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INATEL – Pós-Graduação em Engenharia de Redes e Sistemas de Telecomunicações

No item 4.4.2.1 menciona-se o fato de na Camada 1, as características adotadas para


comunicação via canal B e D serem as mesmas e serem diferentes para a comunicação nos
canais B e D nas Camadas 2 e 3 do protocolo RDSI. As figuras do item 4.4.1 mostram este
fato.
O que se tem na Camada Física (Camada 1), são bits de informações com diversas funções e
suportadas em canais lógicos distintos (B1, B2 e D) fluindo por um único meio físico, por isso
para a camada 1, a forma de tratar uma informação independe do canal a que "pertence"
aquela informação, pois a nível de camada 1 não há meios distintos para o transporte de
informação, a diferenciação entre canais lógicos surge à partir da camada 2. Sendo assim
podemos concluir que, a RDSI vem permitir a existência de diferentes canais de comunicação,
devido ao fato da Arquitetura do Protocolo de Comunicação adotado por ela, ser estruturado
em camadas. Por isso podemos dizer que a RDSI não é uma tecnologia que surge somente
para aumentar a taxa de transmissão do meio físico de comunicação, e sim muito mais que
isso, ela permite a utilização de canais lógicos distintos, simultaneamente. No caso das
Camadas de Enlace de Dados (Camada 2) e de Rede (Camada 3), o que é padrão, é a forma
que estas tratam a informação transportada no Canal D , já que, o que importa para a RDSI é
uma sinalização eficiente no Canal D, que permita interconectar seus usuários via Canal B.
Para alcançar esta eficiência é necessária uma sinalização padronizada, não importando como
os dados de usuários enviados no Canal B são tratados, já que estes têm significado fim-a-fim.
Por isso quando estudamos a tecnologia RDSI, o enfoque é dado ao protocolo de sinalização
no canal D.
Para se ter um protocolo de sinalização eficiente é preciso garantir que os bits de informação
de sinalização, enviadas no canal D na forma definida pela camada 1, chegue ao destino na
forma em que foram enviados, e que ao chegar corretamente ao destino estes possam ser
"enxergados" e interpretados como mensagens de sinalização, capazes de Estabelecer, Manter
e Liberar uma chamada entre os usuários que normalmente trocarão informações via canais
B.

Sendo assim a Camada 2 do protocolo de sinalização, fica responsável por garantir que os bits
de sinalização cheguem livres de erro ao destino. Para isto este protocolo utiliza diversos
artifícios vistos a seguir. A Camada 3 fica responsável por interpretar as mensagens de
sinalização devidamente codificadas na forma de grupos de bits pela Camada 3 de origem,
vistas mais a diante.

Estas duas Camadas do protocolo de sinalização, precisam estar implementadas tanto nos
equipamentos de usuário quanto nas Centrais RDSI, para que estes possam "conversar" e
suportar chamadas.

4.4.2.2 Características do Protocolo de Camada 2

A camada 2 além de ser responsável por assegurar a não ocorrência ou correção de erros,
define a conexão lógica entre usuário e rede e também parâmetros para a multiplexação da
informação de múltiplos TEs sobre o mesmo meio físico. O Protocolo de camada 2 adotado
para a sinalização no canal D é denominado LAPD, também conhecido como DSS1 - Digital
Subscriber Signaling System Nº 1. Este protocolo define a conexão lógica em canal D entre
o usuário e a rede através do ponto de referência S, T ou S/T, suporta comunicação serial,
síncrona e full-duplex através de conexão física ponto-a-ponto ou ponto-multiponto.
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Para permitir comunicação livre de erros entre os dispositivos, o protocolo de camada de


enlace/Camada 2, executa funções de: Enquadramento, Endereçamento, Sequenciamento,
Reconhecimento, Time outs, Controle de erro e Controle de fluxo.
Enquadramento: Indica o início e fim da unidade de transmissão (quadro) e delimita os
dados de usuário dentro do quadro.
Endereçamento: Indica qual dispositivo é o transmissor ou receptor do quadro.
Sequenciamento: Mantém uma numeração seqüencial para os quadros transmitidos.
Reconhecimento: Reconhece a recepção de quadros.
Time outs: Controla situações em que uma resposta adequada não é recebida dentro de um
intervalo de tempo determinado.
Controle de erro: Detecta erro de bit, quadros fora de seqüência e quadros perdidos e corrige
estes erros.
Controle de Fluxo: Provê um mecanismo que impede que um receptor seja sobrecarregado
por um transmissor muito rápido.

4.4.2.2.A- Estrutura de Quadro de Camada 2


A estrutura de quadro do Protocolo LAPD baseia-se na estrutura de quadro HDLC usada pelo
protocolo LAPB adotado pelo X.25.

