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UNIBRASIL

ENGENHARIA CIVIL

Leandro Marcos Garcia Da Silva

PROEX - PAVERS

CURITIBA
2023
1
Leandro Marcos Garcia Da Silva

PROEX - PAVERS

Trabalho apresentado como requisito parcial à


obtenção de nota, na matéria PROEX IV do curso
de graduação em Engenharia Civil da Unibrasil.

Orientador: Nelson Cláudio Siqueira de Luca

CURITIBA
2023
1
RESUMO

Mundialmente falando, a busca por alternativas sustentáveis para as


construções ambientalmente seguras já deixou de ser uma utopia. Já é uma realidade
concreta e confiável, visível em muitos países considerados desenvolvidos. Hoje, é
possível englobar resíduos recicláveis como matéria-prima na fabricação de vários
tipos de materiais tendo como objetivo principal permitir a redução do envio deste tipo
de resíduo para aterro, permitindo simultaneamente a obtenção de quantidades
significativas de matéria prima para produção de pavers. Além disso, o objetivo real
dessa pesquisa é estudar o comportamento mecânico do paver produzido a partir de
resíduos sólidos de plástico e vidro na Unibrasil.

Palavras-chave: Paver, Resíduo, Plásticos, Vidro, Reciclagem.

2
ABSTRACT

Globally speaking, the search for sustainable alternatives for environmentally


safe buildings is no longer a utopia. It is already a concrete and reliable reality, visible
in many countries considered developed. Today, it is possible to include recyclable
waste as raw material in the manufacture of various types of materials, with the main
objective of allowing the reduction of the sending of this type of waste to landfills,
simultaneously allowing the obtaining of significant amounts of raw material for the
production of pavers. Furthermore, the real objective of this research is to study the
mechanical behavior of the paver produced from solid plastic and glass waste at
Unibrasil.

Key-words: Paver, Residue, Plastics, Glass, Recycling.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Traço dos materiais usados para fabricação de Pavers com resíduo –
FIORIT (2007); 12
Figura 2 – Traço analisado - Autor 2023; 13
Figura 3 – Porcentagem de Decaimento da Resistência Axial dos Blocos – ABNT NBR
6136:2016 14
Figura 4 – Porcentagem de Decaimento da Resistência Axial das Argamassas – ABNT
NBR 6136:2016 15
Figura 5 – Fonte: FURIAN, B.O. Análise do comportamento mecânico de concreto
com agregado reciclado e fibras de aço e vidro AR. 2019. Pag:90 17
Figura 6 – Fonte: FURIAN, B.O. Análise do comportamento mecânico de concreto
com agregado reciclado e fibras de aço e vidro AR. 2019 Pag:90 18
Figura 7 – Ensaio de Resistência a Compressão - Autor 2023; 19
Figura 8 – Paver Padrão - Autor 2023; 19
Figura 9 – Paver + Resíduo Plástico - Autor 2023; 19
Figura 10 – Paver + Resíduo de Vidro - Autor 2023; 19
Figura 11 – Ensaio Paver Padrão - Autor 2023; 19
Figura 12 – Resultados Paver Padrão - Autor 2023; 19
Figura 13 – Ensaio Paver + Plástico - Autor 2023; 19
Figura 14 – Resultados Paver + Plástico - - Autor 2023; 20
Figura 15 – Ensaio Paver + Vidro - Autor 2023; 20
Figura 16 – Resultados Paver + Vidro - Autor 2023; 20

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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 6
1.1 PAVERS NA ENGENHARIA CIVIL 6
1.2 TIPOS DE PAVERS 7
1.3 METODOLOGIA DE INSTALAÇÃO 7
1.4 VANTAGENS 8
1.5 DESVANTAGENS 9
1.6 PROCESSO DE FABRICAÇÃO 10
2.FABRICAÇÃO DE PAVERS COM AGREGADOS DE RESÍDUOS PLÁSTICOS 11
3.FABRICAÇÃO DE PAVERS COM AGREGADOS DE RESÍDUOS DE VIDRO 15
4.RESULTADOS 18
5.REFERENCIAS 21

