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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL


CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
DISCIPLINA: HIDRÁULICA 1
TURMA: 2021/1 - REMOTO

Relatório de Laboratório de Hidráulica –


Perda de Carga Distribuída

Arthur Ferreira Leal de Azevedo


Bruno Dias Resende
Erlan Gabriel Guimarães Rosa Porto
Fabrício Tavares de Castro
Lucas Simões Gomes

Docente: Prof. Dr. José Vicente Granato de Araújo

GOIÂNIA
NOVEMBRO/2021
Arthur Ferreira Leal de Azevedo – 201706886
Bruno Dias Resende – 201616556
Erlan Gabriel Guimarães Rosa Porto – 201703535
Fabrício Tavares – 201708933
Lucas Simões Gomes - 201900200

Relatório apresentado à disciplina de Hidráulica


01 – Laboratório do curso de Engenharia Civil da
Universidade Federal de Goiás, como requisito
parcial de avaliação.
Docente: Prof. Dr. Jose Vicente Granato de
Araújo.

GOIÂNIA
NOVEMBRO/2021
1. RESUMO.....................................................................................................................................4
2. INTRODUÇÃO...........................................................................................................................5
3. OBJETIVOS................................................................................................................................6
4. MATERIAIS................................................................................................................................7
5. PROCEDIMENTOS....................................................................................................................9
6. DESENVOLVIMENTO............................................................................................................10
7. CONCLUSÃO............................................................................................................................11
8. BIBLIOGRAFIA.......................................................................................................................12
1. RESUMO

Por motivo de ainda estarmos em momento de isolamento social, provocado pela


pandemia do COVID-19, as aulas ministradas presencialmente, incluindo as aulas práticas,
está suspensa, com isso foi implementada na Universidade Federal de Goiás (UFG) o Ensino
Remoto Emergencial (ERE). Sendo assim, o experimento que será analisado neste relatório
foi realizado pelos funcionários do Laboratório de Hidráulica Prof. Djalma Barros de Araújo
da Escola de Engenharia Civil e Ambiental (EEC) da UFG. O experimento realizado tem por
objetivo a quantificação e da perda de carga distribuída no escoamento de um fluido ao longo
de um tubo liso e de um rugoso, passando pela verificação dos fatores que podem influenciá-
la, determinação do número de Reynolds, do coeficiente f e determinação das características
do tubo rugoso. Para possibilitar essa análise, foram disponibilizados pela equipe do
laboratório: imagens de cada etapa dos procedimentos realizados, vídeo do desenvolvimento
do experimento, bem como todos os dados necessários às análises deste relatório.

Palavras-chave: Experimento; Hidráulica; Perda de carga; Tubo liso; Tubo rugoso.

2. INTRODUÇÃO

Quando um líquido escoa de um ponto para outro no interior de um tubo, ocorrerá


sempre uma perda de carga (Sistemas de bombeamento de líquidos). O emprego de
tubulações no transporte de fluídos pode ser realizada de duas formas: tubos fechados e
canais abertos.

A correta projeção e implantação de sistemas de escoamento é muito importante para


minimizar os custos ocasionados pelo transporte de um fluido em tubulação, por isto surge a
necessidade de estudar os fenômenos ocasionados pelas grandes extensões de tubulações, e
também pelo o uso de acessórios, entradas e saídas.

A perda de carga pode ser dividida em dois tipos: distribuída e localizada. Na


distribuída, a parede dos dutos retilíneos causa uma perda de pressão distribuída ao longo do
comprimento do tubo, fazendo com que a pressão total vá diminuindo gradativamente ao
longo do comprimento.

Já na localizada, este tipo de perda de carga é causado pelos acessórios de


canalização, isto é, as diversas peças necessárias para a montagem da tubulação e para o
controle do fluxo do escoamento, que provocam variação brusca da velocidade, em módulo
ou direção, intensificando a perda de energia nos pontos onde estão localizadas.

É conveniente relembrar que um escoamento pode ser classificado duas formas,


turbulento ou laminar. No escoamento laminar há um caminhamento disciplinado das
partículas fluidas, seguindo trajetórias regulares, sendo que as trajetórias de duas partículas
vizinhas não se cruzam. Já no escoamento turbulento a velocidade num dado ponto varia
constantemente em grandeza e direção, com trajetórias irregulares, e podendo uma mesma
partícula ora localizar-se próxima do eixo do tubo, ora próxima da parede do tubo.

O cálculo da perda de carga distribuída em um escoamento turbulento é baseado na


aplicação da análise dimensional.

