Você está na página 1de 14

REAÇÃO QUÍMICA

A matéria pode sofrer dois tipos de transformações principais, a física e a química. A


transformação física é quando não se altera a natureza da matéria, ou seja, a sua composição.
Por exemplo, quando cortamos um pedaço de madeira, ela sofreu uma transformação, mas foi
um fenômeno físico, porque ainda continua sendo madeira, a sua constituição é a mesma do
início.

Por outro lado, uma transformação ou fenômeno químico ocorre quando a natureza ou


composição da matéria é alterada. Nesse caso, as partículas iniciais (que podem ser
moléculas, átomos, aglomerados iônicos, íons etc.) são como que desmontadas e seus
átomos se rearranjam, montando novas moléculas, aglomerados, átomos, íons etc., isto é,
novas substâncias. Isso é uma reação química.
Por exemplo, imagine que aproximemos um palito de fósforo aceso do álcool etílico. Sabemos o
que vai acontecer: o álcool começará a queimar. Isso significa que ele está sofrendo uma reação
química com o oxigênio do ar (O2) e mudará sua composição, deixando de ser etanol (C 2H6O), e
o oxigênio também deixará de ter sua composição inicial, originando novas substâncias, que são
o dióxido de carbono (CO2) e água (H2O).

Álcool pegando fogo – reação de combustão


Nas reações químicas, as substâncias iniciais são chamadas de reagentes e as finais
de produtos, e as reações são representadas por meio de equações químicas, que seguem a
seguinte estrutura geral:
REAGENTES → PRODUTOS
Considerando o exemplo anterior da reação de combustão completa do álcool (etanol), temos a
seguinte equação química:

Etanol + Gás oxigênio → Dióxido de carbono + Água

Essa reação química é representada abaixo por meio de átomos de acordo com o modelo de
Dalton, na forma de simples esferas:
Representação modelo de uma reação de combustão do etanol
Observe que as ligações iniciais entre os átomos foram quebradas e eles formaram novas
ligações, surgindo novas substâncias.

Assim, as equações químicas são escritas utilizando-se fórmulas e símbolos que melhor
representem o esquema acima. No caso considerado (reação de combustão do etanol), temos
que a equação química é expressa assim:

C2H5OH(?) + 3 O2(g) → 2 CO2(g) + 3 H2O(v)


Existem alguns fatores visuais que indicam que houve uma reação química, que são:

* Desprendimento de gás;
* Mudança de cor;
* Formação de precipitado;
* Aparecimento de chama ou luminosidade.
Importantes processos que ocorrem em nosso organismo, na natureza e em indústrias, tais como
a produção de medicamentos e alimentos industrializados, são reações químicas. Por isso, elas
são extremamente importantes para o surgimento e para a manutenção da vida.

Existem vários tipos de reações químicas, que podem ser classificados de acordo com vários
critérios, mas os tipos principais estudados em química são:

1. Reações inorgânicas: Costumam ser classificadas de acordo com o número de substâncias


formadas, número de reagentes e presença ou não de substâncias simples e compostas. São
quatro os principais tipos de reações inorgânicas:
1.1. Reações de síntese ou adição;
Reação de Síntese ou de Adição é quando dois ou mais reagentes participam de uma reação
originando um único produto mais complexo.
Genericamente, estas reações são expressas por:

A + B  → C

Exemplos de reações de síntese ou de adição:

1º) Reagem o carbono e o gás oxigênio para a formação do dióxido de carbono (gás carbônico):

C + O2  → CO2
2º) Ao se queimar a fita de magnésio, o oxigênio presente no ar reage com o magnésio da fita,
originando o óxido de magnésio:

2  Mg  + O2  →  2  MgO


Reação de síntese entre o oxigênio e o magnésio produzindo o óxido de magnésio
 
3º) Reação do óxido de cálcio com a água, produz o hidróxido de cálcio:
CaO  +  H2O  →  Ca(OH)2
4º) As soluções aquosas de ácido clorídrico e hidróxido de amônio, liberam dois gases: o HCl e
o NH3. Se colocarmos estes dois gases em contato, eles gerarão uma névoa que é o cloreto de
amônio:
HCl + NH3  → NH4Cl

1.2. Reação de decomposição ou análise;


A decomposição ou análise é um tipo de reação inorgânica em que um reagente é
decomposto em duas ou mais substâncias.
Essas substâncias formadas podem ser simples (formadas por apenas um tipo de elemento
químico) ou compostas (formadas por átomos de diferentes tipos de elementos químicos).