5
1. INTRODUÇÃO

O PAVER é o nome dado para blocos pré-moldados de concreto ou


paralelepípedos. Surgiu no final do século XIX, porém ganhou força após o fim da
Segunda Guerra Mundial. É caracterizado por sua robustez, durabilidade, capacidade
de distribuição do peso e estética. São fabricados por vibro-prensas mecânicas ou
somente através da mesa vibratória. Podem ser disponibilizados em diferentes
espessuras para uso em vários tipos de projeto. Os blocos são encaixados e não há
necessidade de algo para fazê-los ficar colados ou aderir na superfície. O que os
prende ao chão é o atrito entre as peças. O pavimento intertravado é classificado como
flexível, e as formas dos blocos são projetadas para permitir elevada transferência de
carga através do atrito entre as peças. Algumas vantagens de se utilizar os blocos
intertravados é o baixíssimo índice de manutenção, a alta durabilidade, o fácil modo
de instalação, o alto custo-benefício e materiais ecologicamente corretos.
(WIEBBELLING, Paula. Pavimento com Blocos Intertravados de Concreto: Estudo de
Caso. Lajeado, novembro de 2015. Maria Eduarda)

1.1 PAVERS NA ENGENHARIA CIVIL

Para entender o porquê da utilização do paver na construção civil precisamos


analisar quais são seus benefícios e onde eles se encaixam, assim conseguimos uma
explicação mais clara do motivo de ser tão presente em praticamente toda obra.
Algumas de suas principais características são o baixíssimo índice de manutenção,
pois quando se é feito uma instalação de maneira correta, fazendo as camadas de
areia e pó de pedra bem alinhadas e compactadas não se tem problemas com
desnivelamento futuro, além de ser muito difícil precisar trocar algumas peças por
simplesmente quebrarem, já que isso não acontece com frequência. Diferentemente
do concreto que quando fica exposto diretamente ao clima costumam apresentar
falhas patológicas, sendo de extrema necessidade realizar manutenções periódicas
para corrigir essas falhas e não ocorrerem problemas futuros.
Outro ponto que é extremamente positivo é não ter problemas com rachaduras e com
drenagem, já que por ter um espaçamento entre as peças ocorre de maneira natural.
Sendo também um de seus grandes benefícios, sua alta durabilidade nos
proporciona uma segurança na instalação de diversos pisos, seja ele calçada, entrada
de carro, pátios, pavimentações e garagens.
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Para concluir esse raciocínio podemos ver que tudo isso nos traz um alto custo-
benefício, uma alta robustez final e tudo isso além de serem materiais ecologicamente
corretos, podendo ser utilizado agregados de diversos tipos sendo positivo também
para o meio ambiente. (VOLGESANGER, O que é o Paver na Engenharia Civil e Por
Que Usar. Endyel Borel)

1.2 TIPOS DE PAVERS

Pavers são ótimas opções quando se trata de sustentabilidade e preço, ele


proporciona uma ótima absorção da água, existem atualmente dois tipos: o dormido
ou o prensado.
• O Paver dormido, tem melhor acabamento e é indicado para locais em
que o tráfego de peso não é intenso, por exemplo, calçadas.
Consequentemente é menos resistente comparado ao prensado.
(PAVIMENTI, Tipos de Paver Pavimenti. São Paulo, 28 de outubro de
2019, Carolina Ribeiro)
• Paver Vibro Prensado, traz mais resistência e uma aparência mais
rugosa devido a vibração que acontece durante sua fabricação, utilizado
principalmente em áreas em que o tráfego é pesado, mas sem
contraindicações para locais de tráfego leve também. Também existem
dimensões diferentes para o tipo de tráfego:
Tráfego Leve calçadas, quintal: 10x20x4 Tráfego Médio onde há
circulação de veículos leves: 10x20x6 Tráfego Intenso como indústrias
e estacionamentos de automóveis pesados: 10x20x6 (CORONETTI,
Paver: dormido ou vibro prensado? São Paulo, 20 de janeiro de 2020.
Carolina Ribeiro)

1.3 METODOLOGIA DE INSTALAÇÃO

O assentamento de pisos intertravados difere da instalação de pisos e


revestimentos cerâmicos. Pavers são colocados diretamente no leito de areia. Esta
etapa inicial é fundamental para qualquer tipo de pavimentação, pois determinará a
resistência, durabilidade, estabilidade e firmeza do pavimento.
A preparação do local envolve nivelamento e compactação com uma camada
média de 4 a 8 cm de areia ou cascalho. Alinhamento e referência: A areia deve estar
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espaçada uniformemente. Colocação das peças: Com o colchão devidamente
torneado, o próximo passo é começar a colocar as peças de acordo com o projeto.
Limpeza de areia: Após a conclusão dos blocos, a poeira de areia ou cascalho precisa
ser limpa para preencher as lacunas entre os blocos. Vibração: Com a placa vibratória,
a próxima etapa é a vibração e compactação da peça. Para áreas menores e situações
menos complexas, um compactador mecânico pode ser utilizado para esta etapa.
(ALFABLOCK, Como Instalar Paver – Assentamento passo a passo. Renan Bonfim)

