Você está na página 1de 39

EMC 6601-024 TEPSM:

MECANISMOS EM TURBINAS EÓLICAS Cinemática Avançada de Robôs


Marina Baldissera de Souza
Setembro de 2016
SUMÁRIO
1. Introdução
2. Conceitos importantes
i. Coeficiente de potência
ii. Razão de velocidade de ponta
iii. Curvas de performance

3. Componentes e mecanismos
i. Rotor
ii. Transmissão

4. Principais sistemas de aerogeradores


i. Cronologia
ii. Acoplamento direto
iii. Turbinas offshore

5. Considerações finais
6. Referências
2
INTRODUÇÃO
 Na última década, o consumo mundial de energia aumentou a uma taxa média de 2,1%
ao ano;
 Principais consumidores: países emergentes;
 Relação direta crescimento do PIB e aumento de consumo de energia de um país:

3
 Combustíveis fósseis ainda são a principal fonte de energia  não renováveis e impacto
ambiental;
 Energias renováveis para suprir demanda energética devida ao crescimento econômico  Energia
eólica com maior potencial;
 Capacidade instalada:
 2000: 18 GW;
 2014: 373 GW  21 vezes maior!

 Brasil segue tendência mundial;

 2014: 12,2 TWh  10º lugar no


ranking mundial de geração por
energia eólica;
 2015: possível 7º lugar.

Evolução do crescimento da capacidade instalada no Brasil


4
Coeficiente de potência
CONCEITOS IMPORTANTES Razão de velocidade de ponta
Curvas de performance

5
COEFICIENTE DE POTÊNCIA CP
 Turbina eólica: conversão energia cinética do vento
em energia mecânica do rotor;

𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑚𝑒𝑐â𝑛𝑖𝑐𝑎 𝑒𝑥𝑡𝑟𝑎í𝑑𝑎 𝑑𝑜 𝑣𝑒𝑛𝑡𝑜


𝑐𝑝 =
𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙 𝑛𝑜 𝑣𝑒𝑛𝑡𝑜 (𝑠𝑒𝑚 𝑝𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑏𝑎çõ𝑒𝑠)

 Fator de Betz: 0,593  máximo cp possível sob


condições ideais;
 Casos reais: cp ≈ 0,5.

6
RAZÃO DE VELOCIDADE DE PONTA 𝜆

Velocidade
tangencial na
ponta da pá
𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑡𝑎𝑛𝑔𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑛𝑎 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎 𝑑𝑎 𝑝á
𝜆=
𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑜 𝑣𝑒𝑛𝑡𝑜
Velocidade do
vento

7
CURVA DE POTÊNCIA E EFICIÊNCIA
Velocidade
nominal

 Potência produzida por uma turbina Potência nominal


eólica (P): (gerador)

1
𝑃 = ∙ 𝜌 ∙ 𝑉 3 ∙ 𝐴 ∙ 𝑐𝑝
2
 ρ: densidade do ar;
 V: velocidade do vento (sem perturbações);
 A: área do rotor;
 cp: coeficiente de potência. Caso real:  f (ηm, ηe, 𝜆)

Mecanismos
de controle
8
COMPONENTES E MECANISMOS Rotor
Transmissão

9
 Transmissão: conversão do movimento
Sistema de passo Eixo de alta
velocidade
rotacional do rotor em energia elétrica.
Cubo Freio  Eixo de baixa velocidade (eixo do rotor);
Caixa
multiplicadora Gerador  Caixa multiplicadora;
 Eixo de alta velocidade (eixo do gerador);
 Freio mecânico;

 Nacelle: abriga a transmissão, o


gerador e sistemas de controle;

Sistema
 Sistema de orientação (yaw);
Eixo de baixa hidráulico  Rotor: inclui todas as peças rotativas
velocidade externas à nacelle:
Sistema de  Pás;
Pá  Cubo;
Torre orientação
 Mecanismo do sistema de passo.

10
PÁS
 Perfil inspirado na indústria aeronáutica;
 Submetidas às forças de arrasto e de empuxo;
 Design do perfil:  empuxo   cp;
 Ângulo de ataque:

 Vídeo: “How_do_Wings_generate_LIFT” 11
Dimensões típicas de turbinas atualmente no mercado, comparadas com as dimensões de um Airbus A380.