Genericamente, isso pode ser representado por:

A→B+C
Um exemplo é mostrado no texto Airbag e reação de decomposição. O airbag dos automóveis
possui uma bolsa (bag em inglês) que contém a azida de sódio, que é o seguinte
sal: NaN3(s). Quando o automóvel sofre uma colisão, os sensores do para-choque transmitem um
impulso elétrico (faísca) que causa a rápida decomposição dessa substância. Veja essa reação
abaixo:
2 NaN3(s) → 3 N2(g) + 2 Na (s)

Observe que a azida de sódio foi decomposta em duas substâncias simples, o gás nitrogênio, que
faz a bolsa inflar, e o sódio metálico, que reage com outro composto que está na bolsa (KNO 3) e
produz mais gás nitrogênio.
Nesse caso, a decomposição ocorreu graças à faísca. Mas esse tipo de reação pode se iniciar não
só por ação de calor, mas pode ser também por ação da luz ou da eletricidade. Em cada um
desses casos, a reação de decomposição recebe um nome específico, que a caracteriza. Observe
cada um desses nomes na tabela abaixo:

1.3. Reação de simples troca, deslocamento ou oxirredução;


Reações de deslocamento, também denominadas reações de substituiçãoou ainda de simples
troca, são aquelas que ocorrem quando uma substância simples (formada por um único
elemento) reage com uma substância composta, “deslocando” essa última em uma nova
substância simples.
Genericamente, podemos defini-la da seguinte maneira:

Mas, para que isso ocorra, a substância simples, no caso simbolizada por A, deve ser mais
reativa que o elemento que será deslocado do composto, transformando-se em uma nova
substância simples (Y).
Vejamos um exemplo em que essa reação ocorre:

Observe o experimento abaixo em que se coloca uma lâmina de zinco (Zn) em uma solução
aquosa de sulfato de cobre (CuSO4). Com o passar do tempo, nota-se que a solução de sulfato de
cobre passa da coloração azul para um azul menos intenso, pois se descoloriu e houve um
depósito de cobre sobre a lâmina de zinco.

Podemos representar essa reação por meio da seguinte equação química:

Note que o zinco deslocou o cobre, o que significa que o zinco é o mais reativo.

Visto que ambos são metais, podemos verificar se a reação de simples troca irá ocorrer ou não,
analisando a fila de reatividade dos metais mostrada abaixo:
Observe que o cobre é realmente menos reativo que o zinco, portanto, se resolvêssemos fazer o
contrário do experimento anterior e colocar uma lâmina de cobre em uma solução de sulfato de
zinco, a reação não ocorreria, pois o cobre não conseguiria deslocar o zinco.

As reações de deslocamento são um tipo de reação de oxirredução, pois há transferência


de elétrons da substância simples para a composta. No processo explicado anteriormente, o
zinco estava inicialmente na sua forma neutra, que é a metálica, e passou a fazer parte de um
composto em que ele apresenta a carga 2+, ou seja, cada átomo de zinco perdeu dois elétrons. Já
com o cobre ocorre o contrário, ele recebe dois elétrons para passar para o estado metálico,
sólido.
No caso de reação de simples troca com ametais, o mesmo é considerado: a reação só ocorrerá
se o ametal mais reativo for a substância simples que poderá deslocar outro ametal menos
reativo. A reatividade dos ametais é mostrada abaixo:

1.4. Reação de dupla troca ou metátese;


Reações de dupla troca ocorrem entre dois reagentes compostos originando dois produtos
compostos, veja a equação que representa:

AB + CD → AD + BC
Para que esta reação aconteça é necessário que um dos produtos (AD ou BC), quando
comparado aos reagentes, se apresente menos ionizado, mais volátil ou insolúvel.

