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UNIVERSIDADE POTIGUAR

ESCOLA DE ENGENHARIA E TI
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
DISCIPLINA OBRAS DE TERRAS E CONTENÇÕES
TURMA ECI10NA

Dailor Bezerra Pessoa Junior Matrícula: 201513523


Diogo Ferreira Cabral Matrícula: 201604378
Djailso Oliveira da Costa Matrícula: 201702271
Fábio Leandro Varela da Silva Matrícula: 201712350
José Maria de Oliveira Cavalcante Matrícula: 201756313

GRUPOS DE CONTENÇÕES

NATAL/RN
2021
Trabalho, em grupo apresentado ao Orientador como
parte integrante da nota da Unidade I - Disciplina de
Obras de Terra e Contenções

Orientador: Ray de Araújo Sousa

Natal/RN
2021
RESUMO

O trabalho consiste em descrever três modelos de contenções, previamente


selecionados, mostrando os materiais utilizados, o modo como é executado, os cuidados
necessários a sua execução e as situações em que cada um é vantajoso ou não. Por fim,
para cada modelo de contenção é descrito um exemplo de uso. Os modelos de contenção
selecionados de acordo com a matrícula dos componentes foram Muro de Gabião,
Prancha Metálica e Parede Diafragma.

Palavras-chave: Muro de Gabião, Cortina de Prancha Metálica, Parede


Diafragma.
ABSTRACT

The work consists of describing three models of retaining walls, previously


selected, showing the materials used, how it is executed, the care needed for its
execution, and the situations in which each one is advantageous or not. Finally, for each
retaining model an example of use is described. The selected retaining models according
to the components' registration were gabion wall, metal plate and diaphragm wall.

Keywords: Gabion Wall, Metal Board Curtain, Diaphragm Wall.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 07
2. MURO DE GABIÃO 07
2.1 MATERIAIS UTILIZADOS 08
2.2 ETAPAS DE CONSTRUÇÃO 08
2.3 CUIDADOS NA EXECUÇÃO 09
2.4 INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DE USO 10
2.5 EXEMPLO DE UTILIZAÇÃO 10
3. CORTINA EM PRANCHA METÁLICA 10
3.1 MATERIAIS UTILIZADOS 10
3.2 ETAPAS DE CONSTRUÇÃO 11
3.3 CUIDADOS NA EXECUÇÃO 11
3.4 VANTAGENS E DESVANTAGENS 11
3.5 EXEMPLO DE UTILIZAÇÃO 11
4. PAREDE DIAFRAGMA 11
4.1 MATERIAIS UTILIZADOS 12
4.2 ETAPAS DE CONSTRUÇÃO 12
4.3 CUIDADOS NA EXECUÇÃO 15
4.4 VANTAGENS 16
4.5 DESVANTAGENS 16
4.6 EXEMPLO DE UTILIZAÇÃO 16
REFERÊNCIAS 17
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1. INTRODUÇÃO
De acordo com a matrícula dos componentes foi selecionado um grupo de
contenções para elaboração do trabalho. As matrículas citadas foram 201513523,
201604378, 201702271, 201712350 e 201756313, as quais ao somar os últimos
algarismos de cada matrícula obteve-se a quantidade de 15, somando-se novamente os
dois dígitos, chegou-se ao valor de 6, levando à escolha do Grupo B, de contenções, para
elaboração do trabalho. O grupo B é formado pelas contenções: Muro de Gabião, Cortina
em Prancha Metálica e Parede Diafragma.

2. MURO DE GABIÃO
Para Barros (2014), Muros de Gabiões são um sistema de contenção tradicional,
originário na Itália e utilizado, da mesma forma que é utilizado hoje, a partir do fim do
século XIX. No Brasil este modelo de contenção começou a ser usado no início dos anos
70.
Seu nome deriva da palavra italiana gabbioni = gaiolões (STEIN, 2021).
Nogueira (2016) diz que existem três tipos de gabião, os gabiões tipo caixa,
mostrado na Figura 01, o gabião tipo saco, mostrado na Figura 02 e o gabião tipo colchão
reno, de formato semelhante ao tipo caixa, porém com pequena altura e grande área,
mostrado na Figura 03.
Figura 01: Gabião tipo caixa.

Fonte: Barros (2014 apud NOGUEIRA, 2016).