12
SISTEMA DE PASSO

 Vídeo: “sistemas de passo”


 Objetivo: mudar ângulo de ataque 𝛼 mudando o ângulo de passo υ;
 Controle da potência de entrada quando velocidade do vento acima da nominal:
 Redução de potência de entrada:  𝛼  empuxo;
 Aumento de potência de entrada:  𝛼  empuxo;
13
 Mudança de ângulo de passo: potência elétrica gerada pela turbina mantida constante em ventos
com velocidades entre a nominal e a de corte  descolamento camada limite (stall);
 Velocidades abaixo da nominal: υ = 0°;
 Potência nominal atingida: υ ≈ -2° suficiente para provocar stall e manter a potência em torno da
nominal;
  velocidade do vento, pequenos ajustes de υ (sentido positivo ou negativo) para manter
potência constante;

14
 Ângulo de passo υ = 90° (feathered position):
 Freio aerodinâmico;
 Quando rotor estacionário  minimização
carga sobre pás sob ventos muito fortes;

15
CUBO

 Une as pás ao eixo de baixa


velocidade;
 Inclui os componentes do mecanismo
do sistema de passo;

Cubo de turbina NORDEX N-80 (massa: 80 t)


16
EIXO DE BAIXA VELOCIDADE

 Eixo do rotor;
 Transmissão da rotação das pás à caixa
multiplicadora;
17
CAIXA MULTIPLICADORA
 Frequência de corrente f na rede elétrica brasileira: 60 Hz;
 Relação entre a velocidade angular do eixo do gerador (ωgerador ) e o nº de polos (N):

𝑓 6000
𝜔𝑔𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟 = 100 ∙ =
𝑁 𝑁

 Rotação das pás: entre 5 e 22 rpm;


 Se eixo do rotor ligado diretamente ao gerador: 1200 polos!
 Geradores empregados: 4 polos  1500 rpm;
 Ampliação da velocidade angular das pás à velocidade necessária ao funcionamento do gerador.
 Vídeo: “Wood_planetary_gear_wmv”.
18
 Relação de transmissão na ordem de 1:100, obtida através de mais de um estágio;
 Relação de transmissão fixa;
 Configurações comuns:
 Dois estágios paralelos  turbinas de classe 500 kW;
 Três estágios planetários  turbinas de classe 2 a 3 MW;

Dois estágios paralelos (Hansen) Três estágios planetários (Thyssen)


19
 Um estágio planetário e dois paralelos  mais
usual;
 Facilidade de implementar um eixo vazado 
linhas de alimentação do sistema de passo e
de sistemas de controle do rotor passam
através da caixa de multiplicação.

20
EIXO DE ALTA VELOCIDADE

 Alimenta o gerador com a velocidade angular


necessária ao seu funcionamento;
 Transmissão da rotação das pás ao gerador,
após multiplicação da velocidade angular pela
caixa multiplicadora.

21
FREIO MECÂNICO
 Objetivo: manter o rotor em posição quando este
se encontra parado (ex.: manutenção);
 Freio de disco;
 Devido às dimensões das turbinas, o freio
mecânico não é usado para imobilizar o rotor
quando a turbina encontra-se em operação;
 Sistema de ângulo de passo reduz a rotação do
rotor;
 Normalmente sobre o eixo de alta velocidade 
torque menor.

22
SISTEMA DE ORIENTAÇÃO

 Vídeo: “sistema de yaw”;


 Rotaciona a nacelle e o rotor em
relação à torre;

23
SISTEMA DE ORIENTAÇÃO

 Controle de potência;
 Alinhar rotor à direção do
vento;
 Elétrico ou pneumático.

24
GERADOR
 Converte energia mecânica do rotor em
energia elétrica;
 Duas categorias:
 Síncrono: opera a velocidade constante,
dependendo da frequência da rede;
 Assíncrono (indução): movimento
relativo entre rotor e campo do estator
produz eletricidade quando o rotor gira
mais rápido que a velocidade síncrona
(determinada pela rede);
 Conectados diretamente à rede ou
através de inversores/conversores; Gerador da GE para turbinas eólicas

25
PRINCIPAIS SISTEMAS DE Cronologia
Acoplamento direto
AEROGERADORES Turbinas offshore

26
 Turbinas eólicas a velocidade constante com gerador de indução “gaiola de esquilo”;
 Turbinas eólicas a velocidade variável com gerador de indução duplamente alimentado;
 Turbinas eólicas a velocidade variável com gerador síncrono e eletrônica de conversão de
potência;
 Turbinas eólicas com gerador acoplado diretamente no rotor;
 Turbinas eólicas offshore.
27
TURBINAS EÓLICAS A VELOCIDADE CONSTANTE COM
GERADOR DE INDUÇÃO “GAIOLA DE ESQUILO”
 Concepção simples usada há décadas;
 Sem controle de passo  controle potência por descolamento da camada limite/sistema e
orientação;
 Conectadas diretamente à rede;
 Baixa performance quando velocidade do vento diferente da nominal  geração na ordem de
kW;
 Diâmetro do rotor e altura da nacelle inferiores.