1.4 VANTAGENS

A presença de pigmentos em cores diversas permite explorar diversos


acabamentos arquitetônicos, podendo valorizar um parque ou praça. Em termos
funcionais, a coloração permite o destaque visual em pisos podotáteis ou a produção
de sinalização permanente, reduzindo custos com a manutenção de pinturas (o que
rapidamente se perde, em pavimentos asfálticos, em função do tráfego). A integridade
do material de revestimento é mantida, o que faz com que ele seja reaproveitável após
manutenções, e não apresente problemas funcionais e estéticos (outros pavimentos
ficam marcados e se introduzem fissuras que podem levar à deterioração mais rápida).
Como as peças são pequenas, evita-se o aparecimento de juntas não
planejadas que ocorrem em pavimentos de concreto para o alívio de tensões. A
capacidade de reaproveitamento permite não só reutilizar no mesmo local, mas caso
haja a necessidade de mudar algum caminho ou acesso, os blocos podem ser
realocados. Isso reduz a geração de entulhos e consequente necessidade e custo de
disposição.
Como componente industrializado, auxilia os empreendimentos de construção
a reduzir tempos de fluxo e outras perdas no interior do canteiro de obras, permitindo
maior geração de valor ao cliente (princípio da construção enxuta ou lean construction)
e enxugando o tempo de entrega. Diminui-se a necessidade ou mesmo se eliminam
algumas estruturas de drenagem superficial. Além de se reduzir picos de vazões de
enchente à jusante do pavimento, promove-se um efeito natural de filtragem de águas
ao passar pelo pavimento. A não acumulação de água sobre o pavimento também o
torna mais seguro, principalmente ao refletirmos que caminhos concretados
facilmente apresentam concavidades indesejadas.

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A característica de reaproveitamento obriga o uso de mão de obra com trabalho
manual. Considerando instalações diversas mantidas por concessionárias, essa é
uma condição que evita graves acidentes como os registrados quando há choques de
máquinas de escavação em gasodutos (com máquinas se perde a sensibilidade
necessária no manejo, o que levaria ao risco). A estrutura de um piso intertravado é
menos espessa do que outros modelos de revestimento, demandando menos de
bases e sub-bases para a compatibilização de deformações. (PEREIRA, Caio. Piso
Intertravado: O que é, principais tipos, vantagens e desvantagens. 16 de janeiro de
2019. Magdiel do Carmo.)

1.5 DESVANTAGENS

A presença das antigas peças hexagonais pode levar à desconfiança, por parte
de alguns usuários, na escolha dos blocos como opção no revestimento de ruas
urbanas, a tradição cultural brasileira é de considerar pavimento asfáltico como sinal
de progresso. O asfalto é extremamente importante nas rodovias e locais de alto
tráfego, mas está longe de ser a solução ótima para o meio urbano. Entretanto, a
característica “eleitoreira” faz com que uma solução pouco flexível, com vida útil e
qualidade inferior, dentre outros problemas, seja mais utilizada nesta aplicação do que
o piso intertravado.
Outro aspecto cultural na execução de calçadas e passeios internos e externos
às edificações está na impermeabilização de pavimentos. Alguns profissionais
calceteiros podem vir a usar inadequadamente argamassas como rejuntamento dos
blocos, diminuindo ou até mesmo eliminando seus benefícios. Por mais que haja
muitos benefícios ao utilizar intertravados, isso não significa que toda a superfície do
terreno deve ser recoberta pelo mesmo. A escolha dos blocos, posição e uso ou não
do modelo vazado devem recobrir as áreas necessárias aos deslocamentos internos,
permitindo cobertura vegetal nos demais locais. A escolha por recobrimento
exagerado leva a maiores custos de execução e menor eficiência de drenagem. Os
blocos com interior vazado não podem ser colocados em locais onde haja circulação,
apenas em vagas de estacionamento e passeios.
A escolha errada de peças de podotátil pode levar ao baixo contraste e
dificuldade de utilização ao longo do tempo.A falta de paginação dos revestimentos
gera dúvidas aos funcionários responsáveis pela execução. Em geral, em trabalhos
9
mais simples de pavimentação predial, as peças são iguais. Entretanto, se há
sinalização ou outros detalhes, isso afeta a produtividade e ela é ainda menor quando
não há nenhum detalhamento gráfico e instruções. A modularidade funciona muito
bem em superfícies formadas por desenhos retilíneos, em planta. (PEREIRA, Caio.
Piso Intertravado: O que é, principais tipos, vantagens e desvantagens. 16 de janeiro
de 2019. Magdiel do Carmo.)

