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O que são filtros ativos

OPAMPs nível intermediário Módulo 1 Aula 1


Dr. Eng. Wagner Rambo
WR Kits
Definição de filtro

• Um filtro elétrico é um quadripolo capaz de atenuar determinadas


frequências do espectro do sinal de entrada e permite a passagem das
demais. (PERTENCE, 2017).
• O espectro do sinal é uma decomposição do mesmo em uma escala de
amplitude versus frequência, que pode ser realizada a partir de Séries
de Fourier ou visualizadas em um analisador de espectro.
Filtros Ativos

• Filtros ativos são aqueles que apresentam elementos no circuito que


necessitam de uma fonte de tensão independente, tais como
transistores, válvulas e amplificadores operacionais.
• Filtros passivos são aqueles elaborados apenas com elementos passivos
(resistores, capacitores e indutores) e não necessitam de uma fonte
de tensão independente.
• Em filtros digitais, o sinal analógico é convertido para digital através
de um ADC. O sinal amostrado será filtrado por software e
reconvertido para o domínio analógico com um DAC
• Neste módulo, estudaremos o projeto de filtros ativos utilizando os
amplificadores operacionais.
Vantagens dos filtros ativos

• Viabilizam o ganho de tensão e corrente do sinal;


• Facilidade de casamento de impedância;
• Dispensa o uso de indutores, que podem ser grandes e caros em sistemas
de mais baixa frequência;
• Podemos associar estágios simples e desenvolver filtros complexos a
partir deles;
• Enorme quantidade de OPAMPs disponíveis no mercado, aumentando a
versatilidade para o desenvolvimento dos projetos.
Desvantagens dos filtros ativos

• A resposta em frequência dependerá das características dos próprios


OPAMPs utilizados no projeto;
• Não podemos utilizá-los em sistemas de média e alta potência;
• Precisam de fonte de alimentação.
Áreas de atuação dos filtros ativos

• Instrumentação;
• Eletromedicina;
• Bioeletrônica;
• Telecomunicações;
• Sistemas Embarcados;
• Áudio e Amplificadores.
Função dos filtros

• Passa-Baixas: permite a passagem das frequências abaixo da frequência


de corte fc (frequências acima serão atenuadas);
• Passa-Altas: permite a passagem das frequências acima da frequência
de corte fc (frequências abaixo serão atenuadas);
• Passa-Banda: permite a passagem das frequências que estão entre f1 e
f2 (frequência de corte inferior e superior respectivamente). Também
conhecido como passa-faixa;
• Rejeita-Banda: atenua as frequências situadas entre f1 e f2 e permite a
passagem das demais. Também conhecido como rejeita-faixa.
• Passa-Tudo: não afeta o módulo do sinal, mas modifica sua fase.
Resposta ideal

• Os filtros ideais apresentam a


resposta em frequência conforme
imagem.
Ordem de um filtro

• A ordem n de um filtro pode ser identificada de acordo com o número


de indutores e capacitores do circuito.
• Em um filtro LC, a ordem é igual ao número de indutores e
capacitores;
• Em um filtro RC, a ordem é igual ao número de capacitores;
• Em um filtro ativo, a ordem será aproximadamente igual ao número de
capacitores do filtro.
• OBS.: algumas raras topologias de filtros ativos, apresentam indutores,
que também irão influenciar na ordem.
• Quanto maior a ordem do filtro, mais eficiente o mesmo será em
atenuar as frequência que não são de interesse.
Aproximações

• Os filtros também podem ser classificados de acordo com a aproximação


utilizada no projeto, que terá influência direta na resposta em frequência real
do sistema. As principais aproximações são:
• Butterworth: a curva de resposta é suave e não possue nenhum tipo de
ondulação.
• Bessel: semelhante ao Butterworth porém com resposta ainda mais branda.
• Chebyshev Tipo I: curva de resposta mais aguda, o que é vantagem em sistemas
de baixa ordem, porém com presença de ondulação na faixa de passagem.
• Chebyshev Tipo II: semelhante ao tipo I, porém com presença do ripple na faixa
de corte. Também conhecido como Chebyshev Inverso.
• Cauer (elíptico): a resposta em frequência se aproxima de um filtro ideal,
porém com ripple na faixa de passagem e de corte. Alta complexidade de
projeto.
Resposta real do filtro passa-baixas

• Os filtros passa-baixas apresentam a


resposta em frequência real, de acordo
com a aproximação utilizada. Confira
na imagem.
Resposta real do filtro passa-banda

• Os filtros passa-banda também


apresentam a resposta em frequência
real de acordo com a aproximação
utilizada. Confira na imagem.
Principais Características dos Filtros
Fator de Qualidade e Seletividade

• O fator de qualidade Q é a razão entre a frequência central e a largura


de banda do filtro.
𝑓𝑜
𝑄=
𝐵𝑊
• Uma largura de banda bastante estreita, significa que o circuito
apresenta alta seletividade. A seletividade é definida como a habilidade
de um circuito em distinguir, num dado espectro de frequências, uma
frequência específica em relação a todas as outras.
• Em outras palavras, quanto maior o fator de qualidade, melhor o filtro.
Prática

• Para a primeira prática do nosso curso, vamos montar e analisar o


filtro ativo mais simples que existe: um passa-baixas RC de primeira
ordem.
• O filtro apresenta um resistor e um capacitor e na saída ligamos um
amplificador operacional para servir como buffer e casar a
impedância.
Circuito Prático: Passa-baixas RC
Projeto do Filtro Passa-Baixas RC

• A frequência de corte desse filtro é dada pela equação

1
𝑓𝑐 =
2𝜋𝑅1 𝐶1
• Portanto
1
𝑓𝑐 = = 1061,03𝐻𝑧
2𝜋 × 15000 × 10 × 10−9
Projeto do Filtro Passa-Baixas RC

• Para o projeto, arbitrou-se o valor comercial de 10nF para o capacitor e


o objetivo é uma frequência de corte próxima de 1kHz, arranjando-se a
equação para isolar R1, teremos
1 1
𝑅1 = = = 15,915𝑘Ω
2𝜋𝑓𝐶1 2𝜋 × 1000 × 10 × 10−9
• Na prática, será utilizado um resistor de 15k. Para aproximar ainda mais
da frequência de 1kHz, uma possibilidade é ligar um resistor de 910
Ohms em série com 15k.
Exercício para praticar depois da aula

• Projete um filtro passa-baixas RC ativo de primeira ordem, que apresente


uma frequência de corte próxima a 3,4kHz. Utilize componentes com
valores comerciais, preferencialmente sem realizar associações.
• Simule o circuito no LT Spice para comprovar o funcionamento.
• Opcional: monte o circuito na prática e reproduza os teste de laboratório
desta aula.

20 min.
Simulação

• Primeiramente vamos simular o filtro passa-baixas RC no software


LT Spice utilizando um OPAMP ideal para validar a resposta em
frequência.
• Oferecemos Curso de LT Spice Básico e também Curso de LT Spice
Intemediário para quem tiver interesse.
Referências Bibliográficas

• NASCIMENTO, Juarez. Telecomunicações, 2ed.


• PERTENCE, Antonio Jr. Amplificadores Operacionais e Filtros Ativos, 8ed.
• MALVINO, Albert; BATES, David. Eletrônica Volume II, 8ed.

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