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Competências trabalhadas no capítulo

CAPÍTULO 3 – TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS E SEUS ASPECTOS QUANTITATIVOS

Enquanto no capítulo 1 você pode compreender que as substâncias químicas são formadas por
átomos de elementos químicos, no capítulo 2 aprendeu que esses átomos se unem por ligações
químicas que originam essas substâncias. Mas como são formadas todas as substâncias
existentes ao seu redor? Já observou que alguns materiais sofrem modificações ao longo do
tempo? Considere a seguinte situação.

Daniel ia passar uma semana na casa do seu primo, mas antes disso, ele foi de bicicleta ao
mercado comprar alguns ingredientes que faltavam para sua mãe fazer um bolo para ele levar.
Quando voltou de viagem viu que havia esquecido a sua bicicleta no quintal da casa exposta a
chuva e ao sol durante toda a semana que passou fora. Ele observou que a corrente da bicicleta
estava toda enferrujada.

Corrente da bicicleta enferrujada

Bem, o que ocorreu com a corrente da bicicleta do Daniel também ocorre com outros materiais.
Quais materiais você já observou sofrerem alterações com o tempo? Discuta com os seus colegas
e enumere alguns.

Professor, essa discussão permite que você possa destacar os materiais relatados por seus alunos no
quadro. Conduza também essa escolha de forma que seus alunos possam lembra-se de outros materiais
metálicos. Eles serão importantes para se fazer analogia com a ferrugem da corrente da bicicleta. Ao longo
do capítulo você poderá retornar a essa anotação e discutir as transformações ocorridas. Solicite que
copiem o quadro organizado por você.
Podem ser exemplos fornecidos pelos alunos:
Trilho de trem
Pregos
Comida
Pano
Pedra de mármore

Certamente entre os materiais que vocês destacaram, alguns são compostos por metais como a
corrente da bicicleta do Daniel. Dessa forma, algumas questões podem ser levantadas aqui. De
onde vem a ferrugem que ficou grudada na corrente da bicicleta? Por que a corrente da bicicleta
do Daniel enferrujou? Ocorreu a transformação de algum material?
Quando você estudou ligações químicas no capítulo 2 observou que os átomos dos elementos
químicos tendem a combinar-se para originar as substâncias. Quando novas substâncias são
formadas a partir de outras, dizemos que ocorreu uma transformação química, especificamente
uma reação química. A ferrugem é um exemplo disso, na presença de oxigênio do ar e umidade
o ferro da corrente sofre uma transformação originando uma nova substância, o óxido férrico, cuja
fórmula é Fe2O3. Essa é a substância que apresenta a cor marrom. Como a bicicleta ficou exposta
a chuva, o lubrificante que formava uma película protetora na corrente evitando o contato direto do
ferro com o oxigênio do ar foi sendo removido, permitindo assim, a reação do ferro com o
oxigênio. Você pode constatar uma alteração de cor na corrente da bicicleta, mas há outros
fatores que com o auxílio dos seus sentidos, também podem indicar a ocorrência de reações
químicas. Observe os exemplos a seguir.

Professor, a formação de ferrugem é um conjunto de reações muito mais complexas do que a citado aqui .
Mas para a faixa etária do aluno de 9º ano, devemos apenas informar isso, e dizermos que
simplificadamente é a reação do ferro com o oxigênio do ar.

Evidências de reações químicas


No cotidiano, é possível constatar a ocorrência de reações químicas por meio da observação de
alguns fatos, por exemplo: uma substância pode sofrer alteração de suas características originais
de cor, odor e consistência e, ao mesmo tempo, haver formação de gases ou de substâncias
insolúveis, produção de luz ou absorção ou liberação de calor.

Professor, você pode, com o auxílio dos alunos e das pessoas da comunidade, convidar profissionais que
trabalham com materiais que participam de reações químicas ou foram originados por elas para relatar suas
experiências; por exemplo, funcionários de uma fábrica de sabão, cozinheiros, cabeleireiros, frentistas etc.
Cabe ressaltar que esses profissionais não precisam falar das reações, e sim de sua profissão. Caberá ao
professor ajudar os alunos a identificar a ocorrência de reações em cada processo industrial relatado.

No entanto, não é somente na queima de combustível e no cozimento de alimentos que podemos


perceber transformações decorrentes de reações químicas. Outros fenômenos, como o
amadurecimento ou apodrecimento de frutos e a corrosão de peças metálicas, entre outros, são
provocados por reações químicas.
Toda transformação que você verifica em um material é uma reação química?

Nem toda transformação da matéria é uma reação química. No derretimento do gelo há uma
transformação da matéria, mas apenas em seu estado físico, sem alteração da substância ali
presente, no caso, a água. Para que haja uma reação química, é necessário que novas
substâncias sejam formadas. Por isso é preciso que você conheça um pouco mais sobre o
assunto.

Reações químicas
Não somente o ferro e os demais elementos químicos podem sofrer transformações. As
moléculas, os compostos iônicos e outros compostos metálicos também podem sofrer essas
transformações, originando outras substâncias. Por exemplo, a água é formada pela união de dois
átomos de hidrogênio com um átomo de oxigênio. Mas ela não é obtida pela combinação desses
átomos isolados, mas sim desses átomos provenientes se substâncias já formadas, as moléculas
de hidrogênio (H2) e o oxigênio (O2).

Professor, nesse momento é importante diferenciar para os seus alunos os elementos químicos hidrogênio e
oxigênio das substâncias químicas hidrogênio e oxigênio. Isso costuma ser motivo de confusão entre eles.

Isso ocorre, pois, o elemento hidrogênio, presente na molécula de H2, combina-se com o elemento
oxigênio, presente na molécula de O2, formando a substância água. Essa combinação ocorre em
uma proporção de dois para um, ou seja, dois átomos de hidrogênio se combinam com um átomo
de oxigênio.
Podemos representar essa combinação por uma fórmula química, isto é, com os símbolos dos
elementos que a formam, na proporção em que cada elemento participa dessa composição.

Editorial, favor colocar as estruturas e as


informações da figura inferior na figura superior.

Professor, não deixe chamar a atenção dos alunos nesse momento para as ligações quebradas e formadas
na imagem acima. Oriente que na formação de substâncias sempre ligações químicas são quebradas e
formadas.

Observando o exemplo da molécula da água, temos a ideia de que apenas dois átomos de
hidrogênio e um de oxigênio estão se combinando, mas o que ocorre é a combinação entre as
substâncias H2 e O2 para produzir a substância água.
Essa combinação acontece da seguinte forma: quando moléculas de H2 e O2 se aproximam, as
ligações H-H e O=O são rompidas e novas ligações, agora entre o hidrogênio e o oxigênio, são
formadas.
Então, na realidade, as transformações químicas são resultado da combinação das substâncias, e
não apenas de átomos de elementos químicos isolados.
Como a molécula da água é formada de moléculas de H2 e O2, foi necessário que duas moléculas
de hidrogênio reagissem com uma de oxigênio para que a proporção de dois átomos de H para
um átomo de O fosse mantida.

