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Eletromagnetismo II

EMENTA

2 – Ondas Eletromagnéticas
2.1 – Introdução
2.2 – Equações de Maxwell na propagação ondulatória
2.3 – Equação de onda para o campo elétrico e solução
escalar
2.4 – Equação de onda para o campo magnético (E e H)
2.5 – Solução escalar completa: espaço e tempo
2.6 – Velocidade de fase
2.7 – Impedância ondulatória
2.8 – Constante de propagação (atenuação e fase) e
velocidade de fase
2.9 – Profundidade de penetração da onda em um
condutor
2.10 – Índice de refração
2.11 – Potência e energia das ondas
2.12 – Velocidade de grupo e de propagação
2.13 – Polarização das ondas

Referências:
1 - William H. Hayt Jr. e John A. Buck, “Eletromagnetismo”, McGraw Hill,
8a edição (2013): Capítulo 11, pgs. 367-405.

2 - Demetrius T. Paris and F. Kenneth Hurd, “Basic Electromagnetic


Theory”, McGraw Hill, (1969): Capítulo 7, pgs. 299 – 345.

1
2 – Ondas eletromagnéticas planas
2.1 – Introdução

Þ Consiste no estudo das ondas na modalidade eletromagnética em fenômenos de


propagação: É o “núcleo” da Eletrodinâmica Clássica.

Þ O objetivo aqui, é a partir das equações de Maxwell deduzir as equações ondulatórias


e a seguir obter soluções dinâmicas (ondas) em um meio material não-confinado
(infinito).

2.2 – Equações de Maxwell na propagação ondulatória

Ausência de fontes eletromagnéticas: re = 0 (não suportado por materiais condutores)


porém incluindo a resposta de condutividade 𝐽"""⃑ "⃑
! ≠0

• Equações de Maxwell no domínio do tempo:

"∇⃑•𝐷
"⃑ = 0 "∇⃑•𝐵
"⃑ = 0

"∇⃑ × 𝐸"⃑ = − "#$⃑ "⃑ × 𝐻


∇ "⃑ = 𝐽"""⃑ $⃑
"'
! + "&
"&

• Equações de Maxwell no domínio do tempo em meios isotrópicos:


     
Equações constitutivas: D = ε E , B = µ H e JC = σ E

"∇⃑•𝐸"⃑ = 0 "⃑•𝐻
∇ "⃑ = 0

"∇⃑ × 𝐸"⃑ = −𝜇 "($⃑ "⃑ = 𝜎𝐸"⃑ + 𝜀 ")$⃑


"∇⃑ × 𝐻
"& "&

2
Þ A solução temporal para os campos eletromagnéticos já é conhecida como sendo do

tipo e jωt , restando então obter uma solução espacial.

Þ Obtém-se então as equações de Maxwell diferenciais, no domínio das frequências, para


meios materiais isotrópicos.

"∇⃑•𝐸"⃑ = 0 "⃑•𝐻
∇ "⃑ = 0
"∇⃑ × 𝐸"⃑ = −𝑗𝜇𝜔𝐻
"⃑ "⃑ × 𝐻
∇ "⃑ = (𝜎 + 𝑗𝜀𝜔)𝐸"⃑

2.3 – Equação de onda para o campo elétrico e solução escalar

Þ Partindo das equações de Maxwell diferenciais, no domínio das frequências, para


meios materiais isotrópicos, e aplicando operações vetoriais.

"∇⃑•𝐸"⃑ = 0 "⃑•𝐻
∇ "⃑ = 0
"∇⃑ × 𝐸"⃑ = −𝑗𝜇𝜔𝐻
"⃑ "⃑ × 𝐻
∇ "⃑ = (𝜎 + 𝑗𝜀𝜔)𝐸"⃑

    
"∇⃑ × 𝐸"⃑ = −𝑗𝜇𝜔𝐻
"⃑ Þ ( )
∇ × ∇ × E = − jωµ ∇ × H ( )
    
Usando "∇⃑ × 𝐻
"⃑ = (𝜎 + 𝑗𝜀𝜔)𝐸"⃑ Þ ( ) (
∇ × ∇ × E = − jωµ σ E + jωε E )
       
Usando a identidade vetorial: ( ) (
∇ × ∇ × E = ∇ ∇ • E − ∇2 E )
     
( )
∇ ∇ • E − ∇ 2 E = − jωµ (σ + jωε ) E

Þ Está sendo tratado um problema de propagação em meios isotrópicos onde a


perturbação do campo eletromagnético já foi produzida e então não é mais necessário levar

3
em conta a existência das fontes, em particular, re ¹ 0 não é suportado por materiais
condutores.
   
"∇⃑•𝐸"⃑ = 0 Þ ∇ 2 E − jωµ (σ + jωε ) E = 0

Constante de propagação

Þ Define-se então a constante de propagação “g” como sendo uma quantidade


matematicamente complexa que descreve a variação de amplitude e de fase da onda.

Þ A constante de propagação “g” é função da frequência angular “w” da onda


eletromagnética e das constantes eletromagnéticas da matéria “e”, “µ” e “s”, sendo
expressa como sendo.

γ 2 ≡ jωµ (σ + jωε )

[g] = L-1 ® Dimensão física de inverso de comprimento.

Þ A equação vetorial de onda do campo elétrico propagante fica então em uma forma
compacta como sendo.

   
∇2 E − γ 2 E = 0

Solução escalar da equação de onda do campo elétrico

Þ A solução mais simples possível da equação vetorial de onda para o campo elétrico,
é uma onda plana formada apenas por uma de suas componentes, digamos Ex, que se
propaga ao longo de uma direção, digamos direção z: Ex ¹ 0, Ey = 0 e Ez = 0

∂E x ∂E x ∂E x
Portanto: =0 =0 ≠0
∂x ∂y ∂z

4
    " ∂2 ∂2 ∂2 %
∇2 E − γ 2 E = 0 Þ 2
$ 2 + 2 + 2 ' Ex − γ Ex = 0
# ∂x ∂y ∂z &

∂2 E x 2
− γ Ex = 0
∂z 2
d 2 Ex 2 d 2 Ex
Como Ex = Ex(z) Þ − γ Ex = 0 Þ = γ 2 Ex
dz 2 dz 2

Þ A equação diferencial anterior é a equação de onda escalar que admite solução sob a
forma de uma combinação de exponenciais complexas que em última instância descrevem
fenômenos periódicos.

eγ z e e −γ z ® São soluções que podem ser facilmente verificadas substituindo cada uma

d 2 Ex
na equação de onda escalar 2
= γ 2 Ex
dz

Þ Uma combinação linear das exponenciais eγ z e e−γ z também será uma solução, o
que pode ser verificado mais uma vez por substituição na equação diferencial.

Þ Então a solução geral pode ser escrita como.

E x ( z ) = E0+e−γ z + E0−eγ z

E x ( z ) = Componente x do campo elétrico (polarização x) propagando-se na direção z.

E0+e−γ z = Onda que se propaga da direção +z com amplitude E0+ em z = 0.

E0−eγ z = Onda que se propaga da direção -z com amplitude E0− em z = 0.

2.4 – Equação de onda para o campo magnético (E e H)



Þ De forma inteiramente análoga ao que foi feito para o campo elétrico E .

"∇⃑•𝐸"⃑ = 0 "⃑•𝐻
∇ "⃑ = 0
"∇⃑ × 𝐸"⃑ = −𝑗𝜇𝜔𝐻
"⃑ "⃑ × 𝐻
∇ "⃑ = (𝜎 + 𝑗𝜀𝜔)𝐸"⃑

5
    
"∇⃑ × 𝐻
"⃑ = (𝜎 + 𝑗𝜀𝜔)𝐸"⃑ Þ ( )
∇ × ∇ × H = (σ + jωε ) ∇ × E ( )
"⃑ × 𝐸"⃑ = −𝑗𝜇𝜔𝐻
Substituindo ∇ "⃑ na equação anterior.

   
( )
∇ × ∇ × H = − (σ + jωε ) jωµ H
       
Usando a identidade vetorial: ( ) (
∇ × ∇ × H = ∇ ∇ • H − ∇2 H )
     
( )
∇ ∇ • H − ∇ 2 H = − (σ + jωε ) jωµ H

Substituindo a lei de Gauss do magnetismo e considerando novamente um meio material


   
homogêneo: ∇ • B = 0 Þ ∇ • H = 0
   
∇ 2 H − jωµ (σ + jωε ) H = 0

Þ Introduzindo (novamente) a constante de propagação γ 2 ≡ jωµ (σ + jωε ) .


   
∇2 H − γ 2 H = 0

Þ Portanto, temos, uma mesma equação de onda para H .

Þ De forma análoga, a solução geral escalar pode ser escrita como.


H y ( z ) = H 0+e−γ z + H 0−eγ z

H y ( z ) = Componente y do campo magnético propagando-se ao longo de z.

H 0+e−γ z = Onda que se propaga da direção +z com amplitude H 0+ em z = 0.

H 0−eγ z = Onda que se propaga da direção -z com amplitude H 0− em z = 0.

 
Relação entre E e H

       1  
∇ × E = − jω B Þ ∇ × E = − jωµ H Þ H =− ∇×E
jωµ


Do ítem anterior (caso particular): E = E x x̂

6
 1 #∂ ∂ ∂ &
H =− % x̂ + ŷ + ẑ ( × E x x̂
jωµ $ ∂x ∂y ∂z '

Þ Como Ex só depende de z.
 1 ∂E x
H =− ŷ
jωµ ∂z

Lembrando que: E x ( z ) = E0+e−γ z + E0−eγ z

 1 ∂ ( E0 e + E0 e )
+ −γ z − γz

Substituindo Ex(z) na expressão do campo magnético: H = − ŷ


jωµ ∂z
 1
H =−
jωµ
( −γ E0+e−γ z + γ E0−eγ z ) ŷ

 1
H=
jωµ
(γ E0+e−γ z − γ E0−eγ z ) ŷ
 γ
H=
jωµ
( E0+e−γ z − E0−eγ z ) ŷ

Þ Portanto, obtivemos a componente y do campo magnético.


γ
H y ( z) =
jωµ
( E0+e−γ z − E0−eγ z )

Þ Supondo propagação apenas na direção/sentido +z.


E x ( z ) = E0+e−γ z

γ
H y ( z) = E0+e−γ z
jωµ

Þ Uma onda eletromagnética propagando-se no espaço livre (sem confinamento), é


 
composta pelos campos E e H ortogonais entre si, obedecendo a seguinte relação de
magnitudes.

E x jωµ
=
Hy γ
7
2.5 – Solução escalar completa: espaço e tempo

Þ A idéia nesta secção, é a de recuperar a dependência temporal de Ex(z) chegando então


na solução completa da equação de onda escalar.

Conforme calculado anteriormente (dependência espacial): E x ( z ) = E0+e−γ z + E0−eγ z

Þ A constante de propagação g é uma quantidade matematicamente complexa, que pode


então ser posta no formato cartesiano como sendo.
g = a + jb

Þ Substituindo g em Ex(z), podemos visualizar o significado físico de “a” e de “b”.

