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Nós, da turma 257, estamos muito felizes em apresentar essa cartilha que
preparamos com muito carinho na esperança de ajudá-los nesse processo tão
difícil que é o vestibular. Aqui vocês vão encontrar os dados referentes aos
alunos que foram aprovados em 2021.1, como o número de acertos em cada
área, as notas TRI, espelho de redações, além de depoimentos e palavras de
apoio de alguns integrantes da nossa turma.
Esperamos que essas informações os ajudem a traçar seus objetivos e, assim,
fortalecer sua preparação, facilitando ao máximo a conquista da tão sonhada
vaga na faculdade, de forma que vocês se juntem a nós na Medicina UFRJ em
breve. Há pouco tempo atrás nós estávamos na posição de vocês e sabemos
o quanto é cansativo e difícil, mas não desistam, não desanimem, porque no
final tudo vale a pena. Por isso, desejamos a todos muita determinação e
força nessa caminhada. Contem com a gente para esclarecer quaisquer
dúvidas e para ajudá-los durante esse momento tão conturbado. Enquanto
isso, aguardamos ansiosamente a chegada de vocês na maior do Brasil! Um
beijo enorme da Comissão MedOlimpo ♥
Bateria Vanguarda......................................................................... 07
Torcida Fundão.............................................................................. 08
Notas e Acertos...............................................................................10
Estatísticas.......................................................................................16
Redações.........................................................................................28
Depoimentos...................................................................................61
E para você andar bem fundete/mediciner, tanto nos jogos universitários quanto
no dia-a-dia, a Atlética é cheia dos produtinhos super estilosos: tem camisa,
gorro, samba-canção, calça, casaco e até chinelo! Ela também ajuda a organizar
eventos, como as famosas Prefas - festas que ocorrem na Prefeitura
Universitária, no campus do Fundão - e os interperíodos - jogos entre todos os
períodos da faculdade. Há diversos esportes como futebol de campo, futsal,
cabo de guerra, natação, atletismo, basquete, handball, vôlei e até cheerleading.
Ah, e não precisa ser atleta quase profissional para participar! Basta ter vontade
de treinar com a gente para defender a nossa faculdade em competições como o
Intermed, o Interpraia, o PraiaMed e Crimi.
Estamos ansiosos para conhecer você e te convidar para fazer parte desse
time de camisa pesada! Boa sorte nas provas, temos certeza de que você
será um campeão implacável tal qual a Medicina UFRJ!
@atleticamedicinaufrj
CENTRO ACADÊMICO CARLOS CHAGAS
- Por Pietra Alcantara e Julia Souza
@CACCUFRJ
BATERIA VANGUARDA
- Por Ana Carolina Montechiari
Olá, futuras e futuros ritmistas da Maior do Baile! Estamos mais que ansioses para
conhecer (e tocar para) vocês logo! Mas antes: contemos a vocês um pouco da
história e de como funciona a nossa Bateria Universitária: a Bateria Vanguarda.
Fomos fundados em 2005, com o objetivo inicial de empurrar nosses atletas em
busca da vitória dentro das quadras, piscinas e campos (coisa que fazemos bem
demais, e não atoa somos Octacampeões do Intermed, como vocês já sabem), o
que deu mais do que certo. Somos parte essencial da nossa torcida nas
competições, e o Fundão mostra seu tamanho e engole os adversários muito
porque estamos batucando com a Maior do Baile nas arquibancadas.
Com o tempo, também começamos a nos apresentar nas nossas Prefas* (festa
realizada na nossa casa, também conhecida como Prefeitura Universitária), nas
nossas Choppadas (essa nem preciso explicar, né?), e, além disso, competimos no
Duelo de Baterias do Intermed, do qual fomos Campeões em 2016.
Atualmente, a Vanguarda é a maior bateria universitária do Rio de Janeiro, em
número de ritmistas e instrumentos, fazendo jus à maior faculdade de medicina
do país. E, pra fazer parte dessa família gigante, é bem simples: é só colar nos
nossos ensaios de caloures! Após o cumprimento dos ensaios de caloures
obrigatórios, nos quais você poderá escolher seu naipe (instrumento que mais
curtir), você estará apto e apta a ensaiar com a gente para tocar na sua primeira
Choppada. Após tocar na primeira choppada, vocês serão oficialmente ritmistas
da Maior do Baile.
Dito isso, é óbvio que aguardaremos vocês para batucarem pelo
Fundão, por Juiz de Fora e por Vassouras com a Vanguarda. Estamos
mais que ansioses para conhecer e receber vocês do jeito que só a
Vanguarda sabe fazer: nosso clássico show no Teatro Arena. Até lá,
sintam-se acolhides por aqui e por nossas redes sociais. VAN GUAR DA
@BATERIAVANGUARDA
TORCIDA FUNDÃO
- Por Thaina Tempesta
Mais do que ser uma torcida organizada, a TF tem a missão de manter vivo
o espírito de Família Fundão e garantir que a faculdade seja leve para
todos, buscando sempre construir um ambiente de integração,
acolhimento e animação.
@TORCIDAFUNDAO
IFMSA BRAZIL UFRJ
- Por Paloma Brito, Presidente Local IFMSA Brazil UFRJ
@IFMSABRAZILUFRJ
A seguir, encontram-se as tabelas correspondentes a cada modalidade de
ingresso através do SiSU, com as respectivas médias e quantidades de
acertos dos alunos aprovados. Gostaríamos de ressaltar que a participação
dos alunos nesta cartilha foi voluntária e, por conta disso, alguns optaram
por não responder ao formulário ou então responderam-no de maneira
incompleta. Esperamos que esses dados possam ajudá-los ♥
PESOS POR MATÉRIA
PESOS MÉDIA PONDERADA MEDICINA UFRJ
LINGUAGENS HUMANAS MATEMÁTICA NATUREZA REDAÇÃO
2 1 2 4 4
ADENDO
Até o momento de finalização desta cartilha, a UFRJ havia
divulgado até a terceira chamada da lista de espera.
