valor da resistência do resistor, medida em Ohms, e I é a corrente do circuito,


medida em Ampere.

Assim como a queda de tensão no resistor, a queda de tensão no capacitor é dada pela
Equação (2):

q
V C= (2)
C

Em que q é a carga elétrica armazenada em Coulombs, e C é a capacitância cuja unidade é


dada em Farads.

Outra equação relevante é a da corrente do circuito, dada da seguinte maneira:

dq
I= (3)
dt

A Equação (3) que define a corrente do circuito é uma equação diferencial, em que
relaciona a corrente com a variação da carga elétrica armazenada com a variação do tempo.

Ao utilizar as leis de Kirchhoff das malhas, em que o somatório dos potenciais elétricos ao
longo de uma malha fechada deve ser igual a zero, é possível obter o equacionamento da malha
da seguinte forma:

U R +V C =E (4)

Substituindo-se as Equações (1) e (2) na Equação (4), tem-se:

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q
+ R∗I =E (5)
C

Ao substituir a Equação (3) na Equação (5), tem-se:

q R∗dq
+ =E(6)
C dt

Para que tal equação diferencial de primeira ordem, Equação 6, seja resolvida, é necessário

dq
que, inicialmente, todos os termos sejam divididos pela variável R, e em seguida o termo seja
dt
isolado, da seguinte maneira:

dq E q
= − (7)
dt R RC

1
A Equação (7) pode ser reescrita da seguinte forma após evidenciar o termo :
RC

dq 1
= ∗(CE−q)(8)
dt RC

A Equação (8) pode ser reescrita da seguinte forma:

dq −1
= ∗(q−CE)(9)
dt RC

dq −1
= ∗dt (10)
q−CE RC

Integrando toda a Equação (10), é possível obter o seguinte:

q t
dq −1
∫ q−CE = ∫ dt (11)
RC 0
0

q−CE −t
ln ( )= ∗t(12)
−CE RC

Ao aplicar a propriedade de logaritmo neperiano e isolar o termo q é possível obter a


Equação (13) e a Equação (14), respectivamente:

q−CE −t / RC
=e ( 13)
−CE
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q=−CE e−t / RC + CE (14)

Após realizar manipulações matemáticas obtém-se a Equação (15) e (16):

q=CE(1−e¿¿−t / RC )(15)¿

q
=E( 1−e ¿¿−t /RC )(16)¿
C

Substituindo a Equação(2) na Equação(16), temos a equação que descreve o carregamento


do capacitor:

V C =E (1−e ¿¿−t /RC )(17)¿

Para a dedução das fórmula relacionada ao descarregamento do capacitor, é


necessário observar a Figura X3, em que a chave encontra-se na posição 2:

Figura X2: Circuito de Descarga do Capacitor.

Fonte: Os autores, 2021.

Quando a chave encontra-se na posição 2, o capacitor funciona como uma fonte e é


ele quem é responsável por estabelecer corrente no circuito. Aplicando novamente a lei de
Kirchhoff, obtém-se:

q
V C =R∗I = (18)
C

A corrente neste circuito decresce com o tempo, visto que o capacitor é um reservatório
finito de cargas, portanto, a equação da corrente no circuito se dá da seguinte forma:

−dq
I= (19)
dt

Desta forma, ao substituir a Equação (19) na Equação (18), tem-se:

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q dq
+ R =0(20)
C dt

Vale ressaltar que a carga inicial do capacitor nesta configuração é igual a q 0, carga
correspondente a carga acumulada no capacitor durante o processo de carga, e a sua carga
durante o processo de descarga é igual a q❑ (t).

dq
Ao dividir todos os termos da Equação (20) por R e isolar o termo , tem-se a Equação
dt
(21):

dq −q
= (21)
dt RC

Em seguida, divide-se todos os termos da equação por q, assim como os multiplica por dt,
obtendo o seguinte:

dq −dt
= (22)
q RC

Integrando a Equação (22) é possível obter a Equação (24) :

q (t ) t
dq −dt
∫ =∫
q 0 RC
(23)
q0

q (t) −t
ln ( )= (24 )
q0 RC

Aplicando as propriedades do logaritmo neperiano, tem-se:

q(t )
=e❑−t /RC (25)
q0

Por fim, tem-se a equação da carga em função do tempo no capacitor:

q (t)=q0 e ❑−t / RC (26)

Substituindo a Equação (26) na Equação (18), tem-se a equação da descarga do capacitor,


Equação (28):

q0 −t / RC
V C (t )= e❑ (27)
C

V C (t)=V 0 e❑−t / RC (28)


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Tendo observado as equações deduzidas de carga e descarga dos capacitores, uma terceira
equação, Equação 29, cuja finalidade é descrever a capacitância dos capacitores de placas
paralelas é de suma importância para a análise destes dispositivos:

Q A
C= =ε 0 (29)
V ab d

Em que C é a capacitância de uma das placas do capacitor no vácuo, medida em Farad; V ab


é a tensão entre as placas do dispositivo; Q é o módulo da carga elétrica armazenada em
Coulombs; A é a área de cada placa em metros quadrados; d é a distância entre as placas em
metros e ε 0 é a constante elétrica de permissividade do vácuo em Farad/metro.