Figura 02: Gabião tipo saco.

Fonte: Barros (2014 apud NOGUEIRA, 2016).


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Figura 03: Gabião tipo colchão reno.

Fonte: Barros (2014 apud NOGUEIRA, 2016).

2.1 MATERIAIS UTILIZADOS


Barros (2014) relata que os gabiões são construídos por gaiolas metálicas feitas de
telas de malha hexagonal torcidas duas vezes, e preenchidas com pedras soltas.
Para Nogueira (2016) a malha deve ser fabricada com arames de baixo teor de
carbono, revestidos com ligas de zinco (95%) e alumínio (5%), adicionando-se ou não,
cobertura plástica. Isto garante elevadas resistências mecânica e à corrosão, boa
flexibilidade e dificulta a geração de fios.

2.2 ETAPAS DE CONSTRUÇÃO


Barros (2014) expõe que após as telas serem transportadas para a obra elas são
desdobradas e montadas nos seus devidos formatos. O próximo passo da construção é o
nivelamento e alinhamento do local da construção.
Barros (2014) lembra que caso o solo, em questão, não suporte os esforços
causados pelo muro, conforme projeto, a camada superior do solo deve ser trocada por
uma camada de melhor resistência.
Em Barros (2014) é mostrado que depois as gaiolas são posicionadas de acordo
com o projeto do muro. Para assegurar um bom acabamento da estrutura pode-se
empregar o uso de um tifor ou gabarito, como mostrado na Figura 04.
Figura 04: Tifor ou gabarito de madeira.

Fonte: BARROS (2014).


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Ainda em Barros (2014) é falado que o último passo da construção é a colocação


das pedras e fechamento das gaiolas. No preenchimento das gaiolas devem ser usadas
pedras limpas e compactas, não solúveis em água e não friáveis, que não se quebram
facilmente.
O preenchimento das primeiras camadas do gabião pode ser manual ou mecânico,
porém a camada final deve-se preencher manualmente afim de garantir uma melhor
acomodação e nivelamento das pedras.

2.3 CUIDADOS NA EXECUÇÃO


Nogueira (2016) diz que ao executar a construção de um muro de gabião é preciso
dar atenção a alguns tipos de ruptura que podem ocorrer, como mostrado na Figura 05.
Figura 05: Tipos de rupturas no Muro de Gabião.

Fonte: Barros (2014 apud NOGUEIRA, 2016).

De acordo com a figura, pode-se citar:


a) Ruptura Global: ruptura de pedaço do solo que contorna a fundação.
b) Ruptura de Fundação: força aplicada no solo, da fundação do muro, é maior que o
suportado.
c) Deslizamento: empuxo ativo é maior que o empuxo passivo e coesão.
d) Tombamento: o momento da resistência causada pelo peso do muro e pelo empuxo
passivo é inferior ao momento causado pelo empuxo ativo.
e) Ruptura Interna: uma das partes que constituem o muro, tem resistência ao
deslizamento ou a tensão normal menores que o empuxo ativo.
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2.4 INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DE USO


Para Barros (2014) uma indicação, entre várias, para o uso deste tipo de contenção
é em obras que necessitem de um pequeno impacto paisagístico. Por outro lado, uma das
desvantagens é a grande perda de terreno, pelo fato de as gaiolas possuírem uma largura
ocuparem um espaço considerável.

2.5 EXEMPLO DE UTILIZAÇÃO


Um exemplo de utilização do uso de Muro de Gabião é em contenções que
necessitem de uma boa drenagem.

3. CORTINA EM PRANCHA METÁLICA


Também chamadas de Cortina de Estaca-Prancha, Rodrigues (2015) diz que as
que as pranchas são perfis metálicos que se encaixam uns nos outros, como mostrado na
Figura 06.

Figura 06: Prancha metálica.

Fonte: Barros (2014 apud NOGUEIRA, 2016).

Para Couto (2014) esses perfis podem ser fabricados por laminação do aço a
quente ou conformados a frio, sendo a qualidade dos laminados a quente, superior.