EP + RENDA (8/12)
LINGUAGENS HUMANAS MATEMÁTICA NATUREZA
CHAMADA POSIÇÃO POSIÇÃO ÚLT. DIA M. UFRJ M. SIMPLES REDAÇÃO ACERTOS T. ACERTOS TRI ACERTOS TRI ACERTOS TRI ACERTOS TRI
REG 1 1 817,78 799,20 920 148 34 678,1 36 718,5 43 920,8 35 758,7
REG 2 2 814,48 793,88 980 147 29 644,0 40 741,3 41 888,7 37 715,4
REG 3 3 801,64 773,00 960 136 27 636,0 35 - 37 834,0 37 733,8
REG 5 6 800,05 763,82 980 130 28 646,2 31 674,4 32 780,1 39
REG 6 7 799,36 776,48 920 141 30 647,1 35 709,9 39 876,8 37 738,6
REG 7 5 798,76 782,18 960 144 31 639,2 40 751,7 39 863,1 34 696,9
REG 8 7 796,29 768,22 960 140 31 633,0 37 708,0 34 811,3 38 728,8
1ª LE 13 14 793,58 771,66 980 136 32 659,9 38 742,9 32 784,1 34 691,4
EP + PPI (10/12)
LINGUAGENS HUMANAS MATEMÁTICA NATUREZA
CHAMADA POSIÇÃO POSIÇÃO ÚLT. M. UFRJ M. SIMPLES REDAÇÃO ACERTOS T. ACERTOS TRI ACERTOS TRI ACERTOS TRI ACERTOS TRI
REG 1 1 822,73 801,32 960 152 32 664,9 39 741,7 43 888 38 752
REG 1 2 792,58 759,74 960 - - 627,7 - 643,4 - 852,8 - 714,8
REG 3 3 787,21 777,84 880 150 38 703,5 39 749,5 37 833,8 37 722,4
REG 4 4 786,88 752,22 960 130 28 612,8 33 654,9 34 812,3 35 721,1
REG 5 5 785,52 755,24 980 130 27 593,5 36 704,2 34 796,7 33 701,8
REG 6 6 785,45 769,32 920 140 34 711,5 35 713,2 36 806,5 35 695,4
REG 8 8 784,45 764,92 900 135 31 657,6 31 682,5 38 868,9 34 715,6
REG 9 9 781,83 770,38 920 139 28 630 37 726,2 41 902,6 33 673,1
REG 10 10 780,98 762,86 920 132 33 686,8 33 701 34 813,9 32 692,6
1ª LE 21 23 763,78 730,10 980 112 25 594,3 29 638,3 32 784,9 26 653,1
PCD + EP (1/1)
LINGUAGENS HUMANAS MATEMÁTICA NATUREZA
CHAMADA POSIÇÃO POSIÇÃO ÚLT. DIA M. UFRJ M. SIMPLES REDAÇÃO ACERTOS T. ACERTOS TRI ACERTOS TRI ACERTOS TRI ACERTOS TRI
REG 1 1 776,08 748,24 960 591 674,4 835,3 680,5
ADENDO
Gostaríamos de ressaltar, novamente, que a participação dos alunos nessa cartilha foi
de caráter voluntário. Assim, nem todos optaram por participar ou então não foram
localizados pela comissão organizadora. Por essa razão, não constam nesse arquivo os
dados referentes às notas dos aprovados na Modalidades 01 (candidatos com
deficiência autodeclarados pretos, pardos ou indígenas, que tenham renda familiar
bruta per capita igual ou inferior a 1,5 salário mínimo e que tenham cursado
integralmente o ensino médio em escolas públicas), Modalidade 03 (candidatos com
deficiência que tenham renda familiar bruta per capita igual ou inferior a 1,5 salário
mínimo e que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas) e
Modalidade 05 (candidatos com deficiência autodeclarados pretos, pardos ou
indígenas, que, independentemente da renda, tenham cursado integralmente o ensino
médio em escolas públicas).
ESTATÍSTICAS ENEM
ampla concorrência
ESTATÍSTICAS ENEM
AÇÕES AFIRMATIVAS
EVOLUÇÃO DAS NOTAS DE CORTE
EVOLUÇÃO DAS NOTAS DE CORTE
Modalidade 3 (L9)
780 773,71 773,1
760
Não houve 745,3 743,56
737,89
740
Nota de corte
660
640
2018,1 2018,2 2019,1 2019,2 2020,1 2020,2 2021,1
Chamada regular Semestre
Última chamada
EVOLUÇÃO DAS NOTAS DE CORTE
EVOLUÇÃO DAS NOTAS DE CORTE
EVOLUÇÃO DAS NOTAS DE CORTE
C1 C2 C3 C4 C5
200 200 200 200 180
Vinicius Gonçalves – nota 980
Pierry Levy, sociólogo moderno, discorreu, ao longo de sua trajetória, sobre as
transformações tecnológicas e seus impactos benéficos para a humanidade. O referido afirma,
em um dos seus postulados, a construção de uma sociedade mais informada e livre de
preconceitos no tocante à saúde. Todavia, observa-se, na sociedade contemporânea, um
contraponto com a tese de Levy, haja vista a existência de estigmas sociais associados à doenças
mentais. Isso ocorre devido ao desconhecimento populacional e o papel irresponsável da mídia.
Em primeiro lugar, é importante salientar o impacto da desinformação populacional sobre a
causalidade das doenças mentais. Segundo o IBGE, em 2017, quase 50% da população acredita
que estas mazelas não estão associadas a uma patologia física e, sim, a um “criação da cabeça”
do indivíduo e/ou estão associadas a uma esfera espiritual. Nesse cenário, nota-se que muitas
pessoas, ao desconhecerem a problemática e as verdadeiras causas – como o ambiente no qual a
pessoa está inserida -, acabam culpabilizando o indivíduo. Justifica-se tal afirmação por meio de
uma reportagem divulgada pelo portal G1, em 2016, sobre uma menina que foi expulsa de uma
instituição religiosa por ter depressão, sob a justificativa da mesma estar com “espíritos
malignos”.
Ademais, outro fator a ressaltar é o papel da mídia neste processo. Focault, filósofo
moderno, em seu livro “História da Loucura”, afirma que a mídia constrói padrões de vida
utópicos que, por sua vez, são impostos a sociedade como “normal”. Dessa forma, caso o
indivíduo não se adeque a aquela realidade, ele é estigmatizado e excluído. Constrói-se, destarte,
um cenário no qual o ser humano deve ser realizado e feliz a todo instante, assim uma pessoa
portadora de depressão, por exemplo, é vítima de preconceitos sociais e excluída por ser vista
como “anormal”.
É evidente, portanto, a necessidade de combater os fatores que geram a estigmatização
associadas às doenças mentais. Para isso, cabe ao meio midiático de grande alcance – como a
Rede Globo e a Record -, a realização de reportagens, por meio de parcerias com o Ministério da
Saúde, com profissionais especializados no assunto – como psiquiatras e psicólogos – que
evidenciem as principais causas e complicações das doenças mentais como forma de
conscientizar a população. Da mesma forma, ao Ministério da Saúde, com o uso de impostos,
promover rodas de discussão no meio acadêmico – como universidade federais – sobre a
importância de um olhar crítico em relação aos padrões de normalidade impostos pela mídia
como forma de evitar os estigmas para com indivíduos portadores de doenças mentais. Dessa
forma, poder-se-á construir uma sociedade aos moldes de Pierry Levy.
Inaiá Mendonça – nota 980
Promulgada pela ONU, Organização das Nações Unidas, em 1948, a Declaração
Universal dos Direitos Humanos garante a todos os indivíduos o direito à saúde e ao bem-
estar social. No entanto, o descaso dos brasileiros com as doenças mentais é uma realidade
que vai de encontro com o assegurado pelo órgão mundial no século passado e que necessita
ser analisada. Nesse contexto, percebe-se a configuração de um problema em virtude da falta
de informação do povo, que gera o agravamento da saúde mental do cidadão nessa situação.
Convém ressaltar, a princípio, que a carência de conhecimento da população é um
gerador dessa questão. Acerca disso, é pertinente trazer o discurso do ex-embaixador
americano Benjamin Franklin, “Se a educação custa cara, experimente a ignorância”. Nessa
lógica, percebe-se que o descuido com a saúde psicológica, no brasil, vem da ausência de
instrução sobre como ela é essencial para ter-se qualidade de vida, uma vez que a falta de
policiamento pessoal, o desmerecimento com algum desconforto psíquico e, até mesmo, a
ausência de incentivo social são fatores que constroem essa realidade. Dessa forma, essa
conjuntura é inóspita ao País, já que contribui para o desenvolvimento de enfermidades, tais
quais a ansiedade e a depressão, nos cidadãos.
Ademais, salienta-se a piora clínica dos indivíduos inseridos nesse âmbito como um fruto
desse contratempo. Sobre isso, é cabível enfatizar o pensamento do autor Lair Ribeiro, pois,
para ele, o ser humano que não cuidar da saúde terá de dedicar-se à doença. Sob essa ótica, é
visível que a negligência brasileira com o seu quadro mental leva o indivíduo a não procurar
atendimento médico, por conseguinte a falta de tratamento psicológico conduz a pessoa a
desenvolver quadros de saúde mais preocupantes, de forma a aumentar o risco que ela vive.
