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Resumo

Noções Preliminares
1-Campo de Atuação da Contabilidade
A Contabilidade, uma ciência social aplicada, capta, registra, acumula, resume e
interpreta os fenômenos que afetam as situações patrimoniais de qualquer ente, seja este
pessoa física, jurídica, Estado, Município, União, Autarquia etc. Ela tem um campo de
atuação muito amplo. O desenvolvimento inicial do método contábil esteve intimamente
associado ao surgimento do Capitalismo, como forma quantitativa de mensurar os
acréscimos ou decréscimos dos investimentos. Todavia, a economia de mercado e seu
florescer foram fortemente amparados pelo surgimento e aperfeiçoamento das partidas
dobradas, ou seja, existiu uma interação entre esses dois fenômenos. Ela serviu como
forte instrumento de controle nos países que adotaram regimes políticos com economia
controlada pelo governo de forma centralizada. Hoje, o método tem aplicação a
qualquer tipo de pessoa, física ou jurídica, com finalidades lucrativas ou não.

2-Grupos de Pessoas e de Interesses que Necessitam da Informação


Contábil
A Contabilidade fornece informações a vários grupos de pessoas cujos interesses
nem sempre são coincidentes, embora não se chegue ao exagero de afirmar que sejam
conflitantes. Como por exemplo:
2.1. Sócios, acionistas e proprietários de quotas societárias de maneira geral
Eles estão interessados na rentabilidade e segurança de seus investimentos, logo,
necessitam de informações resumidas que deem respostas claras e concisas a suas
perguntas. Por exemplo: qual a taxa de lucratividade proporcionada a seu investimento
em ações ou quotas-partes da sociedade? Normalmente, relatórios elaborados pela
Contabilidade Geral (também conhecida por Contabilidade Financeira) e
esclarecimentos prestados pela Administração por ocasião das assembleias ou reuniões
de sócios realizadas algum tempo após o encerramento dos exercícios são suficientes
para responder a tais perguntas.
2.2. Administradores, diretores e executivos dos mais variados escalões
O interesse nos dados contábeis dessas pessoas atinge um grau de profundidade
e análise, bem como de frequência, muito maior do que para os demais grupos. Além
das demonstrações básicas e finais de um período contábil, a Contabilidade fornece aos
administradores um fluxo contínuo de informações sobre os mais variados aspectos da
gestão financeira e econômica das empresas. O administrador inteligente, que sabe usar
a informação, tem em suas mãos um poderoso instrumento de trabalho que lhe permite
tomar decisões visando um futuro com maior segurança, bem como conhecer a situação
atual e o grau de acerto ou desacerto de suas decisões passadas.
2.3. Bancos, capitalistas, emprestadores de dinheiro
Para estas pessoas e entidades, as perguntas são mais ou menos parecidas com as
do 2.2, com a diferença de que os interesses são mais fortes e influenciados, às vezes,
por questões sentimentais. Os emprestadores de dinheiro, cuja única finalidade é a
rentabilidade e segurança de retorno de seus investimentos, serão os primeiros a
abandonar o barco em perigo de naufrágio. Basicamente, o nível, a quantidade e,
principalmente, a qualidade da informação requerida são parecidos, com maior ênfase
para os fluxos financeiros, no que se refere aos emprestadores em geral.
2.4. Governo e economistas governamentais
As repartições e os economistas governamentais têm duplo interesse nas
informações contábeis. Em primeiro lugar, baseando-se frequentemente em tais
informações é que se exerce o poder de tributar e arrecadar impostos, taxas e
contribuições. Em segundo lugar, os economistas encarregados de análises globais ou
setoriais de nossa economia podem fornecer bases adequadas para as análises
econômicas.
2.5. Pessoas físicas
A Contabilidade não deixa de desempenhar seu papel de ordem e controle das
finanças também no caso dos patrimônios individuais.