E x ( z ) = E0+e−γ z + E0−eγ z Þ E x ( z ) = E0 e Þ E x ( z ) = E0+e−α z e− jβ z + E0−eα z e jβ z


−(α + jβ ) z
+ E0−e(
+ α + jβ )z

Þ Sem perda de generalidade, pode-se assumir apenas ondas eletromagnéticas


propagando-se na direção/sentido +z.
E x ( z ) = E0+e−α z e− jβ z

Þ Portanto “a” assume o papel de “coeficiente de atenuação” enquanto que “b” assume
o papel de uma “constante de fase”.

Recuperação da dependência temporal

E x ( z, t ) = Re !" E x ( z ) e jωt #$

E x ( z, t ) = Re !" E x ( z ) e jωt #$ Þ E x ( z, t ) = Re "# E0+e−α z e− jβ z e jωt $% Þ

E x ( z, t ) = Re "# E0+e−α z e (
j ω t−β z ) $
%

Þ Deve-se ter em mente que E0+ é de maneira geral uma quantidade matematicamente

complexa, que pode então ser posta na forma polar onde θ 0+ é a fase inicial do campo

elétrico.

8
+
E0+ = E0+ e jθ0

Þ Substituindo E0+ na expressão de Ex(z,t).

E x ( z, t ) = Re "# E0+ e jθ0 e−α z e (


j ω t−β z ) $
Þ "e jθ0+ e j(ωt−β z) $
+
+ −α z
% E x ( z, t ) = E 0 e Re # %
" j(ωt−β z+θ0+ ) %
E x ( z, t ) = E0+ e−α z Re $e Þ E x ( z, t ) = E0+ e−α z cos (ω t − β z + θ 0+ )
# &'

cos (ω t − β z + θ 0+ ) → Parcela que descreve a oscilação da onda sem a afetar a sua amplitude.

e−α z → Parcela que descreve o decaimento da amplitude da onda (atenuação) a medida que se
propaga ao longo de +z.

Þ Portanto, com exceção do vácuo absoluto, qualquer meio material impõe em maior ou
menor grau uma certa atenuação da onda propagante que é descrita pelo coeficiente “a”.

Þ A expressão obtida para Ex(z,t), II


Eletromagnetismo é a– de um regime
Campos harmônico
Variáveis amortecido, ou seja,
no Tempo
ondas oscilantes em “z” e em “t” com o envelope modulado pela exponencial decrescente
e −α z . Atenuação de ondas

7
Figura 2.1 – Ilustração de uma oscilação ondulatória no espaço com amortecimento. A linha
pontilhada é o envelope de decaimento exponencial.

9
2.6 – Velocidade de fase

Þ A velocidade de fase é definida como a velocidade com que se desloca um ponto da


onda de tal forma que a fase fique sempre constante, considerando uma onda perfeitamente
monocromática, de frequência w.

E x ( z, t ) = E0+ e−α z cos (ω t − β z + θ 0+ )

Þ Devemos ter em mente que na realidade não é possível produzir uma onda
eletromagnética com frequência pura w.

(ωt − β z + θ ) = +
0
Fase constante (observador solidário com a onda)

d (ω t − β z + θ 0+ ) d(constante)
= =0
dt dt
dz
ω −β =0
dt

Þ A velocidade de fase será então.


dz
vf =
dt
dz ω
Então: ω −β =0 Þ ω − β vf = 0 Þ vf =
dt β

Þ Da mesma forma que temos uma relação entre frequência angular (temporal) w com
frequência linear (temporal) f dada por w = 2pf, e entre frequência angular e período

temporal T dada por ω = , podemos obter uma relação entre frequência espacial b e
T
comprimento de onda (ou período espacial) l.

10
ω 2π f v f 2π
vf = Þ vf = Þ =
β β f β
1 1 2π
Como. f= ou T= Þ vf T =
T f β

Þ Entretanto, a onda percorrerá um período espacial l de acordo com a sua velocidade de


fase vf e o período de tempo T transcorrido, o que é descrito através da relação bem
conhecida da cinemática.
2π 2π
Substituindo: λ = ou β = Þ l = vfT
β λ

Observação: Se iniciarmos a análise considerando as ondas propagantes na direção/sentido


–z, teremos:

ω
(ωt + β z + θ ) =
+
0
Fase constante Þ vf = −
β

2.7 – Impedância ondulatória

Þ Sem perda de generalidade, podemos considerar apenas a propagação ondulatória ao


longo de +z.

Solução para Ex: E x ( z ) = E0+e−γ z

γ
Solução para Hy: H y ( z) = E0+e−γ z
jωµ

Þ Define-se Ex/Hy como sendo a impedância ondulatória intrínseca h de um meio


material, ou seja, é a quantidade que conecta as magnitudes (mas não direção e sentido)
dos campos elétrico e magnético de uma onda.
11
EX Þ Ex = h Hy
η≡
Hy

Þ Substituindo as expressões de Ex e Hy na definição de h.


jωµ
η=
γ
Þ Pode-se notar que de forma geral, a quantidade h é uma grandeza matematicamente
complexa.

Þ Como Ex = h Hy, fica fácil calcular a dimensão física de h.

[Ex ] = [h] [Hy] Þ V/L = [h] A/L Þ V = [h] A Þ [h] = V/A

Þ Portanto h possui dimensão física de resistência elétrica onde a unidade W (ohm) é


geralmente utilizada.

[h]unidade = W

Expressão aproximada de h

Þ A constante de propagação g já foi definida como sendo.

γ 2 ≡ jωµ (σ + jωε ) Þ γ = jωµ (σ + jωε )

jωµ
Þ Substituindo g na expressão de h: η=
γ
jωµ
η=
jωµ (σ + jωε )

12
2

η=
( jωµ ) Þ η=
jωµ
Þ η=
µ /ε
jωµ (σ + jωε ) (σ + jωε ) 1+
σ
jωε

µ /ε
Þ η= 1/2
" jσ %
$1− '
# ωε &

Þ Na expressão anterior (ainda sem aproximação), da forma como está, fica explicitada a
razão s/we que será útil adiante para confrontar as características da condutividade
elétrica s e da permissividade elétrica e de um meio material, simultaneamente levando
em conta a frequência w da onda eletromagnética que se propaga no referido meio
material.

Þ Explicitando as partes real e imaginária da impedância ondulatória intrínseca.

1/2
" jσ %
$1+ ' 1/2
µ / ε # ωε & µ /ε ! jσ $
η= 1/2 1/2
Þ η= 1/4 #1+ &
" jσ % " jσ % ' ! σ $2 * " ωε %
$1− ' $1+ ' )1+ # & ,
# ωε & # ωε & )( " ωε % ,+

Þ Elevando ao quadrado a expressão anterior.


µ / ε ! jσ $
η2 = 2 #
1+ &
! σ $ " ωε %
1+ # &
" ωε %
1 ® Componente real

® Componente imaginária
ωε

Expressão (escalar) do campo elétrico: E x ( z ) = E0+e−γ z

13
jωµ jωµ
η= Þ γ=
γ η

Þ Substituindo a constante de propagação na expressão do campo elétrico da onda.


jωµ
− z
+ η
Ex ( z) = E e0

• Se h for um número real Þ Ex(z) apenas oscila no espaço e no tempo.


• Se h for um número imaginário puro Þ Ex(z) atenua a medida que se propaga, sem oscilar no espaço.
• Se h for um número complexo Þ Ex(z) atenua a medida que se propaga e oscila no espaço (e no tempo).

1/2
µ /ε ! jσ $
Expressão sem aproximação: η= 1/4 #
1+ &
' ! σ $ * " ωε %
2

)1+ # & ,
)( " ωε % ,+

Þ Se um meio material apresenta condutividade elétrica não-nula (s ¹ 0), então ele


dissipa energia de uma onda eletromagnética propagante via efeito Joule.


→ Parcela matemática que descreve à dissipação ôhmica devido à s ¹ 0.
ωε

Tangente das perdas



Þ Deve-se agora observar que o termo 1+ consiste matematicamente de um número
ωε
complexo representado no formato cartesiano. Representando-o no plano de Argand-
! σ $
Gauss, q é o ângulo que o vetor que liga o ponto #1, & à origem (0,0), forma com a
" ωε %
abscissa (eixo x), de forma que.
σ
tgθ =
ωε
tgq = Tangente das perdas (loss tangent)

   
Equação de Ampère-Maxwell no domínio da frequência: ∇ × H = JC + jω D

14
   
Equações constitutivas: JC = σ E (lei de Ohm) e D = ε E

Substituindo as equações constitutivas na equação de Ampère-Maxwell:

   
∇ × H = σ E + jωε E

Portanto:
 
JC = σ E ® Densidade de corrente de condução
 
J D = jωε E ® Densidade de corrente de deslocamento

Em módulo:

 
JC = σ E
   
JC σ E JC σ Þ JC
Þ  =  Þ  = tgθ = 
J D ωε E J D ωε JD
 
J D = ωε E

Þ O termo tgq é chamado de tangente das perdas (loss tangent) e é um parâmetro muito
importante e utilizado na indústria de componentes de RF/Microondas.

Quando s = 0 Þ tgq = 0 Þ Diz-se que o material não apresenta perdas ôhmicas (material
ideal).

15
Aproximações de parâmetros eletromagnéticos de meios materiais

• Nesta disciplina, classificamos os meios materiais em cinco tipos:

a) Vácuo: s=0 e = e0 µ = µ0

b) Dielétrico perfeito: s=0 e=e µ = µ0

σ
c) Dielétrico real: s@0 e=e µ = µ0 << 1
ωε
σ
Critério mais preciso: < 0, 01
ωε

σ
d) Condutor real: s ¹ 0 (porém s < ¥) e = e0 µ = µ0 >> 1
ωε
σ
Critério mais preciso: > 100
ωε

e) Condutor perfeito: s=¥

Análise das aproximações de h conforme o meio material


1/2
µ /ε ! jσ $
Impedância ondulatória intrínseca (geral): η= 1/4 #1+ &
' ! σ $2 * " ωε %
)1+ # & ,
)( " ωε % ,+

a) Vácuo ou ar (free-space)
s=0 e = e0 µ = µ0

µ0
η0 =
ε0

h0 = 120p W Þ h0 = 377 W
16
b) Dielétrico perfeito (lossless)
s=0 e=e µ = µ0

µ0
η=
ε
Como e > e0 Þ h < h0 Þ h < 377 W

c) Bom dielétrico (ou dielétrico real)

s@0 e=e µ = µ0
σ
<< 1
ωε

σ
Critério mais preciso: < 0, 01
ωε
µ0
Em uma 1a aproximação: η ≅
ε

Em uma 2a aproximação:
1/4
' ! σ $2 *
)1+ # & , ≅ 1
)( " ωε % ,+
1/2
! jσ $ 1 jσ
#1+ & ≅ 1+ (expansão em série de Taylor)
" ωε % 2 ωε

µ0 " 1 σ %
η≅ $1+ j '
ε # 2 ωε &

d) Bom condutor (ou condutor real - metal)


σ
s ¹ 0 (porém s < ¥) e = e0 µ = µ0 >> 1
ωε
σ
Critério mais preciso: > 100
ωε

17
jωµ jωµ 0 µ0
η= Þ η= Þ η=
(σ + jωε ) ! σ $ ! σ $
jωε 0 #1+ & ε 0 #1+ &
" jωε 0 % " jωε 0 %

σ µ0 µ0
Levando em conta que > 100 Þ ηC ≅ Þ ηC ≅
ωε σ σ
ε0
jωε 0 jω

jωµ 0 ωµ 0
ηC ≅ Þ ηC ≅ j
σ σ
π π
j j
j=e 2 Þ j =e 4

ωµ 0 j π4 ωµ 0
ηC ≅ e Þ ηC ≅
σ σ

ωµ 0 j π4
Ex = hHy Þ Ex = hCHy Þ Ex ≅ e Hy
σ
ωµ 0
Þ A relação entre as magnitudes é dada por: Ex ≅ Hy
σ
Þ Porém, surge uma defasagem de 45o entre Ex e Hy.