Assim, esse cenário é nocivo à Nação, dado que condena o cidadão a ser vítima de sua
ignorância e, infelizmente, em casos sérios de agravamentos psíquicos, pode levá-lo à morte.
Fica evidente, portanto, a necessidade de estratégias para mitigar a problemática do
descuido com a saúde mental, no Brasil. Para isso, cabe ao Ministério da Saúde, em parceria
com os veículos de informação, responsáveis por garantir o equilíbrio corporal do povo e por
disseminar notícias, respectivamente, promover campanhas educativas acerca dos cuidados
psicológicos. Em adição, por meio do rádio, da televisão e das mídias sociais, esses órgãos
devem divulgar vídeos, com depoimento de psicólogos, que falem sobre a importância de
atentar-se à saúde psíquica. Com isso, essa ação deve ser feita a fim de esclarecer a
população e evitar o desenvolvimento de doenças e, também, casos de óbito devido à piora
deles. Em suma, espera-se, futuramente, que o promulgado pela ONU, outrora, faça-se valer
no País.
C1 C2 C3 C4 C5
200 200 180 200 200
Isadora Spaggiari – nota 980
Na Antiguidade Clássica, o filósofo grego Platão acreditava que a saúde do corpo
encontrava-se diretamente relacionada à saúde da mente, fato observado no lema de sua
escola, denominada Academia: "mente sã, corpo são". Da mesma forma, na atualidade, o
bem-estar psíquico é visto como um pré-requisito para a existência de uma vida saudável.
Entretanto, as condições mentais do cidadão brasileiro e, por conseguinte, as de todo o seu
organismo, encontram-se negligenciadas, já que, segundo dados da Organização Mundial de
Saúde, o Brasil ocupa a posição de país mais depressivo da América Latina. Nessa perspectiva,
atesta-se que essa colocação pode ser explicada pela ocorrência, entre a sociedade, de um
estigma associado às doenças mentais, o qual decorre de estereótipos arcaicos e também da
falta de conhecimento de grande parte da população sobre o assunto.
Primeiramente, os transtornos psíquicos são estigmatizados na contemporaneidade em
decorrência de um passado de ocorrências de crimes humanitários em hospitais psiquiátricos,
a exemplo do Hospício de Barbacena. Tal instituição, que existiu em Minas Gerais, no século
XX, tornou-se conhecida pelas condições sub-humanas as quais os pacientes eram
submetidos, como tratamentos com eletrochoque e diversos outros tipos de tortura, além da
inexistência de água potável e presença de esgoto aberto. Por conta desses acontecimentos,
instaurou-se a noção de que pessoas acometidas por doenças mentais sofreriam as mesmas
violações caso buscassem tratamento, o que impediu e ainda impede milhões de cidadãos de
cuidarem de si mesmos. Dessa maneira, entende-se que estereótipos arcaicos auxiliam na
manutenção do estigma associado às enfermidades psíquicas.
Ademais, em virtude do desconhecimento de grande parte da população acerca dos
transtornos da mente, os indivíduos acometidos por eles são frequentemente rotulados de
maneira errônea e preconceituosa, colaborando com a permanência dos estigmas. Essa
situação de ausência de entendimento foi retratada em um reality show brasileiro, intitulado
"A Fazenda", no ano de 2020: a participante Raissa Barbosa, diagnosticada com Síndrome de
Borderline (condição que acarreta aos portadores alterações bruscas de humor e
personalidade instável), após protagonizar cenas de descontrole emocional, foi duramente
atacada nas redes sociais e por outros participantes do programa, sendo chamada de "louca"
e "descontrolada". Assim, constata-se que esse caso é apenas um exemplo metonímico da
falta de conhecimento dos brasileiros sobre o assunto em questão, a qual gera a permanência
da estigmatização relacionada às doenças mentais.
Sendo assim, o Governo Federal deve buscar promover a ampliação do entendimento
da sociedade sobre as condições psíquicas humanas, por meio do fornecimento de palestras
em colégios e postos de saúde, as quais podem ser ministradas por profissionais do SUS e,
inclusive, abordarem a evolução ocorrida no tratamento dos transtornos da mente. Desse
modo, pode-se combater a desinformação e os estereótipos arcaicos que levam à existência
de um estigma associado às doenças mentais no Brasil.
C1 C2 C3 C4 C5
180 200 200 200 200
Bianca Melo – nota 980
No romance “O Alienista”, de Machado de Assis, um médico realiza a internação
psiquiátrica dos habitantes de sua cidade por crêr que todos possuem desvios de
personalidade danosos ao convívio coletivo. De modo análogo ao livro, indivíduos que
apresentam transtornos mentais são submetidos, no Brasil contemporâneo, a estereótipos
que deterioram suas imagens na sociedade. Nesse contexto, é evidente que a estigmatização
de distúrbios psicológicos perpassa as esferas midiática e social do país.
Sob tal perspectiva, destaca-se a influência das mídias na desvalorização de doenças
psiquiátricas. Isso ocorre, pois há a propagação de falsas noções de felicidade constante nos
meios de comunicação, a exemplo dos conteúdos sobre positividade divulgados
frequentemente pela maioria dos influenciadores digitais. De acordo com o sociólogo Guy
Debord, a vigente sociedade do espetáculo promove publicamente só o que é idealizado no
meio coletivo. Desse modo, as mazelas psíquicas são invisibilizadas em prol de uma saúde
mental padronizada que não inclui situações adversas emocionais. Assim, verifica-se a
contribuição do setor midiático para a problemática.
Além disso, cabe ressaltar que o corpo social intensifica a marginalização de cidadãos
detentores de problemas psicológicos. Devido à desinformação acerca da realidade deste
grupo, o indivíduo, ao deparar-se com portadores desses transtornos, não encontra formas
de lidar com o desconhecido. Como consequência, configura-se a premissa de Zygmunt
Bauman sobre o silenciamento do que diverge dos padrões dominantes: ocorre o
distanciamento e a exclusão social dos que desviam da saúde mental ideal, perpetuando a
noção de solidão atribuída a essas mazelas.
Torna-se claro, portanto, que os estigmas negativos relacionados às doenças mentais
são parte do cenário nacional. Logo, será preciso que o Ministério da Saúde, em conjunto a
psicólogos e psiquiatras, crie programas de conscientização a respeito dessas enfermidades.
Por meio de plataformas digitais e canais televisivos, deve haver a desconstrução dos
padrões de felicidade e saúde mental estabelecidos na atualidade, permitindo a visibilização
de mazelas mentais. Também será necessária a promoção de projetos sociais pelas
Secretarias Estaduais de Saúde, em parceria às universidades, com a realização de palestras
em espaços públicos informando sobre a identificação e como lidar com os sintomas de
enfermidades psicológicas, estimulando a empatia. Dessa maneira, a visão pejorativa acerca
da saúde mental semelhante à obra machadiana poderá ser ultrapassada.
Clara Baruffaldi – nota 980
Na segunda fase do movimento literário romântico, os poetas escreviam sobre o
desgosto pela vida e o desejo pela morte, o que revela a presença de transtornos
psicológicos nessa geração. Na realidade brasileira atual, embora muitas pessoas também
enfrentem esses distúrbios, há um estigma de insignificância acerca das doenças mentais.
Isso se deve à banalização da saúde mental feita pela sociedade e à inércia midiática na
abordagem da seriedade do problema.