3-Finalidades para as quais se usa Informação Contábil


Existem três finalidades básicas: Finalidade de planejamento, Finalidade de
controle e a Finalidade de auxílio no processo decisório.
3.1. Planejamento
Planejamento é o processo de decidir que curso de ação deverá ser tomado para
o futuro. Normalmente, o processo de planejamento consiste em considerar vários
cursos alternativos de ação e decidir qual o melhor. O Planejamento (que deve ser
diferenciado de simples previsão) pode abranger um segmento da empresa ou toda a
empresa.
3.2. Controle
Controle pode ser conceituado como um processo pelo qual a alta administração
se certifica, na medida do possível, de que a organização está agindo em conformidade
com os planos e políticas traçados pelos donos de capital e pela própria alta
administração. A informação contábil é útil ao processo de controle das seguintes
formas: Como meio de comunicação - Os relatórios contábeis podem ser de grande
auxílio, ao informar a organização a respeito dos planos e políticas da administração.
Como meio de motivação - A informação contábil pode auxiliar (e também, desde que
utilizada inadequadamente, prejudicar) esse processo de motivação. Como meio de
verificação - Periodicamente, a administração necessita avaliar a qualidade dos serviços
executados pelos empregados.
A apreciação desse desempenho pode resultar em acréscimo de salários, promoções,
readmissões, ações corretivas as mais variadas, ou, em casos extremos, demissões.
3.3. Processo Decisório
Processo Decisório ê o conjunto de ações que faz com que se consiga a obtenção
dos objetivos desejados, definidos pelo planejamento. A contabilidade participa do
processo de planejamento, quando é indispensável para a fixação de todos os
planejamentos estratégicos, orçamentos operacionais, etc. É vital no processo de
controle, ou seja, de acompanhamento do que ocorre e comparação com o que deveria
estar ocorrendo.

4-Especializações Contábeis e Funções Contábeis Típicas


4.1. Planificação da contabilidade
Entre as providências iniciais, impõe-se a planificação geral do setor contábil. O
contador estuda a natureza da entidade, verifica os tipos de transações que
provavelmente ocorrerão e planeja a maneira pela qual essas transações deverão ser
registradas, sintetizadas e evidenciadas. Elabora, finalmente, um Plano e um Manual de
Contas. Outro trabalho é a escolha do processo de escrituração, que depende do volume
e da complexidade dos registros.
4.2. Escrituração contábil
Quando a Contabilidade é bem planejada, grande parte do processo de
escrituração se torna rotineira e pode ser realizada por simples escriturários ou por
computadores, sob a supervisão do contador. Todavia, em qualquer empresa surgem a
todo momento problemas que só podem ser resolvidos por profissional habilitado.
4.3. Elaboração e interpretação de relatórios
São relatórios contábeis o Balanço Patrimonial, Demonstração de Resultados,
Demonstração dos Fluxos de Caixa, Demonstração de Geração e Distribuição do Valor
Adicionado. Todo o trabalho de acumulação de registros e dados sistematicamente
classificados, que constitui a rotina contábil, tem por finalidade inserir os dados
colhidos em relatórios contábeis, os quais devem ainda ser interpretados, no sentido
contábil, por profissional habilitado. Entre as ramificações ou detalhamentos mais
importantes da Contabilidade, destacaríamos: a Contabilidade Financeira e a
Contabilidade de Custos, esta exercida pelo contador de custos; a Auditoria, interna ou
externa, que congrega auditores internos ou independentes; a Análise e Interpretação de
Balanços, exercida por analistas cuja formação básica deve ser em Contabilidade;
Sistemas e Métodos, nos quais contadores altamente especializados desenvolvem
atuações, e, finalmente, Controladoria, cargo e especialização máxima a serem atingidas
por um contador dentro de uma empresa. Contadores devidamente habilitados podem
exercer funções periciais, judiciais ou extrajudiciais, trabalhos especiais de consultoria,
e também, alguns contadores se especializam em aspectos fiscais da Contabilidade.