1.6 PROCESSO DE FABRICAÇÃO


O primeiro passo para a construção dos blocos de concretos são a compra da
sua matéria prima, cimento, que são armazenados em silos metálicos para conservar
a qualidade do mesmo, areia, pó de pedra, e pedrisco esses últimos elementos são
os que dão liga nos blocos, na etapa de controle de agregados são analisados em
laboratórios e são utilizadas peneiras para fazer a verificação e ver quais são as ideais
para a construção dos mesmos.
A preparação do concreto, inicia de pôr uma esteira levando os insumos até o
misturador, onde são prensados do molde e forma solicitados, elevados a uma vibro
prensa por caçambas lembrando que cada tipo de bloco de concreto (Paver) tem um
traço, no qual é a quantidade de água, cimento e o restante dos agregados. Após
serem prensados, os blocos são empilhados sobre madeiras e plastificados com
plástico filme.
O próximo passo é a etapa de cura, uma empilhadeira leva os blocos até uma
câmara a vapor, com 80 ºC e umidade a 100%. Esse vapor faz com que acelere o
processo de cura, que é a hidratação e firmeza do cimento. Os blocos ficam por cerca
de 12 horas, até obterem a resistência ideal.
Após dois dias alguns blocos de cada lote são levados a teste de resistência além de
inspeção de dimensão, acabamento, espessura e tonalidade. Os testes são repetidos
após 28 dias.
E por último, antes de serem vendidos aos consumidores, os blocos ficam
estocados para controle de qualidade. (FILHO, Roberto. Utilização de Resíduos de
Concreteira para a Fabricação de Pavers. 2013. Dyego Soares)

10
2. FABRICAÇÃO DE PAVERS COM AGREGADOS DE RESÍDUOS PLÁSTICOS

De acordo com De Wit et al. (2019), a produção de plásticos virgens aumentou


desde 1950, ele cresceu aproximadamente 200 vezes desde 2000 e está crescendo a
uma taxa de 4% ao ano. Cerca de 396 milhões de toneladas métricas em foi registrada
em 2016, aproximadamente 2 bilhões de toneladas métricas de emissões de dióxido
de carbono, equivalentes a 6% das emissões globais anuais. Estima-se que até
2030, mais de 104 milhões de toneladas de plástico irão poluir os ecossistemas. 75%
de todo o plástico produzido é lixo e 80% da poluição dos oceanos vem da terra. O
consumo insano de plásticos gera muito lixo. No ano de 2016, quase 310 milhões de
toneladas de resíduos plásticos reciclados, proporcional às 2.200 garrafas plásticas de
água para cada habitante do planeta. em quantidade, apenas 63% foram efetivamente
processados.

De acordo com Waroonkun et al. (2017), flocos plásticos podem ser utilizados
na produção de blocos desde que produzidos nas proporções corretas. Este estudo
determinou o tamanho dos flocos de plástico deve estar entre 1,19 – 4,75 mm obteve-
se um bloco com tensão de ruptura de 14,4 MPa.

De acordo com Rahmani et al. (2013), para tratamento de concreto ainda úmido,
com o aumento do uso de PET na produção de massa, a plasticidade e a consistência
reduzida do concreto fresco complicam o manuseio porque aumenta a flexão causada
pelo PET. bloco também mostra a resistência à flexão em baixas concentrações de
plástico aumentou de 6,87% para 8,01% e em blocos com relações água/cimento de
0,42 e 0,54, respectivamente. No entanto, Blocos com concentração de plástico maior
que 15% começam a aparecer para a mesma combinação, a resistência à flexão foi
reduzida em 14,7% e 6,25% para a proporção água cimento

De acordo com FIORIT (2007) ao adicionar ou substituir resíduos de pneus para


confecção de concreto, à resistência a compressão reduz, esta redução pode
depender da granulometria, quantidade de resíduos, quantidade de cimento Portland,

11
aditivos e outros agregados, FIORIT fez a análise com três tipos de amostras, com
porcentagem de 12%, 15% e 20% de resíduos.