Dessa forma, a maneira utilizada para representar as reações químicas é através das equações
químicas. Elas representam a escrita utilizada pelos químicos para descrever as reações
químicas. As equações químicas são uma linguagem universal. Na obtenção da água a seguinte
equação química representa o processo:
2 H2 + O2  2 H2O

Nessa equação química, lê-se que duas moléculas de hidrogênio reagiram com uma molécula de
oxigênio produzindo duas moléculas de água. Vale lembrar que a combinação de substâncias
produz outras com propriedades totalmente distintas das anteriores. Fica evidente, assim, que
ocorre uma transformação da matéria. Numa reação química ocorrem rompimentos de ligações
químicas nas substâncias originais e formação de novas ligações nas substâncias produzidas,
estabelecendo um novo arranjo entre os átomos que dá origem a outras substâncias. Observe um
outro exemplo a seguir:

Representação das reações químicas

Professor, compreender e utilizar diferentes códigos e linguagens é uma competência importante a ser
desenvolvida pelos alunos.

O conhecimento de linguagens e códigos da Química é necessário para podermos interpretar e


representar graficamente as reações químicas.
Na reação química, as substâncias que sofrem transformação são chamadas reagentes, e as que
se formam são chamadas produtos.
As fotografias a seguir apresentam etapas da reação química do ácido clorídrico (HCl) com o
zinco (Zn).
Por convenções internacionais, os reagentes são representados à esquerda e os produtos à
direita da seta. A seta indica o sentido da reação.

Professor, explique que é comum representarmos os estados físicos das substâncias na equação química.
Informe que (s) significa sólido, (l) líquido e (g) gasoso. Comente que quando uma substância se encontra
dissolvida em água é comum representar com (aq) que significa aquoso.

A equação química
A equação química, como a apresentada anteriormente nas duas transformações descritas, é a
representação simbólica da reação química.

2 H2 + O2  2 H2O
2 HCl + Zn  ZnCl2 + H2

 As letras são usadas como símbolos que representam diferentes elementos químicos.
Exemplos: H = hidrogênio, O = oxigênio, Zn = zinco.

 Os reagentes e os produtos, ou seja, as substâncias envolvidas na reação, são representados


por fórmulas químicas. Exemplos: H2, O2, H2O, HCl, Zn, e ZnCl2.

Na página XXX, em ligação iônica você aprendeu a representar as substâncias. Você viu que na
representação da substância, o algarismo situado um pouco mais abaixo (subscrito), à direita do
símbolo, chama-se índice.
Observe a fórmula da substância gás carbônico, um gás gerado no processo de respiração de
seres vivos e que é adicionado a bebidas, refrigerantes etc.:

Professor, nesse momento é importante relembrar a representação das substâncias químicas para que os
alunos possam compreender melhor os códigos e linguagens da representação das equações químicas.

O índice do C é igual a 1 (não é preciso representar esse número), e o índice do O é igual a 2.


Observe na figura a seguir, do modelo da molécula de CO2, o número de átomos.

 Coeficientes estequiométricos, ou apenas coeficientes, são números escritos antes do


símbolo da substância, indicando a relação numérica em que as substâncias reagem e são
formadas.

No exemplo acima, o número 3 é o coeficiente do H2, e o número 1, que não precisa ser
representado, é o coeficiente do N2. O número 2 é o coeficiente do NH3 na equação.
Nessa equação química, é possível verificar que são necessárias 3 moléculas de hidrogênio (H2) e
1 molécula de nitrogênio (N2) para se formarem 2 moléculas de amônia (NH3). Ou seja, essa é a
relação numérica em que as substâncias reagem e são formadas.

Professor, relembre perguntando a seus alunos o que significa (g) na equação química.

A representação de uma equação química tem o objetivo de descrever a reação química.


É
opcional indicar, ou não, a quantidade de elemento quando o valor é unitário. Neste livro, optamos
por não representar o número 1 como índice de valor unitário, e usamos o mesmo procedimento
para o coeficiente estequiométrico unitário.

Balanceamento das reações químicas


Observe as etapas do experimento a seguir:

Quando as soluções incolores foram reunidas, é possível observar que houve formação de
turvação esbranquiçada. Isso é uma característica da ocorrência de uma reação química entre as
substâncias presentes nelas.
Observe também que se compararmos a massa antes e depois da mistura das soluções, é
possível perceber que não houve variação. Vejamos por quê.
O químico francês Antoine Laurent de Lavoisier (1743-1794) realizou muitas reações químicas em
laboratório e observou em todas elas a ocorrência do mesmo fato: a massa das substâncias
reagentes é igual à massa das substâncias produzidas. Com base nisso, ele formulou a Lei da
conservação da massa, segundo a qual “na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se
transforma”, ou “nas reações químicas, a massa dos reagentes é igual à massa dos produtos”
(conhecida também como Lei de Lavoisier).
A reação química é basicamente um rearranjo de átomos. Nesse processo, nada é criado ou
destruído, isto é, o tipo e o número de átomos presentes nos reagentes são os mesmos dos
produtos.
Observe que no experimento acima a massa não foi alterada. Ocorreu um novo arranjo entre os
átomos, ou seja, uma reação química evidenciada pela formação da coloração produzida.

O cloreto de zinco (ZnCl2) reagiu com o sulfeto de sódio (Na2S), produzindo sulfeto de zinco (ZnS)
e cloreto de sódio (NaCl). O aparecimento da coloração turva esbranquiçada ocorreu devido à
formação do sulfeto de zinco (ZnS), de cor branca, que apresenta baixíssima solubilidade em
água.
Como a massa do sistema continua a mesma, o número de átomos de cada elemento químico
não foi alterado, ou seja, obedeceu à lei da conservação da massa.
Dessa forma, é necessário que, ao representarmos uma equação química, o número de átomos
antes e depois da seta seja respeitado. Por isso, precisamos colocar o algarismo 2 à frente do
NaCl.

A operação matemática feita ao representarmos uma equação química é chamada de


balanceamento da equação química.
Lembre-se de que compostos iônicos são formados por íons, enquanto moléculas são
formadas por átomos.
Além disso, sabemos que em uma reação podem participar substâncias simples ou compostas
(moléculas ou compostos iônicos). Entretanto, em relação ao balanceamento das reações
químicas, para facilitar a linguagem, vamos usar apenas o termo átomo como constituinte de
qualquer substância, seja molécula, seja composto iônico.

Equação balanceada
Diz-se que uma reação está balanceada quando o número de átomos (ou íons) nos reagentes é
igual ao número de átomos (ou íons) nos produtos.