5-Mercado de Trabalho do Contador


Pode-se afirmar, sem receio de se incorrer em erro, que o mercado de trabalho
para o contador de alto nível, hoje, no Brasil, é, em média, um dos melhores entre os
profissionais liberais, no sentido financeiro, principalmente. Esse papel traz em si, além
das capacitações técnicas e profissionais inerentes, alta dose de ética, de prudência, de
zelo, de severidade de costumes e de integridade.

6-Limitações do Método Contábil


A Contabilidade não é e nem deve ser entendida como um fim em si mesma.
Isso quer dizer que as informações por ela fornecidas só terão utilidade desde que
satisfaçam às necessidades da administração ou de outros interessados. Em segundo
lugar, a Contabilidade só é capaz de captar e registrar, normalmente, eventos
mensuráveis em moeda quando sabemos que, em quase todas as decisões, muitos outros
elementos não quantitativos devem ser levados em conta para uma decisão adequada.
Em terceiro lugar, muita discussão ainda existe entre contadores, no que diz respeito a
princípios, a procedimentos de avaliação, bem como à terminologia. A Contabilidade é
um modelo, e modelos são, por definição, simplificações da realidade. O resultado de
tais limitações é que os relatórios contábeis podem não expressar totalmente a realidade
econômica da entidade. Algumas vezes, a Contabilidade fornece em retrato algo
desfocado ou defasado de uma paisagem empresarial, principalmente por influência da
inflação. O importante é conhecer bem o grau de limitação inerente ao método para não
nos iludirmos em demasia.

7-Horizontes para a Contabilidade, principalmente a partir da adoção das


Normas Internacionais de Contabilidade a partir de 2010
À medida que a formação profissional do contador se torna fortalecida, os
órgãos representativos de classe se preocupam com a melhoria sempre crescente dos
conceitos e normas contábeis. Poder-se-á assegurar que os horizontes da Contabilidade
serão os mais amplos e promissores possível. A qualidade média das disposições legais
que envolvem conceitos contábeis evoluiu bastante no Brasil a partir de 1976 com a Lei
das Sociedades por Ações e chegou, em certos aspectos, a liderar o mundo no que diz
respeito ao tratamento dos efeitos inflacionários. Com a introdução da Lei n2 11.638/07,
que provocou alterações profundas na Lei das Sociedades por Ações, e com a Lei n2
11.941/08, que definitivamente desatrelou a automaticidade da ligação da contabilidade
com as normas tributárias e a criação do CPC - Comitê de Pronunciamentos Contábeis,
tem-se agora o início de uma nova era.
7.1. A Criação do CPC
Em 2005, juntaram-se representantes dos preparadores de demonstrações
contábeis, contadores, auditores independentes, academia, usuários das informações
contábeis, órgãos reguladores contábeis principais do Brasil, Ministério da Fazenda e
constituíram o CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Esse Comitê produz
Pronunciamentos, Interpretações e Orientações a partir das Normas Internacionais
emanadas do IASB. Os órgãos reguladores contábeis brasileiros aprovam esses
documentos emitidos pelo CPC e os tornam obrigatórios em seus respectivos âmbitos.
Com isso, o Brasil caminha para ter, a partir de 2010, suas normas contábeis totalmente
convergidas às do IASB.
7.2. O objetivo da contabilidade e a prevalência da essência sobre a forma
O grande objetivo da Contabilidade é o de prover seus usuários em geral com o
máximo possível de informação sobre o patrimônio de uma entidade e suas mutações.
Mas há formas e formas de relatar. Nossos contadores vêm, há décadas, se não séculos,
a se limitar a cumprir as formalidades legais e contratuais, sem muita análise crítica do
efetivo significado e conteúdo dos documentos. Esse é o conceito básico da Prevalência
da Essência Sobre a Forma, que é o pilar básico das normas internacionais de
contabilidade emitidas pelo lasb. Maior transparência, que resulta em menor custo do
capital e menores riscos nas decisões.
7.3. A participação de toda a entidade no processo de produção e na
responsabilidade da informação contábil
Anteriormente, bastava o contador pegar o contrato assinado e reproduzi-lo
contabilmente, praticamente sem nada perguntar a terceiros e talvez até sem saber o que
de fato havia por trás de alguns contratos. Agora, dentro das normas internacionais,
precisa o contador conhecer a operação, consultar e obter dados formalizados dos que
participaram. A contabilidade não é mais só do contador; ela é da empresa toda, o
contador administra o processo, se responsabiliza por "caçar” todos os inputs
necessários, administrar os bancos de dados disponíveis e produzir as informações
contábeis necessárias que ajudem usuários externos. Ele é o centro do processo, mas
não o único a dele participar.
7.4. Aumenta o papel do contador como centro dos interesses divergentes
Quanto mais a contabilidade é responsável por prover informações para fins de
controle e decisão, o que inclui avaliação de desempenho, mais o contador fica no
centro de interesses divergentes. O diretor tem interesse em mostrar seu desempenho,
fazer jus as maiores gratificações, o proprietário quer reduzir essas mesmas
gratificações, o investidor minoritário em ações quer ver esses valores mobiliários
crescendo de valor no mercado e pagando o máximo possível de dividendos, o governo
quer o máximo de tributação possível, os gestores, proprietários e credores querem o
mínimo possível, etc. Logo, não só de técnica refinada pode ele sobreviver. Mas
também de muita ética profissional e pessoal, e de uma capacidade de comunicação, de
resistência a pressões e de viver sob pressão. Está aí toda a beleza, todo o conflito e toda
a dificuldade da profissão.
7.5. O Espírito Acadêmico
Muitos desenvolvimentos teóricos têm ocorrido ultimamente, principalmente no
que diz respeito ao estudo e desenvolvimento das Normas Internacionais de
Contabilidade, às pesquisas empíricas que visam aferir a utilidade das informações
contábeis e ao desenvolvimento de novas teorias. Esse espírito da investigação, da
dúvida e da procura de algo que represente melhor do que o critério ou a técnica
utilizada até ontem. São características que se fazem necessárias também no profissional
que executa ou audita a contabilidade.