Primeiramente, vale analisar que, ao banalizar a saúde mental, a população estigmatiza
os distúrbios psicológicos. Nesse sentido, a subestimação da importância do bem-estar
psíquico leva grande parte da sociedade a acreditar que as doenças da mente não precisam
de atenção. Dessa forma, cria-se um preconceito contra aqueles que sofrem de depressão,
ansiedade, entre outros. Por conseguinte, muitos dos brasileiros com esses transtornos se
sentem constrangidos pelo medo de serem associados à “fraqueza” e não buscam
tratamento. Isso pode ser visto na série “Grey’s Anatomy”, quando a personagem Jo adoece
e sente que fracassou na vida por buscar ajuda psiquiátrica. Logo, faz se necessário combater
a trivialização da saúde psicológica, a fim de evitar tal constrangimento.
Ademais, cabe salientar que a mídia perpetua o estigma sobre os distúrbios mentais por
não expor a gravidade desses. Conforme o sociólogo francês Pierre Bordieu, a visão social é
determinada por agentes, como os veículos mediáticos. Desse modo, ao não mostrar
veementemente casos de transtornos psicológicos e seus prejuízos, a mídia forma uma
sociedade que não compreende a seriedade desses. Sendo assim, não ocorre uma
desconstrução do preconceito com os portadores de problemas mentais, de maneira que a
inibição da procura por tratamento persiste. Por isso, muitos desses casos se agravam,
podendo atingir o estágio de pensamentos suicidas, como os escritores românticos. Isto
posto, fica clara a culpa da mídia pela perduração da desvalorização desses transtornos.
Torna-se evidente, portanto, que o estigma de insignificância atribuído às doenças
mentais precisa ser combatido no Brasil. Para tanto, os veículos midiáticos — como sites e
canais televisivos — devem mostrar a importância da saúde da mente, por meio de
produções que exibam os perigos dos distúrbios psicológicos, por exemplo com uma ficção
engajada. Tal ação tem o intuito de mitigar o preconceito contra doentes mentais e incentivar
a busca por ajuda. Assim, menos brasileiros viverão como os poetas do Romantismo.
Ana Beatriz Miranda – nota 980
Na série “Peaky Blinders”, o personagem Arthur Shelby enfrenta a difícil realidade de
quem possui uma doença psicológica - nesse caso, a depressão - e está inserido em uma
sociedade que não compreende esse assunto. Contudo, tal cenário não se restringe à ficção,
tendo em vista o triste estigma associado às doenças mentais na contemporaneidade
brasileira. A partir de um exame desse problema, nota-se que ele está atrelado não só à falta
de debate sobre isso, como também à lamentável lacuna educacional no que tange a esse
impasse.
Em primeira análise, cabe ressaltar o silenciamento dessa grave problemática. Sobre
isso, convém mencionar que, de acordo com o médico e criador da psicanálise Sigmund
Freud, assuntos sobre os quais a população tem dificuldade em discutir, tornam-se
preconceitos. Ademais, ainda conforme o psicanalista, em sua obra “Totem e Tabu”, as
doenças mentais são consideradas um tabu – conceito que, segundo ele, reprime os
indivíduos a tratarem de temas como esse. Tal repressão, por conseguinte, impede o amplo
diálogo em ambientes como a escola, a mídia e o meio familiar. Dessa forma, muitas pessoas
passam toda a sua vida sem compreenderem acerca dessa questão e, infelizmente, devido à
falta de informação adquirem pensamentos preconceituosos no que concerne às
enfermidades psíquicas.
Além disso, a maior parte das escolas falham em elucidar o tema. Sob essa ótica, é válido
citar Paulo Freire, célebre educador brasileiro, o qual afirma que “se a educação sozinha não
transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”. Nesse viés, torna-se evidente
que, para solucionar um problema social – como o estigma acerca das doenças psiquiátricas –
é fundamental uma intervenção pedagógica. De fato, muitos colégios não explicam a
importância da saúde mental, bem como a necessidade do auxílio de um profissional para
lidar com as enfermidades psicológicas. Desse modo, muitos alunos saem do ambiente
escolar sem compreenderem esse importante assunto de maneira ampla e clara e, assim, com
esse silenciamento, as escolas corroboram a permanência do tema como um tabu – como
proposto por Freud.
Infere-se, portanto, a urgência de medidas que combatam esse grave impasse. Para
tanto, cabem às escolas, por meio de palestras e projetos, promover o diálogo sobre saúde
mental, a fim de que as doenças psiquiátricas - por exemplo, depressão e ansiedade - deixem
de ser um estigma no corpo social brasileiro. Outrossim, tal ação deve ser aberta à
comunidade local e contar com a presença de profissionais da área. Feito isso, diferente do
ambiente vivenciado por Arthur Shelby, a população brasileira estará apta a lidar,
compreender e respeitar aqueles que possuem algum tipo de transtorno mental.
Ricardo Eric – nota 980
A série norte-americana "13 reasons why" mostra a incapacidade de a personagem
principal administrar o aparecimento e a evolução de seus transtornos mentais. De forma
análoga ao exposto na obra, observa-se que, no Brasil, parcela da população apresenta
dificuldade em cuidar da sua saúde mental, em virtude, principalmente, dos estigmas
associados a essas doenças. Sob essa ótica, evidencia-se como a rotina desgastante e a
negligência da mídia contribuem para a problemática.
A princípio, é necessário destacar como o ritmo de vida dos cidadãos influencia o
aparecimento de doenças mentais. De acordo com o filósofo alemâo Arthur Schopenhauer, o
maior erro que um ser humano pode cometer é sacrificar a sua saúde em prol de qualquer
outra vantagem. Dentro dessa lógica, parte dos trabalhadores vai de encontro a
Schopenhauer, uma vez que se submete a rotinas extremamente desgastantes,
caracterizadas por elevadas jornadas de trabalho e forte pressão dos chefes. Diante desse
cenário, esses cidadãos se encontram esgotados psicologicamente, o que favorece o estresse
e a inabilidade em lidar com as emoções, comprometendo a saúde mental. Sob essa
perspectiva, os funcionários que não aguentam a rotina sofrem com estigmas de fracos e de
incapazes, e, com receio da demissão, continuam a atividade laboral, o que impede, assim, a
busca por tratamento para as doenças mentais.
Além disso, é válido ressaltar a omissão midiática como fomentador de estigmas
relacionados às doenças psicossociais. A esse respeito, o escritor Juremir Machado afirma,
em sua obra "A Miséria do Jornalismo", que a mídia, no século XXI, abandonou a função de
informar, concentrando-se, exclusivamente, em entreter a população. Nesse sentido, os
veículos de comunicação -rádio, televisão- deixam de explicitar questões importantes do
cotidiano, por exemplo, a recorrência dos transtornos mentais. Tal carência de abordagem
resulta em indivíduos que não sabem lidar com pessoas com a saúde mental comprometida,
e, por isso, utilizam estigmas preconceituosos para descrevê-las, como louca e
desequilibrada. Dessa forma, os cidadãos têm receio em procurar por qualquer forma de
ajuda para combater os transtornos, o que pode ocasionar, em parte dos casos, um
desenvolvimento de doenças mais letais, como a depressão.
Evidencia-se, portanto, a necessidade de erradicar os estigmas associados às doenças
mentais. Nesse viés, cabe ao Ministério da Saúde -órgão responsável por regular a qualidade
de vida da população- acentuar o debate em torno da importância de preservar a saúde
mental. Essa ação será realizada por meio de campanhas televisivas com psicólogos e
psiquiatras, os quais explicarão a gravidade desses transtornos e ajudarão a identificar os
sintomas. Tal medida tem como finalidade estimular a busca por tratamentos e desconstruir
estigmas preconceituosos. Assim, construir-se-á uma realidade
Nara Ferraz – nota 960
“Euphoria”, uma série produzida pela HBO, conta a história de Rue, uma adolescente
norte-americana com transtornos emocionais, e registra sensivelmente as consequências
dessas doenças em seu cotidiano. No entanto, a obra em questão não é restringida ao âmbito
ficcional e tampouco à sociedade estadunidense, haja vista que, no Brasil, o número de
indivíduos acometidos por doenças mentais, como a protagonista, é alto e não parece
diminuir. Nessa perspectiva, torna-se válido relacionar o problema dos transtornos
psicológicos, no país, tanto a questões políticas quanto a sociais.
