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EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SC

AGRAVANTE: CARLOS PEREIRA, (nacionalidade) X, (estado civil) X, (profissão) X, portador


(a) da Cédula de Identidade de nº X, inscrita no CPF de nº X, (endereço
eletrônico) X, residente na rua X, nº X, bairro X, cidade X, CEP X, no Estado X.

AGRAVADO: AUGUSTO QUEIROZ, (nacionalidade) X, (estado civil) X, (profissão) X, portador


(a) da Cédula de Identidade de nº X, inscrita no CPF de nº X, (endereço
eletrônico) X, residente na rua X, nº X, bairro X, cidade X, CEP X, no Estado X.

Nº DE ORIGEM DO PROCESSO: X

RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO

Inconformado com a decisão interlocutória do MM. Juiz de Direito que negou o benefício da
justiça gratuita, vem apresentar, com fundamento no artigo 1015, inciso V, do Código de
Processo Civil, AGRAVO DE INSTRUMNETO conforme razões recursais que seguem:

1. PRELIMINARMENTE - DA NECESSIDADE DO EFEITO SUSPENSIVO

Cabível e necessário é o pedido de suspensão da decisão acatada, fundamentando-se


nos exatos termos do artigo 1.019, inciso I, do Código de Processo Civil, pois o presente agravo
de instrumento tem por finalidade a reforma da decisão a fim de que garanta o direito do autor de
ter justiça gratuita, por não possuir condições de arcar com as despesas processuais, sem
prejuízo de seu sustento e de sua própria família.

Eventual manutenção da decisão agravada poderá acarretar o injusto cancelamento e


arquivamento do processo sem resolução de mérito, uma vez que o juízo a quo determinou o
pagamento das custas no prazo de 15 dias, sob essa penalidade.

Portanto, necessário que suspenda o cumprimento da decisão agravada tendo em


vista que a demora da análise do recurso pode acarretar o cancelamento e arquivamento da
ação.
2. DOS FATOS QUE ANTECEDERAM ESTE RECURSO

Em X (dia) de X (mês) de X (ano) Carlos interpôs em face do agravado uma Ação


Indenizatória, sob a alegação de cobrança indevida de dívida já paga.
Carlos, na petição inicial, deixou de recolher as custas processuais e deduziu pedido de
concessão dos benefícios da justiça gratuita, afirmando ser casado, pai de quatro filhos e receber
renda familiar mensal de um salário mínimo, conforme cópia de sua carteira de trabalho e
certidões de nascimento de sua prole.
O benefício, porém, foi negado pelo magistrado sob o argumento de que Carlos não se
enquadrara na definição de pessoa pobre por estar assistido de advogado particular. Ato
contínuo, o magistrado determinou o recolhimento das custas iniciais, em 15 dias, sob pena de
indeferimento da petição inicial.

3. DO CABIMENTO DO PRESENTE AGRAVO DE INSTRUMENTO E DAS RAZÕES PARA


A REFORMA

Pelo disposto no Código de Processo Civil, Lei 13.105/15, o Agravo de Instrumento


somente é cabível na ocorrência de uma das hipóteses elencadas no artigo 1015, no caso em
tela se faz pertencente a luz do artigo 1015 o inciso V, de tal diploma legal.
Considerando que na presente lide o Douto Magistrado a quo negou o benefício da
justiça gratuita sob o argumento de que Carlos não se enquadrara na definição de pessoa pobre
por estar assistido de advogado particular, fundamenta-se o presente agravo no artigo 1015,
inciso V, do Código de Processo Civil, ao qual relata cabimento de agravo de instrumento pela
negativa do benefício da justiça gratuita e artigo 99, § 4º, do Código de Processo Civil, ao qual
versa “§ 4º A assistência do requerente por advogado particular não impede a concessão de
gratuidade da justiça.”, descartando assim o motivo pelo qual o magistrado se amparou ao não
enquadrar o autor como pessoa pobre.
O pedido de assistência judiciária gratuita previsto no artigo 4º da Lei 1.060/50, quanto
à declaração de pobreza, pode ser feito mediante simples afirmação, na própria petição inicial ou
no curso do processo, e conforme artigo 99, § 3º do Código de Processo Civil relata “Presume-se
verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural.” E sobre ser
indeferido a luz do mesmo artigo, § 2°, relata “O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver
nos autos elementos que evidenciem a falta dos pressupostos legais para a concessão de
gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à parte a comprovação do
preenchimento dos referidos pressupostos.”
4. TUTELA DE URGÊNCIA ANTECIPADA

Solicita-se a tutela de urgência antecipada para que seja concedido o benefício da justiça gratuita.

