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Mandalas e Yantras
Mandalas e Yantras
Escalas do Universo
Mariana Seabra
Universidade do Porto
marianas@fe.up.pt
SUMÁRIO
Maṇḍalas e yantras constituem um dos aspetos mais intrigantes e ao mesmo
tempo fascinantes do Yoga. Inserem-se no Tantra, que, por sua vez, é pro-
vavelmente a tradição mais complexa deste domínio, em termos de estrutura,
literatura, tipos de prática e interação com outras tradições. Devido a esta
complexidade, o conhecimento relativo a este tema encontra-se relativamente
fragmentado e pouco sistematizado.
Assim, um dos objetivos deste trabalho é contribuir para a clarificação da
definição de maṇḍala e yantra, partindo de uma análise geométrica e funcio-
nal. Adicionalmente, apresenta-se um sistema de classificação destes diagramas,
especialmente relevantes na prática do Yoga.
Um dos princípios fundamentais do Yoga de raiz Tântrica é a equivalência
entre o macrocosmos exterior, ou seja, o Universo, e o microcosmos interior
do praticante.
Deste modo, é uma filosofia em que os conceitos de escala e de conti-
nuidade entre diferentes escalas assumem especial relevância. Os maṇḍalas e
yantras ilustram estes princípios e, por conseguinte, são também analisados
como representação das diferentes escalas do Universo e comparados com
fractais, uma das áreas da matemática moderna especialmente dedicada à
representação da continuidade entre escalas.
PALAVRAS-CHAVE
ABSTRACT
Maṇḍalas and yantras are one of the most intriguing and fascinating aspects of
Yoga. They are a part of Tantra, which is probably the most complex Tradition
in this field, regarding structure, literature, forms of practice and interaction
with other traditions.
Due to this complexity, the knowledge regarding this subject is relatively
fragmented and lacking systematization. Thus, one of the goals of this work
is to clarify the definition of maṇḍala and yantra through a geometrical and
functional analysis. Moreover, a classification system is established for these
diagrams, which are particularly relevant in the practice of yoga.
One of the fundamental principles of Tantric Yoga is the equivalence bet-
ween the outer macrocosm, that is, the Universe, and the inner microcosm
of the practitioner. In this way, the concepts of scale and continuity between
different scales are particularly relevant in this philosophy.
Maṇḍalas and yantras illustrate these principles and therefore are also
analyzed as a representation of the different scales of the Universe and
compared with fractals, one of the branches of modern mathematics
especially dealing with continuity between scales.
KEYWORDS
1. INTRODUÇÃO
O conceito de escala acompanha a realidade humana. Desde sempre que o Ser Humano
se viu compelido a lidar com dimensões muito superiores e muito inferiores àquelas
que os seus olhos são capazes de abarcar. Assim, a noção de escala está associada tanto
a questões práticas, como o ordenamento do território ou as proporções certas de cada
componente num medicamento, como a questões relacionadas com o conhecimento do
Universo: dos átomos às galáxias, das células aos organismos ou até aos ecossistemas.
O Yoga não é exceção e cada uma das filosofias a que está associado propõe um
modelo da realidade, contendo o conceito de escala (Feuerstein & Kak, 2013). Trata-se
de uma tradição vasta, presente no subcontinente Indiano há pelo menos três mil
anos e, naturalmente, incorporando toda a riqueza filosófica e cultural deste território
vibrante. Do Yoga Clássico de Patañjali, ao Bhakti Yoga de Kṛṣṇa na Bhagavad Gītā,
do Vedanta ao Xaivismo de Caxemira, só para referir alguns exemplos, é proposto um
caminho para transcendência do estado de consciência e perceção comum, para um
estado de Consciência Universal. Assim, é frequente a referência à sādhanā, a prática,
como um mapa a seguir pelo aspirante na senda espiritual.
Existe uma considerável variedade de tipos de práticas de Yoga, ao ponto da sua cata-
logação e sistematização se tornar difícil. Porém, é no Tantra que todos estes caminhos
se ramificam e espelham a própria estrutura do Universo, com a sua complexidade e
simplicidade, com o caos e a ordem. Esta é uma tradição difícil de definir. Para além de
vasta e influenciadora de muitas das tradições espirituais indianas, é ainda relativamente
pouco estudada (Samuel, 2008, p. 229-232). Adicionalmente, as chamadas correntes de
Neo-Tantra popularizadas nas últimas décadas no Ocidente, pouco têm em comum com
a tradição original (Feuerstein, 1998, p. 270-273; Frawley, 2000, p. 21-35).