Bits: 8 7 6 5 4 3 2 1
Flag Octetos:
0 1 1 1 1 1 1 0 1
Address 2
3
Control 4

Information

FCS N-2
N-1
Flag
0 1 1 1 1 1 1 0 N

Como mostra a figura, o quadro de camada 2 é formado pelos seguintes campos:


Flag: Indica o início e o fim de cada quadro. A necessidade de se indicar o fim do quadro
também, é o fato destes quadros não serem de comprimento fixo.
Address: Identifica o equipamento de usuário que está transmitindo ou que deve receber
determinado quadro, além do tipo de serviço que está utilizando este quadro.
Control: Identifica o tipo de quadro e pode transportar números seqüenciais e de
reconhecimento. Pode ter um ou dois octetos, dependendo do tipo de quadro.

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Information: Contém as informações de camada 3 (Camada de Rede), dados de usuário ou


informações de gerenciamento do LAPD. Tem comprimento variável e pode não estar
presente em todos os quadros.
FCS: Frame Check Sequence. Usado para a detecção de erro.

4.4.2.2.B Campo de Endereço


Como descrito acima, o campo de endereço indica o equipamento de usuário que esta
enviando ou recebendo o quadro LAPD que contêm este endereço e o serviço a que se refere
aquele quadro: sinalização, dados de usuário ou manutenção por exemplo.
O Campo de Endereço é dado pela seguinte estrutura de 2 octetos.

Bits: 8 7 6 5 4 3 2 1
FLAG 8 7 6 5 4 3 2 1
0 1 1 1 1 1 1 0
Address SAPI C/R EA OCTETO 1

TEI EA OCTETO 2
Control
Information
SAPI: Service Access Point
FCS TEI: Terminal Endpoint Identifier
C/R: Command/Response – utilizado
para
FLAG distinguir um quadro de comando (1)
0 1 1 1 1 1 1 0

SAPI - Service Access Point Indentifier


O SAPI indica o tipo de serviço ao qual aquele quadro LAPD pertence. SAPI = 0 indica que
aquele quadro é um quadro relativo a informação de sinalização no canal D. SAPI= 1 significa
que aquele quadro LAPD é um quadro de dados de usuário usando o próprio protocolo LAPD
na camada 2, e o SAPI=16 indica que neste caso o usuário adota X.25 e portanto LAPB na
camada 2. O SAPI=63 é sempre enviado no caso de quadros relativos a procedimentos de
manutenção.

Tem-se então para SAPI:


0 (QUADRO DE SINALIZAÇÃO)
1 (QUADRO DE DADOS DE USUÁRIO USANDO LAPD)
16 (QUADRO DE DADOS DE USUÁRIO USANDO X.25)
63 (QUADRO DE MANUTENÇÃO)

TEI - Terminal Endpoint Indentifier


O TEI identifica o equipamento de usuário, o terminal do usuário. Dentro de um acesso RDSI,
para cada terminal tem-se um TEI diferente. Para adquirir o TEI, existem duas formas: ao
conectar um terminal no acesso, este pode adquirir automaticamente, atribuído pela central,
um número de TEI para ser utilizado no processo de chamada; ou pode-se adotar um TEI fixo
para aquele terminal, programando no equipamento. No caso de adquirir-se automaticamente
o TEI, este assumirá valores de 64 a 126 e no caso de se fixar o valor de TEI este poderá ser

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de 0 a 63. No caso de se enviar uma informação em broadcasting para todos os terminais do


acesso, utiliza-se o valor de TEI=127. Ao se enviar um quadro de camada 2 onde no campo de
endereço tem-se TEI=127, este quadro será recebido por todos os terminais conectados
naquele acesso, independente do valor de TEI referente a um terminal específico. Um
exemplo é quando se tem uma requisição de chamada entrando naquele acesso, com a
identificação do acesso e não do terminal, não se sabe qual terminal irá atender, havendo
necessidade de enviar esta requisição à todos os terminais. Neste caso, esta requisição vem na
forma de mensagem de sinalização, no campo de endereço do quadro de camada 2 o SAPI=0 e
como esta mensagem será enviada à todos os terminais, TEI =127.

Então:
TEI de 0 a 63 (valor de TEI fixo, ou seja, vêm com seus nºs de fábrica)
TEI de 64 a 126 (valor de TEI automático, ou seja, dado pela central)
TEI 127 (Broadcasting)

EA (Extension Address): Bit utilizado para identificar se o octeto do campo de endereço é o


último (EA=1) ou se existem outros que o seguem (EA=0, indica extensão). Permite uma
grande flexibilidade na definição de protocolo, pois um campo pode ser ampliado sem
comprometer o entendimento do restante da mensagem.

No item 4.2.1.3 tem-se que, a principal função do Canal D é transportar informação de


sinalização, mas que este pode vir à transportar pacotes de informação de usuário. Podemos
agora, depois de conhecer a estrutura do campo de endereço, imaginar, como é que a rede é
capaz de identificar se naquele processo o que vai no canal D é sinalização ou dados de
usuário, pois sabemos da existência dos valores de SAPI.