Þ Agora, comparando a impedância ondulatória intrínseca num condutor com a do


vácuo.

ωµ 0 µ0
ηC ≅ η0 =
σ ε0

ωµ 0 ω
ηC ηC ηC ωε 0
≅ σ Þ ≅ σ Þ ≅
η0 µ0 η0 1 η0 σ
ε0 ε0

ωε 0
ηC ≅ η0
σ
σ ωε 0
>> 1 Þ << 1 Þ ηC << η0
ωε 0 σ

18
Þ Logo, o campo elétrico Ex num condutor fica atenuado e defasado de 45o com relação
ao Ex caso se propagasse no vácuo.

e) Condutor perfeito: s=¥

ωµ 0
ηC ≅
σ

s=¥ Þ hC = 0 Þ Ex = 0

2.8 – Constante de propagação (atenuação e fase) e velocidade


de fase

Þ Conforme já definido, a constante de propagação “g” é uma função da frequência


angular “w” da onda eletromagnética e das constantes eletromagnéticas da matéria “e”, “µ”
e “s”. A referida constante regula a amplitude (atenuação) e a fase da onda propagante.

γ 2 ≡ jωµ (σ + jωε )

Þ Para extrair de que forma “g” afeta a amplitude e a fase da onda, devemos calcular a
sua componente real “a” e imaginária “b”, lembrando que “g” é um número complexo.

g = a + jb

Þ Supondo que a onda eletromagnética se propague na direção +z.


E x ( z ) = E0+e−γ z

19
Þ Substituindo “g” em Ex(z).
E x ( z ) = E0+e−α z e− jβ z

e−α z → Termo que descreve a atenuação da onda (amplitude) a medida que se propaga.

e− jβ z → Termo que não implica na atenuação da onda pois sendo do tipo sen(bz) ou cos(bz)
regula a oscilação da onda. Como há dependência com a velocidade de propagação

ω
vf = , o termo regula a fase da onda.
β

[a] = Np/m ou m-1


[b] = rad/m ou m-1

Þ O passo seguinte, é calcular as expressões explícitas para “a” e para “b”.

γ 2 = jωµ (σ + jωε ) Þ γ 2 = jωµσ − ω 2εµ


2
g = a + jb Þ γ 2 = (α + jβ ) Þ γ 2 = α 2 + 2 jαβ − β 2

Þ Igualando as expressões.

α 2 + 2 jαβ − β 2 = jωµσ − ω 2εµ

Þ É então gerado um sistema de duas equações e duas incógnitas, uma para a componente
real e outra para a componente imaginária.

α 2 − β 2 = −ω 2εµ
2αβ = ωµσ

Þ Embora seja algebricamente um pouco trabalhoso, o sistema anterior de 2 equações


pode ser solucionado pelo método das substituições para isolar as incógnitas em 1 equação.

20
Isto produzirá uma equação algébrica biquadrada (4o grau) que pode ser solucionada por
substituição e pela aplicação do formato de solução de equações de 2o grau, bem
conhecido!

Þ No processo de solução da equação biquadrada, deve-se descartar o termo que leva o


sinal “-”, pois “a” deve ser um número real. O resultado do cálculo (geral) é dado por.

. ( 2 +2
0 µε !σ $ 0
α =ω / * 1+ # & −1-3
0 2 * " ωε % -,0
1 ) 4

- ' 2 *1
/ µε !σ $ /
β =ω . ) 1+ # & +1,2
/ 2 ) " ωε % ,+/
0 ( 3

Análise das aproximações de a, b e vf conforme o meio material

. ( 2 +2 - ' 2 *1
0 µε !σ $ 0 / µε !σ $ /
α =ω / * 1+ # & −1-3 β =ω . ) 1+ # & +1,2
0 2 * " ωε % -,0 / 2 ) " ωε % ,+/
1 ) 4 0 ( 3

a) Vácuo ou ar (free-space)
s=0 e = e0 µ = µ0

a0 = 0 β0 = ω ε0µ0

Þ A velocidade de fase no vácuo é dada por.


ω ω
vf = Þ v f0 =
β β0
Þ Porém já sabemos que a velocidade de fase de uma onda eletromagnética no vácuo é
dada por.
v f0 = c

21
ω ω ω
Comparando v f0 = com v f0 = c Þ c = Þ β0 =
β0 β0 c

ω ω 1
Comparando β0 = ω ε 0 µ 0 com β0 = Þ = ω ε0µ0 Þ c=
c c ε0µ0

b) Dielétrico perfeito (lossless)


s=0 e=e µ = µ0

a = 0 e β = ω εµ 0

ω
Velocidade de fase: vf =
β
ω ω 1
Substituindo β = ω εµ 0 em v f = Þ vf = Þ vf =
β ω εµ 0 εµ 0

c) Bom dielétrico (ou dielétrico real)


s@0 e=e µ = µ0

σ σ
Critério mais preciso: << 1 ou < 0, 01
ωε ωε
. +2 - *1
0µ ε ( !σ $
2
0 / µ 0ε ' 2
/
Þ Das expressões α = ω / 0 * 1+ # & −1-3 e β = ω . ) 1+ !# σ $& +1,2 , pode-
0 2 *) " ωε % -,0 / 2 )( " ωε % ,+/
1 4 0 3

2
!σ $
se notar que devemos expandir 1+ # & numa série de Taylor considerando que
" ωε %

σ
<< 1.
ωε
2 2
!σ $ 1! σ $
1+ # & ≈ 1+ # &
" ωε % 2 " ωε %

Þ As expressões aproximadas ficam então.

22
/1 µ ε ) 1 " σ %2 ,31 .0 µ ε ( 1 " σ %2 +20 µ 0ε " σ %
2

α ≈ ω 0 0 +1+ $ ' −1.4 Þ α ≈ ω / 0


* $ ' -3 Þ α ≈ω $ '
12 2 +* 2 # ωε & .-15 01 2 *) 2 # ωε & -,04 4 # ωε &

.0 µ ε ( 1 " σ %2 +20 .0 µ ε ( 1 " σ %2 +20


β ≈ ω / 0 *1+ $ ' +1-3 Þ β ≈ ω / 0 *2 + $ ' -3
10 2 *) 2 # ωε & -,40 10 2 *) 2 # ωε & -,40

Þ A expressão de b pode ser adicionalmente simplificada levando em conta que se


2
σ !σ $
<< 1 então # & <<<< 1 .
ωε " ωε %

µ 0ε σ 2 µ0 σ 2 σ µ 0ω 2 σ µ0
α ≈ω 2 2
Þ α ≈ ω 2
Þ α≈ Þ α≈
4 ωε 4 ωε 2 ω 2ε 2 ε

Conforme já mostrado, a impedância ondulatória intrínseca de um “bom dielétrico” é dada

µ0
em 1a aproximação por: η ≅
ε
σ
α≈ η
2
"µ ε %
β ≈ ω # 0 2& Þ β ≈ ω µ 0ε
$ 2 '

d) Bom condutor (ou condutor real - metal)


s ¹ 0 (porém s < ¥) e = e0 µ = µ0

σ σ
Critério mais preciso: >> 1 ou > 100
ωε ωε

. ( +2 . 2
0 µε ! σ $
2
0 0 µ 0ε ( ! σ $2 +0
α = ω / * 1+ # & −1-3 Þ α = ω / * # & −1-3 Þ
0 2 * " ωε % -,0 0 2 *) " ωε % -,0
1 ) 4 1 4

/ µ ε )" σ % ,2 " % ωµ 0σ
Þ α ≈ ω 0 0 +$ ' −1.3 Þ α ≈ ω # µ 0ε σ & Þ α≈
1 2 *# ωε & -4 $ 2 ωε ' 2

23
- ' *1 - 1
/ µε !σ $
2
/ / µ 0ε ' ! σ $2 */ ωµ 0σ
β =ω . ) 1+ # & +1,2 Þ β = ω . ) # & +1 2 Þ
, β≈
/ 2 ) " ωε % ,+/ / 2 )( " ωε % ,+/ 2
0 ( 3 0 3

ωµ 0σ
Þ Então, toda vez que ocorrer α = β ≈ , o meio material envolvido será um
2
condutor.

ω ω22 2ω
Velocidade de fase: v f = Þ vf ≈ Þ vf ≈
β ωµ 0σ µ 0σ

e) Condutor perfeito
s=¥

a=¥ b=¥ vf = 0

2.9 – Profundidade de penetração da onda em um condutor

Þ A profundidade típica de penetração de uma onda eletromagnética em um meio


condutor “dp”, é definida como a distância típica na qual a amplitude do campo elétrico
cai para e-1 @ 37% do valor da amplitude incidente.

24
Figura 2.2 – Ilustra o decaimento exponencial de um campo elétrico dentro de um meio condutor,
ressaltando o coeficiente de atenuação a e a profundidade típica dp.

Þ A energia (potência) da onda incidente é dissipada por efeito Joule pelos elétrons livres
e de grande mobilidade que existem no condutor. Esta dissipação é descrita pelo coeficiente
de atenuação “a”.

E0+ = Amplitude de campo elétrico incidente na interface (z = 0).

E + ( z ) = E0+e−α z

Þ Sendo z = dp a profundidade típica de penetração do campo elétrico, então pela definição


podemos calcular o valor de “dp”.

Þ Þ
−αδ p −αδ p −αδ p
E + ( z = δ p ) = E0+e = E0+e−1 E0+e = E0+e−1 e = e−1

1
δp =
α

Þ Conforme mostrado no Capítulo 1, a potência, energia e intensidade eletromagnética


(inclusive de uma onda eletromagnética), são todas grandezas proporcionais a quadratura
do campo elétrico, ou equivalentemente do campo magnético.

25
Þ Portanto, as potências eletromagnéticas incidentes na interface e transmitida para o meio
condutor são dadas por.
2
Pinc ∝ E0+
2 2 2 2 2
Pt ∝ E + ( z ) Þ Pt ∝ E0+e−α z Þ Pt ∝ E0+ e−α z Þ Pt ∝ E0+ e−2α z

Pt = Pinc e−2α z

Þ A atenuação de potência sofrida pela onda num ponto z qualquer dentro do meio
condutor, pode ser calculada pela definição (em dB) como.