1. Produto menos ionizado: é o produto menos dissociado, ou seja, mais fraco. A


Neutralização é um exemplo de reação que dá origem a esse tipo de produto:
HCl(aq) + NaOH(aq) → NaCl(aq) + H2O(l)
A reação entre o Ácido clorídrico (HCl) e a base Hidróxido de sódio (NaOH) é considerada
dupla troca porque o produto H2O é menos ionizado (+ fraco) que os reagentes (HCl e NaOH).
2. Produto mais volátil: a reação se caracteriza pela formação de um gás. Um exemplo deste
tipo de reação é a que ocorre entre o sal carbonato (CO 2-3) e um ácido. Equação do processo:

2H+(aq) + CO3-2(aq) → CO2(g) + H2O(l)


Um dos produtos formados é o gás carbônico CO 2(g), e como este produto é mais volátil que os
reagentes, a reação se classifica como dupla troca.
3. Produto Insolúvel: este produto pode ser obtido da reação entre Nitrato de chumbo [Pb
(NO3)2] e Iodeto de sódio (NaI).
[Pb (NO3)2] (aq) + 2 NaI(aq) → PbI2 (s)

Repare que os reagentes [Pb (NO 3)2] e NaI são soluções aquosas que dão origem a um produto
sólido PbI2 , é justamente este fator - a formação de um precipitado ao final do processo - que
caracteriza a Reação de dupla troca.
Observação: Esta reação é a mais fácil de ser visualizada em razão da presença do precipitado
sólido que se deposita no fundo do recipiente.
Leis das reações químicas (Leis
ponderais)
As Leis Ponderais são as leis experimentais que regem as reações químicas em geral e
são relativas às massas dos componentes dessas reações. São basicamente leis que
relacionam as massas dos reagentes e produtos em uma reação química qualquer.

As leis das reações químicas são divididas em dois grupos: Leis Ponderais e Leis
Volumétricas, portanto a Lei de Gay Lussac não participa das Leis Ponderais.

As Leis Ponderais surgiram no final do Século XVIII, e vários químicos e estudiosos da


época possuem participação ativa na elaboração das mesmas. A seguir veremos mais
especificamente cada uma delas.

Lei da conservação da massa (Lei de


Lavoisier)
“Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.” (Antoine Lavoisier)

Por volta de 1774, o químico francês Antoine Laurent Lavoisier (1743 – 1794) contou


com a colaboração de sua esposa Marie Anne Lavoisier para realizar experiências
sobre combustão e calcinação de substâncias químicas, a fim de quantificar e verificar a
variação de massa nessas reações químicas. A base para os experimentos realizados
pelo Sr. e Sra. Lavoisier foi um experimento de 1760 do químico russo Mikhail
Lomonosov.

Com o experimento, Lavoisier pôde notar que ao calcinar metais expostos ao ar, havia a
formação de óxidos metálicos que tinham peso maior que o metal de partida, contudo,
ao realizar a combustão de matéria orgânica como o carvão, também exposto ao ar, a
massa final era menor que a massa de partida. Lavoisier então adquiriu maiores
informações sobre as reações que aconteciam ao calcinar e realizar a combustão de
diferentes compostos químicos e observou que o gás que ativava as reações de queima
era o oxigênio (nome dado ao gás pelo próprio Lavoisier algum tempo depois), e que
após realizar mais experimentos pôde deduzir que as reações de combustão e de
calcinação são resultado da reação química da combinação do oxigênio com outros
componentes. Realizando experimentos em sistemas fechados, que possibilitaram medir
com maior precisão a massa dos reagentes e produtos das reações de calcinação e
combustão, inclusive os reagentes e produtos gasosos que participam ativamente de tais
reações, Lavoisier concluiu que as variações observadas nos experimentos realizados
em sistema aberto se somadas as massas dos reagentes e produtos gasosos era constante
no início e fim das reações de combustão e calcinação as quais os materiais eram
submetidos.