Parte 2

10. Ao separarmos as placas nota-se que o valor de capacitância diminui à medida que
aumentamos a distância entre as placas.

11.

Capacitância (pF) Distância (mm)

0,44 2

0,3 3

0,22 4

0,18 5

0,15 6

0,13 7

0,11 8

0,1 9

0,09 10

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Então utilizando o mesmo simulador já citado acima, foram feitos dois experimentos. O primeiro
se utilizava do capacitor com as placas de maior área possível neste simulador, que é de 400 mm²
e a menor distância entre as placas que se fosse possível que é de 2 mm, tais fatores deu a esse
capacitor a capacitância de 1.77 pf e energia armazenada de 1.99 pJ, tais características podem
ser comprovadas pela fig XX abaixo.

Figura XX: Capacitador com menor separação e maiores placas possíveis no simulador.

Fonte: Os autores, 2021.

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Então quando liga a lâmpada ao capacitador esta se manteve acesa por 41.71 s , após feito tal
teste, foi utilizado uma segunda versão do capacitor. Nesta versão as placas estavam na maior
distância possível que é de 10mm e tendo a área de 100mm², esta sendo a menor possível de se
ter no simulador, com essas características o capacitor tem uma capacitância de 0.09pF e energia
armazenada de 0.10 pJ e podem ser vistas na figura XXX. Ao ser ligado o capacitor a lâmpada se
manteve acesa por 2.12 s.

Figura XXX: Capacitador com maior separação e menores placas possíveis no simulador.

Fonte: Os autores, 2021.

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Comparando o gráfico da figura 2 com o que foi observado em relação ao tempo de
funcionamento da lâmpada, é visto que quando o capacitor tem placas com área e distância que
geraM uma maior capacidade de armazenamento é possível manter por mais tempo
equipamentos elétricos em funcionamento. É interessante notar que independente da
capacitância e da energia armazenada, assim que havia a ligação entre lâmpada – capacitor o
brilho da lâmpada começava no seu máximo e minimizava ao longo do tempo. Foi possível notar
que na primeira versão, a lâmpada se manteve acesa por 41.71s e por volta de 20s a área de maior
brilho já estava contida dentro do bulbo da lâmpada, enquanto que na versão com o menor
capacitor, o processo de funcionamento e desligamento da lâmpada foi tão rápido que ao ligá-la o
seu brilho estava enfraquecido em aproximadamente 1s.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após os estudos e o desenvolvimento do procedimento experimental realizado no


laboratório foi possível verificar algumas das características dos capacitores de placas paralelas,
como por exemplo como o material dielétrico utilizado entre as placas e a distância entre elas
influenciam no valor da capacitância.

Com base nos resultados dos experimentos, foi observdo que quanto maior for o valor da
constante dielétrica do material utilizado como isolante entre as placas, maior será a capacitância
do capacitor. Também foi observado que quanto menor é a distância, maior é a capacitância e a
quantidade de energia armazenada entre as placas.

Com isso, o experimento atingiu o objetivo de analisar na prática os comportamentos dos


capacitores

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REFERÊNCIAS

PERUZZO,Jucimar. A Física Através de Experimentos: Eletromagnetismo, Física Moderna e


Ciências Espaciais. V.III / Jucimar Peruzzo. Irani (SC): 2013.

ROSA, Guilherme Teixeira. CAPACITOR DE PLACAS PLANAS E PARALELAS. Universidade


Federal de Pelotas, [S. l.], p. 1-6, 1 mar. 2016. Disponível em:
https://pt.scribd.com/doc/264761978/Relatorio-Capacitor-de-placas-planas-e-paralelas.
Acesso em: 19 mar. 2021.

DINIZ, MÁRCIO SILVA. CAPACITOR DE PLACAS PARALELAS. CENTRO DE EDUCAÇÃO E


SAÚDE , [S. l.], p. 1-11, 12 dez. 2018. Disponível em:
https://www.academia.edu/39990424/Relat%C3%B3rio_2_Capacitor_de_Placas_Paralelas.
Acesso em: 21 mar. 2021.

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