Em primeiro plano, esse cenário tem como uma de suas causas a pouca atuação
governamental na área da saúde mental. Sem dúvidas, a escassez de acompanhamento
psicológico nas escolas públicas e a baixa disponibilidade de profissionais da psicologia no
Sistema Único de Saúde evidenciam o pouco investimento de dinheiro público nesse setor.
De fato, especialmente para pessoas de baixa renda, a inacessibilidade dos tratamentos, seja
pelo valor das consultas, seja pela localização dos consultórios, é fator crucial para a
permanência dos transtornos mentais na sociedade. Assim, o descaso dos agentes políticos
quanto à saúde psíquica dos brasileiros contribui para o alto número de cidadãos com
doenças como a ansiedade, por exemplo.
Outrossim, o problema dos transtornos mentais, no Brasil, está ligado à desinformação
da população. Em 2019, Whindersson Nunes, um humorista famoso nas redes, foi alvo de
críticas, piadas e discursos de ódio ao comunicar o seu distanciamento provisório do mundo
virtual em função de sua depressão. Essa infeliz atitude dos seguidores exemplifica o tabu e o
preconceito - ainda - existentes na sociedade no que tange às doenças psicológicas. À vista
disso, muitos brasileiros acometidos por esses transtornos preferem não buscar ajuda, uma
vez que têm medo dos possíveis julgamentos. Dessa forma, a ignorância dos indivíduos sobre
a gravidade e a seriedade das doenças psíquicas promove o afastamento entre os doentes e
os tratamentos necessários.
Torna-se evidente, portanto, que a questão das doenças mentais, no Brasil, é um
entrave que precisa ser resolvido. Nesse sentido, é necessário que o Ministério da Saúde crie
projetos de emenda na Constituição, por meio de leis que garantam a existência de
acompanhamento psicológico nas escolas, desde o ensino fundamental, a fim de que
pequenos traumas não sejam desenvolvidos em doenças mais graves. Além disso, cabe à
Mídia, juntamente às escolas, criar campanhas de conscientização por meio de palestras,
filmes e rodas de conversa, que esclareçam dúvidas e informem sobre a gravidade dos
transtornos mentais e sobre a importância dos tratamentos. Isso deve ser feito a fim de que o
preconceito seja desfeito, finalmente. A partir dessas medidas, espera-se uma diminuição no
números de pessoas com doenças mentais no país e que histórias como a relatada no seriado
exista apenas na ficção.
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Rafael Petri – nota 960
Em "Quincas Borba", livro escrito por Machado de Assis, Rubião, um herdeiro das riquezas
de seu falecido amigo, ao ter sua paixão não correspondida por Sofia, enlouquece. Relegado
por seus supostos amigos, ele termina sua vida sozinho em uma calçada no interior de Minas
Gerais. Não seria um problema tão grande, entretanto, se essa narrativa do século XIX
permanecesse apenas na Literatura; ao contrário disso, muitas são as pessoas apartadas
socialmente por possuírem alguma doença mental, como a depressão. Nesse contexto, cabe a
análise da reforma na Psiquiatria e da não banalização dos transtornos mentais para a
diminuição dos estigmas.
Nesse sentido, Nise da Silveira, médica do século XX, promoveu a reforma da Psiquiatria
nos tratamentos oferecidos aos pacientes. Antes dessa mudança, a lobotomia, retirada de
partes do cérebro, e o choque elétrico, por exemplo, eram comuns para tratar os doentes,
representando uma desumanização. Nise, entretanto, introduziu a humanização dos cuidados e
terapias envolvendo a arte, a qual, segundo Schopenhauer, é fundamental para a expurgação
do sofrimento humano manifestado, não raras vezes, pelas doenças mentais. Assim, a reforma
de Nise e o uso da arte foram e ainda são fundamentais para os enfermos.
Além disso, Bauman, um filósofo contemporâneo, discorre sobre a necessidade de debater
assuntos estigmatizados socialmente, ou seja, aqueles marcados por preconceitos. Isso deve
ocorrer, pois, caso não haja a discussão, o assunto retornará em algum momento, mas, dessa
vez, deturpado. Essa teoria conhecida como "Retrotopia" aplica-se à importância do debate
sobre as doenças mentais na sociedade atual, na qual 6% dos brasileiros sofrem com depressão,
o principal transtorno mental no Brasil, como expoente para a não banalização desse tema.
Dessa forma, o uso da arte no tratamento dessas pessoas e a discussão acerca das doenças
mentais devem ocorrer a fim de que os estigmas sociais e o sofrimento dos pacientes sejam
combatidos. O ministério da Educação, cuja função é instruir as pessoas e garantir cidadãos
conscientes, deve adicionar ao currículo do Ensino Médio a matéria de "Doenças mentais na era
atual". Isso deve ser feito por meio de parcerias entre profissionais da saúde, sociólogos e
professores de Artes, nas quais haja a troca de saberes entre essas áreas e o ensino holístico
aos alunos, para que, assim, os preconceitos sejam sanados ao longo do tempo e os cidadãos
saibam expurgar, por meio da arte, suas próprias angústias; diminuindo os casos de doenças
mentais.
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Jean Victor – nota 960
Segundo a OMS, no Brasil, mais de 11,5 milhões de pessoas têm depressão, o que
confere ao país a posição de país mais depressivo da América do Sul. Esse quadro é tão grave
porque as pessoas acometidas por doenças mentais, ao invés de serem tratadas com o
devido cuidado e com respeito, são alvos de preconceito e cuidados precários. Dessa forma,
deve-se analisar o estigma referente às doenças mentais como resultante da falta de
discussão sobre o tema e da falta de iniciativa governamental.
Primeiramente, a escassez de informações acerca desse assunto contribui para a
permanência dessa estigmatização. Segundo o jornalista Gilberto Dimenstein, “só há opção
quando há informação”. No Brasil, entretanto, a quase ausência de debates sobre saúde
mental – tanto por parte da midia quanto por parte da população – cria um ambiente propício
à disseminação de preconceitos e de inverdades. Nesse cenário, a ideia de que transtornos
mentais são tentativas de chamar atenção e a confusão entre “saúde mental” e “doença
mental” contribuem para precarizar o tratamento e para culpar o doente pela sua doença.
Assim, com base na análise de Dimenstein, nota-se que grande parte da população não tem
realmente a opção de ajudar os afetados por transtornos mentais, devido à falta de
informação.
Além disso, a falta de iniciativa do governo é determinante para a persistência de
preconceitos. Como disse Aristóteles, “política não deveria ser a arte de dominar, mas de
fazer justiça”. A realidade brasileira, entretanto, se distancia muito da concepção do filósofo,
o que se evidencia pela falta de ações públicas para acolher e auxiliar pessoas com
transtornos mentais. Essa falta de auxílio do Estado, além de se mostrar presente na
precarização do tratamento, afasta esses indivíduos da sociedade, o que contribui para
generalização do preconceito por parte do senso comum. Assim, a máxima do pai da política
se mostra atual e muito necessária.