Com a Lei de Lavoisier, podemos concluir então que numa reação química realizada em
sistema fechado, a massa permanece constante do início ao fim da reação, ou seja, a
soma das massas dos reagentes é igual à soma das massas dos produtos obtidos.
m(reagentes) = m(produtos)
A Lei de Lavoisier em sua forma originalmente proposta atualmente não se aplica
apenas às reações nucleares, devido ao fato de que estas reações envolvem
transmutações nucleares, onde há mutação dos núcleos dos reagentes, além da alteração
da massa inicial dos núcleos dos reagentes que é sempre maior que a massa final dos
núcleos dos produtos deste tipo de reação.

Lei das proporções constantes ou definidas


(Lei de Proust)
“Toda substância possui uma proporção constante, em massa, na sua composição, e a
proporção na qual reagem e se formam é constante.” (Joseph Louis Proust)

O químico e farmacêutico francês Joseph Louis Proust (1754 – 1826), ao realizar


experimentos relacionados à composição do carbonato de cobre, concluiu que,
independentemente do método, procedência ou processo de preparação a proporção dos
elementos químicos de sua composição era sempre a mesma. Esse experimento foi o
que impulsionou Proust a, em 1794 ou 1797 (há variação de datas nas diferentes
literaturas disponíveis) propor a Lei das Proporções Definidas, ou também como é
conhecida, a Lei de Proust.

Com experimentos realizados utilizando apenas substâncias puras, Proust pôde verificar


que as massas tanto dos reagentes quanto dos produtos participantes da reação possuem
sua proporção sempre constante, e isso independe das quantidades, por exemplo:

H2 + ½ O2 → H2O


2g + 16g → 18g
0,4g + 3,2g → 3,6g
Com o exemplo acima podemos concluir que, numa amostra de água, sempre haverá
11,1% em massa de hidrogênio e 88,9% em massa de oxigênio na composição. Também
é possível observar que a soma das massas dos reagentes é igual a soma das massas dos
produtos, e mesmo que haja mais que um reagente formando apenas um produto, suas
proporções são sempre constantes.

Lei das proporções múltiplas (Lei de Dalton)


“Quando dois elementos formam duas ou mais substâncias compostas diferentes, se a
massa de um deles permanecer fixa a do outro irá variar em uma relação de números
inteiros e pequenos”. (John Dalton)

John Dalton (1766 – 1844), foi químico, meteorologista e físico inglês que criou
diversas teorias e é o fundador da teoria atômica moderna. Com a realização de
experimentos voltados às massas dos reagentes e produtos de reações químicas, Dalton
criou a Teoria das Proporções Múltiplas, onde a massa fixa de um dos elementos se
combina com massas diferentes de um segundo elemento, formando compostos
diferentes, por exemplo:

Monóxido de carbono: 1C + ½ O2 → 1 CO


Dióxido de carbono: 1C + 1 O2 → 1 CO2
Na primeira reação vemos a reação na proporção de 1:1, ou seja, para 1 átomo de
carbono utiliza-se 1 átomo de oxigênio e o produto da reação é o monóxido de carbono.
Já na segunda reação temos mantida a quantidade de carbono, porém a proporção de
oxigênio é dobrada, sendo realizada na proporção 1:2, formando o dióxido de carbono.

Um dos exemplos mais encontrados na literatura para demonstrar a aplicação efetiva


desta Lei é a formação de óxidos diversos, como por exemplo, os óxidos formados por
nitrogênio:

Nitrogênio Oxigênio Óxido Formado Proporção

28g 16g N2O 2:1

28g 32g N2O2 2:2

28g 48g N2O3 2:3

28g 64g N2O4 2:4

Genericamente podemos definir que:

A+B→C
ma + mb → mc
A + B’ → C’
ma + m’b → m’c
Mantendo a massa de um dos reagentes constante, a massa do(s) outro(s) reagentes e a
massa do(s) produto(s) é(são) variável(eis)

BALANCEAMENTO DE EQUAÇÕES QUÍMICAS


O balanceamento de reações é um método utilizado em diversas áreas da Química para
determinar a quantidade de matéria de cada uma das substâncias participantes da reação, bem
como estabelecer as proporções existentes entre os componentes.