Observe que o exemplo acima, na forma em que foi apresentado, não obedece à lei de Lavoisier.
O número de átomos de cada elemento químico reagente não é o mesmo encontrado nos
produtos. Assim, é necessário balancear a equação, ou seja, igualar o número de átomos em
ambos os membros (reagentes e produtos). Para isso, ajustamos os coeficientes da equação
química e obtemos o mesmo número de átomos de cada elemento, antes e depois da reação.
Ao balancear uma reação química, os únicos valores que podem ser alterados são os coeficientes
estequiométricos. Não podemos alterar os valores dos índices das substâncias, pois estes
são estabelecidos em função do número de elétrons que cada átomo necessita ganhar ou perder
para adquirir estabilidade na formação da substância. Acompanhe, no exemplo, um
balanceamento de equação química.

No HCl, há um átomo de cloro, enquanto no CaCl 2 há dois átomos de cloro. Ou seja, há um


número diferente de átomos de cloro entre reagentes e produtos. O mesmo acontece com o
hidrogênio, pois há um átomo de H no reagente e dois no produto. Já o cálcio aparece em número
igual em ambos os membros da equação.
Essa equação não está balanceada, porque a quantidade de átomos de alguns elementos
químicos nos reagentes é diferente da quantidade em que eles comparecem nos produtos.
Se colocarmos o número 2 como coeficiente do HCl, a equação estará balanceada. Assim:

Ao balancearmos equações químicas, devemos usar os menores números inteiros possíveis.


Estes outros exemplos indicam como as equações podem ser balanceadas:
Massa e reação química
Professor, o objetivo desta atividade é fazer o aluno observar que a massa é constante em uma reação
quím3ica.

Material:
 balança digital para uso doméstico;
 garrafa PET com capacidade de 1L;
 funil de plástico;
 balão de gás;
 pedaço de 20 cm de barbante;
 saco plástico resistente;
 água;
 3 comprimidos efervescentes.

Procedimentos
1. Em um saco plástico quebre três comprimidos efervescentes em pedaços pequenos que
possam passar pelo orifício inferior do funil.
2. Introduza a extremidade do balão de gás na parte inferior do funil e transfira os pedaços de
comprimido para lá.

3. Adicione 400 ml de água ao interior da garrafa PET.


4. Coloque a extremidade do balão por fora da boca da garrafa PET, com muito cuidado para que
os comprimidos que estão no interior do balão não caiam na água. Amarre o barbante em
torno da boca
5. da garrafa para que o balão não se solte.
6. Coloque sobre uma balança digital, previamente zerada, o aparato que você montou, tomando
cuidado para que os comprimidos não caiam na água. Anote a massa indicada na balança.
7. Transfira todo o conteúdo do balão para dentro da água e verifique se há alteração na massa
que você anotou anteriormente até que todo o comprido se dissolva.

Responda às perguntas a seguir.


a) Ocorreu uma reação química quando os comprimidos foram adicionados à água? Como você
chegou a essa conclusão?
Sim. Com a adição dos comprimidos à água, foi possível verificar a ocorrência de uma reação química por
causa da produção de bolhas de gás. Dependendo da quantidade dos comprimidos, o balão pode até
encher um pouco em razão do gás liberado.

b) A massa do sistema sofreu variação após a adição dos comprimidos à água?


A massa indicada na balança não varia, pois, numa reação química em sistema fechado, apenas as
substâncias se transformam em outras, ou seja, há um novo arranjo dos átomos sem que haja ganho ou
perda de massa.

c) Qual conceito de um cientista famoso encontra-se associado a esse experimento? Se


necessário, pesquise na internet.
Esse conceito encontra-se associado à lei de Lavoisier ou lei da conservação da massa, que indica que a
soma das massas dos reagentes é igual à soma da massa dos produtos.

d) Depois de cozinharmos um ovo, podemos observar alterações na constituição da matéria de


seu interior causadas pelo aquecimento, ou seja, ocorrem reações químicas. Com base nesse
procedimento, o que você pode afirmar com relação à massa do ovo, antes e depois do
cozimento?
Como o cozimento do ovo ocorre dentro de um sistema fechado por causa da existência da casca, mesmo
ocorrendo reações químicas em seu interior, não há perda de massa interna ou ganho de massa externa.
Portanto, como numa reação química a massa permanece constante, o ovo também permanece com a
mesma massa após o cozimento.

Você sabia que é possível prever qual massa de uma substância que será obtida numa
reação química?

No experimento anterior você pode verificar que a massa dos produtos é a mesma dos reagentes
antes da reação ocorrer. Ou seja, se somarmos a massa dos reagentes e somarmos a massa dos
produtos ela é sempre constante.
Professor, nesse momento é importante informar aos seus alunos que se houver formação de um produto
gasoso essa massa sofrerá alteração se o recipiente onde é realizada a reação estiver aberto.

Dessa forma, é baseado nisso que podemos prever a quantidade de produtos que serão obtidos
numa reação química. Para isso você deverá utilizar dois conceitos aprendidos anteriormente no
capítulo 2, o de massa atômica, na página XXX e o de massa molecular na página XXX.
Para comprovar isso vamos relembrar a reação de obtenção da água.

2 H2 + O2  2 H2O

Para facilitar o seu entendimento vamos colocar essa equação química dentro de uma tabela e as
respectivas massas molares das substâncias presentes nas reações.

Equação química 2 H2 + O2  2 H2O


Massas 2 32 18

moleculares u u u

Observe que pela equação química, reagem duas moléculas de hidrogênio com uma de oxigênio
formando duas moléculas de água. Se a massa molecular de uma molécula de hidrogênio é igual
a 2 u, é possível afirmar que a massa de duas moléculas é igual a 4 u. O mesmo raciocínio pode
ser utilizado para água, ou seja, a massa de duas moléculas é igual a 36 u.

Equação química 2 H2 + O2  2 H2O


Multiplicando pelo número de 2.2 32
 2 . 18 u
moléculas u u
32
Massa total de cada substância 4u  36 u
u

Agora, observe na última linha da tabela abaixo o resultado da soma das massas dos reagentes e
a soma das massas dos produtos dessa reação.

Equação química 2 H2 + O2  2 H2O


Massa total de reagentes e
36 u  36 u
produtos

Conforme você pode observar, as massas totais de reagentes e produtos na tabela acima são
iguais. Isso é exatamente o que você pode observar no experimento, apenas com uma diferença;
nele a massa utilizada foi medida em grama (g), enquanto que aqui na tabela utilizamos o
conceito de massa molecular expressa em unidades de massa atômica (u). Mas se utilizarmos
mesmos valores numéricos seja em grama ou unidades de massa atômica não há diferença, pois
são proporcionais. Dessa forma, poderíamos representar essa tabela da seguinte maneira.