Como já visto, todos os terminais do acesso compartilham o mesmo canal D. Existe um


esquema de priorização de transmissão no canal D para garantir que nenhum terminal domine
o meio. No item A.1.5 –Controle de Acesso ao meio é mostrado o esquema utilizado para o
acesso de múltiplos terminais ao mesmo canal D e menciona-se o uso de classes de
prioridades onde estas classes são definidas com relação ao número de uns consecutivos que o
terminal daquela classe deve contar antes de transmitir o quadro de camada 2 (onde estes uns
significam ausência de transmissão na linha), ou seja a classificação em classes é feita
mediante o tempo de espera com a linha livre antes da transmissão do quadro. O canal D deve
ter prioridade para transmitir sinalização. Portanto, aos frames que transportam sinalização
(SAPI=0) é atribuída prioridade classe 1 e aos demais, prioridade classe 2. Então o terminal
que está utilizando o canal D para a sinalização tem prioridade. Sabemos que há a
possibilidade de diversos terminais estarem sinalizando no canal D. Para garantir que nenhum
TE vá dominar o meio de transmissão, dois níveis de prioridade são determinados dentro de
cada classe: normal e menor. Ou seja, todos os terminais que estão transmitindo sinalização
no canal D (SAPI=0) , disputam em igualdade de classe este canal, porém dentro desta mesma
classe, eles podem estar com prioridade normal ou menor, dependendo das condições de
transmissão de quadros em que se encontram. Após cada TE transmitir um quadro, ele deverá
deixar o canal livre, só voltando a transmitir após detectar na linha o número de bits 1
determinado pela sua classe e prioridade. Como os outros TE estão monitorando o canal, eles
poderão iniciar a transmissão, dentro deste intervalo.
Todos os TE dentro de cada classe, iniciam o processo no nível de prioridade normal. Assim
que um quadro completo é transmitido, o TE passará ao nível de prioridade menor, dentro de

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sua classe. O número de uns consecutivos a esperar dentro da prioridade normal é menor que
na prioridade menor, quanto maior a prioridade, menor o número de uns a se esperar.
Note que a quantidade de bits 1 (linha desocupada) que deve ser esperada por um terminal
transmitindo em classe 2, nível de prioridade normal é maior que a quantidade que um TE em
classe 1, prioridade menor. Isso garante que a transmissão de sinalização no canal D sempre
tenha prioridade absoluta.

P riorid ade P rioridade


classe 1 classe 2
(SA P I= 0 ) (SA P I≠ 0 )

N orm al 8 10

M en or 9 11

* O s núm ero s n a tab ela ind icam a quantidade d e bits


1 con secutivo s qu e deverão ser d etectados po r um
term inal antes d e que o m esm o inicie a trasnm issão.

4.4.2.2.C Campo de Controle

O Campo de Controle estabelece ou desfaz o enlace de dados, controla as funções de


seqüência de quadros numerados, supervisão e/ou rejeição de quadros (procedimentos iguais
do X25). Pode ser de três formatos:

8 7 6 5 4 3 2 1
FORMATO I N(S) 0 OCTETO 4
(Transferência de
Informação) N(R) P OCTETO 5

FORMATO S 0 0 0 0 S S 0 1 OCTETO 4
(Supervisão) N(R) P/F OCTETO 5

FORMATO U U U U P/F U U 1 1 OCTETO 4


(Não numerado)

FORMATO I: para quadros de transferência de informação numerados e com controle de


seqüência (para operação confirmada). N(S) indica o número de seqüência dos quadros de
informação enviados pelo transmissor, enquanto o N(R) indica o número de seqüência dos
quadros esperaodos pelo receptor (ou o número do quadro a ser retransmitido por que chegou
com erro). O bit P tem a função de incitar uma resposta do outro lado.

FORMATO S: para quadros de supervisão do enlace (bloqueio e liberação do fluxo de dados,


rejeição de quadros com erro, etc.). Os bits SS indicam o tipo de quadro de supervisão. Com o
enlace de dados estabelecido, o bit P/F será ativado quando um dos lados quiser saber o
“status” do outro após um erro. Temos os seguintes tipos de quadros, em função dos bits SS.
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S S Comando Resposta Campo Inf.


0 0 RR RR N
0 1 RNR RNR N
1 0 REJ REJ N
Onde:
• RR – Receive Ready: indica que a central/TE está pronta para receber informação e/ou
reconhecer quadros recebidos, através do campo N(R).
• RNR – Receive Not Ready: indica que a central/TE não está pronta para receber
informação. Este quadro pode ser usado para reconhecer quadros recebidos, através do
campo N(R).
• REJ – Reject: requisita a retransmissão de quadros, iniciando pelo quadro numerado no
campo N(R).

FORMATO U: para quadros não numerados (operação não confirmada) e para estabelecer ou
liberar o enlace de dados. Os bits U indicam o tipo de quadro não numerado.

U U U P/F U U Comando Resposta Campo Inf.


0 0 0 * 0 0 UI S
0 1 0 * 0 0 DISC N
0 1 1 * 0 0 UA N
1 0 0 * 0 1 FRMR S
0 0 0 * 1 1 DM N
0 1 1 * 1 1 SABME N
1 0 1 * 1 1 XID XID N
Onde:
• UI – Unnunbered Information (UI): usado para transmitir informação não numerada
• DISC – Disconnect: coloca a estação no modo disconectado
• UA – Unnunbered Acnowledges: utilizado para reconhecimento de quadros não
numerados, ou seja, quadros que não contém o campo de informação, como o SABME.
• FRMR – Frame Reject: rejeita quadros que passaram pelo CRC, mas que não são
inteligíveis (usualmente por causa de um campo que não foi codificado corretamente)
• DM – Disconnect Mode: transmitido para indicar uma estação está no modo desconectado
(sem operação).
• SABME – Set Asynchounous Balanced Mode Extended: estabelece o modo de operação
balanceado assíncrono (ABM) com dois octetos no campo de controle para
seqüenciamento extendido.
• XID – Exchange Identification: usado para trocar um campo de informação sem o uso de
número de seqüência. Não usado na sinalização RDSI.