Figure 1 – Traço dos materiais usados para fabricação de Pavers com resíduo – FIORIT
(2007);

A blenda PE+PET é um material comumente utilizado na produção de


pavimentos, sendo composta por uma mistura de polietileno (PE) e tereGalato de
polietileno (PET), ambos plásticos de alta resistência e durabilidade. Esta blenda
apresenta boas propriedades mecânicas, além de resistir a raios UV e ao desgaste
ocasionado pelo tráfego de veículos e pedestres. Além disso, a sua composição a
partir de materiais reciclados a torna uma opção ecologicamente correta.

Diante dessa perspectiva, diversos estudos têm investigado a viabilidade


técnica de se utilizar plástico reciclado como substituto da fração miúda do agregado
em concretos de alta resistência característica à compressão (fpk, est) com valores
entre 40 e 50 MPa. No presente trabalho, foram empregados diferentes teores de
blenda PE+PET, variando de 0 a 10%, nos traços de concreto em questão.

No trabalho analisado, foram utilizados os traços abaixo, seguindo,


respectivamente o teor de PE+PET:

T0 = 0%
T1 = 1%
T2 = 2%
T3 = 3%
T4 = 4%
T5 = 5%
T6 = 10%

12
Figure 2 - Traço analisado - Autor 2023

Os resultados obtidos indicaram que a utilização da blenda PE+PET resultou


em reduções nos valores de fpk, est e nas resistências médias à compressão fpk,
med. No entanto, mesmo com a presença de teores reduzidos de PE+PET, os traços
com 1% e 2% (T1 e T2) não apresentaram reduções significativas nos resultados.
Verificou-se, por exemplo, uma redução de 54,55 para 49,36 MPa no caso de fpk,
med e de 44,48 para 39,08 MPa no caso de fpk, est. Dessa forma, pode-se inferir
que o uso de teores de plásticos reciclados em pavers sujeitos a cargas de tráfego
leve é viável segundo a norma NBR 9781.

De acordo com Juliana Tiburcio o crescimento populacional aumenta o


consumo, produz alta quantidades de resíduos sólidos que podem ser descartados
de forma inadequada e reduz a vida útil dos aterros sanitários. Os resíduos da
construção civil (RCC) representam grande parte dos resíduos sólidos no Brasil.
Somam-se a esses resíduos os resíduos plásticos classificados como inertes, que
na maioria das vezes são descartados de forma inadequada. A fim de oferecer uma
destinação adequada para esses resíduos, o objetivo principal deste trabalho é
analisar a viabilidade técnica do uso de agregados reciclados e particulas de
garrafas PET na fabricação de blocos e argamassas de concreto 1:3. A
caraterização dos agregados aplicados nas misturas (unidade de massa, massa
específica e granulometria) foi realizada para definição das características. Duas
propriedades foram determinadas para um bloco de concreto da família 14

13
(14x19x34) e quatro propriedades foram determinadas para uma argamassa 1:3.
Análises dimensionais dos blocos e ensaios de resistência à compressão dos blocos
e argamassa foram realizados após 7 e 28 dias. No caso da argamassa testamos
também a resistência de 14 dias. A análise microscópica foi realizada para visualizar
as estruturas internas. Para blocos, nem todas as amostras analisadas têm a
resistividade necessária para classificar blocos com funções estruturais. Observou-
se que a resistividade diminuiu 55 % quando adicionado PET e 63 % quando o
mesmo agregado foi adicionado à argamassa. No teste de microestrutura, foi
possível identificar o maior número de vazios quando o PET foi incorporado à
mistura. Por fim, constatou-se que a adição de resíduo usado dá bons resultados
no caso de blocos de vedação e argamassas, atingindo a resistência mínima
recomendada de 1:3.

A adição de PET reduziu o peso dos blocos em pelo menos 10%, reduzindo
assim a carga nas estruturas. Portanto, o uso em blocos pode trazer vantagens
econômicas se atingirem a resistência recomendada. Os blocos ensaiados não
atingiram a resistência recomendada para inclusão entre os blocos construtivos,
mas podem ser usados como vedação no caso de traços de referência (4,2 MPa) e
aqueles com 50% de substituição de areia reciclada (3,8 MPa). A norma ABNT NBR
6136:2016 recomenda um valor mínimo de 2 MPa.