# P &
A ( dB) ≡ −10 log % t (
$ Pinc '

Observação: A definição utilizando o sinal “-”, fornece a magnitude da atenuação, pois


sabemos que Pinc > Pt.
"P %
A ( dB) ≡ 10 log $ inc '
# Pt &

Observação: O coeficiente de atenuação “a” é geralmente fornecido em termos da base


Neperiana e = 2,718..., enquando que a atenuação A(dB) é definida em termos da base 10.

" P %
AdB ( z ) = 10 log $ inc−2α z ' Þ AdB ( z ) = 10 log ( e 2α z ) Þ AdB ( z ) ≡ 20 log ( e) α z
# Pinc e &
log(e) = 0,434 é o fator de conversão da base “e” para a base “10”.

Observação: O fator “20”, ao invés do fator “10”, surge porque usamos e-2az (fator “2”)
para expressar o decaimento da potência.

AdB ( z) = 20x0, 434α z Þ AdB ( z) = 8, 68α z

26
Þ Deve-se observar da expressão anterior, que a entrada de “a” deve ser em termos da
base Neperiana, enquanto que o resultado obtido AdB(z) será em dB. Portanto 8,68 é o fator
de conversão apropriado.

Þ A atenuação em dB na profundidade típica de penetração do campo elétrico pode ser


calculada simplesmente substituindo z = dp na expressão de AdB(z).

AdB ( z = δ p ) = 8, 68αδ p

1
Þ Porém, pela própria definição de dp, já calculamos que δ p = , e então substituindo em
α
AdB(z).

AdB ( z = δ p ) = 8, 68αδ p

1
AdB ( z = δ p ) = 8, 68α Þ AdB ( z = δ p ) = 8, 68 dB
α

Þ Portanto em z = dp, a potência eletromagnética é atenuada de 8,68 dB enquanto que o


campo elétrico correspondente diminui 4,34 dB em amplitude.

Figura 2.3 – Ilustra a propagação de um campo elétrico (oscilante) dentro de um meio condutor,
incluindo o decaimento exponencial e ressaltando o coeficiente de atenuação a e a profundidade dp
obtida pelo critério de e-1.

27
Exercício 2.1 – Uma onda plana, polarizada em determinado eixo, penetra num sólido
condutor e sofre uma atenuação de potência na taxa de 15 dB/m. Calcule a profundidade
de penetração típica de uma onda no referido meio condutor.

SOLUÇÃO
AdB
AdB ( z) = 8, 68α z Þ = 8, 68α
z
AdB
É informado que = 15 dB / m Þ 15 = 8, 68α Þ a = 1,728 Np/m
z
1 1
δp = Þ δp = Þ dp = 0,58m = 58cm
α 1, 728

2.10 – O índice de refração

Þ A definição do índice de refração “n” é dada pela razão entre a velocidade “c” de um
sinal eletromagnético se propagando no vácuo, pela velocidade de fase “vf” do sinal
propagando-se através da matéria.
c
n≡
vf

Análise de casos particulares para n ≡ c


vf

a) Vácuo ou ar (free-space)
s=0 e = e0 µ = µ0

c
vf0 = c Þ n0 = Þ n0 = 1
n

28
b) Dielétrico perfeito (lossless)
s=0 e=e µ = µ0
1
1 1 εµ εµ 0
vf = e c= Þ n= 0 0 Þ n= Þ
εµ 0 ε0µ0 1 ε0µ0
εµ 0

Þ ε ou
n= n = εr
ε0

c) Bom dielétrico (ou dielétrico real)


s@0 e=e µ = µ0

σ σ
Critério mais preciso: << 1 ou < 0, 01
ωε ωε
β ≈ ω µ 0ε

ω ω 1 ε ou
Como v f = Þ vf ≈ Þ vf ≈ Þ n≈ n ≈ εr
β ω µ 0ε µ 0ε ε0

d) Bom condutor (ou condutor real - metal)


s ¹ 0 (porém s < ¥) e = e0 µ = µ0

Critério mais preciso:


σ σ
>> 1 ou > 100
ωε ωε
2ω 1
vf ≈ e c=
µ 0σ ε0µ0

1
c ε0µ0 1 µ 0σ σ
n≡ Þ n≈ Þ n≈ Þ n≈
vf 2ω ε0µ0 2ω 2ε 0ω
µ 0σ

29
d) Condutor perfeito
s=¥
n=¥


Exercício 2.2 – Dado o campo magnético H = H 0 ( ŷ + 2 jẑ ) e−α x e− jβ x , calcule o que se
pede abaixo levando em conta os seguintes dados: s = 10-4 S/m, er = 9 e f = 1 GHz
(a) O campo elétrico associado
(b) A constante de atenuação
(c) A constante de fase
(d) A impedância ondulatória do meio
(e) A velocidade de fase
(f) O comprimento de onda
(g) A profundidade típica de penetração da onda

SOLUÇÃO
(a)
   
∇ × H = JC + jω D
 
D = εE
 
JC = σ E (lei de Ohm)
        1  
∇ × H = σ E + jωε E Þ (σ + jωε ) E = ∇ × H Þ E= ∇×H
(σ + jωε )
Levando em conta que o campo magnético só possui dependência espacial em x, apenas a
derivada parcial ¶/¶x irá atuar.
 γ
E= H 0 e−γ x ( 2 jŷ − ẑ )
(σ + jωε )
g = a + jb

Lembrando que η = γ é a impedância ondulatória.


(σ + jωε )

30
(b)

Devemos calcular o termo


σ para descobrir com que tipo de meio material estamos
ωε
lidando.
σ σ 10 −4
= = ≈ 0, 0002
ωε 2π f ε 2π x10 9 x9x8,854x10 −12
σ σ
Como ≈ 0, 0002 então < 0, 01 Þ temos como meio material um “bom dielétrico”.
ωε ωε
σ µ0 a
Para um “bom dielétrico”: α ≈ η e η≅ (1 aproximação)
2 ε
µ0 1 µ0 1 377
η≅ = = x377 = = 125, 67Ω
εrε 0 εr ε0 9 3

10 −4
α≈ x125, 67 Þ a @ 0,0063 Np/m
2

(c)
Para um “bom dielétrico”: β ≈ ω µ 0ε

β ≈ 2π f µ 0εrε 0 = 2π f εr µ 0ε 0

1 2π f εr
Porém c = Þ β≈
ε0µ0 c

2π 10 9 9
β≈ Þ b @ 62,8 rad/m
3x108

(d)
" %
Para um “bom dielétrico”: η ≅ µ 0 $1+ j 1 σ ' (2a aproximação)
ε # 2 ωε &
" 1 %
η ≅ 125, 67 $1+ j 0, 0002 ' Þ η ≅ 125, 7 (1+ j0, 0001) Ω
# 2 &

31
(e)
1
Para um “bom dielétrico”: v f ≈
µ 0ε

1 1 1 c c
vf ≈ = = = Þ vf = 108 m/s
µ 0εrε 0 εr µ 0ε 0 εr 3

(f)
vf
l = vfT ou λ =
f

108
λ= Þ l = 0,1m = 10cm
10 9

(g)
1
δp =
α
Como a = 0,0063 Np/m Þ dp = 158,7 m

2.11 – Potência e energia das ondas

Þ É uma constatação experimental (e teórica) que ondas eletromagnéticas


transportam energia (potência e intensidade).
Potência = energia/tempo
Intensidade = potência/área

32
Vetor de Poynting instantâneo
 
p ( r, t ) → Fornece a magnitude da intensidade instantânea ou densidade de

potência instantânea, a direção e o sentido da onda eletromagnética


propagante. Trata-se de uma grandeza física (real).

Þ Assumindo uma onda plana monocromática propagando-se ao longo da


direção/sentido +z.


E ( z, t ) = E0+e−α z cos (ω t − β z ) x̂

H ( z, t ) = H 0+e−α z cos (ω t − β z ) ŷ

E0+ E0+
η= Þ H 0+ =
H 0+ η

h = Impedância ondulatória do meio material por onde se propaga a onda eletromagnética


(em geral é uma quantidade complexa).

     
p (r, t ) ≡ E (r, t ) × H (r, t )

p ( z, t ) = E0+e−α z cos (ω t − β z ) x̂ × H 0+e−α z cos (ω t − β z ) ŷ

p ( z, t ) = E0+ H 0+e−α z e−α z cos (ω t − β z ) cos (ω t − β z ) ( x̂ × ŷ)

 E+
p ( z, t ) = E0+ 0 e−2α z cos2 (ω t − β z ) ẑ
η
2
 E0+ −2α z
p ( z, t ) = e cos2 (ω t − β z ) ẑ
η

33
Vetor de Poynting médio e casos particulares
  1    
S ( r ) = Re "# E ( r ) × H * ( r )$%
2

a) Onda plana no vácuo ou ar (free-space)


s=0®a=0 e = e0 µ = µ0

  
E ( z ) = E0+e−α z e− jβ z x̂ ® E ( z ) = E0+e− jβ z x̂ ® E ( z ) = E0+e− jβ z x̂
   +
H ( z ) = H 0+e−α z e− jβ z ŷ ® H ( z ) = H 0+e− jβ z ŷ ® H ( z ) = E0 e− jβ z ŷ
η0

  1       1 # E+ * &
S ( r ) = Re "# E ( r ) × H * ( r )$% S ( r ) = Re % E0+e− jβ z x̂ × 0 e jβ z ŷ(
2 2 $ η0 '

  1 "1 2 % 1 !1 2 $
S ( r ) = Re $ E0+ x̂ × ŷ' = Re # E0+ ẑ &
2 # η0 & 2 " η0 %
 1 2
S0 = E0+ ẑ
2η0

Þ Deve-se observar que a densidade de potência para uma onda plana


monocromática é uniforme no espaço livre, ou seja, não varia ao longo de z.

b) Onda plana em um dielétrico perfeito (lossless)


s=0 e=e µ = µ0

Þ A única mudança com relação ao vácuo, é fazer e0 ® e e portanto h0 ®


h.
 1 +2
S= E0 ẑ

34
Þ Deve-se observar que a densidade de potência para uma onda plana é
também uniforme num dielétrico perfeito, ou seja, não varia ao longo de z.

c) Onda plana em um bom dielétrico (ou dielétrico real) não-


ferromagnético

s @ 0 ® a @ 0 ® A rigor a impedância ondulatória h é agora um número


complexo.
e=e µ = µ0

Critério mais preciso: σ << 1 ou σ < 0, 01


ωε ωε

Em uma 1a aproximação: η ≅ µ0
ε
1/2
a µ /ε ! jσ $
Em uma 2 aproximação: η= 1/4 #1+ &
' ! σ $2 * " ωε %
)1+ # & ,
)( " ωε % ,+

µ0 " 1 σ % para σ
η≅ $1+ j ' < 0, 01
ε # 2 ωε & ωε


E ( z ) = E0+e−α z e− jβ z x̂
 E+
H ( z ) = 0 e−α z e− jβ z ŷ
η
  1      1 # E+ * &
S ( r ) = Re "# E ( r ) × H * ( r )$% S ( z ) = Re % E0+e−α z e− jβ z x̂ × 0 e−α z e jβ z ŷ(
2 2 $ η* '

 1 # 2 1 & 1 # 2 1 &
S ( z ) = Re % E0+ e−2α z x̂ × ŷ( = Re % E0+ e−2α z ẑ (
2 $ η* ' 2 $ η* '

 1 2 " 1 %
S ( z ) = E0+ e−2α z Re $ ' ẑ
2 #η * &

35
Expressando h na forma polar: η = η e jθ η

η = Módulo da impedância ondulatória

θη = Fase da impedância ondulatória

 1 2 " 1 % 1 2 1
' ẑ = E0+ e−2α z Re "#e η %& ẑ
− jθ
S ( z ) = E0+ e−2α z Re $ jθη
2 $# η e '& 2 η

 1 2
S ( z) = E0+ e−2α z cosθη ẑ

Þ Deve-se observar que a densidade de potência para uma onda plana decai
exponencialmente num dielétrico real, ou seja, varia ao longo de z.

d) Bom condutor (ou condutor real - metal)

s ¹ 0 (porém s < ¥) e = e0 µ = µ0

Critério mais preciso: σ >> 1 ou σ > 100


ωε ωε

jωµ jωµ 0 µ0
η= Þ η= Þ η=
(σ + jωε ) ! σ $ ! σ $
jωε 0 #1+ & ε 0 #1+ &
" jωε 0 % " jωε 0 %

jωµ 0
Levando em conta que σ > 100 Þ ηC ≅ µ0 Þ ηC ≅
ωε σ σ
ε0
jωε 0
 1 2
SC ( z ) = E0+ e−2αC z cosθηC ẑ
2 ηC

Þ Deve-se observar que a densidade de potência para uma onda plana decai
exponencialmente (e “rapidamente”) num metal, ou seja, varia ao longo de z.