Tem também expressão no Jainismo, mas em menor escala. Aparece com o objetivo de
transformar, completar ou até substituir a revelação Védica. Propõe um novo caminho
espiritual, de integração entre o mundano e o espiritual, o finito e o infinito, proclama a
continuidade entre o espírito e a matéria. Leva ao extremo o axioma que define a espirituali-
dade Indiana: A nossa essência espiritual é incondicional, para além do espaço e do tempo, do
nascimento e da morte (Khanna, 1979, p.70-79; Rao, 1988, p.23-24).
Para além de uma grande variedade de padrões, a distinção entre maṇḍalas e yantras
é pouco objetiva e pouco sistematizada. As palavras maṇḍala, yantra e, alguns contextos,
cakra são igualmente traduzidos por diagrama e tendem a ser usados livremente, como
sinónimos, pelos autores contemporâneos (Bühnemann, 2003, p. 153-154). Contudo, as
escrituras apontam para um uso mais restrito, em que os diferentes termos são definidos
com precisão, como é o caso do Kulārnava Tantra 6.86, 17.59, 17.61 (Pandit, 2007).
Assim, neste trabalho, segue-se uma exposição das características geométricas e rituais
dos maṇḍalas e yantras, juntamente com uma análise dos termos em sânscrito, na secção 2,
com vista a estabelecer um sistema de classificação destes diagramas, na secção 3. Na secção
4 apresenta-se uma análise de alguns dos padrões típicos destas estruturas, com especial
relevância para a presença de diferentes escalas e auto-semelhança, estabelecendo-se uma
ponte entre os aspetos geométricos e a prática espiritual. Finalmente, na secção 5, tecem-se
as conclusões e algumas considerações sobre trabalhos futuros.
Uma das primeiras distinções entre maṇḍala e yantra chega ao ocidente através dos
trabalhos de Sir John Woodroffe (Woodroffe, 1999, vol. 2, p. 285), como se segue:
“A diferença entre um maṇḍala e um yantra é que o primeiro é usado para qualquer divindade
(devatā) enquanto que o yantra é adequado a uma única divindade”.
Diversos autores seguem esta definição. Por exemplo, Johari no seu livro Tools for
Tantra refere: maṇḍalas (representando o cosmos) e yantras (representando uma deidade
particular) (Johari, 1988, p. 47).
Mais tarde, Mircea Eliade distingue yantra e maṇḍala puramente através de considera-
ções geométricas: o maṇḍala mais simples é o yantra, usado pelo hinduísmo (Eliade et al.,
2009, p. 214), isto é, o termo maṇḍala é associado ao Budismo Tibetano, enquanto que
o termo yantra é associado à tradição Hindu. Porém, uma análise cuidada de ambas as
tradições mostra que esta distinção peca por simplificação excessiva. De facto, a tradição
Budista emprega sobretudo maṇḍalas, com exceção das letras-yantra reportadas por Rao
(Rao, 1988, p. 37-34), mas a tradição Hindu é tão rica em maṇḍalas como em yantras.
Adicionalmente, a distinção entre maṇḍalas e yantras vai para além dos aspetos geomé-
tricos. Outras características como as aplicações rituais, as divindades presentes, o carácter
permanente ou temporário e o objetivo de utilização devem também ser consideradas
(Bühnemann, 2003, p. 1-3).
• Maṇḍalas
Este sistema de classificação é útil pois salienta a importância dos aspetos funcionais na
distinção entre maṇḍalas e yantras, porém não define claramente os dois termos.
Assim, nas secções seguintes, a análise dos termos em sânscrito, referências às escritu-
ras e aspetos funcionais serão relacionados, numa tentativa de definir e sistematizar ambos
os conceitos.
2.1. Maṇḍalas
Um objecto auto-semelhante é aquele que tem o mesmo aspeto quando observado a diferentes
escalas (Mandelbrot, 1983, p. 18).
O conceito de auto-semelhança será retomado na secção 4. Para já, constitui uma defi-
nição de apoio à análise das características geométricas dos maṇḍalas e yantras.
Com efeito, os significados mais comuns do termo sânscrito maṇḍala são redondo, circular,
roda, anel, circunferência ou algo redondo ou circular. Pode ainda significar distrito ou província, o
círculo dos vizinhos mais próximos e mais distantes de um rei, grupo ou assembleia (Apte, 2015).