3. OBJETIVOS
O objetivo do experimento foram determinar as perdas de carga distribuída em
tubulações lisas e rugosas. Através dos dados obtidos podemos:

 Verificar os fatores que influenciam na perda de carga;


 Determinar o número de Reynolds;
 Determinar o coeficiente “f” da Fórmula Universal para o tubo liso e tubo rugoso.
 Determinar a altura de rugosidade “k” do tubo rugoso

4. MATERIAIS
O experimento foi realizado com os seguintes itens:

a. Módulo de Hidráulica
b. Trena
c. Régua
d. Termômetro
e. Cronômetro
f. Tubo ½” e ¾ “Liso
g. Tubo ¾” Rugoso
h. Piezômetros
i. Reservatório

Figura 1 - Materiais utilizados no experimento


5. PROCEDIMENTOS

A análise do escoamento de um fluido por meio de uma tubulação é feita


principalmente pela Equação de Bernoulli (Equação 1) entre dois pontos (1 e 2), obedecendo-
se o sentido do escoamento. Tal estudo pode ser resumido na seguinte equação:

(Equação 1)
Sendo:
v1 = velocidade média do escoamento na seção 1 (m/s);

v2 = velocidade média do escoamento na seção 2 (m/s);

g = aceleração da gravidade (m/s2);

z1 = elevação do ponto 1 (m);

z2= elevação do ponto 1 (m);

P1= pressão estática no ponto 1 (Pa);

P2= pressão estática no ponto 2 (Pa);

γ = peso especifico do fluido (N/m3).

Essa equação, é o primeiro passo dado no estudo de fluidos, que ao desenvolver, são
obtidos resultados perto da realidade. Entretanto, tal equação não considera o efeito de perda
de carga ao longo do escoamento, o que na realidade ocorre e para ser considerado pode-se
adicionar da seguinte forma:

(Equação 2)
Nesse sentido, a perda de carga hp é dada em metros e pode ser calculada a partir da
Fórmula Universal:

(Equação 3)

Sendo:
f = fator de atrito ou coeficiente de perda de carga (adimensional);

L = comprimento da tubulação (m);

D = diâmetro da tubulação (m);

v = velocidade média de escoamento (m/s);

g = aceleração da gravidade (m/s²);

Para a utilização dessa fórmula, é necessário identificar o fator de atrito f. Um dos


métodos é a partir da utilização do Ábaco de Rouse-Moody, o qual depende da utilização do
número de Reynolds (Re) e da rugosidade relativa (ε/D) como pode-se observar:

Para a determinação do número de Reynolds, se utiliza a seguinte equação:

(Equação 4)
Em que:
Re = número de Reynolds (adimensional);

ρ = massa específica do fluido (kg/m³);

D = diâmetro da tubulação (m);

μ = viscosidade do fluido (Pa.s).

Além dessa forma de se obter o fator de atrito pelo ábaco, vários pesquisadores
desenvolveram fórmulas que são possíveis de se obter diretamente o fator de atrito, como a
obtida por Swamee e Jain:

(Equação 5)

Com isso, independentemente do método utilizado para se obter o fator de atrito f, basta
utilizá-lo na Fórmula Universal (Equação 3) e, portanto, obter a perda de carga de um
escoamento em estudo.

No experimento realizado, foram obtidos dados para a utilização dessas fórmulas acima,
entretanto, esses dados foram fornecidos pelos trabalhadores do laboratório, tendo em vista
do momento atual que não foi possível realizar presencialmente. Esses dados serão
explicados no tópico a seguir.
6. DESENVOLVIMENTO

Ao iniciar o experimento as primeiras medidas a serem tomadas são das dimensões do


reservatório (comprimento e largura) e dos tubos rugoso e liso (comprimentos e diâmetros).

Figura 2 - Medida do comprimento e largura do tanque para cálculo do volume escoado.

Figura 3 - Medida dos comprimentos L do tubo liso e rugoso de 3⁄4” ambos.

Para aferimento das pressões: primeiramente, mede-se a temperatura da água no


reservatório. Com a linha geral fechada, abre-se somente a válvula da tubulação do ensaio em
questão, liga-se a bomba e abre-se a linha geral. A tubulação em questão possui mangueiras
de tomada de pressão no início e final do tubo conectados aos piezômetros, que permitem a
leitura das pressões, com atenção à medida no ponto mais baixo do menisco.
Figura 4 - Vista do modulo com tanque cheio, mangueiras de tomadas de pressão para o tubo liso e rugoso e
piezômetros para quantificação da perda de carga

Figura 5 - Detalhe do piezômetro com líquido água (menisco côncavo para cima) leitura na parte inferior do
menisco.