Princípios usados para o balanceamento de equações


A lei de conservação das massas, proposta pelo químico francês Antoine Lavoisier, é o
fundamento por trás do balanceamento das equações químicas. Durante uma reação química, os
átomos participantes não são criados nem destruídos, eles apenas sofrem um rearranjo
quando passam de reagentes para produtos.
Por esse motivo, dizemos que a quantidade de átomos antes da reação (reagentes) deve ser igual
ao número de átomos no final (produtos), respeitando a Lei de Lavoisier. Quando isso ocorre, a
equação química está balanceada.
Para uma reação química estar de acordo com a Lei de Lavoisier, a equação deve estar
corretamente balanceada.

Métodos de balanceamento
• Balanceamento por tentativa
Esse método consiste na escolha arbitrária dos coeficientes estequiométricos até que se
igualem as quantidades dos átomos de reagentes e produtos.
Para esse método, podemos seguir um roteiro que pode facilitar o balanceamento. Começamos
acertando os coeficientes dos metais; depois, dos ametais; em seguida, o hidrogênio e, por
último, o oxigênio.

Vamos aos exemplos:

1) Mg + HCl → MgCl2 + H2
Seguindo a regra proposta acima, iniciaremos o balanceamento pelo Mg. Note que sua
quantidade, tanto nos reagentes quando nos produtos, é 1. Em seguida, a quantidade
de cloro nos reagentes é 1 e, nos produtos, é 2. Então devemos multiplicar o HCl por 2 para
igualar as quantidades.
Mg + 2 HCl → MgCl2 + H2
Em relação ao hidrogênio, quando adicionamos o coeficiente ao HCl, acabamos balanceando as
quantidades de átomos de hidrogênio, ficando com 2 em cada membro. A equação fica
corretamente balanceada da seguinte forma: Mg + 2 HCl → MgCl 2 + H2.
2) Al2O3 + HCl → AlCl3 + H2O
Iniciamos o balanceamento pelo Al, multiplicando o AlCl3 por 2 para igualar as quantidades.
Al2O3 + HCl → 2 AlCl3 + H2O
Em seguida, balancearemos o Cl. Note que temos apenas 1 cloro nos reagentes e 6 nos produtos.
Para que fique balanceada a quantidade de Cl, devemos multiplicar o HCl por 6.

Al2O3 + 6 HCl → 2 AlCl3 + H2O


O próximo átomo a ser balanceado é o hidrogênio. Nos reagentes, temos 6 H e, nos produtos, 2
H. Atribuindo coeficiente 3 ao H2O, teremos 6 H também no segundo membro. Com isso, a
quantidade de oxigênio também ficará igual nos dois membros, e a equação devidamente
balanceada é a seguinte:
Al2O3 + 6 HCl → 2 AlCl3 + 3 H2O

NÚMERO DE OXIDAÇÃO
Diversas transformações químicas ocorrem através de reações de oxirredução. E muitas delas
possuem aplicações para nós, desde usos industriais, como na produção de ferro, queima de
combustível para gerar energia, extração de metais de minérios, etc. até usos domésticos,
em pilhas e baterias, alvejantes e produtos de limpeza, dentre outros. Além disso, muitos
processos metabólicos essenciais para manutenção da vida são reações de oxirredução, como
a respiração, a produção de energia pela quebra da glicose, a fotossíntese, etc. Mas como é
possível identificar se uma reação é redox?

Uma reação é considerada de oxirredução quando há transferência de elétrons de uma espécie a


outra, para isso foi criado o número de oxidação, ou Nox. Ele foi definido de forma que,
quando ocorre uma oxidação, haverá aumento do número de oxidação, e quando houver
redução, haverá diminuição, facilitando o reconhecimento de uma reação redox. O Nox de um
elemento é a carga elétrica que ele adquire quando faz uma ligação iônica ou a carga parcial (δ)
que ele adquire quando faz uma ligação covalente, que irá depender da eletronegatividade do
elemento, isto é, se na ligação covalente ele atrairá mais ou menos elétrons para si e dos outros
elementos que formam o composto.