28
TURBINAS EÓLICAS A VELOCIDADE VARIÁVEL COM
GERADOR DE INDUÇÃO DUPLAMENTE ALIMENTADO
 Inversores de frequência entre gerador e rede;
 Adaptação a velocidade do vento inferior ou superior à nominal;
 Rotor do gerador é igualmente alimentado pela rede;
 Frequência gerada pelo inversor é sobreposta à frequência do campo rotacional do rotor 
frequência resultante constante
e compatível com rede elétrica;

 Potência gerada na ordem de


2 MW.

29
TURBINAS EÓLICAS A VELOCIDADE VARIÁVEL COM
GERADOR SÍNCRONO E ELETRÔNICA DE CONVERSÃO
DE POTÊNCIA
 Tecnologia mais recente;
 Toda potência gerada é convertida em DC e então invertida para a voltagem da rede;
 Gerador não é alimentado pela rede  frequência rotor independente da frequência da rede;
 Geração entre 2 e 10 MW.

30
31
TURBINAS EÓLICAS COM GERADOR ACOPLADO
DIRETAMENTE NO ROTOR
 Sem caixa multiplicadora  redução custos
manutenção;
 Necessidade de inversores de frequência para
que corrente gerada atinja frequência da rede
 adaptação à variações de velocidade do
vento;
 Geração entre 2 e 10 MW.

Enercon E-30

32
TURBINAS OFFSHORE

 Vento em alto mar mais uniforme e com velocidades mais altas;


 Sem limites de tamanho de parque eólico e de aerogeradores  mais altos e com rotor de
diâmetro maior;
 Maiores cidades do mundo encontram-se perto do litoral  diminuição de distância de transmissão.
33
 Principal diferença tecnológica: fundação;
 Consideração às condições adversas (corrosão, cargas maiores, etc.).
34
Parques eólicos – noroeste da
Europa
(Junho 2007).
 Turbinas ordem MW
instaladas
 Turbinas pequenas
instaladas,
 Em construção
 Planejadas.

 Vídeo: “Offshore_wind_power_how_it_all_comes_together_at_sea”
35
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 Energia eólica tem grande potencial de aumentar a capacidade instalada;
 Espaço para otimizar a tecnologia das turbinas a fim de aumentar performance;
 Antes de buscar aumento de performance, conhecer os princípios de funcionamento
e componentes da turbina.

36
REFERÊNCIAS
1. BONA, J. C.; ROMIO, P. C.; DIAS, A. Characterization of the technology used in wind
turbines in the Brazilian market. International Journal of Latest Research in Science and
Technology, Haryana, v. 5, n. 2, p. 91-97, Abril 2016.
2. ANEEL. Parte 1: Energia no Brasil e no mundo. Disponível online:
<http://www2.aneel.gov.br/arquivos/pdf/atlas_par1_cap2.pdf>. Acesso em: 03 set. 2016.
3. HAU, E. Wind turbines: fundamentals, technologies, application, economics. Berlim:
Springer, 2006. 792 p.
4. BURTON, T.; JENKINS, N.; SHARPE, D.; BOSSANYI, E. Wind energy handbook. West Sussex:
John Wiley & Sons, 2011. 775 p.
5. DNV/Risø. Guidelines for design of wind turbines. Copenhagen: Jydsk Centraltrykkeri,
2002. 294 p.

37
6. ATLAS EÓLICO BAHIA. Tecnologias no Brasil e Bahia. Disponível em:
<http://www2.secti.ba.gov.br/atlasWEB/tecnologia_p2.html>. Acesso em: 03 set. 2016.
7. RAGHEB, A.; RAGHEB, M. Wind turbine gearbox technologies. Proceedings of the 1st
International Nuclear and Renewable Energy Conference, Amman, Jordânia, mar. 2010.
8. KUMAR, Y. et al. Wind energy: Trends and enabling technologies. Renewable and
Sustainable Energy Reviews, v. 53, n. 1, p. 209-224, jan. 2016.
9. LISERRE, M. et al. Overview of multi-mw wind turbines and wind parks. IEEE Transactions
on Industrial Electronics, v. 58, n. 4, p. 1081-1095, abril 2011.
10. BRETON, S. P.; MOE, G. Status, plans and technologies for offshore wind turbines in
Europe and North America. Renewable Energy, v. 34, n. 3, p. 646-654, mar. 2009.

38
OBRIGADA PELA ATENÇÃO!

39

Você também pode gostar