Para que um terminal possa transferir informação de camada 3, é necessário que ele já tenha
um TEI designado. Desta forma podemos definir:
TEI NÃO DESIGNADO: não é possível transferência de camada 3.
TEI DESIGNADO: quando já houve um procedimento de designação entre o terminal do
usuário e a central. É possível a transferência somente de informação não confirmada. A
mensagem UI é utilizada na designação do TEI.

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ENLACE ESTABELECIDO: quando o enlace de dados já foi estabelecido, e é possível


transferir qualquer tipo de informação, confirmada ou não. A mensagem SABME é utilizada
no estabelecimento do enlace.
As figuras a seguir, ilustram os procedimentos de designação e estabelecimento de enlace,
com, posteriormente, troca de informação seqüenciada (numerada ou com confirmação).
TE
Central

(SAPI,TEI) [Solicit. Ident., RI,AI] UI


UI (SAPI,TEI) [Ident. Desig. , RI,AI]

SABME

UA

INFORMAÇÃO N(R)=0 N(S)=0 I

INFORMAÇÃO N(R)=0 N(S)=1 I

I N(S)=0 N(R)=2 INFORMAÇÃO

INFORMAÇÃO N(R)=1 N(S)=2 I

INFORMAÇÃO N(R)=1 N(S)=3 I

RR N(R)=4

INFORMAÇÃO N(R)=1 N(S)=4 I


Erro
INFORMAÇÃO N(R)=1 N(S)=5 I

INFORMAÇÃO N(R)=1 N(S)=6 I

REJ N(R)=5

INFORMAÇÃO N(R)=1 N(S)=5 I

INFORMAÇÃO N(R)=1 N(S)=6 I

RR N(R)=7

Onde:
( ) = conteúdo do campo de endereço (SAPI=63, TEI=127)
[ ]= conteúdo do campo de informação
RI = número aleatório p/referência (reconhecer pedidos simultâneos)
AI = indicador de ação (neste campo a central coloca o TEI designado)

Vimos então até aqui que, através das estruturas definidas na camada 1 são transportadas
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estruturas de quadro de camada 2 que através dos recursos de enquadramento, controle erro,
controle de fluxo, seqüência de quadro, endereçamento etc., permite que as informações
contidas no campo de informação do quadro de camada 2 cheguem ao destino como foram
concebidas. Estas informações, são informações de camada 3 que deverão ser interpretadas
seguindo as características de camada 3 do protocolo de sinalização RDSI, vistas no item a
seguir. Estas informações após interpretadas se transformam em ações da rede, para a provisão
das chamadas e serviços.

4.4.2.3 Características do protocolo de Camada 3

O protocolo de camada 3, define a interface usuário-rede e as mensagens utilizadas para


requisitar serviços da rede. As mensagens utilizadas na requisição de serviços da rede, são
mensagens de camada 3, que são transportadas no campo de informação dos quadros de
camada 2 como mostra a figura.

0 1 1 1 1 1 1 0
ENDEREÇO Discriminador de Protocolo
CONTROLE Referência de Chamada
Tipo de Mensagem
INFORMAÇÃO
Elemento de
Informação Adicional
FCS

Todas as mensagens são basicamente formadas por 4 tipos de dados, denominados elementos
de informação:
1. Discriminador de Protocolos
2. Referência de Chamada
3. Tipo de Mensagem; e
4. Outros elementos de informação

Bits Þ 8 7 6 5 4 3 2 1
Discriminador de Protocolo 1 Octeto
0 0 0 0 CRV Lenght 1 Octeto
INFORMAÇÃO CRV
≤15 Octetos
0 Tipo de Mensagem 1 Octeto
Outros Elementos de Informação-IEs n Octetos

4.4.2.3.A Discriminador de protocolo


Este elemento de informação indica o protocolo utilizado na interpretação da mensagem que o
contém : Sinalização RDSI, Sinalização de Gerenciamento, Sinalização X.25, etc. Caso os
bits 5 e 6 deste campo sejam “00”, pode-se concluir que o protocolo utilizado não é X.25.
(ETS 300 102-1). Para controle de conexões e sinalização usuári-a-usuário, o valor binário
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desse octeto pode ser 00001000. O discriminador de protocolo permite distinguir uma
mensagem de controle de chamada de outra mensagem dentro das normas ETS. Permite
também distinguir mensagens desta norma ETS daquelas unidades de camada de rede OSI as
quais são codificadas baseadas em outras recomendações CCITT ou outras padronizações.