Sendo assim, alguns elementos apresentarão números de oxidação diferentes, dependendo do


composto que ele está constituindo. Outros, porém, por serem bastante eletronegativos ou
eletropositivos, apresentarão um mesmo Nox em diversos compostos distintos, são elementos
que seguem um certo padrão. Então, para determinar o número de oxidação dos elementos de
um composto, partimos primeiro daqueles que já são conhecidos, de acordo com a tabela
abaixo.

Principais Nox

Metais Alcalinos (família 1A) + Prata


Em substâncias compostas +1
(Ag)

Metais Alcalino-terrosos (família 2A) +


Em substâncias compostas +2
Zinco (Zn)

Alumínio (Al) Em substâncias compostas +3

Em sulfetos (quando for o elemento mais


Enxofre (S) -2
eletronegativo)

Em halogenetos (quando for o elemento mais


Halogênios (família 7A) -1
eletronegativo)

Ligado a ametais (mais eletronegativos que ele) +1


Hidrogênio (H)
Ligado a metais (menos eletronegativos que
-1
ele)

Maioria das substâncias compostas -2

Em peróxidos -1
Oxigênio (O)
Em superperóxidos -1/2

Em fluoretos +1

O próximo passo, então, é determinar os Nox dos elementos restantes, sabendo que:

 A soma de todos os Nox dos elementos de um composto sempre dá igual a zero; pois
trata-se de uma substância neutra.
 A soma de todos os Nox dos elementos em um íon composto é sempre igual à carga do
íon.
 O Nox de substâncias simples é sempre igual a zero. (Exemplos: N 2, H2, Na, Fe, etc.)
 O Nox de íons é igual a sua carga. (Exemplos: Na + possui Nox = +1; S2- possui Nox =
-2).
Assim, quando temos uma reação de oxirredução para se determinar os Nox, iniciamos com os
das substâncias simples e de íons simples. Para substâncias e íons compostos, determinamos os
Nox de elementos conhecidos para depois encontrar os valores dos outros elementos, fazendo
uma equação simples, na qual a soma de todos os números de oxidação dos elementos do
composto é igual a zero (substância composta) ou à carga do íon (íon composto).

Exemplos

HCl

Hidrogênio ligado a ametal → nox +1


Cloro → halogênio → nox -1

O HCl é uma substância composta e neutra, logo a soma dos nox é igual a
zero.

HClO

Hidrogênio ligado a ametal → nox +1


Cl → ?
Oxigênio → nox -2

Da mesma forma, o HClO é uma substância composta e neutra, logo a soma


dos nox é igual a zero:

nox H + nox Cl + nox O = 0

1 + x + (-2) = 0

logo o nox do Cloro será +1

OBSERVAÇÃO: um átomo que não se encaixe nas regras (como o Cloro) não
precisa ter o mesmo NOX em todas as moléculas. Acima notamos que no HCl
o nox do Cloro é -1 , e no HClO, seu nox é +1.

CaCO3

Neste caso, precisamos multiplicar o nox das regras, pelo numero de átomos
do elemento na molécula.

nox oxigênio = -2 . 3 = -6
nox cálcio = metal alcalino-terroso = +2

Para descobrir o nox do carbono:

(-2 . 3) + 2 + x = 0
-6 + 2 + x = 0

Logo o nox do carbono é +4.