É interessante verificar que todos estes significados se fundem nos maṇḍalas yoguicos, como
mostram as Figuras 6 e 7. Na tradição budista, o termo maṇḍala é também explicado como
a junção dos componentes maṇḍa e la. Maṇḍa representa a divindade central ou o nirvāṇa, a
Realidade Última, e la representa a emanação ou o saṃsāra, a experiência quotidiana limitada
(Kim, 2015, p.2). Deste modo, os maṇḍalas são a ilustração do princípio máximo do budismo
tântrico, o saṃsāra é igual ao nirvāṇa, ou em alternativa rūpa é śūnya e śūnya é rūpa, isto é, a
forma é o vazio e o vazio é forma. Nos maṇḍalas toda a estrutura revolve em torno do ponto
central: de onde todas as estruturas do Universo emanam e para onde todas as estruturas do
Universo retornam. Este sentido de retorno não é necessariamente temporal, mas acontece a
todo o instante: no Budismo, a essência de todas as coisas é o vazio, śūnya. As formas e o vazio
acontecem em simultâneo, são os dois polos da realidade última, tal como a iluminação e o
estado consciente limitado. (Feuerstein & Kak, 2013, cap. 7; M. et al., 2008).
Mais uma vez, está patente a hierarquia de divindades organizadas numa estrutura
bela, como ilustram os maṇḍalas analisados.
Assim, em resumo, maṇḍalas são áreas delimitadas, com ou sem suporte físico, com um
propósito ritual, em que toda a manifestação cósmica, ou pelo menos uma hierarquia de
divindades está presente e é invocada. São estruturas (físicas ou mentais) de carácter temporá-
rio, ou seja, são destruídas no final do ritual em que se inserem e por isso, a sua estrutura física
é construída em materiais perecíveis. Em geral apresentam grandes dimensões, adequadas a
rituais de iniciação ou rituais públicos. Porém, existe uma exceção: os maṇḍalas que cobrem as
paredes dos templos ou mosteiros, de carácter obviamente permanente (Kim, 2015, p. 3). Este
tipo de maṇḍalas tem um papel semelhante aos yantras Hindus, que se encontram descritos
na secção seguinte.
2.2. Yantras
Os yantras integram muitas das características dos maṇḍalas. Apresentam uma geome-
tria relativamente simplificada, em volta de um ponto central, que pode estar claramente
representado ou não. Os padrões representados apresentam também um certo grau de
auto-semelhança, desenvolvendo-se a partir do ponto central. Desta forma, conservam
as características de evolução ou involução, do ponto central para as formas manifestadas
ou da manifestação para a união, respetivamente. Contudo, destinam-se a uma utilização
mais individualizada com uma certa portabilidade, como ilustra a análise do termo em
sânscrito que se segue.
A palavra yantra é comumente definida como qualquer instrumento para segurar, res-
tringir ou apertar, máquina ou mecanismo (Apte, 2015). De facto, em termos da prática
do Yoga, yantra pode ser definido como uma ferramenta de meditação. Por um lado,
concentra a atenção do aspirante, focando a mente; por outro lado, concentram uma
determinada energia do Universo, isto é, funcionam como um recetáculo para a divin-
dade ou um determinado aspeto do divino, como é explicado no Kulārnava Tantra 5.86
(Pandit, 2007):
Como o corpo está para a alma e o óleo para a lâmpada, o yantra está para a divindade.
Desta forma, embora existam yantras para múltiplos propósitos, incluindo muitos fins
pragmáticos como curar doenças ou atrair a pessoa amada, apenas dois tipos são relevan-
tes na prática do yoga: yantras usados na pūjā, ou seja, na veneração de uma determinada
divindade e yantras usados como suporte para a meditação. Estes dois tipos podem ser
geometricamente idênticos, apenas existe diferença na função e o mesmo adepto pode
usá-los de ambas as formas (Bühnemann, 2003; Khanna, 1979; Rao, 1988).
Com efeito, os yantras são considerados a contraparte visual dos mantras. No Tantra,
a vibração é considerada a estrutura básica do Universo e o yantra é a cristalização de
tal vibração (Johari, 1988, p. 47; Khanna, 1979, p. 34). A relação entre a forma e a
vibração é exposta com todo o detalhe, no Xaivismo de Caxemira, em particular no
Parā-trīśikā-Vivaraṇa de Abhinavagupta (Singh, 2011). Abhinavagupta aparece como
o grande sistematizador do Tantra com grande refinamento filosófico. Muitos dos con-
ceitos explorados por Abhinavagupta são igualmente válidos na variante Budista, como
explica a referência (Kim, 2015).