4.4.2.3.B Referência de Chamada


Este elemento de informação é utilizado para identificar a chamada ou pedido de
registro/cancelamento de facilidade na interface local usuário-rede para o qual, esta mensagem
se aplica. Não tem significado fim-a-fim. É um número para se referir à chamada ativa.
A Referência de Chamada é a segunda parte de cada mensagem. O comprimento do valor de
referência de chamada é indicado no 1º octeto, nos bits de 1 – 4 deste elemento de informação.
O máximo comprimento do elemento de informação CALL REFERENCE é de 3 octetos. As
ações tomadas pelo receptor são baseadas no valor numérico da CALL REFERENCE.
Estando em conformidade com o ETSI, todos, usuários e redes, devem ser capazes de suportar
um valor de referência de chamada de dois octetos para interface de acesso primário - PRI e
um octeto para interface de acesso básico - BRI . Como uma opção de rede, para PRI, o valor
de referência de chamada pode ser também de um octeto.
Este elemento de informação inclui o Valor de Referência de Chamada e o Flag de Referência
de Chamada:
• o valor de referência de chamada, é a identidade daquela chamada, sendo designado pelo
lado de origem da interface no início da chamada e permanecendo até o término desta.
• flag é usado para identificar, para a rede, qual das terminações originou a referência de
chamada. A origem coloca o flag CRF em “0” e o Destino coloca flag CRF em “1”.Sendo
o flag CRF necessário para que a rede tenha noção da origem e destino das mensagens de
uma mesma chamada, já que estes terão o mesmo número de CRF.

4.4.2.3.C Tipo de Mensagem


É responsável por identificar o tipo de mensagem, propriamente dita, que a transmissão
representa. Este elemento de informação tem o objetivo de expor a função da mensagem que
está sendo enviada. É a terceira parte da mensagem ou terceiro octeto, onde o bit 8 é reservado
para extensão. Para cada tipo de mensagem tem-se um código binário com 7 bits já que o
oitavo bit é sempre ”0”.Quando tem-se o bit 7 em “0” pode-se concluir como sendo uma
mensagem de estabelecimento de chamada ou mensagem enviada na fase ativa da chamada. Já
se o bit 7 se encontra em “1” pode-se concluir ser esta mensagem, de limpeza da chamada, por
exemplo. Isto é dado pela ETS 300 102-1.

4.4.2.3.D Outros Elementos de Informação


Os elementos de informação: Discriminador de Protocolo, Referência de Chamada e Tipo de
mensagem; são obrigatórios. Além dos elementos de informação obrigatórios, tem-se
elementos de informação adicionais, que são acrescentados às mensagens de acordo com a
chamada e aplicação, ou seja, de acordo com o tipo de informação necessária para o controle
da chamada.
O número de tipos de mensagens é limitado, tem-se um número finito de tipos de mensagens.
Os serviços suportados na RDSI são diversos e envolvem uma grande quantidade de
características e parâmetros variáveis dentro de cada serviço. O número de serviços é maior
que o número de mensagens. Sendo assim não basta que a rede receba um determinado tipo de
mensagem para que esteja caracterizado o serviço, é necessário que dentro da mensagem
existam características específicas daquele serviço.

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Para definir estas características específicas, existem os elementos de informação adicionais,


que poderão estar ou não presentes dentro de uma determinada mensagem, vai depender da
necessidade de prover um maior ou menor número de parâmetros para o serviço em questão.
Dependendo do tipo de conexão ou aplicação, os elementos de informação serão modificados.
Para cada elemento de informação adicional, tem-se um octeto que identifica o tipo de
elemento de informação e outro que informa quantos octetos seguem estes, ou seja o
comprimento do elemento de informação; sendo que os octetos seguintes fazem parte das
informações relativas àquele elemento. A mensagem terá então, o seu comprimento alterado,
de acordo com o número de octetos de elementos de informação adicionais, e como entre as
informações contidas na mensagem não se tem o comprimento da mensagem, cada elemento
de informação adicional contém um octeto que indica o comprimento deste. O número e o
tipo de elementos de informação adicionais são especificados pelas normas ou recomendações
adotadas.

A figura a seguir ilustra alguns campos da mensagem de “SETUP” (estabelecimento). No


anexo, que é uma cópia de parte da normas ETSI, encontra-se um resumo das mensagens
utilizadas no controle de conexão modo circuito, um pouco de detalhamento da mensagem
“SETUP” e do campo “BEARER CAPABILITY” (capacitação de suporte).