36
e) Condutor perfeito

s=¥ e = e0 µ = µ0

Þ O vetor de Poynting é nulo.

f) Fonte isotrópica emitindo ondas esféricas em um meio material não-


metálico
s = 0 (a = 0) ou s @ 0 (a @ 0) e = e0 ou e = e µ = µ0

Þ As ondas esféricas emitidas a partir de uma fonte isotrópica propagam-se


na direção radial.
   P
S = S r̂ onde. S = rad 2
4π r

! S # = potência emitida/área
" $

r = Coordenada radial
Prad = Potência emitida ou irradiada

 P
S = rad 2 r̂
4π r

37
"  % 
Energia$ 1eletromagnética
Pmag (t ) = µ ∫ $
∂ H '
' dv
( )
Þ Pmag (
2

t
e µsua∂ densidade
) = ∫
H
dv Þ P
em um
mag ( t ) =
( )
% ∫
2

∂ # µ meio
 2 não-
H dv
&
(
V $2 ∂t ' 2 V ∂t ∂t $ 2 V '
dissipativo # &

s = 0 ou s @ 0
ε 2 µ 2
∫ E dv e ∫ H dv Þ Possuem ambos a dimensão física de energia.
2ηV = µ ou2 Vη ≅ µ
ε ε

ε 2
Wele (t ) = ∫E dv ® Energia instantânea armazenada no campo elétrico.
2 V

µ  2
Wmag (t ) = ∫H dv ® Energia instantânea armazenada no campo magnético.
2 V

ε 2 ε 2 ε 2 εµ 2
ρele (t ) = E ® ρele (t ) = η H ® ρele (t ) = η 2 H ® ρele (t ) = H
1.7.2 – Densidade
2 de Energia
2 Eletromagnética
2 2ε
µ 2 Þ
ρele (t ) = H ρele (t ) = ρ mag (t )
Þ Das expressões
2 de Wele(t) e Wmag(t) obtidas anteriormente, podemos observar a
presença do volume infinitesimal dv, sendo o restante a densidade de energia
Þ Portanto, em meios materiais com pouca ou nenhuma dissipação Joule,
instantânea armazenada no campo elétrico e magnético, respectivamente.
a energia
ε  armazenada
2 fica equidistribuída entre os campos elétrico e
ρele (t ) = E ® Densidade volumétrica instantânea de energia armazenada no
magnético,
2 ou seja, ρele (t ) = ρmag (t ) .
campo elétrico.
µ  2 
ε 2 então a densidade
Þρmag (t ) = ρHele (t ) =®ρmagDensidade
Como ( t ) = E ,volumétrica instantâneavolumétrica instantâneanode
de energia armazenada
2 2
campo magnético.
energia eletromagnética total dada pelas somas das parcelas elétrica e
magnética fica sendo:
ρtot (t ) = ρele (t ) + ρ mag (t )

ε 2 ε 2 2
ρtot (t ) = E + E Þ ρtot (t ) = ε E
2 2

38
30
Na média temporal:
T
1
ρele =
T
∫ ρ (t ) dt
ele
0

ε 2 1 T
ε 2 ε T 2
ρele (t ) = E Þ ρele = ∫ E dt Þ ρele = ∫E dt
2 T 0 2 2T 0

T T
ε ε +2
Þ
2
ρele = ∫ E0+ cos2 (ω t − β z ) dt ρele = E0 2
∫ cos (ωt − β z) dt
2T 0 2T 0

T
T
Porém: 2
∫ cos (ωt − β z) dt = 2
0

ε +2T Þ ε +2
ρele = E0 ρele = E0
2T 2 4

De forma análoga: ρmag = ε E0+


2

4
ε +2
ρtot = E0
2

2.12 – Velocidade de grupo e de propagação

Þ A velocidade de propagação de uma onda monocromática é a sua própria


velocidade de fase vf.

Þ Com exceção do vácuo perfeito, os meios materiais, inclusive os


condutores, são meios dispersivos onde vf(f) ou n(f), ou seja, a velocidade de
fase varia com a frequência (ou o comprimento de onda).

Þ Quando transmitimos uma informação, ou seja, um sinal eletromagnético


variante no tempo (modulado), ele sempre ocupará uma certa banda de
frequências. Se cada componente de frequência experimentar um índice de

39
refração diferente, então a onda como um todo terá uma velocidade de grupo,
que é a velocidade da envoltória do sinal.

Þ Seja o caso particular de um sinal apenas composto de duas frequências


próximas, w + Dw e w - Dw, com fases correspondentes, b - Db e b + Db, pois
b µ 1/w.

Apenas um sinal: E x = E0+ cos (ω t − β z )

E1x = E0+ cos#$(ω − Δω ) t − ( β − Δβ ) z%&

Dois sinais:
E2 x = E0+ cos#$(ω + Δω ) t − ( β + Δβ ) z%&

E1x = E0+ cos [ω t − Δω t − β z + Δβ z ] E1x = E0+ cos#$(ω t − β z ) − ( Δω t − Δβ z )%&

Þ
E2 x = E0+ cos [ω t + Δω t − β z − Δβ z ] E2 x = E0+ cos#$(ω t − β z ) + ( Δω t − Δβ z )%&

Superposição: Ex(z) = E1x(z) + E2x(z)

E x = E0+ cos#$(ω t − β z ) − ( Δω t − Δβ z )%& + E0+ cos#$(ω t − β z ) + ( Δω t − Δβ z )%&

E x = E0+ {cos#$(ω t − β z ) − ( Δω t − Δβ z )%& + cos#$(ω t − β z ) + ( Δω t − Δβ z )%&}

Identidade trigonométrica: cos(A-B) + cos(A+B) = 2cosAcosB

40
E x = 2E0+ cos (ω t − β z ) cos ( Δω t − Δβ z ) ⇒ E x = 2E

E x = 2E0+ cos (ω t − β z ) cos ( Δω t − Δβ z )


ω
vf = ⇒ Velocidade de fase do sinal.
cos (ω t − β z ) → Termo que descreve oscilações rápidas no tempo e no espaço.

cosβ
(Δω t − Δβ z) → Termo que descreve oscilações lentas no tempo e no espaço.

( "ω %+ ( " Δω %+
Δω
E x = 2E0+ cos (ω t − β z ) cos ( Δω t − Δβ z ) Þ E x = 2E0+ cos*β $ t − z '- cos*Δβ $
⇒ Velocidade de grupo do sinal.
t − z '-
vg = ) #β &, ) # Δβ &,

Δω β
v = Þ Velocidade de fase do sinal.
f
β

Δω
vg = Þ Velocidade de grupo do sinal.

De forma mais Δβ
precisa: vg =
De forma mais precisa: v = dω

g

Figura 2.4 – Ilustra a superposição de duas ondas planas com frequências muito próximas entre si
(batimento), a velocidade de fase e a velocidade de grupo.

Exemplo: Para uma onda plana monocromática se propagando no vácuo,

temos β = ω que é a chamada relação de dispersão b = b(w).


c
ω Þ w = bc
β=
c

dω d ( β c) d (β )
vg = Þ vg = Þ vg = c Þ v g = c =v f
dβ dβ dβ
41
Þ Portanto, no vácuo a velocidade de grupo de um sinal eletromagnético é
a mesma que a velocidade de fase, então o vácuo é dito ser um meio não-
dispersivo. Este resultado também é válido para um sinal policromático (no
vácuo).

2.13 – Polarização da onda

2.13.1 – Geral
Þ Ondas eletromagnéticas que se propagam sem confinamento no espaço
(livre ou na matéria) são de natureza puramente transversal.

Þ Segundo uma grande quantidade de evidências experimentais (e cálculos


teóricos), os campos eletromagnéticos oscilam em um plano perpendicular
a sua direção de propagação.

Estado de polarização de uma onda eletromagnética



1 - Refere-se ao campo elétrico E (r, t ) , pois é o que geralmente interage (ou

interage mais fortemente) com a matéria.


2 - Especifica a geometria que o vetor E (r, t ) traça no plano de polarização

(ou plano de oscilação dos campos eletromagnéticos).

42
Descrição trigonométrica

 
E ( z, t ) = E0+ cos (ω t − β z + θ )

q = Fase da onda com relação à um referencial fixo de espaço e tempo.

Þ Não importa que a onda seja ou não atenuada, por simplicidade: a = 0.

Þ Desdobrando o vetor campo elétrico em duas componentes cartesianas:


E x ( z, t ) = E x+ cos (ω t − β z + θ x )

E y ( z, t ) = E y+ cos (ω t − β z + θ y )

d º qy - qx
d = Defasagem da componente y com relação à componente x do campo
elétrico.
qy = d + q x

E x ( z, t ) = E x+ cos (ω t − β z + θ x )

E y ( z, t ) = E y+ cos (ω t − β z + δ + θ x )

Þ Como qx é uma fase arbitrária com relação à um referencial fixo também


arbitrário, pode-se então assumir por simplicidade que qx = 0.
E x ( z, t ) = E x+ cos (ω t − β z )

E y ( z, t ) = E y+ cos (ω t − β z + δ )

Quatro estados de polarização são possíveis: Onda não-polarizada,


polarização linear, circular ou elíptica.

43
2.13.2 – Onda não-polarizada
Þ Significa ausência de polarização definida ou polarização aleatória da
onda eletromagnética.

Exemplos: Luz comum como a do Sol, do fogo, luz artificial de lâmpadas,


etc.

Þ Geralmente na região do espectro óptico, a radiação eletromagnética é


produzida por uma grande quantidade de átomos ou moléculas pois l » 1 µm,
e em geral a emissão dessas radiações é descorrelacionada entre si. Em geral,
a radiação eletromagnética na faixa óptica é incoerente (exceção dos lasers).