Figure 3 - Porcentagem de Decaimento da Resistência Axial dos Blocos – ABNT NBR 6136:2016

A adição de agregado reciclado reduziu a resistência dos blocos e


argamassas. O pior caso foi com a introdução do PET. Para as argamassas,

14
podemos afirmar que os resultados foram todos satisfatórios e atingiram valores
superiores à última classificação da norma P6 (>8MPa).

Figure 4 – Porcentagem de Decaimento da Resistência Axial das Argamassas - – ABNT NBR


6136:2016

3. FABRICAÇÃO DE PAVERS COM AGREGADOS DE RESÍDUOS DE VIDRO

O desenvolvimento de tecnologias e viabilidades de matéria para a construção


civil tem como consequência o crescimento desenfreado da produção de resíduos e
como consequência descarte incorreto, cresce a necessidade de intervenções
ambientais, como sabe-se na construção civil não é diferente, já que a alta demanda
traz consigo um desperdício em altas escalas, fazendo com que a produção de
resíduos aumente, e atualmente no Brasil o cenário não é dos melhores, pois de
acordo com Almeida (et al., 2020) estima-se que cerca de 50% a 70% dos resíduos
sólidos produzidos tem como origem a construção civil.
Com isso, surgem inovações no mercado e novos estudos com o objetivo de
reduzir os impactos ambientais empregando a reciclagem de resíduos que seriam
descartados e aplicando-os como agregados na composição de outros materiais como
por exemplo no concreto, visando promover melhorias no desempenho e nas
características mecânicas e evitando o descarte desse material, pois essa adição já
está sendo estudada há alguns anos por diversos pesquisadores do ramo, e um
exemplo são resíduos vítreos como agregados e até como substituto do agregado fino
(areia) no concreto, pois com a tecnologia desenvolvida e aplicada no vidro como
tratamentos térmicos e químicos, foram descobertas vantagens que esse material
possui em relação a outros materiais, principalmente pela diferença de peso
apresentado ao aplica-lo e ainda sim tornando o todo mais resistente mecanicamente.

15
De acordo com Lopez, Azevedo e Neto (2005), apud Lodi, Gambin e Weit
(2014) essa possiblidade foi tema de pesquisa em diversos países e alguns até já
fazem essa substituição, a Austrália está entre esses, no Brasil esse tipo de recurso
é pouco utilizado, pois o descarte em aterros é mais acessível economicamente, ainda
que não seja o correto, somente pelo fato de que o transporte para uma fonte de
reciclagem possui um alto custo com manuseios bem específicos já o torna dificultoso;
e levando em conta as fontes de matérias-primas que o Brasil possui e são utilizadas
na fabricação de materiais para a construção civil é bem abundante, algumas vezes a
maioria das pessoas tendem a achar a primeira vista que não vale a pena a aplicação
de resíduos de vidro em blocos de concreto.
Em termos específicos, de acordo com o artigo apresentado ao 72º Congresso
anual da ABM, os autores ‘’ (...) O vidro é um material 100% reciclável e amplamente
utilizado em todo o mundo, as propriedades mecânicas incluem altos valores de
resistência à compressão, resistência à tração, resistência à flexão e desgaste,
possuindo alta resistência química e mecânica. Além disso, mais de 70% do material
é constituído por sílica (SiO2), que pode acarretar boas propriedades pozolanas, o
que o qualificaria como material constituinte potencial para a base de cimento.’’ Assim,
o que tornaria inviável a utilização do resíduo de vidro como um agregado devido o
alto custo de transporte para sua reciclagem, visando em longo prazo, faz desse
material um agregado fino como uma alternativa em potencial por atender várias
questões na aérea econômica, técnicas e ambientais. Economicamente trata-se de
um início caro, porém em anos, trata-se de uma estrutura com mais segurança
demandando um tempo maior para manutenção, também gerando empregos no setor
pois a produção seria em larga escala e aplicação ao Brasil. Também com a
diminuição no custo de fabricação dos outros produtos que fazem parte do concreto.
Em questões técnicas segundo Kloss (1991, p. 137) o vidro possui
propriedades que tornam viável e efetivo o seu uso no concreto, possuindo grande
dureza superficial; são atacados quimicamente somente pelo ácido fluorídrico;
apresentam elevada massa específica, variando de 2.460 a 3.300 Kg/m³; possuem
elevada resistência mecânica, como citado anteriormente; resistências à compressão
de 500 Mpa, podendo chegar até 12.500 Mpa nos vidros temperados; resistência à
tração de até 2000 MPa. Ambientalmente, a utilização do vidro seria vista de forma
que diminuiria o impacto ambiental causado por esse material quando não destinado

