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UNIVERSIDADE POTIGUAR

ESCOLA DE ENGENHARIA E TI
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
DISCIPLINA OBRAS DE TERRAS E CONTENÇÕES
TURMA ECI10NA

Dailor Bezerra Pessoa Junior Matrícula: 201513523


Diogo Ferreira Cabral Matrícula: 201604378
Djailso Oliveira da Costa Matrícula: 201702271
Fábio Leandro Varela da Silva Matrícula: 201712350
José Maria de Oliveira Cavalcante Matrícula: 201756313

LEVANTAMENTO DOS VALORES DE EMPUXO

NATAL/RN
2021
Trabalho, em grupo apresentado ao Orientador como
parte integrante da nota da Unidade I - Disciplina de
Obras de Terra e Contenções

Orientador: Ray de Araújo Sousa

Natal/RN
2021
RESUMO

O trabalho consiste em obter os valores das tensões e empuxo de um terreno à


cada metro, até a profundidade de 8,0m, onde posteriormente será construído um
estacionamento subterrâneo. Para obtenção de tais valores, a equipe tem inicialmente, o
relatório de sondagem obtido através de ensaio SPT, previamente realizado.
ABSTRACT

The work consists of obtaining the values of the tensions and buoyancy of a
terrain at each meter, up to a depth of 8.0m, where an underground parking lot will be
built later. To obtain such values, the team initially has the survey report obtained
through the SPT test, previously performed.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 07
2 ANÁLISE DE PERFIL 07
3 VALORES DAS TENSÕES E GRÁFICOS 08
3.1 NSPT MÉDIOS E ÂNGULOS DE ATRITO 09
3.2 TENSÃO VERTICAL TOTAL E EFETIVA, PRESSÃO DE ÁGUA 10
3.3 TENSÃO HORIZONTAL 11
3.3.1 Coeficiente de Empuxo 11
3.4 MAGNITUDE E POSIÇÃO DO EMPUXO 12
4 CONCLUSÃO 13
REFERÊNCIAS 14
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1. INTRODUÇÃO

A escolha do perfil foi feita de acordo com a matrícula dos componentes. As


matrículas citadas foram 201513523, 201604378, 201702271, 201712350 e 201756313,
as quais ao somar os últimos algarismos de cada matrícula obteve-se a quantidade de 15,
somando-se novamente os dois dígitos, chegou-se ao valor de 6, levando à escolha do
Perfil 02 para elaboração do trabalho.

2. ANÁLISE DE PERFIL

O perfil escolhido foi o perfil 02, que é mostrado na Figura 01 a seguir.


Figura 01: Perfil Selecionado.

Fonte: Ensaio SPT.


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Apenas através da observação do perfil, é possível saber que o ensaio foi realizado
no dia 06 de dezembro de 2017, em um ponto que se encontrava a 27,09m acima do nível
do mar e no dia da realização do ensaio não foi encontrado nível de água no ponto de
ensaio.

3. VALORES DAS TENSÕES E GRÁFICOS

Para cálculo dos valores, os primeiros passos são obter o Peso específico, NSPT
médio e o Ângulo de atrito entre as partículas, para solos arenosos, e Coesão para solos
argilosos, de cada camada.
Observando o perfil de sondagem, conclui-se que o terreno pode ser considerado,
para efeito de cálculos, arenoso. Sabendo disso, pode-se desconsiderar os valores de
coesão do solo, gerando assim, uma contenção capaz de suportar valores de tensões
acima dos que estará sujeita, aumentando a segurança da obra.

3.1 NSPT MÉDIOS E ÂNGULOS DE ATRITO.


Teixeira (1996) diz que o ângulo de atrito entre partículas arenosas é dado pela
fórmula:
∅ = √𝟐𝟎𝑵𝑺𝑷𝑻 + 𝟏𝟓°
e Godoy (1972), mostra que os valores dos pesos específicos podem ser obtidos de
acordo com a tabela mostrada na Figura 02.
Figura 02: Pesos específicos de solos arenosos.