Percebece, portanto, que a estigmatização das doenças mentais tem como causa o
descaso político e a escassez de informação. A fim de possibilitar a superação do estigma, a
mídia deve se envolver em debates acerca de doenças mentais. Isso pode ser feito por meio
de ficções engajadas, que tenham personagens acometidos por transtornos mentais e tirem
dúvidas sobre esse assunto. Além disso, o governo deveria investir em tratamentos para
doenças mentais e em campanhas de conscientização sobre seus riscos. Dessa forma, o Brasil
seria um lugar mais acolhedor e os preocupantes dados divulgados pela OMS abrandariam.
Rafael Vitral – nota 960
A obra ‘’Sociedade do Cansaço’’, de Byung-Chul Han, aponta para uma incidência crônica
de distúrbios mentais na sociedade moderna, alertando sobre a necessidade de
conscientização sobre o assunto para combatê-lo. Contudo, na realidade brasileira, essa
percepção não se concretiza na prática, devido à existência de um estigma que minimiza a
gravidade dessas doenças. Desse modo, convém elencar as causas desse empecilho, a saber:
a vigente referência estética e comportamental e uma moralidade que condena tais
enfermidades.
Cabe, a princípio, salientar que a idealização presente nas redes sociais mascara a
incidência das doenças mentais. Nesse sentido, o pensamento do sociólogo Guy Debord
contribui para elucidar esse cenário, uma vez que destaca a primazia da imagem pública
sobre o prestígio social. Paralelamente, a partir do esforço individual para esconder as falhas,
inerentes à natureza humana, presencia-se, no espaço virtual, apenas uma projeção ideal da
pessoa. Dessa forma, ao se analisar o cenário da internet, cria-se uma ilusão de perfeição, a
qual esconde o preocupante panorama de uma sociedade adoecida.
Ademais, a presença de uma concepção desvinculada do cenário hodierno reforça o
estigma sobre as doenças neurais. Tal empecilho é fundamentado pelo filósofo Friedrich
Nietzsche, o qual concebe uma ‘’moral de rebanho’’ dominante no corpo social, oriunda das
crenças dogmáticas do Cristianismo. A partir dessa visão, impera na sociedade uma
percepção dessas enfermidades como um tabu, cuja discussão passa a ser evitada. Assim,
enquanto não houver debate sobre esse tópico, nunca existirá a compreensão integral da
proporção dessa problemática.
Evidenciam-se, portanto, as raízes do estigma associado às enfermidades neurológicas
no Brasil. Em face desse cenário, o Ministério da Educação deve, através de mudanças na
Base Nacional Comum Curricular, incorporar o tema ‘’Doenças mentais e sua relevância’’ nas
discussões em sala. Tais encontros devem abordar a manifestação dessa temática nas redes
sociais e mostrar, com exemplos do cotidiano, situações nas quais ela pode ser identificada,
objetivando a desconstrução do preconceito que permeia esse assunto. Com essa medida, a
solução proposta por Byung-Chul Han poderá, enfim, ser posta em prática
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Rodrigo Leal – nota 940
A Constituição Federal de 1988 registra o direito à saúde e ao bem-estar como valores
fundamentais. No entanto, os números alarmantes de casos de doença mental no Brasil
indicam que tal compromisso não se estende à saúde mental como deveria. Assim, a falta de
opções de tratamento reforça o estigma associado a esse tipo de transtorno. Além disso a
promoção, por parte da sociedade, de um ideal de sucesso inatingível, contribui para o
agravamento da problemática. Dessa maneira, é vital que o Estado brasileiro promova
políticas de suporte à saúde mental.
De partida, é importante ressaltar que a dificuldade, por parte de grande parcela da
população, no acesso a tratamento para transtornos mentais retira dos pacientes a
perspectiva de cura, reforçando o preconceito em relação a eles. Dessarte, à medida que o
Estado transgride seu dever de garantir o bem-estar, obrigação reforçada por filósofos como
John Lock, sedimenta-se a noção de que não há opção de vida normal para os que sofrem
com doenças mentais ou psíquicas. Desse modo, a omissão do governo normaliza a exclusão
dos doentes na plena participação do corpo social e legitima, de certa forma, atitudes
preconceituosas e excludentes contra essa parcela, cada vez mais numerosa, da população
brasileira.
Ademais, como disse a escritora Simone de Beauvier, “o mais escandaloso dos
escândalos é que nos habituamos a eles". Assim, mesmo os elevados casos de depressão no
Brasil, conforme levantamento feito pela Organização Mundial da Saúde, não são suficientes
para que se observe qualquer alteração nas prioridades dos brasileiros. Ao contrário, em uma
sociedade com convívio cada vez mais virtual, observa-se o reforço de uma realidade cada
vez mais filtrada, idealizada e, em última análise, inexistente. Por conseguinte, a pressão por
perseguir o inatingível empurra o número de casos de ansiedade e depressão para o alto e
reforça a exclusão e discriminação daqueles que não puderam se enquadrar.
Diante do exposto, é mister que o Governo Federal, por meio do Ministério da Saúde,
invista em centros de tratamento de doenças mentais, reforçando os Centros de Atenção
Psicossocial (CAPS), com objetivo de oferecer diagnóstico correto, terapia adequada, apoio e,
sobretudo, esperança a quem sofre de transtorno mental. Em adição, é importante que o
Ministério da Educação reforce, por intermédio de campanhas informativas nas escolas de
educação básica, a humanização do paciente mental, ressaltando a necessidade de
tratamento, sem relegá-los a um papel de menor importância, com o fito de, ao humanizá-lo,
reduzir o estigma e o preconceito
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Ana Paula Veiga – nota 920
O médico Philippe Pinel – pai da psiquiatria – foi pioneiro no tratamento de doenças
mentais. No entanto, apesar dos avanços, nessa área, proporcionados a partir de Pinel, hoje,
o Brasil ainda enfrenta um grave problema: o estigma relacionado aos transtornos mentais.
Nesse sentido, mostram-se necessárias análises acerca dos carentes valor e conhecimento
quanto à saúde mental, a fim de se minimizar esse preconceito.
A princípio, a falta de entendimento da importância dos cuidados mentais pela
população aumenta o estigma sobre as enfermidades psíquicas. Nesse contexto, a
Organização Mundial da Saúde – órgão pertencente à ONU, criado em meados do século XX –
revelou que, em 2017, mais de 11 milhões de brasileiros sofriam com a depressão. Todavia, o
preconceito presente na sociedade brasileira frente a busca pela saúde mental impede que os
números, citados pela OMS, sejam reduzidos. Isso ocorre, pois a procura por tratamento
continua, no imaginário populacional, sendo vista como uma fraqueza e um sinal de
inferioridade do indivíduo, ao invés de algo para melhorar a qualidade de vida do cidadão.
Dessa maneira, a persistência do baixo valor dado à essa questão provoca a piora do
preconceito com os doentes, e assim, prejudica o desenvolvimento social.
De outra parte, Paulo Freire – patrono da educação brasileira – acreditava que o estudo
era capaz de mudar as pessoas, para que elas conseguissem transformar o mundo. Dessa
forma, a escassez, nas escolas, de aulas específicas sobre doenças mentais impossibilita que a
população possa combater a visão preconceituosa sobre indivíduos acometidos com esses
transtornos, o que impede que haja uma mudança social, como prevista por Freire. Com isso,
essa discriminação pode levar o indivíduo doente a não buscar ajuda, o que pode ocasionar o
suicídio. Sendo assim, é incoerente que um país que deseje tornar-se nação desenvolvida
ainda apresente o ensino defasado nessa área.