Após aferir as medidas de pressão, com o uso da régua e do cronômetro, dá-se


continuidade às medições. Como têm-se as dimensões do tanque, com a altura é possível
calcular o volume do mesmo. Abre-se a válvula que libera água para o tanque e realiza-se as
medidas de altura da régua e tempo de enchimento, realiza esse processo até preenchermos as
tabelas com a quantidade de medições requeridas. Ao final das leituras, mede-se novamente a
temperatura da água do reservatório.
Tabelas com valores obtidos de forma experimental.
7. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A partir das tabelas obtidas de forma experimental foi possível determinar a perda de
carga pela equação de Darcy-Weisbach:

Com:
hf : perda de carga distribuída
f : coeficiente de atrito do tubo
L: comprimento do trecho considerado
V: velocidade do fluido
D: diâmetro do tubo
g: aceleração da gravidade

Forma feitos os cálculos para o tubo liso de 3/4’ e para o tubo rugoso de ¾' como
pode ser visto nas tabelas a seguir:

Tubo liso
Pressão Pressão
Altura no no início no final
reservatór Volume Tempo Vazão do trecho do trecho hf
io (mm) pA/ϒ pB/ϒ
(L) (min) (l/min) (mmca) (mmca) (mca)
35 2,216 0,09958 22,248 283 229 0,054
45 2,849 0,10717 26,580 336 268 0,068
48 3,038 0,09175 33,116 423 319 0,104
54 3,418 0,08475 40,333 535 389 0,146
49 3,102 0,06500 47,718 661 462 0,199
45 2,849 0,05383 52,913 809 537 0,272

Tubo rugoso
Pressão Pressão
Altura no
no início no final
reservatór
Volume Tempo Vazão do trecho do trecho hf
io (mm)
(L) (min) (l/min) pA/ϒ pB/ϒ (mmca)
(mmca) (mmca)
37 2,342 0,20942 11,184 247 157 0,090
26 1,646 0,09525 17,279 313 173 0,140
48 3,038 0,11567 26,269 417 231 0,186
43 2,722 0,08025 33,918 519 310 0,209
48 3,038 0,07425 40,921 619 375 0,244
52 3,292 0,06592 49,936 791 473 0,318

Com os valores obtidos nas tabelas de perda de carga traçou-se o gráfico da Perda de
carga(mmca) em função da Vazão(L/mm) para os dois tubos
Pode-se inferir que essa perda de carga seja devido ao atrito entre o fluido e a
superfície do tubo.

Após determinar a perda de carga e as vazões apresentadas para cada um dos tubos
estudados pode-se determinar a velocidade do fluido e o valor correspondente ao Reynolds,
como será mostrado na Tabela a seguir:

Tubo liso
Área do
Q (m³/s) tubo (m²) V (m/s) h (m) hf f exp Re
1,30093022 5,04880842
0,0003708 0,0002850 0,054 1,1E-02 2,2E+04
E+00 E+00
1,55426622 7,20662134
0,0004430 0,0002850 0,068 9,4E-03 2,6E+04
E+00 E+00
1,93645667 1,11865573
0,0005519 0,0002850 0,104 9,3E-03 3,2E+04
E+00 E+01
2,35844999 1,65933558
0,0006722 0,0002850 0,146 8,8E-03 3,9E+04
E+00 E+01
2,79032854 2,32269170
0,0007953 0,0002850 0,199 8,6E-03 4,6E+04
E+00 E+01
3,09409654 2,85593688
0,0008819 0,0002850 0,272 9,5E-03 5,1E+04
E+00 E+01

Tubo rugoso
Área do
Q (m³/s) tubo (m²) V (m/s) h (m) hf f exp Re
0,00018639 0,0002850 6,53977941 1,27587193 0,090 7,1E-02 5,8E+03
87 E-01 E+00
0,00028797 1,01037125 3,04538951
90 0,0002850 E+00 E+00 0,140 4,6E-02 9,0E+03
0,00043780 1,53605100 7,03869514
98 0,0002850 E+00 E+00 0,186 2,6E-02 1,4E+04
0,00056529 1,98333480 1,17347259
60 0,0002850 E+00 E+01 0,209 1,8E-02 1,8E+04
0,00068202 2,39286059 1,70810939
02 0,0002850 E+00 E+01 0,244 1,4E-02 2,1E+04
0,00083226 2,91998570 2,54356203
30 0,0002850 E+00 E+01 0,318 1,3E-02 2,6E+04

Com os valores traçou-se o gráfico com f exp no eixo das ordenadas e o número de
Reynolds (Re) no eixo das abscissas para o tubo liso e para o tubo rugoso:
É possível, através da análise dos dois gráficos, observar a discrepância das curvas geradas a
partir da relação entre o f exp x Reynolds (Re) para o tubo liso e para o tubo rugoso.