CCITT Q.931 Discriminador de Protocolo


REFERENCIA DE CHAMADA Referência de Chamada
“SETUP” Tipo de Mensagem
CAPACITAÇÃO DE SUPORTE
IDENTIFICAÇÃO DE CANAL CAPACITAÇÃO DE SUPORTE
KEYPAD Comprimento
NÚMERO DO CHAMADOR Padrão Cap. Transf. Inform
SUBENDEREÇO DO CHAMADOR Mod.Tran. Taxa Tran. Inform
NÚMERO CHAMADO Estrutura Config. Estab.
Simetria Taxa Transf. Inform
SUBENDEREÇO CHAMADO
SELEÇÃO DE REDE TRÂNSITO Protocolo de camada 1
COMPATIB. NIVEL BAIXO
COMPATIB. NIVEL ALTO
INFORM. USUÁRIO-USUÁRIO

Pelo disposto até aqui, podemos concluir que o protocolo RDSI faz uso de mensagens de
camada 3, trocadas entre a rede e os usuários. Estas são estruturadas através de elementos de
informação. À seguir tem-se os principais processos ou etapas para chamadas RDSI,
mostrados através dos procedimentos mais comuns e as mensagens envolvidas, em diagramas
de setas.
Estabelecimento de Chamada
em Bloco

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RDSI
SETUP SETUP
CALL PROC
ALERTING ALERTING

CONNECT CONNECT
CONN ACK CONN ACK

CONVERSAÇÃO NO CANAL B

A mensagem de SETUP é enviada do usuário chamador para a rede e da rede para o usuário
chamado, com o objetivo de iniciar o estabelecimento da chamada. Neste caso de
Estabelecimento de Chamada em Bloco, todas as informações necessárias ao estabelecimento
da chamada foram incluídas na mensagem de SETUP, sendo assim a rede responde com
CALL PROCEEDING e envia “imediatamente” a mensagem de SETUP para o chamado.
CALL PROCEEDING é enviado com o objetivo de indicar que o estabelecimento de chamada
requisitado está sendo iniciado e não será aceita mais nenhuma informação de estabelecimento
de chamada.
A mensagem de ALERTING é enviada pelo usuário chamado para a rede e da rede para o
usuário chamador, para indicar que o usuário chamado está sendo “alertado” da chamada.
Então a mensagem de CONNECT é enviada pelo usuário chamado para a rede e da rede para
o usuário chamador para indicar a aceitação ( no momento do atendimento) da chamada por
parte do usuário chamado.
A mensagem CONNECT ACKNOWLEDGE é enviada pela rede para o usuário chamado,
para indicar que a chamada está disponível.
Tem-se aqui o fim da sinalização no canal D para estabelecimento da chamada e inicia-se
então a conversação no canal B. Até o fim da sinalização no canal D, tem-se o protocolo
RDSI padronizado, daí em diante, o usuário define o protocolo no canal B.

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Estabelecimento de Chamada
em Overlap/Sobreposição

RDSI
SETUP
SETUP ACK
INFO
SETUP
CALL PROC ALERTING
ALERTING
CONNECT
CONNECT
CONN ACK
CONN ACK

CONVERSAÇÃO NO CANAL B
Neste caso nem todas as informações necessárias ao estabelecimento da chamada foram
enviadas na mensagem de SETUP e então a rede envia SETUP ACKNOWLEDGE em
resposta a SETUP. A mensagem de SETUP ACKNOWLEDGE é enviada pela rede para o
usuário chamador, com o objetivo de indicar que o estabelecimento da chamada está sendo
iniciado, mas ainda assim alguma informação adicional pode ser requerida.
Neste caso o usuário chamador envia uma mensagem INFORMATION para prover
informação adicional. No recebimento desta informação a rede envia SETUP para o usuário
chamado, contendo as informações completas e a chamada se estabelece como no caso “Em
Bloco”.
Estabelecimento de Chamada
com Compatibilidade de Terminais

RDSI
SETUP
SETUP SETUP
CALL PROC
ALERTING
ALERTING ALERTING
CONNECT
CONNECT
CONN ACK
CONN ACK RELEASE
RELEASE COMPLETE

CONVERSAÇÃO NO CANAL B
No caso de se ter, no acesso do usuário chamado, dois terminais compatíveis com as
características de serviço da chamada a ser estabelecida, todos os dois terminais são alertados
da chamada. Porém no momento em que um deles atender e enviar CONNECT para a rede e a
rede enviar CONNECT para o usuário chamador, para indicar a aceitação da chamada por
parte do usuário, a rede envia CONNECT ACKNOWLEDGE somente para o usuário que
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atendeu (primeiro) indicando a este que, a chamada está disponível e o usuário chamador
envia CONNECT ACKNOWLEDGE para a rede, em resposta ao CONNECT recebido por
este anteriormente. A rede então, envia RELEASE para o usuário que não respondeu ainda,
com o objetivo de liberá-lo, e este responde com RELEASE COMPLETE para indicar que
está liberado. Prossegue-se a conversação no canal B, com o usuário que respondeu
primeiramente ao estabelecimento de chamada.

Estabelecimento de Chamada entre RDSI e RTPC

RDSI RTPC
SETUP SINALIZAÇÃO
CALL PROC COM A RTPC

PROGRESS
ATENDIMENTO
CONNECT
CONN ACK

CONVERSAÇÃO NO CANAL B

No caso de Estabelecimento de chamadas RDSI para a Rede RTPC a rede utiliza-se da


mensagem PROGRESS . A mensagem PROGRESS é enviada pela rede com o objetivo de
indicar o progresso da chamada em condições de interconexão.