3.1 MATERIAIS UTILIZADOS


Rodrigues (2015) mostra que para execução desse tipo de contenção são
necessários basicamente dois itens, os perfis metálicos e um equipamento para cravar as
estacas, que pode ser o martelo vibratório.
Rodrigues (2015) fala ainda, que normalmente são usados os perfis tipo Z ou tipo
U, por possuírem maior módulo de inercia à flexão.
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3.2 ETAPAS DE CONSTRUÇÃO


Em Couto (2014) vemos que para fazer a escolha correta do tipo de estaca-
prancha e equipamento de cravação a ser utilizado, é necessário levar em conta alguns
fatores: a densidade, permeabilidade e porosidade do solo, perfil geológico do solo,
coesão, presença ou não de lençol freático e os resultados dos ensaios do solo.
Couto (2014) diz que após a escolha dos tipos de perfil e equipamento, tem início
a cravação, que pode ser dividida em duas fases. A primeira fase é a cravação da primeira
estaca-prancha, devendo-se dar extrema importância à precisão, já que a primeira prancha
é a que garante que as outras irão ficar alinhadas horizontalmente e verticalmente.
Couto (2014) continua falando que a segunda fase da cravação, é basicamente
repetir o procedimento, executado com a primeira, com as demais estacas-pranchas,
podendo ser feito, uma estaca de cada vez, várias estacas formando painéis ou
alternadamente.

3.3 CUIDADOS NA EXECUÇÃO


Couto (2014) fala também que durante o processo de cravação é preciso ficar
atento a alguns problemas comuns a essa fase, cita-se: não alinhamento vertical, devido a
colocação errada das estacas; surgimento de blocos de rochas no solo; defeitos nas
pranchas, como dobramentos ou rasgos; avarias na cabeça da estaca ocasionado pela
execução errada da cravação; e a ruptura das estacas-pranchas.

3.4 VANTAGENS E DESVANTAGENS


Rodrigues (2015) expõe que dentre as várias vantagens deste tipo de contenção
pode-se citar: execução rápida com pouco espaço; união entre os perfis de fácil execução;
quase totalmente estanque à passagem d’água nas juntas; não exigência de mão-de-obra
especializada ou equipamento especializado.
Em contrapartida Rodrigues (2015) também diz que, dentre as desvantagens deste
tipo de contenção têm-se: ruídos e vibrações elevadas; dificuldade de manter as pranchas
alinhadas verticalmente; corrosão a longo prazo; necessidade de solo com boa coesão; e o
possível aparecimento de blocos de rocha onde está sendo feita a cravação

3.5 EXEMPLO DE UTILIZAÇÃO


Uma opção de uso de estacas-pranchas é na construção de viadutos.

4. PAREDE DIAFRAGMA
Lima (2020) lembra que, por volta de 1938, C. Verder e Marconi construíram a
primeira parede diafragma. Este tipo de contenção é formado por painéis de 30 cm a 120
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cm de largura colocados lado a lado e existem essencialmente três tipos de painéis, os


pré-moldados, os moldados in loco e os mistos, onde a parte de cima de cada trecho é
feito pré-moldado e a parte de baixo moldado in loco.

4.1 MATERIAIS UTILIZADOS


Para construção das paredes diafragma são utilizados as clam shells ou
hidrofresas, mostrada na Figura 07 para escavar o local onde será construído ou instalado
os painéis, além obviamente, dos painéis pré-moldados e materiais para confecção do
concreto in loco (MONTEIRO, 2017).
Figura 07: Clam shell.

Fonte: Milititsky (2016 apud LIMA, 2020).

4.2 ETAPAS DE CONSTRUÇÃO


Lima (2020) demonstra que o primeiro passo para construção das paredes
diafragma é a construção de muretas-guias, Figura 08. Tais muretas servem para garantir
o alinhamento das paredes da contenção, e possuem entre 1 e 2 metros de altura e 10 a 20
cm de largura.
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Figura 08: Paredes guia.

Fonte: Milititsky (2016 apud LIMA, 2020).

Após construir as muretas, inicia-se a escavação das valas onde ficarão as paredes
diafragma. Os clam shells cortam e transportam o solo escavado para fora. Durante a
escavação, para garantir que se mantenha estável, é usado um estabilizante, que pode ser
lama bentonítica ou uma mistura de polímeros (LIMA, 2020).
A lama bentonítica é formada misturando-se lama montimorilonítica e água e
deve ser misturada e armazenada, conforme Figura 09, pelo menos 12 horas antes da
escavação.
Figura 09: Tanques de armazenamento da lama bentonítica.