Equação química 2 H2 + O2  2 H2O


2 32 18
Massas moleculares 
g g g
Multiplicando pelo número de 32
2.2g  2 . 18 g
moléculas g
32
Massa total de cada substância 4g +  36 g
g
Massa total de reagentes e produtos 36 g  36 g

Professor, esse assunto será tratado com mais profundidade no ensino médio, respeitando o nível cognitivo
do aluno. Dessa forma, é importante que ele não pense que, por exemplo uma molécula de H 2 tenha massa
igual a 2 g. Mas vale lembrar que 2 g é a massa em grama numericamente igual a massa molecular 2u e
que equivale a muitas moléculas de hidrogênio (não vamos adotar aqui a constante de Avogadro). Da
mesma forma, quando utilizamos os valores em grama para as outras moléculas, proporcionalmente
estamos utilizando o mesmo número de moléculas que no H 2. Dessa forma, não incorremos em erro ao
utilizar a massa em grama, numericamente igual a massa molecular, pois o número de moléculas será o
mesmo para todas as substâncias.

Após Lavoisier, um outro cientista chamado Joseph Louis Proust (1784-1826) estudando as
massas obtidas nas reações pode constatar valores experimentais que o levaram a formular uma
outra lei. Para a sua compreensão vamos utilizar a reação de obtenção da água.
Professor, Proust trabalhou em seus experimentos com muitas reações de decomposição, inclusive a da
água. Nesse texto não utilizaremos essa decomposição para manter a mesma reação utilizada acima e
facilitar o entendimento do aluno.

2 H2 + O2  2 H2O

Observe os dados experimentais dessa reação quando as quantidades de hidrogênio foram


alteradas. Veja também que as quantidades necessárias de oxigênio também tiveram que ser
alteradas para reagir com todo o hidrogênio presente.

Massa de Massa de oxigênio necessária


Experiment Massa de
hidrogênio + para reagir com todo o 
o água obtida
utilizada hidrogênio
1 4g 32 g 36 g
2 8g 64 g 72 g
3 12 g 96 g 108 g
4 16 g 128 g 144 g

Agora vamos dividir a massa de hidrogênio utilizada nos experimentos pela massa de oxigênio:

Experiment Massa de hidrogênio


o Massade oxigênio
4g 1
1 =
32 g 8
8g 1
2 =
64 g 8
12 g 1
3 =
96 g 8
16 g 1
4 =
128 g 8

M hidrogênio
Observe que em todos os experimentos a relação entre as massas é de 1:8. Agora
M oxigênio
vamos fazer o mesmo entre a massa de hidrogênio e água.

Experiment Massa de hidrogênio


o Massa de água
4g 1
1 =
36 g 9
8g 1
2 =
72 g 9
12 g 1
3 =
108 g 9
16 g 1
4 =
144 g 9

M hidrogênio
Observe agora que em todos os experimentos a relação entre as massas é de 1:9.
M água
Se reunirmos esses dois dados chegamos a seguinte proporção entre o hidrogênio, o oxigênio e a
água:

1 hidrogênio : 8 oxigênio : 9 água


Ou seja, em todos os experimentos as proporções em massa entre os reagentes e produtos
sempre foram constantes. Dessa forma surgiu a Lei das Proporções Constantes, ou Lei de
Proust. Essa lei, em conjunto com a lei de Lavoisier, permite que façamos a previsão de uma
massa de reagente que será necessária para reagir com outro e a massa de produto que será
obtida numa reação. Para melhor entendimento considere a reação devidamente balanceada a
seguir:

N2O3 + H2O  2 HNO2

Digamos que você deseje saber qual a massa de H 2O necessária para reagir completamente com
38 g de N2O3, bem como a massa de HNO2 que será obtida.
Bem, alguns passos serão necessários:
 Coloque sob as substâncias os valores em grama numericamente iguais massas moleculares
de cada uma delas:
N2O3  76 u  76 g
H2O  18 u  18 g
HNO2  47 u  47 g

N2O3 + H2O  2 HNO2


76 g 18 g 47 g

 Multiplique os coeficientes estequiométricos pelo valor inserido abaixo da equação. Não será
necessário fazer para o valor 1.

N2O3 + H2O  2 HNO2  N2O3 + H2O  2 HNO2



76 g 18 g 2 . 47 g 76 g 18 g 94 g

 A partir de agora estabeleça regras de três com o valor da massa de N2O3 que se deseja
utilizar como referência (38 g).

N2O3 + H2O  2 HNO2


76 g -- 18 g
38 . 18
38 g -- X X= =9 g de H 2 O
76

N2O3 + H2O  2 HNO2


76 g --------------- 94 g
38 . 94
38 g --------------- Y Y= =47 g de HNO 2
76

Até agora você pode conhecer um pouco das transformações da matéria e como elas ocorrem
através de reações químicas, bem como estabelecer relações entre as quantidades que reagem e
são formadas. Mas nesse universo outros aspectos envolvem as reações químicas, como por
exemplo a questão da energia e da velocidade com que elas ocorrem.

Observe a imagem a seguir da queima de fogos em Copacabana no Rio de Janeiro.


Queima de fogos na noite de réveillon em Copacabana no Rio de Janeiro
https://oglobo.globo.com/rio/reveillon-de-copacabana-leva-publico-de-24-milhoes-de-
pessoas-praia-22244222

Essa festa que ocorre no réveillon é uma das mais famosas da cidade de Rio de Janeiro. Atrai
milhares de pessoas e turistas para a orla da praia no dia 31 de dezembro. Na passagem de ano
de 2017 para 2018 a queima de fogos durou por 17 minutos e estima-se que 2,4 milhões de
pessoas estiveram presentes. Observando essa imagem responda as perguntas a seguir:
Você sabe explicar o motivo dos fogos de artifício ficarem tão distantes das pessoas?
Você acha que se esses fogos estivessem na areia da praia e um deles fosse em sua direção
haveria tempo para fugir? E por que fugir?

Professor, discuta com os seus alunos os perigos relativos aos fogos artifício quando são utilizados próximo
das pessoas. Lembre que podem causar graves queimaduras. E que eles queimam com uma rapidez muito
grande. Isso é importante para que possamos utilizar esse exemplo futuramente para compreenderem a
energia associada as reações químicas e a velocidade com que elas ocorrem.

A queima dos fogos de artifício ocorre acompanhada de uma ou mais reações químicas muito
rápidas e que liberam grande quantidade de calor. É por isso que eles podem causar acidentes se
não forem projetados e utilizados dentro de padrões de segurança pré-estabelecidos. Hoje em dia,
nas grandes comemorações, os fogos ficam bem distantes das pessoas para evitar prejuízos a
população.

