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SEMANA 7

MATÉRIA: DIREITO IMOBILIÁRIO

OBJETO DE CONHECIMENTO: Contrato de adesão

HABILIDADE(S) E COMPETÊNCIA(S): Conceituar e definir contrato de adesão.

INTERDISCIPLINARIDADE:

ES
CONTEÚDO

CONTRATO DE ADESÃO

O contrato de adesão é o instrumento muito adotado principalmente nas relações de consumo. O art.
54 do Código de defesa do consumidor, assim preceitua contrato de adesão: Contrato de adesão é
aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas
unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou
modificar substancialmente seu conteúdo.”
São elaborados, geralmente por uma das partes, em regra pelo proponente e são usados no dia a dia
das relações de consumo, pois já estão em modelos prontos para garantir a agilidade e execução dos
negócios. Tal contrato não resulta da livre negociação entre as partes, mas somente uma das partes
delibera sobre o contrato e o impõe a outra parte, não cabendo negociações acerca das condições
contratuais.

Em outras palavras, segundo o jurista Orlando Gomes, "No contrato de adesão uma das partes tem
que aceitar, em bloco, as cláusulas estabelecidas pela outra, aderindo uma situação contratual que
encontra definida em todos os seus termos."

Trata-se de um contrato “pegar ou largar”, uma vez que o proponente entrega o contrato pronto, sem a
possibilidade da parte discutir e, principalmente, modificar qualquer cláusula. Ou a parte aceita o
contrato exatamente nos termos propostos, ou não há contrato.

A aceitação do contrato pelo aderente pode ocorrer de modo tácito ou expresso. Aceitar tacitamente é
agir em concordância com aquilo que é exigido no contrato, ou seja, quando no contrato consta
determinada conduta a ser seguida e o aderente faz exatamente o que se pede, ainda que não haja um
documento escrito. Por sua vez, aceitar expressamente é manifestar a concordância através de
assinatura em um documento escrito.

As relações econômicas se dinamizaram, caracterizando-se, sobretudo, pelas exigências de rapidez


para responder às demandas do mercado. Assim, começou a surgir a figura do contrato por adesão.
Isso teve impacto sobre a concepção clássica dos contratos, a proteção das liberdades individuais
culminou com um desequilíbrio de poderes entre as partes contratantes.

Na prática, verificou-se uma padronização dos contratos de tal modo que os indivíduos
economicamente mais fortes conseguiam impor suas vontades sobre aqueles que desejavam os
produtos ou serviços. Tendo em vista essa massa vulnerável, desenvolveu-se um conceito para melhor
disciplinar as regras contratuais: a função social do contrato.

A função social dos contratos, como já fora estudado, é uma limitação da liberdade contratual no sentido
de impedir o conflito entre o estabelecido no contrato e o interesse público. Isso significa que o contrato
não deve ser usado como um instrumento de abusividades nem para a parte contratante nem para
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terceiros.

O que se observa é que os contratos de consumo são majoritariamente adesivos, sendo elaborados
unilateralmente pelo fornecedor. Neste contexto não há verdadeira oportunidade para que o consumidor
questione os termos do acordo, sendo lhe facultado apenas aceitar, ou não, o contrato.

Desta maneira, os contratos de consumo são frequentemente marcados por um indesejado


desequilíbrio entre fornecedores e consumidores, isto porque o conteúdo do contrato é de redação
exclusiva do fornecedor.

O fato dos contratos de adesão serem elaborados exclusivamente por uma das partes torna-os
especialmente suscetíveis à inserção de cláusulas abusivas em seu texto, isto é, cláusulas cujo
cumprimento importaria uma vantagem desproporcional para o fornecedor ou uma desvantagem
exagerada para o consumidor.

O legislador, ciente do risco de utilização de tais cláusulas pelos proponentes de contratos de adesão,
inseriu no artigo 51 Código de Defesa do Consumidor uma vedação a uma ampla gama de disposições
contratuais que podem ser extremamente prejudiciais ao consumidor.

Dentre as cláusulas proibidas pelo artigo 51 destacam-se algumas, às quais os consumidores devem
ficar atentos ao assinarem um contrato: (i) cláusulas que impossibilitem, exonerem ou atenuem a
responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem
renúncia ou disposição de direitos; (ii) cláusulas que subtraiam ao consumidor a opção de reembolso
da quantia já paga, nos casos previstos neste código; (iii) cláusulas que transfiram responsabilidades a
terceiros; (iv) cláusulas que estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o
consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade; (v)
cláusulas que deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, embora obrigando o
consumidor; (vi) cláusulas que permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço de
maneira unilateral; (vii) cláusulas que autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente,
sem que igual direito seja conferido ao consumidor.

ATIVIDADES
01- Conceitue contrato de adesão apontando eventuais vantagens e desvantagens da sua celebração.
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02- De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, o que são cláusulas abusivas? Qual princípio
protege o consumidor desta prática?
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