Fonte Godoy (1972).

A partir daí chega-se aos valores descritos na Tabela 01 abaixo:


9

.Tabela 01: NSPT Médio, Ângulo de atrito e Peso Específico das camadas.
Camada NSPT Médio (golpes) Ф (°) ϒ (KN/m³)

1. √20.28 + 15°
28,00* 19< NSPT <40 = 18,00
(0,0m à -0,5m) = 𝟑𝟖, 𝟔𝟔°
(28x1,5 + 19x1 + 20x1 +
2. √20.22,97 + 15°
21x0,3)/3,8 19< NSPT <40 = 18,00
(-0,5m à -4,3m) = 𝟑𝟔, 𝟒𝟑°
= 22,97
(21x0,7 + 26x1 +
3. √20.25,56 + 15°
29x0,8)/2,5 19< NSPT <40 = 18,00
(-4,3m à -6,8m) = 𝟑𝟕, 𝟔𝟎°
= 25,56
4. (29x0,2 + 27x0,8)/1,0 √20.27,40 + 15°
19< NSPT <40 = 18,00
(-6,8m à -7,8m) = 27,40 = 𝟑𝟖, 𝟒𝟎°

5. (27x0,2 + 33x0,4)/0,6 √20.31,00 + 15°


19< NSPT <40 = 18,00
(-7,8m à -8,4m) = 31,00 = 𝟑𝟗, 𝟖𝟗°
*Considerado o NSPT mais próximo devido não ter sido realizado ensaio nesta
profundidade.
Fonte: Autores
Os valores calculados são representados na Figura 03 abaixo.
Figura 03: Representação das camadas de solo.
0,0m
Areia fina, de compacidade variada.
ϒ=18,0 KN/m³ // ф = 38,66° -0,5m

-1,0m

-2,0m
Areia fina e média, siltosa, marrom-avermelhada,
compacta.
ϒ=18,0 KN/m³ // ф = 36,43°
-3,0m

-4,0m
-4,3m

-5,0m

Areia de textura variada, pouco argilosa, com vários


pedregulhos de quartzo e pouco óxido de ferro de cor
variegada (marrom), compacta.
-6,0m
ϒ=18,0 KN/m³ // ф = 37,60°

-6,8m
-7,0m
Areia de textura variada, pouco argilosa de cor
variegada (esbranquiçada), compacta.
ϒ=18,0 KN/m³ // ф = 38,40°
-7,8m
Areia fina e média, siltosa, marrom-avermelhada, compacta.
ϒ=18,0 KN/m³ // ф = 39,89° -8,0m
Fonte: Autores.
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3.2 TENSÃO VERTICAL TOTAL E EFETIVA, PRESSÃO DE ÁGUA


Pinto (2006 apud TERZAGHI, 1996), denota que a Tensão Vertical Efetiva é
obtida pela fórmula 𝝈′ = 𝝈 − 𝝁, onde 𝝈 representa a tensão vertical total e 𝝁 é a pressão
de água. Devido ao fato que, de acordo com o relatório de sondagem, no solo não constar
presença de água, no dia do ensaio, a pressão da água é nula. Portanto a Tensão vertical
efetiva é igual a Tensão vertical total.
A tensão vertical total é obtida pela fórmula 𝝈 = ∑ 𝜸. 𝒁, onde 𝜸 representa o peso
específico do solo e 𝒁 é a altura da camada de solo. PINTO (2006). Utilizando os pesos
específicos encontrados e utilizando a fórmula mencionada, podemos obter os valores da
Tensões Efetivas e Total para cada metro de solo, como descrito na Tabela 02 e no
Gráfico 01.
Tabela 02: Tensão vertical total e efetiva.
Profundidade σ (KN/m²) Profundidade σ (KN/m²)
0,0m 18,0 𝑥 0,0 = 𝟎𝟎, 𝟎 5,0m 18,0 𝑥 5,0 = 𝟗𝟎, 𝟎
1,0m 18,0 𝑥 1,0 = 𝟏𝟖, 𝟎 6,0m 18,0 𝑥 6,0 = 𝟏𝟎𝟖, 𝟎
2,0m 18,0 𝑥 2,0 = 𝟑𝟔, 𝟎 7,0m 18,0 𝑥 7,0 = 𝟏𝟐𝟔, 𝟎
3,0m 18,0 𝑥 3,0 = 𝟓𝟒, 𝟎 8,0m 18,0 𝑥 8,0 = 𝟏𝟒𝟒, 𝟎
4,0m 18,0 𝑥 4,0 = 𝟕𝟐, 𝟎
Fonte: Autores.