Portanto, o estigma quanto às doenças mentais deve ser mitigado. Para isso, o
Ministério da Educação deve combater esse preconceito, por meio de palestras, nas escolas,
que ensinem sobre as doenças e a própria saúde mental. Esse projeto poderia se chamar
“Estudando a mente”, e teria a finalidade de instruir sobre o valor de cuidar-se da parte
psicológica, além de minimizar o preconceito com os enfermos. Logo, o país poderá, então,
fazer jus à sua Constituição e ter uma sociedade mais livre, justa e solidária, como em seu
Artigo 3º.
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Carlos Henrique Cruz – nota 920
No universo do filme “Coringa” , o protagonista homônimo enfrenta preconceito e
desprezo pela sociedade onde vive, por ter transtornos mentais. De maneira similar, na
sociedade brasileira, inúmeras pessoas são estigmatizadas por possuírem doenças mentais,
problemática ampliada principalmente pela negligência das entidades governamentais e pelo
desconhecimento do tema pelo público geral.
Primeiramente, é considerado um direito básico o acesso à saúde, como consta no
artigo sexto da Constituição Federal, e por isso deve ser garantido pelo Estado. No cotidiano
brasileiro, porém, a realidade é de ineficácia das autoridades no que tange à saúde mental.
Apesar de haverem campanhas públicas sobre esse tema, como o Setembro Amarelo, ainda é
baixo o incentivo do poder público ao debate sobre distúrbios mentais, seus efeitos e
tratamentos e sobre a importância do atendimento psicológico.
Por conseguinte, por causa do pequeno grau de discussões dessa temática, ocorre um
desconhecimento generalizado, o que agrava o panorama da estigmatização dessas
enfermidades. Muitas vezes, por causa disso, membros da sociedade ou até familiares e
amigos acabam menosprezando a gravidade dos distúrbios das pessoas, associando há uma
“falta de fé” ou uma “frescura”. Esse fator, além de denotar um preconceito às vezes
involuntário, pode desmotivar o indivíduo a buscar acompanhamento profissional. Como
contou o Padre Fábio de Melo em uma entrevista à Globo sobre sua depressão, a presença de
uma rede de apoio, como a família e os amigos, foi importante no seu processo de
recuperação. Por meio do conhecimento do tópico, situações como essa poderiam ser mais
replicáveis no cenário do Brasil.
Dessarte, para mitigar a estigmatização das doenças mentais, cabe ao Ministério da
Saúde desenvolver campanhas de nível nacional para conscientização dos conceitos de saúde
mental e distúrbios mentais por meio de palestras, rodas de conversa e programas em
emissora estatal, para tornar a população mais consciente, favorecendo a redução dos
preconceitos quanto ao tema. Cabe à mídia e imprensa, também, a veiculação de
programação que ensine e promova debates em canal aberto e horário acessível, com a
palavra e mentoria de especialistas, para popularizar a importância do atendimento
psicológico e, dessa maneira, incentivar as pessoas com distúrbios mentais a procurar ajuda
profissional e, por meio do tratamento, superá-la.
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Ana Beatriz Miranda
Modalidade 2
Cursar medicina foi um sonho que por muito tempo eu não tive coragem de
sonhar. Sou uma mulher preta, pobre, moradora da baixada fluminense e sempre
estudei em escola pública, demorei muito tempo para acreditar que seria possível
entrar em um curso tão concorrido, mas eu passei e estou aqui para dizer que você
também é capaz. Em 2019 eu cursei o último ano do ensino médio e, pouquíssimo
tempo antes do ENEM, decidi que tentaria realizar aquele desejo que estava
escondido no fundo do meu coração, sabia que não passaria naquele ano mas daria
o máximo de mim no próximo. Meu pais me deram todo apoio, foram os primeiros
a acreditarem em mim. Em 2020 eu estava pronta para mergulhar nos estudos,
sabia, também, que talvez não fosse possível passar com apenas um ano de
estudos mas a cada dia que passava eu sentia que o meu lugar era fazendo
medicina. Eu estava empolgada, 2020 era o ano, nada poderia dar errado! E o que
aconteceu? Pandemia! Não foi fácil continuar estudando com as dúvidas sobre a
data do ENEM, a incerteza sobre o futuro, a situação do mundo e, principalmente,
do Brasil. Mas, apesar dos pesares, eu tentei encarar essas situações da forma mais
leve possível, estudei, sim, e muito, mas também descansei e cuidei da minha saúde
física e mental. Nem tudo foi perfeito, tive meus momentos de procrastinação,
atrasei a matéria, coloquei a matéria em dia, atrasei de novo, chorei, tive medo de
não conseguir, me senti despreparada, mas, no fim, a tão sonhada aprovação veio!
Dito isso, se posso deixar um conselho para você que está estudando para o
vestibular (além daqueles que você já sabe, como faça muitos simulados, descanse,
faça uma redação por semana...) é: eu não conheço a sua história, suas facilidades e
dificuldades, não sei o que você está enfrentando nesse momento mas, por favor,
não se esqueça que cada um tem seu próprio caminho até a aprovação, alguns com
mais percalços que outros, mas todos levam ao mesmo fim. Não desista e tente
enxergar a melhor parte de todas as fases da vida, o que você está vivendo agora
te prepara para quem você precisa ser no futuro. Sonhe!!! Lembre-se do motivo
que o fez desejar a medicina, agarre-se a esse motivo quando tudo estiver difícil.
Não importa sua origem, você é merecedor dessa vaga e vai conquistá-la. Cerque-
se de pessoas incentivadoras, meus pais e amigos foram fundamentais na minha
trajetória. Eu sou a primeira pessoa da minha família a entrar na universidade
pública e serei médica, parecia impossível, mas não é! Ainda que demore, ainda que
seja difícil, você vai chegar lá e em breve nos encontraremos pelos corredores da
maior Universidade Federal do Brasil.
@beatrrizmiranda
Larissa Almeida
Modalidade 2
CONTINUA
Larissa Almeida
Modalidade 2
Valeu a pena ter perdido algumas festas, passeios, finais de semana em prol
daquele simulado que eu fui super mal e achei que nem deveria ter feito. O
verdadeiro sentimento que tive foi alívio - era como se eu estivesse sendo
abraçada por Deus. Para mim, o vestibular é como estar se afogando em algo
desconhecido, sem ar, sem força, querendo sair e quando sai, você pode
respirar, você pode ser você mesmo e quando você consegue, dá um prazer
enorme – eu tenho certeza que cada um que está lendo isso sentirá algo
inexplicavelmente bom. Espero que vocês tenham um ano saudável de
estudos, que não limitem a vida de vocês a fazer a prova, por mais difícil que
isso seja. Não estudem enquanto eles dormem, pelo amor de deus, isso é
maluquice, vai descansar e se precisar, peça ajuda! Eu sei que dá medo, da
vontade de gritar pro mundo que não aguentamos mais, que o coração
aperta quando somos reprovados naquele ano que estudamos tanto, mas
por favor, não desista! Não desista, pois ano que vem é você quem estará
escrevendo esse texto, não desista porque a vida de um paciente daqui a 10
anos pode depender de você, não desista porque daqui a pouco será a sua
vez, não desista porque você já fez TANTO e, mesmo que eu não esbarre
com você na vida por ai, saiba que estou orgulhosa de imaginar que entre
tantos ‘’nãos’’ da vida, do vestibular, da sociedade, você ainda está aqui e
isso faz de ti uma pessoa gigante.
