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GDF - GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL

SEEDF - SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DO DISTRITO FEDERAL


SUBSECRETARIA DE SUPORTE EDUCACIONAL
COORDENAÇÃO REGIONAL DE ENSINO DO PARANOÁ
CENTRO DE ENSINO FUNDAMENTAL 02 DO PARANOÁ
DISCIPLINA: GEOGRAFIA
PROFESSORA: LÍLIA HILÁRIO CARMONA
SÉRIE / TURMA: EJA 3° SEGMENTO 1ª Etapa
CONTEÚDO: A GEOGRAFIA E A PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO

Atualmente, o desenvolvimento tecnológico leva a uma exclusão da mão de obra humana, gerando
um processo de desemprego estrutural. A atual conjuntura de desenvolvimento do capitalismo é
marcada pela forte automatização da produção, isto é, o significativo processo irreversível de
transformações no processo produtivo pela substituição da mão de obra humana. Por isso é preciso
compreender como se dá a luta entre os interesses de classe e como se dão os conflitos no mundo
do trabalho, uma vez que essas transformações podem significar uma precarização do trabalho e
elevação nos níveis de desemprego.
Em outras palavras, mudanças estruturais podem trazer mais complicações para o trabalhador (que
agora deve estudar mais, se preparar mais, disputar mais por vagas que são escassas). Para
Ricardo Antunes (2011), “quando o trabalho vivo [trabalhadores de fato] é eliminado, o trabalhador
se precariza, vira camelô, faz bico etc.” (ANTUNES, 2011, p. 06). A precarização do trabalho
significa o desmonte dos direitos trabalhistas. Daí a importância de refletir sobre essa temática,
sobre a lógica perversa do capitalismo, avaliando formas de manter garantias ao trabalhador, que
é o lado mais frágil desse conflito.

Ainda segundo Antunes (2011), “reduzir a jornada de trabalho, discutir o que produzir, para quem
produzir e como produzir são ações prementes. Ao fazermos isso, estamos começando a discutir
os elementos fundantes do sistema de metabolismo social do capital que é profundamente
destrutivo” (Ibidem, p. 06). Não apenas esse aspecto é discutido entre empresários e trabalhadores,
mas também acerca das questões salariais, jornadas de trabalho, geração de emprego,
participação em lucros, condições de segurança, planos de carreira, entre tantos outros aspectos
ligados aos direitos trabalhistas adquiridos ao longo do século XX, por meio da organização do
movimento operário através dos sindicatos, do sindicalismo.

É fato que as condições de trabalho e os direitos trabalhistas de certo modo avançaram como
resultado da luta de movimentos sindicais, operários. No Brasil de hoje o que se vê é a
regulamentação da terceirização de serviços, que traz a lógica da exploração inerente ao
capitalismo, aliado à terceirização tem-se o aumento vertiginoso do trabalho informal, como
ambulantes, diaristas, motoristas de aplicativos, entregadores de produtos de porta em porta (tão
presente no cotidiano do trabalhador.

As relações de trabalho mediadas por aplicativos tornaram-se a mais dinâmica força de geração
de emprego precário no País. Segundo pesquisa do Instituto Locomotiva, apps como Uber, iFood
e Rappi seriam os maiores “empregadores” brasileiros caso se unissem em uma única companhia.
Nos últimos anos, diante do aprofundamento da crise econômica e da destruição das vagas formais,
esse grupo de empresas virtuais, em geral sediadas no exterior, passou a intermediar a oferta de
trabalho intermitente e mal remunerado para 4 milhões de entregadores e motoristas. Mais famoso
entre os aplicativos, o Uber virou até sinônimo da precarização do mercado, também chamado de
“uberização” do trabalho.

A reforma trabalhista aprovada em 2017 colocou uma pá de cal na histórica CLT, conjunto de
normas que protegiam os empregados desde os anos 1930, pavimentou a estrada para a

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prosperidade dos aplicativos, pois permitiu a terceirização em todos os níveis da atividade
empresarial, o que permite tratar qualquer funcionário como autônomo.

Segundo Clemente Ganz Lúcio, diretor do Dieese, com a reforma trabalhista “As mudanças no
mundo do trabalho são radicais. É uma flexibilidade de jornada, de condições, de salário e o fim da
conexão física do patrão com o empregado”.

Outra questão crucial para quem presta serviços para os aplicativos é o regime de previdência,
caso não faça contribuições por conta própria, situação da maioria, estará totalmente desprotegido
em caso de acidente, doença, aposentadoria ou qualquer motivo que o afaste de suas atividades
laborais.

Tome como exemplo um trabalhador que ganhe 2 mil reais mensais com o trabalho em iFood e
assemelhados, para se aposentar com esse mesmo ganho, teria de economizar 500 reais por mês
durante 30 anos. “Trabalhar 18 horas por dia quando se é jovem é fácil, fazer isso aos 60 é outra
história”.

Enquanto trabalhadores como o exemplo citado acima são obrigados a aceitar as condições de
sobrevivência impostas pelo mercado, os criadores dos aplicativos não têm do que reclamar. Em
novembro de 2019, o iFood recebeu um aporte de 500 milhões de dólares de investidores e mira a
internacionalização das atividades. O Rappi, aplicativo que oferece de compras em supermercados
a encomendas de farmácias, é avaliado em mais de 1 bilhão de dólares. E estima-se que o Uber,
quando abrir o capital na Bolsa de Nova York, poderá alcançar a marca de 120 bilhões de dólares.
taxa de informalidade atinge 40,7% da população ocupada, o que representa 38,3 milhões de
trabalhadores informais no país.

Fonte: Revista Carta Capital, maio/2019.

Atividade 2 – Após a leitura do texto faça uma reflexão e responda com suas palavras:

1. O que você entende por terceirização das relações de trabalho?


Terceirização do Trabalho. publicidade: A terceirização do trabalho é um processo onde uma empresa contrata outra
empresa para prestar serviços dentro de sua unidade. Os exemplos de terceirização mais comuns encontrados no mercado
de trabalho são a prestação de serviços de limpeza e de segurança.

2. Em que medida essas relações terceirizadas de trabalho beneficiam ou prejudicam


os/as trabalhadores/trabalhadoras?
Maior precarização das condições de trabalho (pessoas terceirizadas ganham 25% menos que o normal) e redução de
vagas de emprego;
Trabalhadores nesta área sofre maior acidentes de trabalho (gerando prejuízo para o SUS e a previdência social);
Terceirização está ligada a condições análogas à escravidão (em 2013 foram resgatados cerca de 3.000 trabalhadores
de situações análogas a escravidão) e a maior probabilidade de morte no trabalho (as condições de trabalho não
favorecem a preservação da vida, dado que em 2015 houveram mias de 100 neste setor);
Alta taxa de rotatividade;
Empresas podem demitir funcionários para não pagar benefícios e depois recontrata-los pagando menos.

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