A energia das reações químicas


Nenhum átomo “surge do nada” ou “desaparece” durante uma reação química.
Se reações químicas são apenas um rearranjo de átomos, então, de onde vem a energia
envolvida, por exemplo, numa queima?
Quando uma folha de papel queima, podemos observar que sua matéria se transforma, pois,
ocorre uma reação química.
Percebemos, também, que nessa reação há liberação de luz e de calor, que são formas de
energia.
 De onde veio essa energia que foi liberada?
 Por que ela foi liberada?
 Pode haver uma reação que, em vez de liberar, absorva calor?

A energia química
As substâncias têm certa quantidade de energia armazenada, denominada energia química.
Essa energia é proveniente de suas ligações químicas e das forças de atração e de repulsão entre
os átomos que a compõem.
Como cada substância armazena uma quantidade de energia química específica, há uma
diferença entre os conteúdos energéticos de seus reagentes e de seus produtos numa reação
química.
Em função da energia química de reagentes e produtos, a reação pode ocorrer de duas formas
distintas:

A absorção e a liberação de energia normalmente ocorrem acompanhadas de absorção ou de


liberação de calor.
Os reagentes ganham energia para se transformar em produtos com maior energia, ou liberam
energia para se transformar em produtos com menor energia.

Quando os produtos têm mais energia que os reagentes, sabemos que essas reações
absorveram energia, isto é, normalmente elas ganham calor para ocorrer. Um exemplo é a queima
do açúcar para fazer a calda do pudim. Ao receber calor, o açúcar transforma-se em calda, e sua
aparência e seu sabor mudam. Para que essa reação ocorra, é necessário fornecer energia ao
sistema.
Já nas reações exotérmicas a energia dos reagentes é maior que a dos produtos. Nelas, há
liberação de calor na ocorrência da reação, o que acontece, por exemplo, na queima do papel.
É fácil verificar que o sistema está liberando energia na forma de calor e luz.
É importante ressaltar que nem sempre a energia absorvida ou liberada ocorre na forma de calor.
Um exemplo é a fotossíntese, em que a absorção de energia ocorre pela presença de luz (energia
luminosa).

Professor, reforce o conceito de que toda reação de combustão libera calor, portanto é exotérmica.

A velocidade das reações químicas


Como você já deve ter observado, algumas reações ocorrem mais rapidamente e outras mais
lentamente. Observe, por exemplo, as imagens a seguir.
Portanto, as reações podem ser rápidas ou lentas, e sua velocidade pode ser calculada pela
formação de produtos ou pelo consumo de reagentes por unidade de tempo.

 Suponha que na reação do H2(g) + Cl2(g)  2 HCl(g) sejam formados 365 g de HCl, em 10 minutos.
A velocidade de formação do HCl nessa reação pode ser calculada dividindo a massa da substância formada
pelo tempo:

 A velocidade pode ser calculada, ainda, em função dos reagentes; por exemplo, se foram consumidos
20 g de H2 nos mesmos 10 minutos, temos:

As unidades utilizadas nos exemplos podem ser outras. Grama e minuto podem ser substituídos por litro e
segundo. O importante é que sejam definidas e representadas de forma compreensível.

Fatores que interferem na velocidade da reação química


A velocidade de uma reação química depende de vários fatores: da superfície de contato entre os
reagentes, da temperatura, da concentração das substâncias reagentes e da presença de
catalisador.
É importante conhecer os fatores que influenciam na velocidade das reações químicas para que
elas possam ser controladas. Um exemplo bastante comum é a forma como são conservados os
alimentos, pois sua deterioração ocorre por meio de reações químicas.

Superfície de contato
Quanto maior a superfície de contato entre os reagentes, maior a velocidade da reação. Observe,
nas duas fotografias, a reação do ferro com o oxigênio do ar:

4 Fe(s) + 3 O2(g)  2 Fe2O3(s)

Observe também que a palha de aço apresenta superfície de contato (área de contato) muito
maior com o oxigênio do ar do que a barra de ferro, por isso, na palha de aço, a reação é mais
rápida.
Alteração da velocidade de reação por meio da superfície de contato
Material:
 dois copos longos com capacidade de 300 ml;
 dois comprimidos efervescentes de vitamina C;
 saco plástico;
 relógio ou cronômetro;
 água.

Procedimentos
1. Coloque cerca de 100 ml de água em cada um dos copos.
2. Pegue um dos comprimidos, coloque -o em um saco plástico e tente quebrá-lo em pedaços, quanto
menores, melhor.
3. Transfira o conteúdo do saco plástico, de uma só vez, para o copo com água e verifique o tempo gasto
até encerrar o desprendimento gasoso (final do borbulhamento). Registre esse tempo.
4. Repita o processo anterior com o outro comprimido, mas mantenha-o inteiro, e verifique o tempo gasto
até o fim do borbulhamento. Registre também esse tempo.
5. Descarte na pia, sob água corrente, as duas soluções obtidas.

Professor, enfatize para os alunos que não levem, em hipótese alguma, o comprimido de vitamina C à boca,
nem provem a solução obtida. Sua utilização deve ser prescrita por um médico e acompanhada pelos
responsáveis.

Agora responda às perguntas a seguir.

a) Qual dos comprimidos se dissolveu mais rápido: o que estava dividido em pequenos pedaços
ou o inteiro?
O comprimido quebrado em pequenos pedaços dissolveu-se mais rápido.

b) Houve uma reação química ou somente a dissolução do comprimido?


Houve uma reação química evidenciada pelo desprendimento gasoso.

c) Por que houve diferença de velocidade na dissolução dos comprimidos?


Quanto mais dividido estiver o comprimido, maior será sua superfície de contato e maior a velocidade da
reação.
Professor, exemplifique essa explicação aos alunos com a imagem abaixo. Nela é possível identificar o
aumento da superfície de contato quando a matéria é dividida.

d) Se uma pessoa quisesse cozinhar batatas rapidamente para fazer um purê, você lhe
recomendaria que as picasse ou as cozinhasse inteiras?
A recomendação é que cortasse as batatas para que cozinhassem mais rápido.

Temperatura
Independentemente de uma reação ser exotérmica ou endotérmica, ela necessita de quantidades
mínimas de energia para ocorrer. Essa energia é chamada de energia de ativação.
Quando liberamos a saída de gás em um fogão, a reação de combustão somente irá ocorrer se
aproximarmos uma fonte de energia; seja um palito de fósforo aceso, seja uma faísca elétrica.
Reações que ocorrem à temperatura ambiente são aquelas em que a energia cedida pelo meio
externo já é suficiente para sua realização.
O aumento da temperatura faz com que um maior número de moléculas adquira essa energia
mínima e, com isso, mais moléculas reajam na unidade de tempo, isto é, que a reação seja mais
rápida.
Quando ocorre a diminuição da temperatura, acontece o efeito inverso. Por esse motivo,
alimentos guardados em um freezer levam muito mais tempo para estragar do que se deixados à
temperatura ambiente.