@lare.alsi
Eric Faleiro
Modalidade 9 (ac)
@ERICFALEIROO_
Duda Acioli Chagas
Modalidade 9 (ac)
@duda_aciolichagas
Ana Paula Veiga
Modalidade 8
@ananamedicina_
Luca Mansur
Modalidade 9 (ac)
Quando sai do ensino médio e vi que não tinha passado, veio uma frustração
gigantesca e um sentimento de incapacidade que me dominou; acreditava
que com o ensino que eu tive eu conseguiria passar de primeira. Cheguei no
cursinho e descobri que não sabia nem metade do que precisava para
conseguir passar no vestibular. Não estava pronto. Não tinha o conteúdo
necessário e não tinha também a maturidade necessária. O primeiro ano de
cursinho foi o que eu mais estudei, consegui melhorar 90 pontos de média
no Enem e passar para uma federal. Não fui pois queria outra faculdade. No
meu segundo ano por problemas pessoas não rendi o esperado e piorei
minha nota em 20 pontos ( de 790 para 770). Já no meu terceiro ano, ano da
minha aprovação, consegui subir mais 35 pontos e fiquei com 805 de média
(com os pesos da Ufrj 827). Acredito que tudo tem seu tempo. A federal em
2019 era a Ufrj de Macaé, queria a Ufmg, faculdade da minha cidade. Dois
anos depois, tenho que escolher entre arriscar ser chamado na Ufmg ou ir
para a Ufrj, e escolhi o Rio de Janeiro. Uma faculdade de medicina com mais
de 200 anos de história, referência em literalmente todas as áreas e, pra
quem é de fora do rio, um lugar 100% novo. Não arrependo em nenhum
momento da minha escolha, seja ela a de não ir em 2019 ou seja ela a de ir
em 2021. Acredito que todos nós temos nossos próprio tempo. Sou
extremamente feliz em estar na Ufrj e desejo a vocês futuros calouros que
não desanimem, que sigam seus sonhos não importando se você não passou
no último Enem, ou se sua nota diminuiu, ou se você quer vir para o rio
mesmo tendo uma ótima federal na sua cidade. Você é o único
representante dos seus sonhos. Estamos te esperando na maior federal do
Brasil.
@luca_mansurr
Nara Ferraz
Modalidade 8
Escrever sobre a minha trajetória até a realização desse sonho faz meu coração
e os meus olhos transbordarem.
Bem, eu me chamo Nara, tenho 21 anos e vou começar contando um pouco da
minha história. Eu quis medicina durante boa parte da minha vida, até entrar
no Colégio Pedro II para cursar o ensino médio. Nesse tempo, ao ter contato
com professores incríveis e com aulas que me ensinavam a pensar, a refletir e a
de fato criar um senso crítico sobre a vida, decidi que iria cursar química no
ensino superior para ser professora. E assim eu fui. Me formei em 2017 no CP2
e ingressei na UFF em 2018 para a graduação em Química. Acontece que, por
melhores que sejam os professores do curso superior e por mais interessante
que seja a grade curricular, se aquele não for o seu lugar e o seu destino, nada
faz sentido. E foi assim comigo. Eu não conseguia ser feliz estudando aquelas
coisas; algo no meu coração dizia que aquilo não era o suficiente. Eu me sentia
vazia. Nesse momento, me lembrei do meu grande sonho de anos atrás e
resolvi abrir mão de qualquer certeza e estabilidade que eu tinha pra ir atrás da
minha felicidade. Decidi tentar medicina. Em 2019, entrei no cursinho e agora,
depois de 2 anos estudando exclusivamente para o vestibular, consegui viver a
aprovação. Eu me senti fracassada muitas vezes durante esse tempo. Sentia
que estava perdendo tempo, já que meus amigos estavam no meio da
graduação enquanto eu permanecia na vida de vestibular. “Por que comigo
teve que ser assim? Por que todo mundo já está na faculdade e eu aqui, parada
no tempo?” eu pensava. Essa sensação de atraso era muito frequente e me
corroía por dentro. Acho, na verdade, que esse sentimento é muito comum
entre os vestibulandos de medicina que não passaram de primeira. Se esse é o
seu caso, eu estou aqui pra dizer que: não, não é perda de tempo. Hoje eu
enxergo o meu caminho até aqui com tanto orgulho, com tanto carinho e com
tanto amor que seria cruel demais dizer que foram anos perdidos. Nessa
trajetória, seja na UFF, seja no pré-vestibular, conheci muitas pessoas especiais,
vivi momentos inesquecíveis e reuni aprendizados que vou levar pra sempre na
cabeça e no coração.
CONTINUA
Nara Ferraz
Modalidade 8
@narafz
Rafaela Maciel
Modalidade 5
Existe uma frase que diz "Quando você entender plenamente quem Deus te
chamou para ser, você não vai querer ser ninguém além de si mesmo". Acredito
que, muito mais do que isso, não existem intempéries que são capazes de parar
aquilo que foi feito pra nossa história. Já no Ensino Fundamental os meus
professores e a minha família conseguiram detectar que tinha algo incomum no
meu processo de aprendizagem... Tinha dificuldades para me concentrar,
dificuldades nos exercícios de matemática (cheguei repetir de ano), era muito
dispersa, desatenta, inquieta, e, por fim, o meu laudo: Transtorno de Déficit
Atenção e Hiperatividade (TDAH). Sempre tive uma teimosia em nunca olhar
para nada do que me cerca. Sempre acreditei que existia uma força maior
comigo, e que, se eu me esforçasse, essa força maior iria abrir os caminhos pra
mim. É preciso acreditar nisso! É preciso acreditar com toda força que os sonhos
dos nossos corações não são em vão e que podemos ser quem queremos ser.
Fiz 4 anos de cursinho e consegui uma nota relativamente boa nos meus 3
últimos anos... mas não consegui passar em nenhum deles! No Enem 2020, eu
estava bastante saturada, passei mal durante a prova e não consegui terminá-la.
Cheguei em casa e pensei: meu Deus, mais um ano?! Só que eu havia me
esquecido de uma coisa: quando é pra ser, acontece! E, por incrível que pareça,
eu consegui passar com a menor nota nesse tempo de cursinho. Acredito que
muitos já devem estar cansados e com vários questionamentos, assim como eu
também estava. Tudo tem um tempo certo para acontecer e muitas vezes isso
foge da nossa compreensão... Não se desespere! Você não está atrasado, está
no SEU TEMPO! Logo logo tudo ficará no seu devido lugar, a sua aprovação vai
vir e conseguirá compreender tudo! Acredite na força do sonho que está no seu
coração, confie no processo, no propósito. Não desistam nunca!!! Mantenha a
sua fé, os seus estudos e vem pra MAIOR do Brasil! Por fim, gostaria de deixar
um trecho do saudoso Renato Russo: "Se você quiser alguém em quem confiar,
confie em si mesmo... Quem acredita sempre alcança! Nunca deixe que lhe
digam que não vale a pena acreditar no sonho que se tem, ou que os seus planos
nunca vão dar certo, ou que você nunca vai ser alguém".
@rafaelamac_
DEPOIMENTOS
Ana Helena Silva
Modalidade 5
Oi, futurx calourinhx do Fundão! Sei que pode parecer que a vida está
empacada agora, mas não desiste. Não sei sua história e não conheço sua
jornada, mas posso te falar da minha. Eu já me perdi e fui para outro curso
por não acreditar no meu potencial, por não acreditar que eu poderia
passar. No entanto, se você já está lendo essa cartilha, te garanto que você
está no caminho certo. A confiança pode ser abalada, mas prometo que,
se você acreditar em si mesmo, vai dar certo no final. Continue estudando
e perseverando que você vai conseguir a sonhada aprovação. Só não se
esqueçam de aproveitar a jornada. A vida acontece enquanto você está
ocupado correndo atrás de seus sonhos. Então, sim, estude bastante, mas
se lembre de se divertir e de se distrair dentro do possível. A sua saúde
mental é muito, muito importante, então cuide dela. Esse é seu ano!
Acredite! Estou esperando você! A UFRJ já é sua!
@ANALENASS