Sabe-se que para a concessão de tutela provisória de urgência é necessário o preenchimento


dos requisitos constantes no art. 300 do Código de Processo Civil, quais sejam: a demonstração
da probabilidade do direito, o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo e a
reversibilidade dos efeitos da decisão.

De início, restam preenchidos todos os requisitos.

A probabilidade do direito do agravante está disposta no artigo 1.019, inciso I, do Código de


Processo Civil, que possibilita o recurso de tutela antecipada dentro dos ditames da lei, e como já
aqui mencionado seu direito de concessão do benefício da justiça gratuita, já que o motivo da
negativa já se encontra sanado sendo rebatido pelo artigo 99, § 4º do Código de Processo Civil,
no qual relata que a assistência de advogado particular não impede a concessão de gratuidade
da justiça.

Quanto ao perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo, o requerente não possui
condições financeiras para o custeio inicial do processo, momento em que se torna necessária a
tutela de urgência antecipada para que seja concedido o benefício a ele, uma vez que o juízo já
determinou que o não pagamento das custas iniciais do processo no prazo determinado de 15
dias está sob pena de indeferimento da petição inicial, ou seja, poderá acarretar o injusto
cancelamento e arquivamento do processo sem resolução de mérito.

Cumpre destacar, que a medida pleiteada não é irreversível, porquanto, em caso de


improcedência do pedido nos autos de origem, é viável, faticamente, a então cobrança das custas
iniciais, sem qualquer prejuízo à Administração Pública.

Evidenciam-se, portanto, presentes os requisitos necessários a concessão da tutela antecipada


recursal, para que seja reformada a decisão do Juízo a quo, e que seja concedido o benefício da
justiça gratuita

Estando suficientemente instruído este recurso com as peças obrigatórias,


REQUER

Digne-se esse Egrégio Tribunal de Justiça e o seu Eminente Desembargador Relator,


a quem distribuído, a receber esse agravo de instrumento, suspendendo os efeitos da R.
decisão impugnada, em face aos motivos acima elencados, comunicando-se, com a necessária
urgência, ao juízo da 4° Vara Cível da Comarca de Balneário Camboriú/SC, seguindo-se nos
seus ulteriores termos para que:

- Seja o presente Agravo de Instrumento recebido e distribuído incontinentemente;

- Seja deferido o efeito ativo ao presente agravo de instrumento para suspender os


efeitos da decisão interlocutória, determinando o prosseguimento do feito sem o
recolhimento das custas e despesas processuais;

- Seja dado provimento ao presente recurso a fim de reformar a R. decisão agravada,


deferindo a gratuidade da justiça, nos termos dos requerimentos formulados pelo
agravante na declaração de pobreza firmada e juntada aos autos, e pelos motivos
expostos no corpo deste recurso;

- Seja recebido no seu regular efeito com a concessão do recurso de tutela de


urgência antecipada nos termos do artigo 1.019, inciso I, do Código de Processo Civil;

- Intimar o agravado na pessoa de seu procurador, para oferecer resposta ao recurso;

- Ao final, seja concedido e provido este recurso, reformando-se a decisão agravada


para que seja concedido o benefício da justiça gratuita, tudo por harmonizar com o
direito e os ditames da justiça.

Pede deferimento.

Local X, data XX/XX/XXXX

Advogado X – OAB X

Seguem os dados dos advogados do Agravante e do Agravado.


DO AGRAVADO: Dr. (a). X OAB X, com escritório profissional situado na rua X, nº X, bairro X,
cidade X, CEP X, no Estado X.
DO AGRAVANTE: Dr. (a). X OAB X, com escritório profissional situado na rua X, nº X, bairro X,
cidade X, CEP X, no Estado X.

ROL DE DOCUMENTOS:
1. PETIÇÃO INICIAL – fls. xx
2. CONTESTAÇÃO - fls. xx
3. PETIÇÃO QUE ENSEJOU A DECISÃO AGRAVADA – fls. xx
4. PRÓPRIA DE DECISÃO AGRAVADA – fls. xx
5. CERTIDÃO DA RESPECTIVA INTIMAÇÃO – fl. xx
6. PROCURAÇÃO DO ADVOGADO DO AGRAVADO – fls. xx
7. PROCURAÇÃO DO ADVOGADO DO AGRAVANTE – fl. xx
8. DEFERIMENTO DE JUSTIÇA GRATUITA PARA AGRAVANTE - fl. Xx / OU
COMPROVANTE DO PAGAMENTO DO PREPARO

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