CONSERVAÇÃO DOS ALIMENTOS


Conhecer as formas de conservação dos alimentos é muito importante não só para mantê-los em
boas condições por mais tempo como também para preservar suas propriedades nutricionais,
evitando contaminações por microrganismos patogênicos (causadores de doenças), como fungos
e bactérias.
Os alimentos não perecíveis – ou seja, que duram mais tempo – dispensam refrigeração ou
armazenamento especial. São exemplos desses alimentos: enlatados, açúcar, grãos, cereais,
biscoitos, produtos desidratados (sopas, sucos, leite em pó etc.) e os conservados em
embalagens longa vida.
O grande cuidado está em sempre observar o prazo de validade e não consumir alimentos cujas
embalagens estejam amassadas ou estufadas, pois podem estar contaminadas por
microrganismos.
Os alimentos perecíveis são aqueles que se deterioram com mais rapidez: frutas, verduras,
carnes, ovos, leite (quando não embalados de forma especial) e seus derivados. Produtos desse
tipo precisam ser conservados sob refrigeração.
Pesquise em outras fontes, como a internet para ampliar as informações sobre os riscos
associados à conservação dos alimentos. Depois, com a ajuda do professor:
 Organize um mural com o material obtido pela turma.
 Se possível, elabore com seus colegas uma cartilha com linguagem acessível para informar a
comunidade a respeito.
Professor, espera-se que os alunos relacionem a má conservação dos alimentos com riscos de intoxicação
alimentar.

Concentração dos reagentes


Quanto maior a concentração dos reagentes, maior a velocidade de uma reação, pois a
possibilidade de ocorrer uma colisão efetiva entre as moléculas aumenta por unidade de tempo.
Observe, na fotografia ao lado, que há maior desprendimento de gás hidrogênio na reação com
solução HCl mais concentrada, indicando maior velocidade em relação à mais diluída.

2 HCl(aq) + Mg(s)  MgCl2(aq) + H2(g)

Adição de catalisador
Catalisadores são substâncias com capacidade de acelerar determinadas reações químicas.
Eles interagem com os reagentes e fazem com que a reação entre eles seja mais fácil de ocorrer.
Os catalisadores aumentam a velocidade da reação, ou seja, alteram a quantidade de produto
formado na unidade de tempo, mas não a quantidade de produto final obtida. Uma mesma massa
é produzida em tempo menor.
Por causa dessas características, os catalisadores são muito utilizados em indústrias químicas,
pois, quanto maior a velocidade da reação, mais eficiente é o processo e menor o tempo gasto
para a obtenção de determinada substância.
Se deixarmos o peróxido de hidrogênio (H 2O2) em um recipiente aberto, aos poucos vai ocorrer
uma reação de decomposição em água e oxigênio:

2 H2O2(aq) 2 H2O(l) + O2(g)


Se, porém, introduzirmos no recipiente uma placa de platina, a reação ocorrerá muito mais
rapidamente.
Observe na fotografia o desprendimento gasoso, que, neste caso, é o oxigênio (O 2) em torno da
platina, que atuou como catalisador, acelerando a reação.
O gás carbônico e o efeito estufa
O dióxido de carbono, CO2, é um gás de grande importância em nosso planeta. Além de ser parte
do ar atmosférico, ele é um dos responsáveis pelo efeito estufa. Muitas pessoas acreditam que o
efeito estufa somente prejudica o meio ambiente; no entanto, sem ele a Terra seria muito fria.
Estima-se que, sem essa proteção natural do efeito estufa, a temperatura média da Terra seria 33
°C menor, ficando em torno de -15 °C, o que inviabilizaria a existência de seres vivos.
O dióxido de carbono (CO2) é o maior responsável pelo efeito estufa, e o fato de sua concentração
estar aumentando com o passar dos anos, provoca uma maior quantidade de calor do Sol retida
na Terra, causando o aumento na temperatura. Entre os fatores que contribuem para a maior
concentração de CO2, destacam-se a queima de combustíveis fósseis, o desmatamento e as
queimadas.
É importante que todos os povos se unam para tentar solucionar ou minimizar esse problema que
ameaça a vida no planeta. Uma solução é utilizar biocombustíveis e evitar as queimadas.

Na atualidade, é fundamental considerar as motivações sociais envolvidas nas questões de


ciência e tecnologia. É preciso questionar o rumo que a humanidade está tomando no atual
milênio.
Cada vez mais, a vida de grande parte da humanidade depende dos recursos tecnológicos, que,
por sua vez, tornam-se mais populares. Por isso, as decisões acerca de questões científicas e
tecnológicas não devem se restringir a cientistas, governantes ou grandes empresas. Aos
cidadãos do século XXI, cabe opinar, influenciar e tomar grandes decisões nesse sentido. E você
é um deles.
Pelo texto acima, percebe-se o quanto a emissão de CO 2 em excesso é prejudicial ao meio
ambiente!
É frequente entre as pessoas o debate voltado à escolha do etanol como combustível em vez da
gasolina.
Pesquise o assunto na internet. Depois o professor dividirá a turma em dois grupos. Junte-se com
os colegas e promovam um debate sobre a questão abaixo.
Você acredita que no Brasil, por dominarmos a tecnologia de produção de etanol em larga escala,
deveria haver intervenção governamental proibindo ou dificultando o uso de gasolina, ou essa
escolha deveria ficar a critério de cada cidadão?

Professor, a resposta é pessoal. O propósito do questionamento é possibilitar ao aluno refletir sobre a


política socioeconômica referente a dois combustíveis muito utilizados no Brasil. Sua supervisão é
importante para conduzir o debate a estabelecido.

Estudar as reações químicas traz para nós o conhecimento necessário para compreendermos
como ocorrem as transformações e todas as questões envolvidas nesse processo, mas qual a
importância dessas reações e quais os benefícios que elas podem trazer para a população?
Nesse contexto as reações químicas são responsáveis pela produção de inúmeros materiais que
fazem parte de nosso dia a dia. Mas você já parou para pensar se todos os materiais que
utilizamos são provenientes da natureza?

Substâncias sintéticas
Estamos cercados de objetos que foram fabricados (ou moldados) com matérias-primas extraídas
da natureza, produzidos sem a necessidade de reação química após a extração. Um exemplo são
os móveis de madeira.
Outros objetos, no entanto, são artefatos provenientes das indústrias de transformação. Eles, ou
as matérias-primas de que são feitos, passam por processos que envolvem vários tipos de
reações químicas para a obtenção tanto dos produtos elaborados industrialmente como dos
produtos finais.
As substâncias produzidas na indústria são chamadas substâncias sintéticas.