Þ Antenas de rádio (l » cm ou m) constituem-se em geral em um único


emissor, ou poucos emissores (conjunto ou array de antenas)
correlacionados entre si. Logo na faixa de rádio, as ondas eletromagnéticas
não possuem polarização aleatória, mas sim uma polarização definida,
radiação coerente.

Matematicamente: a diferença de fase d ® torna-se uma função aleatória no


tempo



Þ A amplitude e o sentido de rotação de E (r, t ) são ambos aleatórios.

44
2.13.3 – Polarização linear
 
Þ O campo elétrico E (r, t ) oscila em uma única direção.

Exemplos: Radiação emitida por boa parte das antenas de rádio, lasers
semicondutores e luz não–polarizada filtrada com um polarizador.
E x ( z, t ) = E x+ cos (ω t − β z )

E y ( z, t ) = E y+ cos (ω t − β z + δ )

a) 1a possibilidade: polarização linear horizontal

Figura
E y+ = 0 → E x ( z, t ) 2.5
≠0 – polarizaçãoda
⇒Ilustração linear horizontallinear
polarização horizontal.

0Ex Þ
( z, t ) ≠polarização linear horizontal
a
b)
+ t2 ≠
E y+ = 0 → E x E( z, ) →possibilidade 0 ⇒ polarização linear horizontal
y =0

b) 2a possibilidade
b) 2a possibilidade: polarização linear vertical

E x+ = 0 → E y ( z, t ) ≠ 0 ⇒ polarização linear vertical

c) 3a possibilidade
=00→ EFigura 2.6 - Ilustração da polarização linear vertical.
y ( z, t ) ≠ 0 ⇒ polarização linear vertical
+

x =

E x ( z, t ) = E x+ cos (ω t − β z )
45
c) E3ya( z,possibilidade
t ) = E y+ cos (ω t − β z )

δ=0
E x ( z, t ) = E x+ cos (ω t − β z ) 5
E y ( z, t ) = E y+ cos (ω t − β z )
E x+ = 0 → E y ( z, t ) ≠ 0 Þ polarização linear vertical

c) 3a possibilidade: polarização linear oblíqua nos 1o/3o quadrantes


d=0
E x ( z, t ) = E x+ cos (ω t − β z )

E y ( z, t ) = E y+ cos (ω t − β z )

Ex(z,t) e Ey(z,t) evoluem sempre em fase Þ Polarização linear numa direção


oblíqua pertencente
E (z,t) e Eaos 1o e 3sempre
(z,t) evoluem
x
o
y quadrantes.
em fase ⇒ Polarização linear numa direção
oblíqua pertencente ao 1o e 3o quadrantes.

⇒ Dividindo
Figura membro a membro
2.7 - Ilustração uma equaçãolinear
da polarização pela outra. oblíqua (1ºQ – 3ºQ).
+
E x ( z, t ) E x+ E x ( z, t ) E y ( z, t ) Ey
= ⇒ = ou E y ( z, t ) = + E x ( z, t )
E y ( z, t ) E y+ E x+ E y+ Ex

Þ Dividindo membro a membro uma equação pela outra.


⇒ Obtemos então a equação da reta passando pela origem e com coeficiente
E x ( z, t ) E x+ E x ( z,E t ) E y ( z, t ) E y+
Þangular +E . = ou E y ( z, t ) = + E x ( z, t )
+
= y

E y ( z, t ) E y+ E y+
+
Ex x Ex

d) 4a possibilidade
δ = ±π
Þ Obtemos então, a equação da reta passando pela origem e com coeficiente
+
E ( z, t ) = E cos (ω t − β z )
x x

E y+ E ( z, t ) = E +
cos (ω t − β z ± π )
angular de .
y y

E x+
6

46
d) 4a possibilidade: polarização linear oblíqua nos 2o/4o quadrantes
d = ±p
E x ( z, t ) = E x+ cos (ω t − β z )

E y ( z, t ) = E y+ cos (ω t − β z ± π )

E x ( z, t ) = E x+ cos (ω t − β z )
E z, t ) = E x+ cos (ω t − β z )
E y ( z, t ) = Ex (y+ "#cos (ω t − β z) cos π  sen (ω t − β z) senπ $%
E y ( z, t ) = E y+ "#cos (ω t − β z ) cos π  sen (ω t − β z ) senπ $%

E x ( z, t ) =EE(x+z,cos
t ) =(E + cos (ω t)− β z )
ωt − β z
x x

+
E y ( z, t ) =E−E
y ( z,y t cos (ωy+ cos
) = −E t − (βωzt )− β z )

Ex(z,t) e Ey(z,t) evoluem sempre em contra-fase ⇒ Polarização linear numa


Ex(z,t) e Ey(z,t) evoluem sempre em
o ocontra-fase Þ Polarização linear numa
direção oblíqua pertencente ao 2 e 4 quadrantes.
direção oblíqua pertencente aos 2o e 4o quadrantes.

Figuramembro
⇒ Dividindo 2.8 - Ilustração da polarização
a membro uma equaçãolinear
pelaoblíqua
outra. (2ºQ – 4ºQ).
E x ( z, t ) E+ E ( z, t ) E ( z, t ) E+
= − x+ ⇒ x + = − y + ou E y ( z, t ) = − y+ E x ( z, t )
E y ( z, t ) Ey Ex Ey Ex

Þ Dividindo membro a membro uma equação pela outra.


⇒ Obtemos então a equação da reta passando pela origem e com coeficiente
E x ( z, t ) E x+ Ey+ E x ( z, t ) E y ( z, t ) E y+
− + Þ
=angular − +. + =− ou E y ( z, t ) = − + E x ( z, t )
E y ( z, t ) Ey Ex Ex E y+ Ex
47

7
Þ Obtemos então a equação da reta passando pela origem e com coeficiente
E y+
angular de − .
E x+

2.13.4 – Polarização circular


Þ As componentes do campo elétrico Ex e Ey oscilam de forma que a
 
resultante E (r, t ) traça um círculo no plano de polarização da onda.

E x ( z, t ) = E x+ cos (ω t − β z )

E y ( z, t ) = E y+ cos (ω t − β z + δ )

d = ±p/2
Û polarização circular
E x+ = E y+

Observação: Quando tivermos E x+ ≠ E y+ Þ polarização elíptica (ver adiante)

Fazendo: E x+ = E y+ = E0+

E x ( z, t ) = E0+ cos (ω t − β z )

" π%
E y ( z, t ) = E0+ cos $ω t − β z ± '
# 2&

E x ( z, t ) = E0+ cos (ω t − β z )
48
( "π % "π % +
E y ( z, t ) = E0+ *cos (ω t − β z ) cos $ '  sen $ ' sen (ω t − β z )-
) #2& #2& ,

E x ( z, t ) = E0+ cos (ω t − β z )

E y ( z, t ) = E0+ sen (ω t − β z )

Þ O plano de polarização da onda pode estar localizado em qualquer valor


de z, inclusive em z = 0.
E x (t ) = E0+ cosω t

E y (t ) = E0+ senω t

Þ Eliminando o tempo t (parâmetro) para descobrir a figura geométrica


 
traçada por E (r, t) .
2
!E t $
!" E x (t )#$ = (E0+ )2 cos2 ω t Þ # x ( ) & = cos2 ω t
2
+
" E0 %
2
!E t $
!" E y (t )#$ = (E ) sen ω t Þ # y ( ) & = sen 2ω t
2 + 2 2
0 +
" E0 %

Þ Somando estas duas últimas equações.


2 2
! E x (t ) $ ! E y (t ) $ 2 2
# + & + # + & = cos ω t + sen ω t
E
" 0 % " 0 % E
2 2
! Ex $ ! Ey $ + 2
# + & + # + & = 1 ou E x + E y = ( E0 )
2 2

" E0 % " E0 %

Þ Obtemos então a equação analítica de uma circunferência.

49
Análise do sentido da rotação

1 – Para uma defasagem de d = - p/2


E x (t ) = E0+ cos (ω t )

" π%
E y (t ) = E0+ cos $ω t − '
# 2&
" π%
E y (t ) = E0+ cos $ω t − '
# 2&
E x (t ) =EE0+t cos (+ω t )
x ( ) = E0 cos (ω t )

E y (t ) =EEy (0+tsen
) = E(ω
+
t ) (ω t )
0 sen

Figura⇒
δ = -π/2 2.9 -POLARIZAÇÃO
Ilustração da polarização circular no sentido
CIRCULAR anti-horário.ANTI-
NO SENTIDO
HORÁRIO

d = - p/2 Þ POLARIZAÇÃO CIRCULAR NO SENTIDO ANTI-


Observação: O referencial deve ser de um observador para o qual a onda
HORÁRIO
eletromagnética se aproxima – trata-se de uma convenção adotada na
Engenharia.

Observação: O referencial deve ser o de um observador para o qual a onda


2 – Para umase
eletromagnética defasagem de δ =–+π/2
aproxima trata-se de uma convenção normalmente
+
E x (t ) = E0 cos (ω t )
adotada na Engenharia.
! π$
E y (t ) = E0+ cos #ω t + &
" 2%

E x (t ) = E0+ cos (ω t )

E y (t ) = −E0+ sen (ω t ) 50

10
2 – Para uma defasagem de d = + p/2
E x (t ) = E0+ cos (ω t )

! π$
E y (t ) = E0+ cos #ω t + &
" 2%

E x (t ) = E0+ cos (ω t )

E y (t ) = −E0+ sen (ω t )

Figura 2.10 - Ilustração da polarização circular no sentido horário.

d = + p/2 Þ POLARIZAÇÃO CIRCULAR NO SENTIDO HORÁRIO

2.13.5 – Polarização elíptica


Þ Asδ =polarizações linear e circular
+π/2 ⇒ POLARIZAÇÃO são NO
CIRCULAR ambas casos HORÁRIO
SENTIDO particulares de um
estado de polarização mais geral que é a polarização elíptica.
E x ( z, t ) = E x+ cos (ω t − β z )
4.5 – Polarização elíptica
E y ( z, t ) = E y+ cos (ω t − β z + δ )
⇒ As polarizações linear e circular são casos particulares de um estado de
polarização mais geral que é a polarização elíptica.
Þ Analisando
E ( z, t ) = E + no
cos (plano
ω t − β z )z = 0.
x x

+
E x (t ) = E( cos
) =(Eωy+tcos
E y xz, t ) (ωt − β z + δ )

⇒ Analisando no plano z = 0. 51
E x (t ) = E x+ cos (ω t )

E y (t ) = E y+ cos (ω t + δ )
E y (t ) = E y+ cos (ω t + δ )

E x2 (t ) = (E x+ )2 cos2 (ω t )

E y2 (t ) = (E y+ )2 cos2 (ω t + δ )

E x2 (t ) = (E x+ )2 cos2 (ω t )
2
E y2 (t ) = (E y+ )2 "#cos (ω t ) cos δ − sen (ω t ) senδ $%

Se d = 0 ou d = ± p Þ POLARIZAÇÃO LINEAR
Se E x+ = E y+ e d = ± p/2 Þ POLARIZAÇÃO CIRCULAR

a) 1a possibilidade
E x+ ≠ E y+ e d = ± p/2

E x2 (t ) = (E x+ )2 cos2 (ω t ) Þ E x2 (t ) = (E x+ )2 cos2 (ω t )

Þ
2
E y2 (t ) = (E y+ )2 !"sen (ω t )#$ E y2 (t ) = (E y+ )2 sen 2 (ω t )

E x2 E y2
cos2 (ω t ) = e sen 2 (ω t ) =
(E x+ )2 (E y+ )2

Þ Somando as duas equações anteriores.