QUESTÕES
(UFPB 2009) As espécies químicas amô nia (NH3), nitrito (NO2-) e nitrato (NO3-) sã o
parâ metros de qualidade de á gua. Assim sendo, é correto afirmar que os nú meros
de oxidaçã o do nitrogênio, na amô nia, no nitrito e no nitrato, sã o respectivamente:

A)  +3, +4 e +5

B)  –3, +3 e +5

C)  –3, –4 e –5

D)  –3, +4 e +6

+3, +3 e +5
E) 

(FEI-SP) Das reaçõ es químicas que ocorrem:


I. nos flashes fotográ ficos descartá veis;
II. com o fermento químico para fazer bolos;
III. no ataque de á cido clorídrico ao ferro;
IV. na formaçã o de hidró xido de alumínio usado no tratamento de á gua;
V. na câ mara de gá s;
representadas, respectivamente, pelas equaçõ es:
I. 2 Mg + O2 →2 MgO
II. NH4HCO3 → CO2+ NH3 + H2O
III. Fe + 2 HCl → FeCl2+ H2
IV. Al2(SO4)3+ 6 NaOH → 2 Al(OH)3+ 3 Na2SO4
V. H2SO4+ 2 KCN → K2SO4 + 2 HCN
Assinale a alternativa que corresponde a reaçõ es de decomposiçã o:
a) apenas I e III.
b) apenas II e IV.
c) apenas I.
d) apenas II.
e) apenas V.

O consumo de á cido sulfú rico pode ser utilizado como um indicador do


desenvolvimento de um país. Industrialmente, esse á cido pode ser obtido a partir
da pirita de ferro, que consiste basicamente em sulfeto ferroso (FeS). Classifique as
equaçõ es de obtençã o industrial do á cido sulfú rico:

Equaçõ es de obtençã o do á cido sulfú rico

a) dupla troca, aná lise, aná lise.

b) simples troca, síntese, síntese.

c) dupla troca, síntese, síntese.

d) simples troca, aná lise, aná lise.

e) decomposiçã o, síntese, síntese.

(UERJ) O formol ou formalina é uma soluçã o aquosa de metanal utilizada na


conservaçã o dos tecidos de animais e de cadá veres humanos para estudos em
Biologia e Medicina. Ele é oxidado a á cido fó rmico segundo a equaçã o a seguir a fim
evitar que os tecidos animais sofram deterioraçã o ou oxidaçã o.

Nessa transformaçã o,
o nú mero de
oxidaçã o do
carbono sofreu uma
variaçã o de:

a) - 4 para + 4

b) - 3 para - 2

c) - 2 para - 1

d) 0 para + 2

(UFRGS 2015) Postar fotos em redes sociais pode contribuir com o meio ambiente.
As fotos digitais nã o utilizam mais os filmes tradicionais; no entanto os novos
processos de revelaçã o capturam as imagens e as colocam em papel de fotografia,
de forma semelhante ao que ocorria com os antigos filmes. O papel é entã o
revelado com os mesmos produtos químicos que eram utilizados anteriormente.
O quadro abaixo apresenta algumas substâ ncias que podem estar presentes em um
processo de revelaçã o fotográ fica.
Sobre essas substâ ncias, é correto afirmar que os á tomos de:

A)  prata no AgBr e no AgNO3 estã o em um mesmo estado de oxidaçã o.

enxofre no Na2S2O3 e no Na2SO3 estã o em um mesmo estado de


B) 
oxidaçã o.

C)  só dio no Na2S2O3 estã o em um estado mais oxidado que no Na2SO3.

D)  enxofre no Na2S2O3 estã o em um estado mais oxidado que no Na2SO3.

oxigênio no KAl(SO4)2 estã o em um estado mais oxidado que no


E) 
AgNO3.

REFERÊNCIAS

Química Geral NONA EDIÇÃO – Schaum – Editora BOOKMAN

SANTOS, W. L. P.dos.; MOL, G. de S. Química Cidadã: Volume 1: Ensino Médio. 2. ed. São
Paulo: AJS,2013.

FONSECA, M.R.M. Química 1. 1. ed. São Paulo: Ática, 2013

https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/quimica/o-que-e-uma-reacao-quimica.htm

https://brasilescola.uol.com.br/quimica/balanceamento-equacoes.htm

https://www.infoescola.com/quimica/leis-das-reacoes-quimicas-leis-ponderais/

https://www.infoescola.com/quimica/numero-de-oxidacao-nox/

Você também pode gostar