Procedimento de Sinalização com chamada ativa

RDSI

CONVERSAÇÃO NO CANAL B
SUSPEND
NOTIFY [S]
(*) SUSP ACK
RESUME
NOTIFY [R]
(**) RESUME ACK

(*) SUSPEND REJECT (**) RESUME REJECT

Existe a possibilidade de se enviar mensagens, no canal D, durante a fase ativa da chamada,


ou seja, durante a fase de conversação no canal B. Neste exemplo tem-se o envio da
mensagem de SUSPEND para a rede com o objetivo de suspender a chamada (é importante
salientar que a chamada a ser suspensa é identificada pela referência de chamada vista
anteriormente).
A rede envia NOTIFY para a frente (ao outro usuário) ao receber SUSPEND (pelo usuário
que deseja desativar temporariamente a chamada), com o objetivo de indicar uma chamada
suspensa.
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A rede responde com SUSPEND ACKNOWLEDGE ao usuário que requisitou a suspensão,


para indicar conclusão de um pedido de suspensão de uma chamada.
O usuário envia RESUME para a rede quando quiser requisitar a religação de uma chamada
suspensa por ele e isto é informado para a frente(ao outro usuário) também através da
mensagem de NOTIFY.
A rede responde ao RESUME com RESUME ACKNOWLEDGE que indica a conclusão de
um pedido de religação da chamada suspensa.
• A suspensão da chamada poderá ser rejeitada pela rede através do envio de SUSPEND
REJECT indicando falha do pedido de suspensão. Enviada no lugar de SUSPEND
ACKNOWLEDGE.
• A religação da chamada suspensa poderá ser rejeitada pela rede através do envio de
RESUME REJECT, indicando falha no pedido de religação da chamada suspensa, enviada
no lugar de RESUME ACKNOWLEDGE.

O procedimento de desconexão, mostrado na figura a seguir, se dá no momento em que


termina a conversação no canal B e o usuário que deseja desfazer a ligação envia no canal D,
uma mensagem de DISCONNECT para a rede. A mensagem de DISCONNECT é enviada
pelo usuário para a rede para requisitar a limpeza de uma conexão fim-a-fim e depois da rede
ao outro usuário, para indicar que a conexão fim-a-fim será limpa. O usuário, ao receber
DISCONNECT envia RELEASE à rede e esta para o usuário que deu início ao processo de
desconexão.
A mensagem de RELEASE é enviada para a rede indicando que o equipamento enviador de
mensagem foi desconectado do canal e pretende liberar este canal e também a referência
chamada. O equipamento ao receber esta mensagem da rede, deve liberar o canal e preparar
para liberar a referência de chamada. Enviando depois disto RELEASE COMPLETE.
A mensagem de RELEASE COMPLETE é enviada pela usuário para a rede indicando que o
equipamento enviador da mensagem liberou o canal, está assim disponível para reuso e o
equipamento receptor liberará também a referência de chamada.

Desconexão da chamada

RDSI

CONVERSAÇÃO NO CANAL B
DISCONNECT
DISCONNECT
RELEASE
RELEASE
RELEASE COMPLETE RELEASE COMPLETE

Envio de sinalização durante qualquer fase da chamada

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RDSI

CONVERSAÇÃO NO CANAL B

USER INFO USER INFO

USER INFO USER INFO

A mensagem USER INFORMATION é enviada durante qualquer das fases de uma chamada.
É enviada pelo usuário para a rede, permitindo transferir informação para o usuário remoto.
Esta mensagem é também enviada pela rede para o usuário, para entregar informação de
outro usuário. É uma questão de implementação.

4.5 Endereçamento

A RDSI permite o processo de Subendereçamento, além do endereço o usuário pode ter um


subendereço.
O subendereço deve ser uma seqüência de dígitos com o comprimento máximo de 20 octetos
(40 dígitos) transportados pela RDSI sem que seja requerido da rede o exame ou tratamento
da informação nele contida.
ENDEREÇO RDSI

N Ú M E R O R D S I (1 5 D ÍG IT O S M Á X .) (2 0 O C T E T O S M Á X .)

NÚMERO
C Ó D IG O C Ó D IG O SUBENDEREÇO
DO
D O P A ÍS N A C IO N A L
U S U Á R IO

4.6 Sinalização entre Centrais RDSI

Pelo fato da RDSI trabalhar com mensagens específicas no protocolo de sinalização usuário-
rede, no caso da sinalização entre centrais RDSI, é necessário que haja um protocolo de
sinalização capaz de “conversar” no protocolo RDSI. Sendo assim a sinalização adotada entre
centrais RDSI é a Sinalização por canal comum ISUP. O protocolo de sinalização em Canal
Comum ISUP é capaz de traduzir mensagens de sinalização no canal D do acesso de usuário
para mensagens de sinalização entre centrais RDSI, no caso da chamada não ser intra-central.