E y2 E x2
sen 2 (ω t ) + cos2 (ω t ) = +
(E y+ )2 (E x+ )2

E y2 E x2
+ =1
(E y+ )2 (E x+ )2

52
Þ Foi então obtida a equação analítica de uma elipse com semi-eixos maior
e menor alinhados ao longo de y e x, respectivamente, ou o inverso.

Figura 2.11 - Ilustração da polarização elíptica com as elipses alinhadas ao longo do eixo x ou do eixo
y.
⇒ De forma inteiramente análoga à polarização circular.

Þ De forma inteiramente análoga à polarização circular:


E x+ ≠ E y+ e δ = -π/2 ⇒ POLARIZAÇÃO ELÍPTICA NO SENTIDO ANTI-

E x+ ≠ E y+ e d = - p/2 Þ POLARIZAÇÃO ELÍPTICA NO SENTIDO ANTI-


HORÁRIO

HORÁRIO
E x+ ≠ E y+ e δ = +π/2 ⇒ POLARIZAÇÃO ELÍPTICA NO SENTIDO

E x+ ≠ E y+ e d = + p/2 Þ POLARIZAÇÃO ELÍPTICA NO SENTIDO


HORÁRIO

HORÁRIO

b) 2a possibilidade

y e δ pode ser qualquer, porém com exceções: δ ≠ 0, δ ≠ ±π/2 e δ ≠


E x+2≠a Epossibilidade
+
b)
E x+ ≠ E y+ e a diferença de fase d pode ser qualquer, porém com exceções: d ¹ 0,
±π

d⇒¹ ±Neste
p/2 ecaso,
d ¹ ±pa polarização será elíptica, porém a elipse resultante não
Þestará alinhada
Neste caso, aao longo dosserá
polarização eixos x e y. porém a elipse resultante não estará
elíptica,
alinhada ao longo dos eixos x ou y.
⇒ A avaliação do sentido de rotação da polarização deve ser feita utilizando
53
o mesmo método apresentado.
Þ A avaliação do sentido de rotação da polarização deve ser feita utilizando
o mesmo método apresentado anteriormente.

Figura 2.12 - Ilustração da polarização elíptica com as elipses alinhadas em 45º ou 135º com relação
ao eixo x.

c) 3a possibilidade
a
c) 3 possibilidade
E =+ E y+ e+ a diferença de fase d pode ser qualquer, porém com exceções: d ¹ 0,
+

E x = E y e δ pode ser qualquer, porém com exceções: δ ≠ 0, δ ≠ ±π/2 e δ ≠


x

d ¹ ± p/2 e d ¹ ±p
±π

(tx)(=t )E=0+Ecos
Ex E + (ω t ) Þ
⇒ EEx ((tt)) == E +
cos((ωωtt))
E 0+ cos
0 cos (ω t ) x 0

(ty)(=t )E=0+Ecos
Ey E +
(ω(ωt +t +δδ) )
0 cos
Þ
⇒ EEyy (t ) = E0+0+ [[cos(
cos(ωωt)cos(
t)cos(
δδ) −) −sen(
sen(
ωω δ )]δ )]
t)sen(
t)sen(

E E2
E x (t ) = E0+ cos (ω t ) Þ cos (ω t ) = +x Þ cos2 (ω t ) = 2+x 2
E E
E x (t ) = E0+ cos (ω t ) ⇒ cos (ω t ) = E0+x ⇒ cos2 (ω t ) = (E+x0 2)
E0 (E0 )
2
E x2 2 E x22 E
1− sen (ω2
t ) = +E2x Þ sen 2(ω t ) = 1− E+x 2 Þ sen (ω t ) = 1− E x + 2
2 2 x
1− sen 2 (ω t ) =
(E0 )+ 2 ⇒ sen (ω t ) = 1− (E0+ )2 ⇒ sen (ω t ) = 1− (E
+ 02
)
(E0 ) (E0 ) (E0 )
Þ Substituindo cos(wt) e sen(wt) em Ey.
⇒ Substituindo cos(ωt) e sen(ωt) em Ey.
"E " 2 % %
E x δ ) − 1− E x Esen(
E y E= E(t0+) $= E+x +cos(
2
$ cos(δ ) − 1−+ 2 + 2 sen('δ )'
x δ )
y
$# E0 0 $# E0+ (E0 (E
) 0) '& '&

Þ⇒
Esta é aé aequação
Esta equaçãoanalítica
analítica de elipse fazendo ângulos de ±45o com os
uma elipse.
de uma
eixos coordenados.

54

14
Exercício 2.3 – Seja uma onda plana que se propaga através de um meio
material com perdas, onde a sua velocidade de fase é dada por vf = c/2, e cujo
campo elétrico é dado pela seguinte expressão.

E = e− π z e− jπ z [ jx̂ + (1− j) ŷ ] V/m

Calcule o seguinte:
a) O estado de polarização da onda, incluindo o sentido de rotação, se houver.
b) O coeficiente de atenuação.
c) O comprimento de onda.
d) A frequência da onda.

SOLUÇÃO
a)
Para a análise do estado de polarização, basta inicialmente fixar um plano, por
exemplo o plano z = 0.

E = jx̂ + (1− j) ŷ Þ Ex = j e E y = (1− j)
 
(
E (t ) = Re Ee jωt )

E (t ) = Re {[ jx̂ + (1− j) ŷ ] e jωt }

E (t ) = Re "# jx̂e jωt + (1− j) ŷe jωt $%

Lembrando que: j = e jπ /2

E (t ) = Re "#e jπ /2 x̂e jωt + (1− e jπ /2 ) ŷe jωt $%

E (t ) = Re "# x̂e j(ωt+π /2) + ŷe jωt − ŷe j(ωt+π /2) $%

E (t ) = cos (ω t + π / 2 ) x̂ + cos (ω t ) ŷ − cos (ω t + π / 2 ) ŷ

55
Em componentes x e y:
E x (t ) = cos (ω t + π / 2 )
E y (t ) = cos (ω t ) − cos (ω t + π / 2 )
E y (t ) = cos (ω t ) − cos (ω t + π / 2 )

" % " %
Identidade trigonométrica: cos A − cos B = 2sen $" 1 ( A + B)'% sen $" 1 ( B − A)'%
1 1
Identidade trigonométrica: cos A − cos B = 2sen #$ 2 ( A + B)&' sen#$ 2 ( B − A)&'
#2 & #2 &
"1 % "1 %
cos (ω t ) − cos (ω t + π / 2 ) = 2sen"$ (ω t + ω t + π / 2 )%' sen"$ (ω t + π / 2 − ω t )%'
1 1
cos (ω t ) − cos (ω t + π / 2 ) = 2sen $# 2 (ω t + ω t + π / 2 )'&sen $# 2 (ω t + π / 2 − ω t )'&
#2 & #2 &
"1 % "1 %
cos (ω t ) − cos (ω t + π / 2) = 2sen $ ( 2ω t + π / 2)' sen $ ( π / 2)'
#2 & #2 &

cos (ω t ) − cos (ω t + π / 2 ) = 2sen (ω t + π / 4) sen (π / 4)

cos (ω t ) − cos (ω t + π / 2 ) = 2 2 sen (ω t + π / 4)


2
cos (ω t ) − cos (ω t + π / 2 ) = 2sen (ω t + π / 4)
cos (ω t ) − cos (ω t + π / 2 ) = 2sen (ω t + π / 4)

E x (t ) = −sen (ω t )

E y (t ) = 2sen (ω t + π / 4)

Como dδ ¹≠ 0,
0, dδ ¹≠ ±±π/2
p/2 e dδ ¹≠ ±±π,
p, então
então aa onda possui polarização ELÍPTICA.
ELÍPTICA.

POLARIZAÇÃO ELÍPTICA NO SENTIDO ANTI-HORÁRIO


POLARIZAÇÃO ELÍPTICA NO SENTIDO ANTI-HORÁRIO
56

b)
b)
Da expressão do campo elétrico, é imediato que a = p Np/m

c)
Da expressão do campo elétrico, é imediato que b = p rad/m

β= Þ π = 2π Þ l = 2 m
λ λ

d)
vf Þ vf Þ c 3x108
λ= f= f= = = 0, 75x108 = 7,5x10 7 Hz
f λ 2x2 4
f = 75 MHz

Exercício 2.4 – Seja o campo elétrico de uma onda plana que se propaga no
espaço livre (ar) dado pela seguinte expressão.

E = 10 −3 ( x̂ + jŷ ) e− jβ z V/m

Calcule o seguinte:
a) O estado de polarização da onda.
b) O sentido de rotação, caso exista.

SOLUÇÃO
 
(
E (t ) = Re Ee jωt )
a)

Fazendo z = 0 Þ E = 10−3 ( x̂ + jŷ)

E (t ) = Re "#10 −3 ( x̂ + jŷ) e jωt $%

57

E (t ) = 10 −3 Re "#( x̂ + jŷ) e jωt $% = 10 −3 Re "# x̂e jωt + jŷe jωt $%

Lembrando que: j = e jπ /2

Lembrando
E (t ) = 10 −3 Reque: j =e jeπ /2jπ ŷe
"# x̂e jωt + /2 jω t
$% = 10 −3 Re "#e jωt x̂ + e j(ωt+π /2) ŷ$%

E (t ) = 10 −3 (Re "# x̂e jωt + e jπ /2 ŷe jω t $
" % =π10
−3 " jωt
% + Re #e x̂ + e
j (ω t+π /2) $
ŷ%
−3
E (t ) = 10 *cos(ω t) x̂ + cos $ω t + ' ŷ-
 () # 2& ,
−3 " π% +
E (t ) = 10 *cos(ω t) x̂ + cos $ω t + ' ŷ-
) # 2& ,

E xx (t ) = 10 −3 cos(ω t)

" π%
E yy (t ) = 10 −3
−3
cos $ω t + '
# 2&

As componentes x e y do campo elétrico possuem mesma amplitude e p/2


π/2 de
diferença de fase Þ
⇒ POLARIZAÇÃO CIRCULAR

b)
E xx (t ) = 10 −3 cos(ω t) Þ
⇒ E x (t ) = 10−3 cos(ω t)
" π%
E yy (t ) = 10 −3
−3
cos $ω t + ' Þ E yy (t ) = −10−3 sen (ω t )

# 2&

POLARIZAÇÃO CIRCULAR NO SENTIDO HORÁRIO


POLARIZAÇÃO CIRCULAR NO SENTIDO HORÁRIO

58
4a Lista de exercícios (livro-texto, 1a edição) - Capítulo 4: 4.5, 4.8, 4.11-
4.14, 4.20-4.26.
Exercício 2.5 – ONDA DE RÁDIO PROPAGANDO-SE EM TERRA
DISSIPATIVA
O campo magnético de uma onda plana propagando-se através da terra (meio

dissipativo) é descrito matematicamente como H = H 0e −αze − jβz ( xˆ + 2 jyˆ )A/m,
onde a amplitude injetada em z = 0 possui o valor H0 = 1 µA/m. Assumindo
-4
que a terra tenha uma condutividade elétrica
€ de 10 S/m, constante dielétrica
relativa de 9 e que a onda propagante tenha frequência linear de 1 GHz,
calcule o seguinte, considerando o interior da terra.
a) A expressão matemática do vetor campo elétrico correspondente.
b) O estado de polarização completo da onda.
c) O vetor densidade de potência média (magnitude em W/m2, direção e
sentido).
d) A constante de fase (rad/m).
e) A velocidade de fase (m/s).
f) O comprimento de onda (m).
g) A constante de atenuação (Np/m).
h) A profundidade pelicular (m).