Fonte: Milititsky (2016 apud LIMA, 2020)


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Lima (2020) ressalta que após executado todo o processo de escavação, o passo
seguinte é colocar moldes para criar juntas macho/fêmea nas laterais dos painéis, tais
moldes são removidos com o inicio da pega do concreto. A Figura 10 mostra um painel
após a retirada do molde.
Figura 10: Lateral de painel após retirada do molde.

Fonte: Milititsky (2016 apud LIMA, 2020).

Lima (2020) diz que o proximo passo é colocar chapas, na face interna do painel,
para obter paredes mais lisas, chamadas de chapas de revestimento ou chapas espelhos,
mostrada na Figura 11.
Figura 11: Colocação da chapa espelho.

Fonte: Milititsky (2016 apud LIMA, 2020)


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Depois das chapas espelho instaladas, inicia-se a instalação da armadura. A


armação é mergulhada suavemente, com o auxílio de guindastes, na lama bentonítica ou
mistura polimérica (LIMA, 2020).
Segundo Lima (2020), o passo final do processo é a concretagem do painel, para
isso é necessário o uso de um tubo tremonha, que levará o concreto até a parte inferior do
painel, conectado a um funil posicionado no meio do painel, como mostra a Figura 12.
Figura 12: Aplicação de concreto.

Fonte: Milititsky (2016 apud LIMA, 2020)

Tubos tremonha são tubos rosqueáveis que medem entre 1,0 e 4,0m de
comprimento e de 15 a 25 cm de largura, estes tubos são encaixados até atingir a
profundidade desejada (LIMA, 2020).

4.3 CUIDADOS NA EXECUÇÃO


Monteiro (2017) diz que é preciso atentar-se aos cuidados com a lama bentonítica,
a mesma precisa passar por um tratamento constante, para evitar que ela seja
contaminada por areia, argila ou silte no momento da concretagem.
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4.4 VANTAGENS
Monteiro (2017) relata que as paredes diafragma podem ser usadas como método
de contenção em locais que não permitam grandes vibrações e não modificam
significativamente o terreno.

4.5 DESVANTAGENS
Para Monteiro (2017) um fator que dificulta a execução deste tipo de obra é o uso
da lama bentonítica ou solução polimérica. Este tipo de material pode contaminar as
águas que existem próximas a obra e por isso necessita de uma central de tratamento com
tanques e bombas.

4.6 EXEMPLO DE UTILIZAÇÃO


Este tipo de contenção pode ser utilizado em locais que possuem o nível do lençol
freático elevado, visto que a lama bentonítica ou a mistura polimérica impede a entrada
da água na vala escavada.
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REFERÊNCIAS
BARROS, A. L. P.; Obras de Contenção: Manual Técnico. Jundiaí, SP:
MACCAFERRI, 2014.

COUTO, Pedro Miguel Ferreira. Estudo de soluções de contenção periférica em


função das condicionantes de execução. 2014. 91 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de
Engenharia Civil, Área Departamental de Engenharia Civil, Instituto Superior de
Engenharia de Lisboa, Lisboa, 2014.

LIMA, Wilton de Oliveira. Comparação entre sistemas de contenção de subsolo:


parede diafragma e estacas justapostas. 2020. 77 f. TCC (Graduação) - Curso de
Engenharia Civil, Departamento de Engenharia Civil, Universidade Federal de São
Carlos, São Carlos, 2020.

MONTEIRO, Fernando Feitosa et al. Análise Técnico-Econômica dos Métodos


Construtivos de Paredes Diafragmas Moldadas In Loco, Estacas-Prancha e Estacas
Secantes. Revista de Engenharia Civil IMED, v. 4, n. 2, p. 3-19, 2017.

NOGUEIRA, Lucas Cipolatto. Estabilização de taludes utilizando muros de gabião.


2016. 107 f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia Civil, Centro de Tecnologia,
Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2016.

RODRIGUES, Sara Cristina Barros Branco. Sistemas modulares de escoramento para


estruturas de contenção enterradas. 2015. 142 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de
Engenharia Civil, Instituto Superior de Engenharia do Porto, Porto, 2015.

STEIN, Ronei. T.; FILHO, André.L.D. P.; SILVEROL, Aline. C.; AL., et. Estabilidade
de Taludes e Contenções. Grupo A, 2021. 9786556901664. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786556901664/. Acesso em: 30 out.
2021.

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