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Cetisa – Ensino Médio

Professora: Queli Cristina Bona


Disciplina: Redação/Oratória/Literatura
Alunos: Enzo Lucca Viviani
Turma: 3ª série
Data:13/07/2021

Partida sem raça

O futebol chegou ao mundo com status de esporte de elite. Na Inglaterra, já era


praticado por operários de fábricas, mas era inadmissível um negro jogar futebol na
época. Ao passar dos anos, foi possível incluir essa raça no futebol, pois suas
habilidades e capacidade física impressionaram a todos. Mas ainda era uma
novidade, o racismo no futebol era grande. Mesmo assim, no início do século XX, o
jogador Carlos Alberto, o qual era mulato, entrava em campo maquiado com pó de
arroz no rosto. E sua atitude era uma forma de protesto contra o racismo no futebol.
Atualmente, esse problema que era para estar solucionado, ainda ocorre com
frequência, praticado por muitos torcedores de vários países no mundo. Apesar do
racismo ser contínuo e naturalizado, o futebol precisa exterminá-lo antes que o
racismo o destrua. Há muitos casos no mundo de jogadores que sofreram com o
racismo, cometido pela torcida preconceituosa. Ademais, a Federação Internacional
de Futebol (FIFA) está fazendo o possível para que o preconceito racial diminua.

No ano de 2019, foi publicado, no site Uol Esporte, um caso de racismo sofrido
pelo jogador Taison do clube Shakhtar, que foi alvo de insultos na Ucrânia. O
jogador fez um gesto obsceno para as bancadas e acabou expulso da partida.
Todos os jogadores vítimas do racismo dizem que isso é um ato vergonhoso diante
a torcida que o pratica, o qual é algo totalmente comum no futebol mundial. Afirmam
também que o racismo no futebol é contínuo e trata-se de um problema difícil de se
resolver, pois sempre esteve no sangue humano e é quase impossível de acabar. O
jogador costa-marfinense Yaya Touré, que já foi vítima do preconceito, afirma, em
entrevista ao DANZ, que não deixa o seu filho ser jogador profissional de futebol por
conta do racismo.
Isso é uma situação delicada, pois seu filho tem um sonho de seguir a carreira do
seu pai no futebol, mas Yaya Touré não quer ver seu filho sofrer com o mesmo
preconceito. Outro caso ocorrido, desta vez em 2014, segundo o site Veja, foi o do
jogador brasileiro Daniel Alves. Ele comentou a recorrente uma provocação racista
durante uma partida: “Estou na Espanha há 11 anos e há 11 anos é dessa maneira.
Temos de rir dessa gente atrasada. Infelizmente é uma guerra perdida, até que se
tomem medidas mais drásticas". O futebolista põe em evidência que o futebol
precisa literalmente mudar.

O racismo torna as pessoas alvo de preconceito e desrespeito. A torcida


geralmente utiliza-se desse ato para criticar a postura dos jogadores em campo,
além de fazer gestos obscenos. Essa forma de preconceito é cometida com o intuito
de desestabilizar emocionalmente o futebolista. Consequentemente os jogadores
ficam revoltados com tais atitudes, fazendo-os serem retirados do campo.
Lamentavelmente a prática de racismo nos estádios está aumentando
consideravelmente. Em 2019 na Europa, mais de 150 incidentes racistas
relacionados ao futebol foram relatados à polícia na última temporada. Mostram
números do Ministério do Interior, um aumento de mais de 50% no ano anterior e
mais do que o dobro do número de três temporadas atrás, conforme pesquisa do
site britânico The Guardian.

O futebol é um esporte valorizado e amado no mundo inteiro, seu objetivo é


inspirar e também entreter a todos que acompanham. A torcida nos estádios tem a
finalidade de mostrar sua voz, amor e carinho pelo clube, dando motivação aos
jogadores em campo. Infelizmente, na realidade existem maus exemplos de
torcedores no mundo. Que acabam deixando o esporte mais vergonhoso, triste e
desrespeitoso. Por este motivo, o futebol necessita fazer o possível para destruir o
racismo.
Sobre esse grande problema que vêm crescendo, a FIFA reconhece a sua
responsabilidade nos esforços para acabar com todas as formas de preconceito no
futebol, como descrito no Artigo 3 do seu estatuto: “A discriminação de qualquer tipo
contra um país, uma pessoa ou grupos de pessoas por causa da raça, cor da pele,
etnia, origem social, gênero, língua, religião, opinião política ou qualquer outra
opinião, saúde, local de nascimento ou qualquer estatuto, orientação sexual ou
qualquer outra razão é estritamente proibida e passível de punição por suspensão
ou expulsão”. Ela também está atribuindo novos modos para diminuir o preconceito
racial, como recentemente foi aceito o novo Código Disciplinar. No qual vai ter a
possibilidade dos árbitros suspenderem um jogo de futebol por incidentes racistas. E
até mesmo encerrar a partida e atribuir a derrota ao time infrator. Acredito que está
correta a atitude da FIFA, que se dedica para a interrupção do racismo no futebol.
Julgo plenamente que para abolir o racismo, a modalidade precisa tratá-lo como um
problema de primeira urgência. É necessário estabelecer duras punições esportivas
aos clubes cujos torcedores praticam atos racistas (perda de pontos e até
eliminações de campeonatos) e também suspensões pesadas a dirigentes,
jogadores e técnicos que caírem na prática desse preconceito.

Diversas coisas ruins estão ocorrendo no mundo, e o futebol deveria ter a


capacidade de separar-se de tais coisas. Porém há diversos atos que precisam ser
vistos e levados a sério. Por este motivo que na prática, o futebol mundial precisa
agir de forma rápida e eficaz, para ter a possibilidade de tais estatísticas diminuírem
consideravelmente. Será viável modificar a aparência do futebol, para que esse
esporte demonstre mais exemplo e valor no mundo inteiro. Com o intuito de
consequentemente não ocorrer casos de jogadores vindicando sobre o racismo.
Combater de fato o preconceito racial não é só o papel da FIFA e dos clubes, e sim
também é de todos os torcedores individualmente. Se todos igualmente fizessem
sua parte, teríamos combatido o racismo desde o início da criação do futebol. Por
mais difícil que seja alcançar seu resultado, é possível destruir o preconceito. Mas é
evidente que o mundo dá voltas, e isso se aplica no caso dos racistas agindo nos
estádios. As cascas de bananas jogadas no campo, irão retornar no caminho deles,
e em breve escorregarão.

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