Produto final: nesse contexto, é o produto fabricado pela indústria que está pronto para ser vendido ao
consumidor, como alimentos (massa de tomate, salsicha etc.) ou bens de consumo (aparelhos
eletrodomésticos, livros, louça etc.).

Da borracha natural à artificial


Por sua consistência, muito pegajosa quando aquecida, a borracha tinha pouca utilidade, até que
Charles Goodyear (1800-1860), comerciante norte-americano, misturou-a com enxofre e obteve
um produto consistente (vulcanizado). A borracha vulcanizada é utilizada atualmente na fabricação
de pneus e de mangueiras, na cobertura de fios elétricos etc.
Durante muito tempo, produtos sintéticos foram testados e criados para substituir a borracha.
Um mundo cercado de plástico
O plástico, produto sintético da indústria química que pode ser fabricado com diversos materiais,
desempenha papel importante na economia mundial e está absolutamente presente em nosso
cotidiano.
Se um comerciante resolvesse deixar de vender todos os utensílios domésticos feitos de plástico,
certamente teria poucos produtos para oferecer.
O primeiro plástico foi criado nos Estados Unidos, em 1870. O químico John Wesley Hyatt (1837-
1920) participou de um concurso para a criação de um material que substituísse o marfim na
fabricação da bola de bilhar, e venceu-o ao apresentar o celuloide (um material formado pela
dissolução da celulose das plantas em outros tipos de materiais).
Outros tipos de plástico foram posteriormente criados por meio de reações com diferentes
substâncias químicas.
Por volta de 1930, químicos ingleses descobriram que o gás etileno (C2H4), extraído do petróleo,
quando submetido ao calor e à pressão, formava um plástico, que foi denominado polietileno.
Os plásticos são formados por reações de polimerização, isto é, pela união de muitas moléculas
pequenas (monômeros), cujas reações formarão uma molécula gigante – o polímero.
Se, em vez do etileno, for utilizado o cloreto de vinila (C 2H3Cl), produz- se o policloreto de vinila
(PVC) – um plástico resistente e à prova de fogo bastante utilizado em encanamentos e calhas.
O isopor, o teflon (revestimento usado em panelas), o náilon (utilizado em tecido, cordas etc.) e
outras fibras sintéticas são polímeros.

Na natureza, existem alguns polímeros, como as proteínas; alguns açúcares (amido, celulose); e a
borracha natural. O conhecimento das características e da composição dos polímeros naturais foi
fundamental para os químicos aprenderem a produzir os polímeros artificiais.
Graças a isso, as indústrias passaram a criar materiais mais leves e resistentes, que, ao serem
aquecidos, ficam maleáveis, podendo ser facilmente moldados: são os chamados termoplásticos.
Na indústria têxtil, os fios de seda, linho, lã, algodão podem ser substituídos por fibras artificiais.
Os tecidos feitos com essas fibras são mais leves, têm mais durabilidade, são mais fáceis de ser
lavados e passados etc.
O plástico revolucionou a indústria da embalagem. O vidro, o papel, o papelão etc. estão sendo
substituídos por plástico, que é mais leve, não quebra facilmente e, quando molhado, não fica
sujeito a estragos.
Mas o plástico também é um grande causador de problemas ambientais, pois ao ser descartado
na natureza, como é feito com muitas embalagens em nosso dia a dia, torna-se lixo e polui rios,
mares, lagos, represas etc. Ou seja, representa grande risco para o planeta, veja por quê:
 um objeto de plástico permanece no ambiente por séculos, sem se decompor;
 as bactérias e a maioria dos microrganismos que decompõem a madeira, o papel, o tecido e
até certos metais não decompõem o plástico, por sua estrutura polimérica ser muito resistente.

Dessa forma, uma maneira de minimizar os problemas ambientais decorrentes da utilização de


plásticos seria a implementação de políticas de reaproveitamento desses polímeros. Práticas de
conscientização da população no que concerne a sua separação e coleta seletiva, bem como a
implementação de usinas de beneficiamento e reciclagem, evitariam o acúmulo desses materiais
no ambiente.

A química possui uma gama de aplicações que não se restringem apenas as reações químicas.
No capitulo 1 você estudou os modelos atômicos e pode conhecer sobre as características das
partículas que compõem o átomo. Pode observar como a radioatividade pode colaborar no
diagnóstico de doenças e conheceu como funciona a cintilografia. Muitos são os métodos
utilizados na medicina diagnóstica. Com o passar do tempo o ser humano pode cada vez mais
desenvolver técnicas em benefício de sua saúde, sejam elas para diagnosticar ou até mesmo para
tratar as doenças.

Em termos de diagnostico uma das formas precursoras foi a utilização do Raio X para
identificação de fraturas. O físico alemão Wilhelm Conrad Roentgen (1845-1923) em 1885 pode
identificar um tipo de radiação em seu laboratório quando utilizava uma ampola de raios catódicos.

Modelo simplificado do equipamento utilizado por Roentgen

Ele verificou que essa radiação era capaz de tornar escuro os filmes fotográficos. Mas não
conseguia atravessar os tecidos mais duros, como os ossos. Com o aprimoramento e a utilização
desse equipamento, até hoje são realizados inúmeros procedimentos conhecidos pelo próprio
nome dado por Roentgen – Raio X. Os raios X são uma radiação eletromagnética que ao
incidirem sobre o corpo conseguem atravessar com facilidade grande parte dos tecidos, porém
são retidos pelo tecido ósseo (mais duros) e quando há em seu caminho uma chapa fotográfica,
eles permitem realizar praticamente uma fotografia dos ossos.

Imagem de raio X da parte inferior da perna


Um procedimento diagnóstico muito importante e de grande utilização na medicina é a
ressonância magnética nuclear (RMN). Ela é um exame que consegue criar imagens em alta
definição dos órgãos internos pela utilização de campos magnéticos. Os campos magnéticos
gerados interferem na agitação das moléculas presentes no corpo sendo captada pelo aparelho e
transferida para o computador, que através de cálculos consegue formar as imagens necessárias
para serem avaliadas pelos médicos. Ao contrário do Raio X a ressonância não agride os órgãos,
pois não há passagem de radiação nesse procedimento. Esse exame pode ser recomendado em
diversas situações. Diagnosticar esclerose múltipla, tumores na glândula pituitária e no cérebro,
infecções no cérebro, medula espinal ou articulações, visualizar ligamentos rompidos no pulso,
joelho e tornozelo, avaliar massas nos tecidos macios do corpo, avaliar tumores ósseos, cistos e
hérnias de disco na coluna entre muitos.

