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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA – UEPB

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA – CCT
DEPARTAMENTO DE FÍSICA
LICENCIATURA PLENA EM FÍSICA: NOTURNO
DISCIPLINA: TERMODINÂMICA
PROFESSOR: LOURIVALDO MOTA
Por: JOSENILDO MARIA DE LIMA - 06104574-8

RESUMO SOBRE A TEORIA CINÉTICA DOS GASES PERFEITOS

Campina Grande, maio de 2009
ZEMANSKY, Mark W e DITTMAN, Richard H. Teoria Cinética de um Gás Perfeito, 
In Calor e Termodinâmica, 6ª ed, pág. 133 a149.

O ponto de vista microscópico

Não existe nada na Termodinâmica Clássica que forneça informações detalhadas 
a respeito de U e CV., outra incapacidade dela é para fornecer a equação de estado de 
qualquer   sistema   desejado.   Para   obter   informaçôes   detalhadas   sobre   as   variáveis 
termodinâmicas sem recorrer a medidas experimentais é preciso fazer os cálculos sob o 
ponto de vista microscópico. Existem duas Teorias Microscópicas: A Teoria Cinética e 
a Mecânica Estatística, ambas utilizam o cálculo de probabilidades. A Teoria Cinética 
se ocupa dos detalhes do movimento e do choque molecular, ela é capaz de explicar a 
viscosidade, processo de condução de calor, processo de difusão entre outros processos. 
A   Mecânica   Estatística   é   mais   simples   matematicamente,   porém   é   mais   sutil 
conceitualmente.

Equação de Estado de um Gás Perfeito

A teoria cinética de um gás perfeito se baseia em sete hipóteses fundamentais, 
são elas:

1- Qualquer   pequena   amostra   de   gás   consiste   em   um   número   N   enorme   de 

moléculas, o qual é dado por:   ;

2­ As moléculas de um gás perfeito são semelhantes a pequenas esferas rígidas em 
perpétuo movimento aleatório;

3- Admite­se que essas moléculas não exercem forças de atração ou repulsão sobre 
outras moleculas, só ao se chocarem;

4-  Considera­se que porção de parede com a qual uma molecula se choca é lisa, e 
supõem­se que o choque é perfeitamente elástico;

5- Quando   não   existe   campo   externo   de   forças   as   moléculas   estão   distribuidas 


uniformementepor   todo   o   recipiente,   sua   densidade   molecular   é   constante   e 
., onde em qualquer   existe   moléculas;
6­ Não existe direção preferencial para a velocidade de qualquer molécula;

7­ Nem todas as moléculas tem a mesma velocidade.

Já   que   os   vetores   velocidades   das   moléculas   de   um   gás   não   tem   direção 


preferencial, considera­se um vetor velocidade arbitrário  ω  dirigido da origem O para 
um elemento de área  . O cálculo de ω se baseia no conceito de ângulo sólido onde,  
, por definição, o ângulo sólido  é dado por :

   , sendo a área máxima da esfera   e o ângulo 
sólido máximo   .

As frações de moléculas com velocidade situada em torno de   estarão entre   
e    e terão o número de moléculas dentro do intervalo     de velocidade no 
intervalo T de dT e no intervalo   será,

A equação 6.2 expressa o fato de que as velocidades  moleculares  não terem 


direção preferencial.

 Se um grupo de moléculas se aproxima de uma pequena área   da parede do 
recipiente   então   todas   as   moléculas     situadas   no   interior   do   recipiente   se 
chocarão com  , logo o volume   será,

Se V é o volume total do recipiente, somente a fração    das moléculas estará 
nele, então o número de moléculas se chocando com  , no tempo dt será,

Sendo os choques entre as moléculas  perfeitamente elásticos então só haverá 
variação   na   componente   perpendicular   da   velocidade,   logo   a   variação   total   da 
quantidade de momento será:

A partir dela percebe­se que a variação na quantidade de movimento por unidade 
de tempo e por unidade de área, devido aos choques em todas as direções, é a pressão 
exercida sobre as moléculas de gás, logo:
A média dos quadrados das velocidades moleculares é   dada por:

Sabendo que :  , logo pode­se dizer que:

Comparando­se a equação teórica de estado com a experimental encontramos:

A Energia  Cinética  média  por molécula. É a energia de translação. A forma 


molecular da equação dos gases perfeitos possui outra forma simples, vejamos:

Distribuição das Velocidades Moleculares

Para   determinar   a   expressão   equivalente   a     em   termos   de   é   preciso 


recorrer a lei maxwelliana de distribuição de velocidades , a qual se baseia na hipótese 
do caos a qual permite dizer que a fração    é função somente de  , logo

As quais são extensíveis para as coordenadas y e z. Para determinar o valor de 
 nas três direções devemos adotar:

O número  de moléculas  associados  com os pontos  compreendidos  dentro do 


elemento cúbico de volume dividido por unidade de volume é dado por:

Como as velocidades não têm direção preferencial então a densidade deverá ser 
constante em todos os pontos sobre a esfera, portanto:
Onde   as   equações   6.16   e   6.17   devem   ser   satisfeitas   simultaneamente. 
Diferenciando­as obtemos

Usando o multiplicador  indeterminado  de  Lagrange    mβ  e somando  as  duas 


equações e com algumas considerações a cerca de duas variáveis serem independentes 
de modo que ambas as equações sejam satisfeitas é preciso encontra um   constante, de 
modo que obteremos:

O que é extensível a  , Agora se empregarmos a equação 6.15 na 
6.18 chegaremos a:

A qual também pode ser dada por:

Temos   que     é   constante   em   todos   os   pontos   interiores   a   carcaça   esférica 


infinitesimal, compreendida entre os raios de   e   cujo volume é     e 
contem os pontos de velocidades de   moléculas, partindo da equação 6.20 deduz­
se que:

  

A qual é a equação para a distribuição de velocidades de Maxwell.

Velocidade Maxwelliana e Temperatura

Fazendo   uso   da   equação   6.21   que   ao   ser   integrada,   nos   dará 


Fazendo uma combinação da equação 6.7 com a equação 6.21, fazendo a devida 
integração dos valores substituídos pode­se encontrar:

Ao   fazermos   uma   comparação   da   equação   teórica   encontrada   com   a 


experimental, vem que:

Ao substituirmos os valores obtidos de   na equação 6.21, temos que:

Por esta equação podemos observar que quanto maior for a temperatura maior 
será a dispersão dos valores da velocidade.

Equipartição de Energia

A energia cinética média associada com cada grau de liberdade de translação é 
,   no   entanto   vale   salientar   que   as   moléculas   reais   possuem   além   da   energia 
translacional a energia rotacional e potencial de vibração. Para amenizar este problema 
faz­se uso do principio da equipartição da energia, o qual afirma que  a energia média 
associada   a   qualquer   termo   quadrático   na   expressão   da   energia   de  uma   molécula   é 
sempre  , deste modo tanto as energia rotacionais e as potencias de vibração terão o 
mesmo valor que a energia translacional. Esse principio só não funciona para moléculas 
poliatômicas, líquidos e sólidos, por eles possuírem freqüência de vibração muito alta.

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