Gráfico 01: Tensões Verticais

0,0 0

-1,0 18,0

-2,0 36,0

-3,0 54,0
Cota (m)

-4,0 72,0

-5,0 90,0

-6,0 108,0

-7,0 126,0

-8,0 144,0

-9,0
0 20 40 60 80 100 120 140 160
Tensão Vertical (KN/m²)
Fonte: Autores.
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3.3 TENSÃO HORIZONTAL


Das (2007) relata que a tensão horizontal é calculada pela fórmula: 𝝈𝑯 = 𝑲. 𝜸. 𝒁,
onde 𝜸. 𝒁 , é a Tensão vertical, calculada anteriormente e 𝑲 é o coeficiente de empuxo.

3.3.1 Coeficiente de Empuxo.


Já que a obra de contenção não possuirá nenhum elemento que irá comprimir o
solo, o terreno apresentará, apenas empuxo ativo. O coeficiente de empuxo ativo pode ser
calculado pelo método de Rankine, desde que atenda a algumas condições: A contenção
deve ser um parâmetro vertical rígido; Entre a contenção e o solo não deve existir atrito;
A superfície do aterro deve ser plenamente horizontal.
De acordo com Rankine o coeficiente de empuxo ativo é dado por:

𝑲𝒂 = 𝒕𝒈𝟐 (𝟒𝟓 − ), onde ∅ é o ângulo de atrito das partículas do solo.
𝟐

Utilizando os valores dos Ângulos de atrito em cada camada, já calculados, chega-


se aos seguintes valores de Coeficiente de empuxo ativo e Tensão Horizontal, mostrados
na Tabela 03 e no Gráfico 02.
Tabela 03: Coeficiente de empuxo ativo e Tensão horizontal.
Profundidade Ka σH (KN/m²)
0,00°
0,0m 𝑡𝑔2 (45 − ) = 𝟏, 𝟎 1,0 𝑥 0,0 = 𝟎, 𝟎𝟎
2
36,43°
1,0m 𝑡𝑔2 (45 − ) = 𝟎, 𝟐𝟓 0,25 𝑥 18,0 = 𝟒, 𝟓𝟎
2
36,43°
2,0m 𝑡𝑔2 (45 − ) = 𝟎, 𝟐𝟓 0,25 𝑥 36,0 = 𝟗, 𝟎𝟎
2
36,43°
3,0m 𝑡𝑔2 (45 − ) = 𝟎, 𝟐𝟓 0,25 𝑥 54,0 = 𝟏𝟑, 𝟓𝟎
2
36,43°
4,0m 𝑡𝑔2 (45 − ) = 𝟎, 𝟐𝟓 0,25 𝑥 72,0 = 𝟏𝟖, 𝟎𝟎
2
37,60°
5,0m 𝑡𝑔2 (45 − ) = 𝟎, 𝟐𝟒 0,24 𝑥 90,0 = 𝟐𝟏, 𝟔𝟎
2
37,60°
6,0m 𝑡𝑔2 (45 − ) = 𝟎, 𝟐𝟒 0,24 𝑥 108,0 = 𝟐𝟓, 𝟗𝟐
2
38,40°
7,0m 𝑡𝑔2 (45 − ) = 𝟎, 𝟐𝟑 0,23 𝑥 126,0 = 𝟐𝟖, 𝟗𝟖
2
39,89°
8,0m 𝑡𝑔2 (45 − ) = 𝟎, 𝟐𝟐 0,22 𝑥 144,0 = 𝟑𝟏, 𝟔𝟖
2
Fonte: Autores
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Gráfico 02: Tensões Horizontais.