Equipamento de RMN

Um procedimento muito mais simples que o RMN é o ultrassom. Ele serve também para criar
imagens de órgãos, porém não com a mesma definição do RMN. Nossos órgãos são constituídos
tecidos que por sua vez são formados por células. Na composição química das células estão
presentes diversas substâncias que conferem características particulares em função da
densidade, pressão, temperatura e mobilidade das partículas constituintes. Em face a essas
características distintas de cada órgão o aparelho emite ondas sonoras que possibilitam
interações diferenciadas resultando na formação de imagens. Essas imagens permitem detectar e
avaliar vários órgãos internos, dentre eles o fígado, vesícula, rins, bexiga, pâncreas e intestino,
útero, trompas, ovários, próstata, bexiga e vesículas seminais. Pode também ser utilizado para
examinar a tireoide, articulações, artérias e o estado feto na gravidez.

Exame de ultrassom. Imagem de um feto realizada por ultrassom

Não somente a participação da tecnologia contribuiu para o diagnóstico de doenças, mas também
para a sua cura. Muitos tratamentos valeram-se da pesquisa nas áreas da ciência para alcançar
resultados benéficos para a humanidade. Um deles é a quimioterapia onde a o uso da
radioatividade permitiu o tratamento de doenças principalmente uma das mais temidas pelas
pessoas, o câncer. Nesse procedimento a pessoa faz uso de medicamentos, chamados
quimioterápicos, que destroem as células cancerígenas. O câncer é o crescimento desordenado
de células defeituosas que se multiplicam em grande velocidade e por muitas das vezes se
acumulam originando os tumores.
O principal ganho nesse tratamento é que os quimioterápicos bloqueiam esse processo através da
eliminação dessas células evitando o crescimento do tumor e por muitas vezes a sua destruição.
O maior problema desse tratamento são os efeitos colaterais, visto que o medicamento também
age sobre células sadias, principalmente as que se multiplicam com facilidade se renovando
constantemente. Dentre elas, o cabelo, as unhas, a mucosa e a medula. Assim, da mesma forma
que contribui para o desaparecimento da doença, também causa a perda de cabelo, alteração de
coloração das unhas e feridas nas mucosas durante o tratamento. O maior problema ocorre
quando o tratamento atinge a medula causando anemia e diminuição da imunidade, tornado o
paciente suscetível a outras doenças.

Quando no capítulo 1 você estudou o modelo de Rutherford, pode observar que quando um átomo
é submetido a uma fonte de energia, um ou mais elétrons de sua eletrosfera saltam para uma
camada mais externa e quando retornam emitem essa energia recebida na forma de luz. Esse
conceito também foi utilizado para tratar doenças sendo conhecido como tratamento a laser.
Todo laser é composto por uma parte que geralmente é um sólido como o rubi ou um gás como o
dióxido de carbono (CO2) que ficam situados dentro de uma câmara. Quando a eletricidade atua
sobre os elétrons da substância situada na câmara, eles mudam de camada e ao retornarem ao
estado original emitem luz que também atua sobre outros átomos amplificando o processo; por
isso o nome laser, traduzido para o português como luz amplificada por emissão estimulada de
radiação. Através de um sistema de espelhos parte dessa luz produzida escapa do sistema
originando o raio laser. Por conter alto conteúdo energético é muito utilizado em medicina,
principalmente em operações oculares que serve para cortar a retina. A vantagem de sua
utilização em substituição ao bisturi, é a redução do risco de contaminação do local por agentes
infecciosos e a cauterização imediata dos vasos devido ao calor.

Ângela, na parte relativa a infravermelho e ultravioleta não estou conseguindo fazer o link
com a química. Daria para ficar com a Ana Paula? Essa habilidade tem que estar no
capítulo de química?
1) O que é uma reação química?
É a transformação da matéria por meio da combinação de substâncias e a produção de substâncias
diferentes das anteriores.

2) Observe a equação de uma reação química:

2 H2(g) + O2(g)  2 H2O(l).


O que representa:
a) o primeiro membro da equação? E a seta?
Os reagentes.
A seta indica o sentido em que a reação está ocorrendo, possibilitando identificar os reagentes e os
produtos da reação.
b) o segundo membro da equação?
O produto.

3) Qual substância é obrigatoriamente um dos reagentes da combustão?


O gás oxigênio.

4) Considere a reação química entre o nitrogênio e o hidrogênio para formar a amônia:

N2(g) + 3 H2(g)  2 NH3(g)


Com base na representação, responda:
a) Qual é o índice do nitrogênio em sua molécula?
2
b) Qual é o coeficiente estequiométrico do hidrogênio e da amônia na reação química?
3e2

5) Copie as equações químicas a seguir no caderno e faça o balanceamento de forma que os


coeficientes estequiométricos sejam os menores números inteiros possíveis. Substitua os
pelos coeficientes. (Não há necessidade de indicar o estado físico ao representar as equações
químicas.)

6) Como se diferencia uma reação exotérmica de uma reação endotérmica?


Reação exotérmica é aquela que libera calor; a energia dos reagentes é maior que a energia dos produtos.
Reação endotérmica é aquela que absorve calor; a energia dos reagentes é menor que a energia dos
produtos

7) Uma reação em que a energia química dos reagentes é maior que a dos produtos é
classificada como exotérmica ou endotérmica?
Exotérmica.

8) Se, na reação química C + O2  CO2, houve formação de 200 g de CO2 durante os primeiros
10 minutos, qual foi a velocidade, em g/min, dessa reação?
20 g/min
9) Quais fatores interferem na velocidade das reações químicas?
Superfície de contato, temperatura, concentração dos reagentes e adição de catalisador

10) Os comprimidos efervescentes, ao se dissolverem em água, fazem-no paralelamente a uma


reação química que ocorre entre as substâncias ali presentes. Compare as diferenças de
tempo de dissolução (reação) em água no caso de um comprimido efervescente inteiro e de
um triturado. Qual deles deve dissolver-se mais rápido? Por quê?
O triturado, pois a superfície de contato com a água é maior, o que favorece a reação.

11) Em nosso cotidiano há vários processos que envolvem mudanças de estado físico da matéria
e/ou reações químicas. Esses processos normalmente são acompanhados por geração ou
absorção de energia, ou apenas por trocas de calor entre os corpos. Veja alguns desses
processos e classifique-os como exotérmicos ou endotérmicos.
a) Queima de carvão para assar pizza em um forno.
Exotérmico em relação ao carvão.
b) Cozimento de pizza em forno à lenha.
Endotérmico.
c) Formação da neve.
Exotérmico.
d) Aquecimento da mão embebida em álcool ao lavá-la com água.
Endotérmico em relação à mão e exotérmico pela dissolução do álcool na água.
e) Congelamento de alimento
Exotérmico.
f) Evaporação do álcool.
Endotérmico.
g) Secar o cabelo molhado com secador.
Endotérmico.
h) Atrito ao esfregar as mãos.
Exotérmico.
i) Uma lâmpada incandescente acesa.
Exotérmico.
j) Vela acesa.
Exotérmico.

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