16
de forma correta, o que também influenciaria no consumo de outros recursos naturais
e provocando uma diminuição na poluição.
Outro exemplo são os vidros AR reciclados primeiramente o vidro AR são vidros
de antirruptura, ou seja, são mais difíceis de se quebrar na utilização no concreto faz
se a quebra do material e moem até ficarem como fibras então é se misturado
juntamente com os agregados para fabricação do concreto. Sua melhor característica
é a que se torna o concreto com uma maior elasticidade o tornando mais resistente
em relação a tração e a flexão, aumentando a resistência ao impacto e a fadiga outro
adjetivo é que no processo de sua secagem do material já se auxilia no controle das
fissuras plásticas térmicas e trincas como citado no artigo.
• Módulo de elasticidade - traços referências e com adição de fibra de vidro AR

Figure 5 - Fonte: FURIAN, B.O. Análise do comportamento mecânico de concreto com agregado
reciclado e fibras de aço e vidro AR. 2019. Pag:90

• Resistência à tração na flexão - traços referências e com adição de fibra de vidro AR

Figure 6 - Fonte: FURIAN, B.O. Análise do comportamento mecânico de concreto com agregado
reciclado e fibras de aço e vidro AR. 2019 Pag:90

17
4. RESULTADOS

Os corpos de prova foram levados ao laboratório da Unibrasil para serem


rompidos e realizados os teste de resistência a compressão através da prensa
hidráulica EMIC.
Foi notado ao ser realizado os testes com o Paver padrão, a falta de
acabamento na superfície e na base, tornando assim a amostra não satisfatória,
sendo obtido os resultados a partir da segunda análise.
Nas amostras com adição de partículas plásticas, também foi constatado a falta
de acabamento em ambas as faces, também ocorreu um erro no sistema da prensa
hidráulica impossibilitando a retirada de dados. Também na segunda tentativa, foi
obtido os resultados conforme imagens do sistema.
Nas amostras com adição de vidro, não foi possível obter resultado algum,
devido a fragilidade do material.
Pode – se verificar que os corpos de provas que foram acrescentados vidro
na sua composição teve uma resistência a compressão bem inferior comparado com
os paver puros e os que possuíam plástico. Porem comparado com os blocos puros,
os blocos com material plástico, teve uma resistência a compressão superior, como
podemos ver na tabela a baixo.

Figure 7 - Ensaio de Resistência a Compressão - Autor 2023

Contudo, podemos dizer que com um pouco de estudo e exaustão da pratica,


podemos utilizar o plástico como forma de composição a ser englobado na fabricação
dos pavers e também podendo assim dar uma saída para o material que seria
destinado a Aterro Sanitários e ajudar o meio ambiente.

18
Figure 8 - Paver Padrão - Autor 2023 Figure 9 - Paver + Resíduo Plástico -
Autor 2023;

Figure 10 - Paver + Resíduo de Vidro - Autor 2023; Figure 11 - Ensaio Paver Padrão - Autor
2023;

Figure 12 - Resultados Paver Padrão - Autor 2023; Figure 13 - Ensaio Paver + Plástico - -
Autor 2023;

19
Figure 14 - Resultados Paver + Plástico - - Autor 2023; Figure 15 - Ensaio Paver + Vidro - Autor
2023;

Figure 16 - Resultados Paver + Vidro - Autor 2023;

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5.REFERÊNCIAS

Lucas Ruppenthal; ANÁLISE DO DESEMPENHO MECÂNICO DO CONCRETO


CONVENCIONAL COM ADIÇÃO DE RESÍDUO DE VIDRO COMO SUBSTITUIÇÃO
PARCIAL DO CIMENTO; 2018. Disponível em:
https://www.univates.br/bduserver/api/core/bitstreams/63ec69d7-721f-46a4-bc8f-
d4b1c444fba2/content Acesso em: 23/03/2023

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