0,0 0

-1,0 4,50

-2,0 9,00

-3,0 13,50
Cota (m)

-4,0 18,00

-5,0 21,60

-6,0 25,92

-7,0 28,98

-8,0 31,68

-9,0
0 5 10 15 20 25 30 35
Tensão horizontal (KN/m²)
Fonte: Autores.
3.4 MAGNITUDE E POSIÇÃO DO EMPUXO
Pela circunstância da coesão do solo ter sido ignorada, as medidas de empuxo são
calculadas levando em conta, apenas, os valores da tensão horizontal. O cálculo do
Empuxo pode ser feito calculando a área do gráfico correspondente a cada metro. Daí, os
números obtidos são descritos na Tabela 04 e Gráfico 03, a seguir.
Tabela 04: Empuxos.
Profundidade Empuxo (KN)
0,0 . 0,0
0,0m 𝐸= = 𝟎𝟎, 𝟎𝟎
2
4,50 . 1,0
1,0m 𝐸= = 𝟐, 𝟐𝟓
2
4,50 . 1,0
2,0m 𝐸= + 4,5 . 1,0 = 𝟔, 𝟕𝟓
2
4,50 . 1,0
3,0m 𝐸= + 9,0 . 1,0 = 𝟏𝟏, 𝟐𝟓
2
4,50 . 1,0
4,0m 𝐸= + 13,5 . 1,0 = 𝟏𝟓, 𝟕𝟓
2
3,60 . 1,0
5,0m 𝐸= + 18,0 . 1,0 = 𝟏𝟗, 𝟖𝟎
2
4,32 . 1,0
6,0m 𝐸= + 21,60 . 1,0 = 𝟐𝟑, 𝟕𝟔
2
3,06 . 1,0
7,0m 𝐸= + 25,92 . 1,0 = 𝟐𝟕, 𝟒𝟓
2
2,70 . 1,0
8,0m 𝐸= + 28,98 . 1,0 = 𝟑𝟎, 𝟑𝟑
2
Fonte: Autores.
13

Gráfico 03: Empuxos.

0 0

-1 2,25

-2 6,75

-3 11,25
Cota (m)

-4 15,75

-5 19,80

-6 23,76

-7 27,45

-8 30,33

-9
0 5 10 15 20 25 30 35
EMPUXO (KN/m)

Fonte: Autores.

Pelo fato de o solo possuir o mesmo peso específico, pdemos considerar o


Empuxo Total como sendo a soma de todos os empuxos. O que dá um total de 137,34
𝟐,𝟎 .𝟖,𝟎
KN, e sua posição está a uma altura 𝒚 = = 𝟓, 𝟑𝟑𝒎 da superfície.
𝟑,𝟎

4 CONCLUSÃO
Com a conclusão deste trabalho foi possível observar que os valores de empuxo
do solo estudado, variam de acordo com a profundidade e tem seu valor máximo de
137,34KN e seu ponto de aplicação está a 5,33m da superfície.
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REFERÊNCIAS

DAS, Braja M. Fundamentos da engenharia geotécnica. São Paulo: Thomson, 2007.

GODOY, N. S. Fundações. Notas de Aula, Curso de Graduação, Escola de Engenharia


de São Carlos – USP, 1972.

PINTO, C.S. Curso básico de mecânica dos solos em 16 aulas. ed. 2. Oficina de textos,
2006.

TEIXEIRA, A.H.; GODOY, N. S. Análise, projeto e execução de fundações rasas, in:


HACHICH, W. et al. (ed.) Fundações: teoria e prática. São Paulo: Pini, Cap. 7, p. 227-
264, 1996.

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