Redes de Telecomunicações V – Capítulo IV – Rede Digital de Serviços Integrados Página 37 de 39


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O protocolo de sinalização por canal comum ISUP, possui mensagens compatíveis com a
diversidade de serviços RDSI. A figura ilustra um caso de estabelecimento de chamada entre
usuários em centrais distintas, interconectadas com sinalização por canal comum ISUP.
LOCAL TRÂNSITO LOCAL
NÓ NÓ NÓ
RDSI RDSI RDSI
SETUP IAM IAM SETUP

CALL PROC ACM ACM

ALERTING CPG CPG ALERTING

CONNECT ANM ANM CONNECT

CONN ACK CONN ACK

CONVERSAÇÃO NO CANAL B

A figura mostra o estabelecimento de chamada (em bloco) entre usuários, assinantes de


centrais RDSI locais distintas, interconectadas por uma trânsito RDSI. Percebe-se que a troca
de mensagens camada 3 do protocolo RDSI, entre os usuários e a rede são traduzidos em
mensagens de sinalização SS#7 ISUP entre as centrais.

SETUP (ACESSO) IAM (ISUP)


ACESSO ORIGEM REDE (ISUP) ACESSO DESTINO
MENSAGEM SETUP IAM SETUP

Bearer Capability User Service Information Bearer Capability


C Transm . Medium requir .
O Progress Indicator Access Transport Progress Indicator
N Calling Party Number Calling Number Calling Party Number
T Calling Party Subaddress Access Transport Calling Party Subaddress
E Called Party Number Called Party Number Called Party Number
Ú Low Layer Compatibility Access Transport Low Layer Compatibility
D High Layer Compatibility Access Transport High Layer Compatibility
O User -to- User Information User -to- User Information User -to- User Information

Cada mensagem de camada 3 RDSI possui em conjunto de elementos de informação, sendo


mapeados para SS#7 ISUP. Cada elemento de informação RDSI tem reciprocidade com os
campos de mensagens SS#7 ISUP.

Analisando os tipos de serviços e os parâmetros envolvidos na provisão destes, em alguns


casos de serviços básicos, chega-se à conclusão de que não há necessidade de SS#7 ISUP
entre as centrais para que estes sejam providos. Um exemplo seria o serviço de voz básico. A
chamada básica de voz, não necessariamente precisa de rotas ISUP para trafegar. Por uma
questão de planejamento e implementação de rede, é interessante que chamadas com serviços
deste tipo, não trafeguem por rotas com sinalização por canal comum ISUP, deixando estas

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rotas para chamadas com serviços que precisam exclusivamente desta sinalização para serem
providos, como por exemplo chamadas de dados que não na faixa de voz RDSI, ou ainda para
chamadas com serviços que preferencialmente trafegam em ISUP, no caso de chamadas de
voz RDSI.
Além da decisão entre rotas ISUP ou não ISUP, há a necessidade de se analisar uma chamada
RDSI que trafegará em rotas ISUP a ponto de se escolher dentro das rotas ISUP, a conexão
que melhor se compatibiliza com o serviço suporte requerido, isto porque há rotas que
apresentam equipamentos de compressão, canceladores de eco, etc no meio, e isto pode afetar
a comunicação de outras informações que não voz. Assim, é analisado o tipo de rota (o que
está no meio) em relação ao tipo de serviço de suporte desejado para a chamada.
No estabelecimento de cada chamada, é analisada, em cada central, qual a melhor rota de
saída para a chamada. Além das características consideradas no encaminhamento de uma
chamada na rede telefônica, na RDSI considera-se o que se denomina capacitação de suporte
para aquela chamada. Isto é devido à diversidade de serviços oferecidos pela RDSI.
Na rede de telefonia todas as rotas oferecem uma única capacidade de suporte, capaz de
transportar voz dentro dos padrões do serviço da rede de telefonia.
O serviço suporte “64 Kbps voz” “não” impõe restrições ao meio, podendo utilizar qualquer
tipo de conexão digital com sinalização ISUP, já o serviço suporte “64 Kbps irrestrito” coloca
restrição à qualquer tipo de equipamento DCME/ADPCM e dispositivos controladores de eco.
Uma chamada com serviço suporte “64 Kpbs voz” pode trafegar tanto por conexões “voz”
quanto por conexões “voz/aúdio” ou “irrestrita”. Já as chamadas “64 Kbps aúdio” só não
podem trafegar via conexão “voz”. Chamadas com serviço suporte “64 Kbps irrestrito” podem
unicamente trafegar por conexões “irrestrita”.
Conexões “Voz”
Conexões “Voz/Áudio”
Conexões “Irrestrita”

Central
Central
RDSI
RDSI
2
1

• Conexão Tipo Voz


– conexões compatíveis com Serviço Suporte “64Kbps Voz”
– associadas à circuitos com equipamentos DCME/ADPCM e controladores de eco.
• Conexão Tipo Áudio/Voz
– conexões compatíveis com Serviços Suporte “64Kbps Voz” e “64Kbps Áudio 3.1Khz”
– associadas à circuitos com dispositivos de cancelamento de eco ( desabilitáveis por
tom de 2.1Khz pelo modem do usuário) e que não apresentam equipamentos tipo
DCME/ADPCM.
• Conexão Tipo Irrestrita
– conexões digitais compatíveis com Serviços Suporte “64Kbps Voz”, “64Kbps Áudio” e
“64Kbps Irrestrito”.
– Associadas à circuitos sem dispositivos controladores de eco e sem equipamentos
tipo DCME/ADPCM inseridos.

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