Este trabalho centra-se em maṇḍalas e yantras com suporte físico, que se dividem em
duas categorias principais:
Apesar de apenas brevemente referidos, os diagramas rituais sem suporte físico são
igualmente importantes no Yoga de raiz Tântrica e assim merecem a introdução de
uma categoria adicional. Nos textos Hindus, o termo maṇḍala é usado para designar as
formas dos elementos visualizados durante os rituais de purificação, bhūtaśuddhi, ou na
visualização de algum tipo de estrutura de apoio à prática do nyāsa, a infusão ritual de
energia em objetos ou no próprio corpo (Bühnemann, 2003, p. 20; Khanna, 1979, p. 23).
Na prática Budista também é comum o uso de maṇḍalas visualizadas internamente como
suporte à meditação (M. et al., 2008, p. 303-307). Por exemplo, no livro Orderly Chaos
(Trungpa, 1991), o mestre Budista Chogyam Trungpa explica toda a manifestação do
Universo em termos de estruturas do tipo maṇḍala, que não têm necessariamente um
suporte físico. Contudo, determinar se de facto estas estruturas são puramente mentais ou
se por vezes aparecem sob suporte físico requer estudo adicional e, assim, esta categoria
é deixada em aberto.
Hoje em dia, a geometria fractal é aplicada a áreas tão diversas como a biologia,
astronomia, economia ou as artes, tornando-se essencial para uma melhor compreensão
do Universo.
4.1. Escala
De certa forma, o Tantra é uma filosofia fractal. O próprio termo denota conti-
nuidade (Apte, 2015), especialmente contida no seu princípio de equivalência entre o
macrocosmos e o microcosmos. Segundo este princípio, todo o Universo está contido
no Ser Humano. Assim, conclui-se que para conhecer o Universo, o Ser Humano deve
contemplar o seu interior.
4.2. Recursividade
Com efeito, recursividade mental e a forma de como agir sobre essa recursividade é
um tema transversal às diversas tradições do Yoga (Feuerstein & Kak, 2013). No Tantra, é
revelada ao adepto através da recursividade geométrica, como um espelho. Assim, a prática
meditativa visa, em primeiro lugar, um restabelecimento da ordem mental, a partir do caos.
Com a prática longa e sistemática, torna-se possível o trabalho sobre as tendências mentais
e, eventualmente, a Iluminação.
4.3. Infinito
É inegável que vivemos numa era em que diariamente somos bombardeados com
quantidades massivas de informação. O acesso ao conhecimento nunca foi tão fácil, mas
ao mesmo tempo é muito mais suscetível de gerar o caos interior. Esta é uma das razões
que explica a procura crescente do Yoga como ferramenta de recuperação do equilíbrio
interior e exterior. Porém, com a sua riqueza filosófica, o estudo da tradição do Yoga
pode levar o adepto mais longe, dotando-o de compreensão global, de uma visão sobre a
rede intrincada que liga tudo o que se passa no planeta.
Ainda não existem estudos que incluam dados quantificáveis relativamente a práticas
de Yoga recorrendo a maṇḍalas e yantras. Porém, a experiência pessoal e o trabalho
com grupos de praticantes ao longo de vários anos está de acordo com a análise de
Rao apresentada na secção 1: maṇḍalas e yantras como ferramenta para ativar energias,
estimular pensamentos, harmonizar sentimentos e coordenar forças internas e externas.
Deste modo, os exercícios de concentração com maṇḍalas e yantras têm a capacidade
de revelar estruturas de formação de pensamentos e emoções aos praticantes modernos,
tal como descrito pelos praticantes de tempos antigos. Adicionalmente, possibilitam
a integração das dimensões racionais da mente com as dimensões intuitivas. Como
exemplo, a compreensão ou a execução do desenho das formas geométricas que com-
põem os yantras exige lógica, enquanto que o trabalho com a cor está relacionado
com a perceção sensorial. Em geral, o praticante moderno possui uma estrutura mental
bastante desenvolvida a nível lógico, mas pouco desenvolvida a nível intuitivo. Esta
integração é, mais do que nunca, necessária.
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