Exercício 2.6 – Uma onda plana representada numa certa posição por 2(ejπ/3
x̂ + ej5π/6 ŷ ) V/m se propaga no ar. Calcule:

a) O estado de polarização (completo) da onda.


b) O vetor de Poynting médio (magnitude em W/m2, direção e sentido).
c) A densidade de energia média armazenada no campo magnético (em J/m3).

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Exercício 2.7 – PARÂMETROS DE PROPAGAÇÃO NA TERRA
ÚMIDA
Os parâmetros eletromagnéticos constitutivos da terra úmida para f = 1 MHz
são s = 10-1 S/m, er = 4 e µr = 1. Assuma que a amplitude do campo elétrico
de uma onda plana uniforme incidente na interface ar/terra úmida (dentro já
da terra úmida) seja de 3x10-2 V/m, calcule e/ou responda os itens abaixo com
referência a terra úmida.

(a) A classificação do tipo de material em que se constitui.


(b) O coeficiente de atenuação (em Np/m).
(c) A distância (em m) que a onda deve percorrer, de tal forma que a amplitude
do campo elétrico caia para 1,104 x 10-2 V/m.
(d) O comprimento de onda (em m).
(e) A velocidade de fase (em m/s).
(f) A impedância intrínseca (em W).
(g) A amplitude do campo magnético (em A/m) na interface ar/terra (dentro
já da terra úmida).

Exercício 2.8 – COMUNICAÇÃO ELETROMAGNÉTICA ENTRE


SUBMARINOS
A combinação superfície da água do mar + atmosfera é um importante meio
de comunicação entre submarinos que podem estar a distâncias continentais
entre si. Utilizam antenas de dimensões gigantescas flutuantes na superfície.
Os submarinos norte-americanos usam a faixa de 82 Hz. Assumindo que o
sinal de 82 Hz seja propagado apenas através da água do mar, apresentando s

60
= 4 S/m, er = 81 e µr = 1, calcule ou responda o que se pede para a água do
mar.
(a) A constante de atenuação (em Np/m).
(b) A constante de propagação complexa (em m-1).
(c) A velocidade de fase (em m/s).
(d) O comprimento de onda (em m).
(e) A profundidade pelicular (em m).
(f) A frequência de 82 Hz é adequada para um enlace eletromagnético entre
submarinos submersos a longa distância entre si e que utilizem apenas a água
do mar como meio de propagação? Explique!


Exercício 2.9 – Seja o campo magnético H = H 0 e−α x e jβ x ( ŷ + j2 ẑ ) com f = 1 GHz,

se propagando em um meio material onde s = 10-4 S/m e er = 9. Calcule.


(a) A densidade média de potência.
(b) A velocidade de propagação.
(c) A velocidade de grupo.

SOLUÇÃO
(a)

   ∂D
Lei de Ampère-Maxwell: ∇ × H = JC +
∂t
   
Equações constitutivas: JC = σ E e D = ε E
 
   ∂(ε E)    ∂E    
∇×H =σE + Þ ∇ × H = σ E + ε Þ ∇ × H = σ E + jεω E
∂t ∂t
         
σ E + jεω E = ∇ × H Þ (σ + jεω ) E = ∇ × H Þ (σ + jεω ) E = ∇ × H

61
 1  
E= ∇×H
σ + jεω
 1 "∂ ∂ ∂ %
$ x̂ + ŷ + ẑ ' × *+ H 0 e e ( ŷ + j2 ẑ ),-
−α x j β x
E=
σ + jεω # ∂x ∂y ∂z &
 1 "∂ % *
$ x̂ ' × + H 0 e e ( ŷ + j2 ẑ ),-
−α x j β x
E=
σ + jεω # ∂x &

 ! H 0 $ ∂ −α x j β x
E =# & ( e e )*+ x̂ × ( ŷ + j2 ẑ ),-
" σ + jεω % ∂x
 ! H0 $
& (−α e e + j β e e ) ( ẑ − 2 jŷ)
−α x j β x −α x j β x
E =#
" σ + jεω %
 ! H0 $ −α x j β x
E =# & (−α + j β ) e e ( ẑ − 2 jŷ )
" σ + jεω %
 ! H0 $ −α x j β x
E =# & (α − j β ) e e ( 2 jŷ − ẑ )
" σ + jεω %

A densidade média de potência deve ser calculada por:


  1    
S ( r ) = Re "# E ( r ) × H * ( r )$%
2
  1 )! H $ −α x j β x * −α x − j β x
,
S ( r ) = Re +# 0
& (α − j β ) e e ( 2 jŷ − ẑ ) × H O e e ( ŷ − j2 ẑ ).
2 *" σ + jεω % -

  2
H 0 −2α x )" α − j β % ,
S (r ) = e Re +$ ' (−2 jŷ × j2 ẑ − ẑ × ŷ).
2 *# σ + jεω & -

  2
H 0 −2α x )" α − j β %" σ − jεω % ,
S (r ) = e Re +$ '$ ' ( 4 ŷ × ẑ − x̂ ).
2 *# σ + jεω &# σ − jεω & -

  2
H 0 −2α x *(" (α − j β ) (σ − jεω ) % ,*
S (r ) = e Re )$ 2 2 2 '( 4 x̂ − x̂ )-
2 +*# σ +ε ω & .*

  3 H 0 2 −2α x ("ασ − jαεω − j βσ − βεω %+   3 H 0 2 " ασ − βεω % −2α x


S (r ) = e Re )$ '&, x̂ S (r ) = $ ' e x̂
2 *# σ 2 + ε 2ω 2 - 2 # σ 2 + ε 2ω 2 &

62
(b)
σ
tgθ =
ωε
10!"
𝑡𝑔𝜃 =
2𝜋10# x9x8,85x10!$%
tgq » 0,0002 Þ “bom dielétrico”

Como f = 1 GHz, a onda é monocromática e a sua velocidade de propagação


é a sua própria velocidade de fase.

Para um “bom dielétrico”: v f ≈ 1


µ 0ε

1 1 1 c c
vf ≈ = = = Þ vf = 108 m/s
µ 0εrε 0 εr µ 0ε 0 εr 3

(c)
 
Como a onda é monocromática vg = v f

Exercício 2.10 – ANTENAS OMNIDIRECIONAIS E SETORIZADAS &


BLINDAGEM ELETROMAGNÉTICA
Uma antena omnidirecional é capaz de irradiar uniformemente no plano
horizontal, enquanto que uma antena setorizada irradia apenas num certo
ângulo do referido plano horizontal. Um exemplo para o primeiro caso é uma
antena de rádio-difusão, enquanto que para o segundo caso, é uma antena de
telefonia móvel celular.

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(a) Suponha que uma antena omnidirecional irradie 2 GHz no espaço livre
uma potência Prad, e depois é substituída por uma antena setorizada em 45°
que irradia ainda o mesmo valor. Calcule o aumento de nível (em dB) da
magnitude do vetor de Poynting médio numa distância arbitrária da antena.
(b) Calcule a magnitude do vetor de Poynting médio produzido pela antena
setorizada gerando 5 W em 45°, numa distância de 1 km da fonte, uniforme
em 50m de altura. Calcule também as magnitudes do campo elétrico e
magnético.
(c) A 10 km da mesma antena setorizada, você verifica que o sinal que chega
é muito fraco para a aplicação desejada. Então você resolve utilizar uma
antena parabólica de raio igual 20 cm para aumentar o nível de sinal. Calcule
a potência média que a antena parabólica captura supondo ainda irradiação
uniforme em 50m de altura.
(d) Entretanto, a 50m da antena setorizada está a sua casa. Com receio da
irradiação eletromagnética, você resolve cobrir toda a sua casa com folha de
papel alumínio de 20 µm de espessura. Calcule a magnitude do campo elétrico
fora e dentro da sua casa. Suponha ainda irradiação uniforme em 50m de
altura. Dado: condutividade elétrica do alumínio = 3,8 x 107 S/m.

Exercício 2.11 – A ÁGUA DO MAR COMO MEIO DE PROPAGAÇÃO


Suponha a água do mar como um meio material de propagação infinito
onde s = 4 S/m, er = 81, µr = 1 e f = 1 MHz.
(a) Como você classifica a água do mar como meio material, considerando 1
MHz?
(b) Calcule o seu coeficiente de atenuação a (em Np/m).
(c) Calcule a frequência espacial da onda b (em rad/m).
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(d) Calcule a sua impedância ondulatória hC (em W).
(e) Calcule a sua profundidade pelicular dp (em m).
(f) Calcule o módulo do vetor de Poynting médio (em W/m2) em função da
coordenada z, considerando uma onda plana uniforme onde em z = 0 e t = 0
temos E = 1 kV/m.
(g) Calcule a magnitude do campo magnético (em A/m) correspondente a E =
1 kV/m.
(h) Calcule a densidade média de energia (em J/m3) contida no campo elétrico
re(z) em função da coordenada z.
(i) Calcule a densidade média de energia (em J/m3) contida no campo
magnético rm(z) em função da coordenada z.

Exercício 2.12 – CABO COAXIAL


Suponha um cabo coaxial (linha de transmissão cilíndrica) formado por um
fio condutor interno de raio “a” e um outro condutor externo de raio interno
“b” (b > a) ao longo do eixo “z”. Entre os dois condutores, há uma camada
polimérica não-dissipativa e não-ferromagnética (er = 2,25) que faz o
isolamento elétrico. Sendo “r” a coordenada radial cilíndrica, o campo elétrico
instantâneo que se propaga no interior do cabo coaxial (entre os dois
condutores) é dado pela seguinte expressão.

 ! 100 $
& cos (10 t − β z ) r̂ V/m
8
E =#
" r %

Calcule:
(a) A constante de fase b.
(b) O coeficiente de atenuação a devido apenas ao polímero.
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(c) O campo magnético instantâneo H correspondente.
(d) O vetor de Poynting instantâneo.
(e) A densidade volumétrica instantânea de energia armazenada no campo
elétrico e no campo magnético.

(f) A densidade de corrente de deslocamento J D instantânea.
(g) A densidade superficial instantânea de cargas sS(z,t) na interface mais
externa do polímero.

DADO (em coordenadas cilíndricas): ∇ = r̂ ∂ + φˆ 1 ∂ + ẑ ∂
∂r r ∂φ ∂z

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