Estática patrimonial: o balanço


O Balanço Patrimonial é uma das mais importantes demonstrações contábeis,
por meio do qual podemos apurar a situação patrimonial e financeira de uma entidade
em determinado momento, dentro de certas regras. Nele contém o Ativo, o Passivo e o
Patrimônio Líquido da entidade.
8.1. Ativo
O Ativo compreende, de forma muito simplificada, os bens e os direitos da
entidade expressos em moeda; Caixa, Bancos, Imóveis, Veículos, Equipamentos,
Mercadorias, Contas a Receber de Clientes são alguns dos bens e direitos que uma
empresa normalmente possui.
8.2. Passivo
O Passivo compreende basicamente as obrigações apagar, isto é, as quantias que
a empresa deve a terceiros: Contas a Pagar, Fornecedores, Salários a Pagar, impostos a
Pagar, Financiamentos a Pagar.
8.3. Patrimônio Líquido
Patrimônio Líquido como a diferença entre o valor do Ativo e do Passivo de
uma entidade, em determinado momento.
8.4. Fontes de Patrimônio Líquido
O Patrimônio Líquido de uma entidade pode ser proveniente das seguintes
fontes:
1- Investimentos dos Sócios - Efetuados pelos proprietários em troca de ações,
Quotas ou outras participações.
2- Lucros - Acumulados na entidade e não distribuídos aos sócios
como fonte (adicional) de financiamento.
8.5. Equação fundamental do patrimônio
A representação quantitativa do patrimônio de uma entidade é conhecida entre
nós pela expressão Balanço Patrimonial. Já que na maioria das entidades o Ativo (Bens
e Direitos) suplanta o Passivo (Obrigações), a representação mais comum de seu
patrimônio, isto é, seu Balanço Patrimonial assume a forma:
ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔMIO LÍQUIDO

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