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INTRODUÇÃO
Todo esse contexto ganhou uma nova perspectiva no ano de 2020, a pandemia
do novo Corona vírus impôs ao mundo uma realidade inesperada, a qual acrescentou
novas camadas à relação dos indivíduos com o tempo disponível, principalmente para
aqueles que se viram mais ameaçados pela doença, os velhos. A necessidade de
isolamento social e o cenário de extrema incerteza ocasionado pela crise sanitária
decorrente da pandemia trouxe consigo novos problemas à já problemática relação da
sociedade com o tempo. A conjuntura anterior apresentava uma forte midiatização e
imposição de uma velhice performática (FREITAS, 2018), porém esse contexto se
altera quando o velho passa a ser a principal vítima da pandemia.
Tendo este arcabouço teórico como referência, procura-se entender como todas
essas problemáticas são assimiladas e experimentadas pelos velhos, segundo a
pesquisadora Vanessa santos de Freitas “a velhice é vista como um período de perdas
do capital erótico e corporal, na medida em que o afastamento desses capitais
característicos da juventude acaba favorecendo o sentimento de invisibilidade pelas
mulheres velhas.” A sensação de invisibilidade dos velhos, sobretudo das mulheres
velhas, somada ao preconceito ligado ao seu corpo, desvela uma pressão ainda maior
sobre no sentido de negar as próprias características, a mídia e a sociedade pressionam
os velhos à performar sob o discurso de uma ‘velhice saudável’, este discurso é
carregado de pressões estéticas que agem na velhice expondo esse espectro social à uma
produtividade em seu tempo livre.
A associação dos usos e sentidos do tempo livre na velhice pode agora ser
observada de forma ainda mais clara com o advento de influenciadores digitais velhos.
O influenciador digital se caracteriza por expor sua vida de forma a maximizar sua
performance nos meios digitais, sendo assim, todo momento se torna uma oportunidade
para gerar engajamento em suas redes, deste modo, o tempo livre se torna ao mesmo
tempo objeto de consumo e de comercialização. Neste contexto surge o canal ‘Avós da
razão’. Um canal do Youtube formado por 3 mulheres velhas, são elas por Helena
Wiechamn de 91 anos, Gilda Bandeira de Melo de 78 anos e Sonia Bonetti de 83 anos,
juntas elas decidiram iniciar a produzir os vídeos e em 1 de outubro de 2018 postaram o
primeiro vídeo do canal que já conta com mais de 49 mil subscritos e quase 100 vídeos
publicados, além de um quadro intitulado ‘quarentena com as avós’ criado durante a
pandemia do novo Corona vírus. Os vídeos do canal têm em média 10 minutos e muitas
vezes são pautados por perguntas recebidas.
CONLUCSÃO (a adicionar)
BIBLIOGRAFIA (a adicionar)