Analisando tais valores, percebe-se que os parâmetros Reynolds e fator de atrito são
inversamente proporcionais. Assim, à medida que se diminui Reynolds, aumenta-se o fator de
atrito, sendo que há o aumento da velocidade em um mesmo tipo de escoamento, ou seja,
mantendo-se constantes parâmetros como rugosidade, temperatura e densidade, provoca uma
diminuição da camada limite. Desta forma, a influência do fator de atrito torna-se então
menor para o escoamento mais rápido, justificando a diminuição dos fatores de atrito.

´Para tubo rugoso obtemos experimentalmente a rugosidade relativa do tubo, que pode
ser determinada pela equação de Colebrook Implícita:

.
Para os valores de f experimentais encontrados, juntamente aos dados solicitados,
obtivemos os seguintes valores de k (indicado na fórmula por e), que representa a
Rugosidade, para o tubo Rugoso (conforme objetivos do procedimento experimental):

f exp Re Diâmetro tubo rugoso K (Rugosidade)


0,070539995 5811,306923 0,01905 0.00076992
0,045971131 8978,250023 0,01905 0.000219133
0,026425352 13649,48762 0,01905 -0.0000245813
0,017810386 17624,0918 0,01905 -0.0000636281
0,014284799 21263,17488 0,01905 -0.0000654189
0,012502152 25947,25607 0,01905 -0.0000588336

8. CONCLUSÃO

O estudo das perdas de carga que ocorrem num escoamento turbulento forçado no
interior de uma tubulação possui importância significativa para a realização do
dimensionamento de condutos e tubulações para escoamento de fluidos, demonstrando assim
sua importância para a área da engenharia. A partir dos dados coletados por meio da análise
do experimento realizado em laboratório, obteve-se os dados necessários para os cálculos de
perda de carga de acordo com as recomendações do manual do equipamento.
Tomando como base os cálculos realizados observa-se que os resultados obtidos estão
em concordância com o conteúdo que foi estudado durante a disciplina de Hidráulica I, com o
valor da perda de carga se elevando conforme o aumento da vazão de escoamento em ambos
os casos que foram analisados no experimento, escoamento através de um tubo liso 3/4” e
tubo rugoso 3/4”. Os valores obtidos não apresentaram grandes discrepâncias gerando
compatibilidade suficiente para que se obtivesse representação gráfica, com o gráfico para o
escoamento no tubo liso apresentando boa representação com formato semelhante ao
apresentado pelo manual do Labtrix.

No entanto, o gráfico do tubo rugoso, que relaciona a perda de carga com a vazão, não
apresenta uma curva lógica representativa precisa do caso, tal problema deriva de erros
sistemáticos a que o procedimento experimental está sujeito. Com relação ao cálculo
realizado da rugosidade “k” do tubo rugoso, observa-se que sua semelhança com os valores
que podem ser obtidos através do diagrama de Rouse-Moody se limita somente até o segundo
valor que foi obtido pelos cálculos, pois nestes encontra-se valores negativos para os quatro
últimos valores experimentais.

9. BIBLIOGRAFIA

PERDA DE CARGA. Barral, M. F. Disponível em:


<http://www.esalq.usp.br/departamentos/leb/disciplinas/Fernando/leb472/Aula_7/Perda_
de_carga_Manuel%20Barral.pdf> Acessado em junho de 2021.

MÁQUINAS HIDRÁULICAS. Andrade, A. S. Disponível em:


<http://ftp.demec.ufpr.br/disciplinas/TM120/APOSTILA_MH/AT087-
Aula07_CALCULO%20PERDA%20CARGA.PDF > Acessado em junho de 2021.
10. CONTRIBUIÇÕES

Para o desenvolvimento desse relatório, foi primordial a participação de todos os


membros do grupo, para critério de igualdade e também para aprendizado dos mesmos.
Assim, todos os membros participaram de 100% das atividades do presente trabalho. Tempo
gasto de 10 horas.

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